N/A: - Spoillers até o quinto livro.
Desculpem a boca suja dos meus personagens. Espero que gostem.
Tschüs!
O jeito nada usual de Hermione agir
Harry olhava desiludido pela janela do Salão Comunal.
Lá fora o céu estava escuro e ele podia ver os grossos flocos de neve caindo, pipocando a grama de branco.
Ele deveria estar feliz, afinal, era sexta-feira, amanhã seria sábado, ele não tinha tarefas para terminar, nem com o que se preocupar, e na próxima semana seriam as férias de Natal, no entanto não estava feliz.
Antes que pudesse reclamar de qualquer coisa, Hermione apareceu, gritando histericamente.
- Harry! HARRY! Onde diabos você se meteu? Eu não conseguia lembrar a senha! – ele podia notar gotículas de suor na face da amiga. Com uma cara de nojo, desviou o olhar.
- Ahn, eu estava aqui, pensando..
- PENSANDO? Em quê? Vamos, não seja tolo e me ajude. – dizendo isso jogou em cima de Harry uma caixa com duas dúzias de gorros para elfos.
- Hermione, você não desistiu, um ano depois?
- Ah? Eu NÃO SEI o que fazer! Preciso me livrar disso! Por isso achei que você poderia me fazer esse favorzinho, não?
Sorrindo amarelo, Harry confirmou com a cabeça, e não demorou correr ao seu dormitório, para guardar a caixa.
Hermione ficou parada respirando com dificuldade. Sentou-se em uma das poltronas e cochilou.
- Não Rony, NÃO! - a voz de Ginny ecoava pela Sala Comunal.
- Eu sou seu irmão, Ginny, não vou permitir que você fique se esfregando com qualquer um no meio do corredor!
- Ah, agora eu sou 'qualquer um'?
- Cale a boca, Dino, eu resolvo. – Ginny estava muito vermelha, mais não tanto quanto Rony. – Rony, você é SÓ meu IRMÃO! Pare de achar que pode mandar na minha vida, eu não tenho culpa se você ainda não conseguiu beijar ninguém!
Rony corou violentamente.
- Quem disse que eu nunca beijei ninguém?- ele disse em tom ofendido.
- Está estampado na sua cara, Weasley. RONY NUCA BEIJOU NINGUÉM.
- CALE A BOCA THOMAS! – disseram os irmãos em uníssono.
- Não está mais aqui quem falou – disse Dino – Ginny, me procure depois okay?
Hermione se sobressaltou com os gritos e, sem saber o que falar, disse que precisava estudar, saindo correndo.
- Não entendo – disse Rony pensativo – Ontem mesmo ela falou que tinha terminado tudo.
- RONALD WEASLEY! Eu ainda estou falando com você! Deixe de ser metido! Se EU quero sair com o Dino, EU saio okay? Estamos entendidos.
Rony contemplou a irmã sair pisando duro em direção ao dormitório das meninas.
Fungou e deixou-se cair em uma das poltronas, passando a olhar o fogo na lareira.
Momentos depois Harry retornou à Sala Comunal, e depois dele, todos começaram a voltar.
- Rony, a Hermione está totalmente pirada. Imagine que ela não sabia a senha, nem o que estava fazendo com uma caixa de gorros para elfos!
- É eu notei. Ela saiu daqui dizendo que precisava estudar, sendo que são férias de Natal e acabamos tudo ontem!
Naquele ano todos permaneceriam no Castelo. Bom, nem todos, mas Harry, Rony, Hermione, Ginny, Dino, Colin e seu irmão, Luna e provavelmente mais algumas pessoas de outras casas.
Pelo tom de voz de Rony, Harry percebeu que ele estava entediado. Potter deixou-se cair na poltrona mais próxima, brincando com um fio solto de suas vestes.
- O que nós vamos fazer, sabe, amanhã? – Harry deixou a pergunta no ar.
- Hm... Eu andei pensando, mas, claro, se você e a Mione concordarem, na gente fazer uma visitinha à Casa dos Gritos.
O rosto de Harry se iluminou de excitação.
- Claro! Não tem nada pra fazer lá, mas já seria um ótimo passatempo!
Rony suspirou aliviado por ter tido uma boa idéia e já ia contar à Harry sobre Ginny e Dino, quando mais uma vez, Hermione irrompeu do buraco do retrato, toda suada, carregando uns dezesseis livros.
- Potter, Weasley! Seus incompetentes! Não dá pra vir me ajudar? – o olhar dela brilhava cheio de malícia.
- Sim Mione! – disseram os dois juntos após trocarem olhares.
Mione pareceu se acalmar.
- Sabe, achei que seria bom revisar a matéria durante as férias de Natal.
- Hermione, nós só tivemos três meses de aulas. – disse Rony incrédulo.
- Mas os N.I.E.M.s estão chegando e...
- HERMIONE! O que há com você? Os N.I.E.M.s são só no final do ANO QUE VEM! – falou Harry chocado.
Ela pareceu ponderar as palavras de Harry.
- É, está certo, deixa pra lá. Vocês podem devolver os livros na biblioteca? Estou cansada. – bocejou para comprovar.
Rony e Harry pegaram os livros bufando e se apressaram em sair pelo buraco, tentando não bater em ninguém. Quando estavam longe o bastante, voltaram a falar.
- Desde quando a Hermione passou a ser TÃO folgada? – Rony estava perplexo.
- Não sei, ela anda agindo MUITO estranho.
- Devem ser os hormônios, ou qualquer uma dessas bobagens de meninas – falou Rony enojado.
Eles chegaram à biblioteca e depositaram os dezesseis livros em qualquer lugar, após passar por Madame Pince. Quando voltavam ao Salão Comunal, Harry teve uma brilhante idéia.
- E se a gente pedisse à Ginny para descobrir o que há com Mione. Você sabe, as duas são meninas e...
- Talvez funcione. Por falar em Ginny, escuta só..
Rony passou o resto do caminho contando à Harry sobre Ginny e Dino.
Quando passavam pelo corredor que dava direção ao quadro da Mulher Gorda, Ginny passou por eles de braço dado com Dino.
Harry gritou o nome dela três vezes, e como ela fingiu não notá-lo ele correu atrás dela e agarrou suas vestes. Mas antes que pudesse pará-la, tropeçou nos próprios pés e caiu em cima da menina.
- Que diabos? Harry, dá pra sair de cima de mim?
- Er.. Sim.
Ele estava com o rosto bastante vermelho, mas continuou falando.
- Sabe, eu e o Rony precisamos da sua ajuda.
- Vá indo Dino, eu já te alcanço. – ela virou-se de frente para Harry e Rony – E porque eu ajudaria vocês?
- Por que o Rony disse que vai parar de pegar no seu pé.
- Eu disse?
Ronald levou um pisão dolorido no pé direito.
- Ah, claro, é, eu disse.
Ginny o olhou como se não acreditasse.
- Tá, qual é o problema? – ela parecia impaciente.
Harry e Rony relataram o pequeno problema de Hermione, e pediram à Ginny que tentasse descobrir o que estava acontecendo com ela.
A menina topou e seguiu seu caminho enquanto Potter e Weasley retornavam à Sala Comunal.
