Mascaras
capitulo 1
Ela rodopiou diante de sua imagem refletida no espelho sorrindo em pura felicidade com o esvoaçar das franjas e babados de seu vestido que misturava-se em sua costura ao liso do cetim azul com a renda branca bem tramada. Depois, ela correu até a janela que escancarada lhe trouxe ainda mais felicidade ao mostrar-lhe o fim da tarde que morria com a sua cor alaranjada a ganhar todo o céu azul, limpo e sem nuvens. A noite vinha lenta e graciosa e com ela se aproximava a primeira das três noites de festividades, aguardadas com ansiedade por todos naquela pequena vila chamada Volterra e, patrocinada pelo grande pantaleão, Signor Aro Volturi, que naquele ano, fora generoso ao tirar de seus bolsos algumas notas a mais de dinheiro para a grande festividade, movido pela felicidade de ter de volta a sua filha que encerrara aos seus estudos.
E se ouvia a musica alegre por toda vila e em todas as casas, que eram grudadas umas nas outras, diferenciando-se apenas nas cores, alegres e berrantes. Era chegado o dia do grande baile de máscaras, realizado pela confraria dos mestres da arte. E a bela que dançara minutos antes pelo quarto simples, sorria feliz. Ela olhava agora para as ruas estreitas a ver as pessoas bem dispostas levando mesas e cadeiras. Empurrando tonéis e puxando carroças lotadas de enfeites e objetos para a decoração da praça que iria recepcionar a todos, bem no centro da vila. E ela voltou-se a dançar pelo quarto, até novamente em frente ao espelho parar para olhar-se.
_Esta será à noite em que por ti ei de me declarar! - Os olhos brilhavam ganhando um destaque especial em sua face de pele clara como o leite. Uma mecha marrom de seu cabelo, que em forma de caracol escorregou pela sua bochecha vermelha indo a acomodar-se gentilmente no vão de seus seios, expostos belamente pelo decote do vestido de festa, deu-lhe o vislumbre de sua beleza, jovem e faceira. Ela olhou-se por inteira no espelho, confirmando o que todos já diziam por toda a vila, que naquele verão, ela crescera muito, ganhando finalmente os seus contornos de mulher feita. O que por ela era muito esperado, visto que julgava que somente assim ele a notaria como ela era de fato, uma bela e vistosa mulher.
Uma de suas pequenas mãos foi de encontro ao seu seio o tocando com cuidado, sentido a maciez e firmeza do contorno redondo e, com seus dedos ela o contornou por inteiro, o sentido quente e macio, mas, foi o bico, duro e espetado que friccionado no centro da palma de sua mão que a fez fechar aos seus olhos e gemer baixinho. Sim, ela crescera deveras e aprendia a cada dia o quanto a mudança de seu corpo lhe era generosa, lhe proporcionando tantas sensações estranhas, mas ao mesmo tempo prazerosas. Enquanto ela com uma mão acariciava ao seu seio já tão intumescido, com a outra, ergueu as varias camadas de seu vestido rodado e ganhou com facilidade ao interior quente de suas coxas roliças com a ponta de seus dedinhos. Suspendendo a sua respiração, pois ela já antecedia ao gemido que viria assim que tocasse a sua intimidade que latejava e passando a sentir o gelo que se formava na boca de seu estomago, mas, que não vinha sozinho, visto que os choques se alastravam por todo o seu corpo ganhando a sua coluna e fazendo seus joelhos tremerem e, ela finalmente abriu seus olhos que estavam derretidos, sendo apenas um reflexo de todo o prazer que seu corpo sentia naquele momento. E a imagem era aquela, dela se amando em frente ao espelho de seu quarto, deixando que seu corpo lhe conduzisse nos carinhos que mais o agradavam para finalmente, com um gritinho de susto misturado com prazer, ela tocar o sininho que ficava ali, escondido por entre seus lábios quentes e úmidos, pequenos e carnudos que lhe trouxeram a eletricidade quente, capaz de turvar até mesmo a todos seus pensamentos, que não fossem para o enorme prazer que ela sentia naquele momento. Foi apenas com um dedo, primeiro, para depois, ela juntar a outro e, sem qualquer controle, fechar involuntariamente as suas coxas sobre a sua mão pequena em um reflexo do seu corpo que sentiu o gozo vindo adiantado e quente. A sua mão ficou completamente molhada pelo que saiu de sua vagina e, ela maravilhou-se com a sensação reconfortante que a dominou. Ficando a sorrir relaxada para si mesma ante ao espelho e imaginando como seria a entrega definitiva nas mãos dele e, a estes pensamentos seu corpo voltou a responder imediatamente..
Mas, seu momento tão intimo, estava sendo compartilhado pelo brilho reluzente de olhos atrevidos que a tudo viam avidamente, refletidos através do espelho. Ela ficou assim, por alguns instantes naquela posição, com um dos pés apoiado sobre um pequeno banco e com sua mão metida por debaixo de seus panos, a tocar-se enquanto que com a outra mão, ela agarrava a si mesma nos peitos em frente ao espelho de seu quarto, gozada e insatisfeita, enquanto era observada por seu irritante vizinho que voltara a vila naquele dia, quase que naquela mesma hora, após uma longa ausência, onde fora em busca de estudos mais aprofundados na arte da medicina. Sentindo-se aviltada em sua intimidade ela voltou-se contrariada a correr e fechar a sua janela, que dava de frente para a do quarto dele e com um barulho enorme, encerrou o show erótico que ela o havia, sem qualquer noção, proporcionado. E o que dizer do rapaz, que já há alguns anos nutria por ela sentimentos com os quais seu corpo, que já tinha em toda a sua extensão o real significado do que era ser um homem, mesmo nunca a tomando para si, apenas sonhando todas as noites com este desejo ardente, e que fora agraciado naquele dia, após uma viajem de regresso tão cansativa, poder ver a mais bela de todas as imagens, a de sua linda e amada vizinha em momento tão intimo? Sorrindo, ele deixou uma de suas mãos tocar com carinho ao seu membro erguido e, afastou-se também da janela. Seu pai não mentira na ultima carta, de fato Isabella havia tornado-se uma bela mulher e, pelo o que ele presenciará fogosa também.
Edward ainda com as roupas de viagem largou-se em sua cama e fechou aos seus olhos para relembrar aqueles momentos parado em frente a janela de seu quarto, contemplando com desejo e, querendo ele tomar o lugar das mãos dela, naquela exploração pelo corpo pequeno e cheio de curvas. Ele lembrou-se dos lábios vermelhos que estavam entreabertos a gemer e, que a cada bafo que saia da boca dela, turvava ao espelho o que fazia ele perder a nitidez do foco do belo rosto de Isabella que se contorcia de prazer, restando à ele, duas alternativas. Uma era a de pular a sua janela, equilibrando-se pelos telhados das casas vizinhas até chegar a janela dela e pulando para dentro de seu quarto a tomando em seus braços com vigor ou, olhar para o corpo pequeno que usava ao belo vestido que somente o instigava ainda mais a se contorcer de prazer, que ele tanto queria dar-lhe...
Ele desafivelou o cinto de sua calça e deu liberdade ao seu membro que estava dolorido, com a cabeça que saltou vermelha e reluzente, sensível até mesmo com o ar que saiu pesado por entre seus lábios.:_É companheiro, teremos que sofrer por ela novamente...
Ele passou com cuidado um dedo por cima da cabeça que expeliu, em retribuição um gotícula de seu pré-gozo e já se preparava para o masturbar quando em sua porta três batidas o fizeram, primeiro, soltar à alguns palavrões, para as pressas prender ao seu "romeu" que ainda sofreu com o subir rápido do zíper a lhe machucar de leve.:_Ai, P***!
_Filho? Tudo bem? – era a sua mãe solicita e cheia de saudades...
_Oi mãe!
_Posso entrar?
_Hã – o que dizer? Não, vai-te embora que preciso me aliviar? _Só um minuto mamãe, já vou...
E a porta abriu-se repentinamente para desespero do jovem e o encabular de sua mãe.:_Filho meu!
_Mãe, eu falei que iria abrir-te a porta!
_Querido! Estas são as tuas roupas para a festa de hoje a noite. – passado o primeiro instante de vergonha e incredulidade, ele sentiu pena de sua amorosa mãe, mas julgou que fosse melhor assim, ela ir-se embora o quão rápido podia livrando a ambos de ainda mais embaraços. Ele ergueu-se finalmente de sua cama e tratou de passar o trinco na porta e depois olhou com mais atenção para o estrago que causara em seu amigo, que ao final iria sobreviver. Ele aproximou-se do espelho sobre o aparador e olhou-se a principio com timidez para depois raiva sentir.:_Pudera ela nunca me notar.
Em um país onde o sol banhava a todos com seus raios e favorecia aos altos e bem encorpados, ele viu-se alto demais e magro. Com seus cabelos acobreados e seus olhos verdes, o filho do médico inglês que nunca adaptara-se aos costumes do povo festivo e alegre daquela vila italiana, sofria por ser considerado fora do padrão de beleza. E que sempre fora alvo das brincadeiras e gozações das outras crianças chegando até os seus tempos de moçoilo, quando um dia fatídico, ele a vira saindo do lago onde todas as tarde os jovens iam a refrescar-se e, sem saber como controlar-se ele excitou-se pela primeira vez em sua vida a vendo sair da água, que molhara ao vestido de tecido leve mostrando com exuberância os seios que naquela época eram pequenos. Edward virara motivo de riso e chacotas de todos que viram ao seu estado carente e dele fizeram troça por algo tão natural e que acomete a todos, mas não como uma doença e sim como sinal de vitalidade e disposição.
Desde aquele dia ele nunca mais dormiu seco e, passou a perseguir a bela Isabella sempre que podia pela pequena vila, sendo que as vezes, por ela se sacrificava a fazer algo e nunca era visto como no fundo desejava, mas, que algum prazer lhe trazia com o simples obrigado que da boca pequena e carnuda dela saia. E todos naquela vila sabiam que o filho do doutor se enamorara pela jovem Bella, que por ele, a principio apenas amizade de vizinha nutria, pois que sua atenção sempre estivera presa pelo jovem e belo Demetri, que a ninguém amava a não ser o seu próprio ego, mas que também, não deixava de alimentar aos sonhos da jovem e ingênua Isabella por sentir-se lisonjeado com o amor da menina. E, este trio de jovens apaixonados inspirou a confraria dos mestres do riso daquela vila a retratar em uma noite de alegria a cômica tragédia do Pierrô, a Columbina e o Arlequim, causando nos três, que viram suas histórias sendo expostas a toda a vila pelos artistas da confraria, reações adversas, sendo que no jovem e apaixonado Edward, o fez ir-se embora da vila e voltar somente anos depois, visto que foi repudiado perante a todos com o seu amor pela envergonhada Isabella. Que tomada também de receios de que o belo Demetri também a repudiasse, deixou claro perante a todos que nada sentia pelo jovem e atrapalhado ruivo.
Os anos passaram-se trazendo a maturidade do corpo aos jovens sem, entre tanto, conseguir mudar as suas paixões. Edward pegou a vestimenta e a mascara que sua mãe deixara sobre a cadeira de seu quarto antes de sair afogueada e as pressas. Ele olhou para as calças largas e a blusa bufante, branco e preto um contraste que refletia o que lhe ia na alma. Depois ele pegou a mascara de porcelana, bem feita com detalhes magníficos e a colocou sobre o rosto e, surpreendeu-se por ela esconder completamente a toda sua face. E os buracos por onde se deveriam ver aos seus olhos também pouco revelava, deixando mesmo a desejar ver a cor dos verdes intensos. E com aquela mascara no rosto, Edward lembrou-se da velha canção sobre o poeta que com sua arte cantara em vento e prosa ao seu amor pela amada que se enamorara pelo palhaço.
_Nada de palavras bonitas ou maneiras gentis, já dizia o velho poeta...
E quando, Edward, de seu rosto a mascara ele tirou, já sábio o que fazer com a sua Columbina Isabella.
