Hello Everybody!!

Quanto tempo não?!

Primeiramente esta é uma estória que não possui fins lucrativos e visa somente a diversão desta que vos fala, quero dizer escreve, e de vocês, corajosos, que lêem.

Os personagens pertencem a JK Rolling, a música "Além do Horizonte" é uma versão aqui do Jota Quest.

Esse pequeno conto foi escrito no natal de 2005, muito antes do sétimo livro.

Recomendo que ouça a música enquanto lê a fic.

Recomendo também que deixe reviews, please!

Boa leitura!

Além do Horizonte

O sol sumindo no horizonte dando lugar as primeiras estrelas anunciava o final de mais um dia de cerco a Lord Voldmort e seus seguidores. Depois de anos de luta, haviam conseguido encurralar o bruxo num grande prédio abandonado nas colinas ao norte de Londres. O local fora isolado com todo tipo de feitiço, formando uma espécie de redoma mágica que cobriu a área impedindo qualquer trouxa de se aproximar, coibindo a qualquer bruxo de sair pelos meios mágicos ou não.

De dentro do antigo prédio verde, parcialmente em ruína, o clima era tenso, o ar parecia não circular de forma que a respiração era difícil; o calor insuportável; há três dias sem nenhuma regalia, água e comida eram escassos, sem banho ou roupas limpas alguns homens pareciam bárbaros. Entre eles estava Draco Malfoy, um jovem loiro, alto, de olhos claros, a pele outrora pálida exibia um amarelo sujo o que ressaltava ainda mais o cansaço que já vinha demonstrado nas enormes olheiras. Caminhava de um lado a outro da enorme sala no último andar, de onde podia ver o cerco lá embaixo e o cair da noite no horizonte.

Como não parecia seguro ficar próximo as janelas e nem longe dos demais comensais, Voldmort os separara em trios e, foi observando seus companheiros (um bruxo pequeno de feições de um roedor e uma mulher alta de olhar ensandecido que atendia pelo nome de Belatriz) discutindo que se jogou em cima de alguns trapos próximo a uma abertura no teto na esperança de descansar e respirar ar fresco.

Lá embaixo protegida pela distância, um par de olhos castanhos fitava o último andar incessantemente enquanto sussurrava 'Boa noite'.

Além do horizonte existe um lugar
Bonito e tranqüilo

Pra gente se amar

Uma coruja piou no céu fazendo o homem despertar sobressaltado, com a varinha em riste. Observou a sua volta e percebeu o silencio tenso ao redor, Rabicho e Belatriz haviam parado de discutir e agora estavam entregues a uma vigília contínua das janelas, escadas e portas. A iluminação era escassa, provindo a maior parte da lua cheia que invadia, mas mesmo assim ele pode sentir sua presença, a respiração tranqüila e o cheiro de rosas fizeram com que se sentisse bem, caminhou em direção a ela que sorria lhe esperando e quando finalmente ele a tocou ela desapareceu.

Assustado Draco levantou e se colocou em posição de luta, suava muito, a boca estava seca, tateou no escuro a procura de indícios de que não fora só outro sonho. Desapontado, retornou ao seu lugar. Esperando que enfim ela pudesse estar ao seu lado.

Além do horizonte deve ter
Algum lugar bonito
Prá viver em paz
Onde eu possa encontrar
A natureza
Alegria e felicidade
Com certeza...

"Eu estarei" sussurrou ao vento que levou as palavras até o alto do prédio, atingindo seu objetivo.

"Eu sei." o loiro murmurou numa tentativa de consolo. Sabia que não sairia dali com vida e sabia que podia contar com ela. Mesmo quando lhe mostrou a marca em seu braço, seu sinal de condenação, ela permaneceu ao seu lado firme e impassível mesmo que isso significasse trair aqueles a quem amava.

O amor deles fora algo puro e sincero, começara com brigas, discussões e humilhações públicas, afinal pertenciam a famílias inimigas, posteriormente a lados opostos e finalmente tornaram-se caça e caçador. Contudo eram cúmplices e amantes, não se recordava exatamente quando o ódio transfigurara-se em amor, mas acontecera de forma tão rápida e arrebatadora que foi impossível negar o que sentiam.

Lá nesse lugar
O amanhecer é lindo
Com flôres festejando
Mais um dia que vem vindo...

Haviam planejado fugir, ele desertaria do grupo e ela abandonaria a missão e a família para segui-lo, iriam para um lugar longe onde pudessem começar uma vida juntos. Sem lutas, família ou passado. Seriam apenas Draco e Gina. Contudo ele fora encurralado as vésperas da sua partida e agora se encontravam ali, um de cada lado à espera do fim.

"Atacaremos antes do amanhecer." planejavam a sua volta.

"Sem sobreviventes?" um jovem entusiasmado questionara fazendo o coração da mulher doer.

"Faremos o que for necessário para encerrarmos isso hoje." alguém respondera.

E então os dois corações sentiram que era o fim.

Onde a gente pode
Se deitar no campo
Se amar na selva
Escutando o canto
Dos pássaros...

"O que é isso?" indagou, quando ele entregou-lhe o envelope.

"Abra!"

Ela acabara de entrar na pequena casa num bairro trouxa de Londres, onde costumavam se encontrar, o casaco ainda estava em suas mãos mas ainda assim ela obedeceu e abriu o envelope.

"O que é isso?" repetiu.

"Se vamos começar uma nova vida será com estilo" ele sorriu.

"Num cruzeiro?? Completamente indefesos!" parecia incrédula.

"Estaremos do outro lado do planeta não há porque temer."

"Estaremos fugindo, Draco, Você-sabe-quem não vai deixa-lo em paz, ele odeia desertores."

"Mudou de idéia?" indagou admirado com a reação da amante.

Houve um instante de silêncio "Não! Não mudei de idéia." respondeu com segurança "Só temo que nos encontrem, seu chefe não liga pra discrição e um navio cheio de trouxas é um péssimo lugar para um combate."

"Não se preocupe, Lord Voldmort não virá atrás de um morto."

"O que pensa em fazer?"

"Confie em mim."

Ela o abraçou apertado "Eu sempre confiei."

"Pode me prometer algo?" ele a segurou pelas mãos e fitou profundamente os olhos castanhos da mulher.

"Que tipo de coisa." respondeu sem fitá-lo.

"Primeiro me prometa que por mais absurdo que pareça, você vai cumprir."

"Está me deixando curiosa." sorriu.

"Promete?"

"Prometo." cruzou os dedos nas costas como criança.

"Se algo ruim acontecer, quero que ..." Gina iniciou uma reação, mas foi contida por Draco "...quero que siga em frente... vá embora e nunca olhe pra trás, não se arrependa."

"Eu..."

"Nós vemos amanhã, ok?!" ele aproximou-se e a beijou longamente, em seguida deixou a casa sem olhar pra trás.

Aproveitar a tarde
Sem pensar na vida
Andar despreocupado
Sem saber a hora
De voltar...

"Está pronta?" indagaram fazendo com que pela primeira vez na noite quebrasse o contato visual com a construção a frente. Olhou em volta e percebeu que os quase cem homens estavam prontos para o massacre. Fitou o horizonte e viu a noite começar a se despedir.

"Estou." respondeu convicta. Se for para tudo terminar, que pelo menos fosse por suas mãos.

Junto com os demais se aproximou do prédio e sem muita dificuldade entraram. O que se seguiu foi algo horroroso. Voldmort não cairia sem levar com ele quantas vidas pudesse. Com muita dificuldade conseguiu chegar até o último andar. Estava ofegante quando entrou no cômodo aparentemente deserto.

"Eu sabia que seria você." a voz fria ecoou pelo aposento.

A mulher não se mexeu, ficou quieta de olhos fechados esperando que ele se revelasse.

"Chegou a hora." sussurrou antes de beijar-lhe a nuca.

Ela então se virou para encara-lo; as mãos entrelaçaram-se enquanto cada um deles procurava imortalizar o outro no âmago de seu ser.

"Eu não ..."

"Shhh." ele interrompeu.

Ternamente se abraçaram e foi como se o mundo desaparecesse, unindo-os num elo eterno. Trocaram um longo e carinhoso beijo, selando o destino daquele amor.

"Nós ainda seremos felizes." sussurrou afastando-se.

Talvez numa realidade alternativa aquilo pudesse vir a ser verdade, talvez de alguma forma sobrevivessem ao fim.

"Eu te amo."

O silencio dominou o ambiente.

"Avada Kedrava."

Bronzear o corpo
Todo sem censura
Gozar a liberdade
De uma vida
Sem frescura...

Houve um segundo de silêncio enquanto o raio verde saía da varinha e atingia o corpo de forma fulminante. Um baque surdo no chão e tudo acabara.

As lágrimas afloraram abundantemente, enquanto se ajoelhava e tocava a face fria a sua frente. Fechou-lhe os olhos, beijou a ponta do seu próprio dedo e levou-o até os lábios finos a sua frente, selando assim o segredo entre eles.

Depois devagar levantou e voltou ao andar térreo. Os olhos inchados pelo choro compulsivo e o coração destroçado. Ao chegar ao pé da escada indagaram-lhe se estava bem.

Observou o ambiente a sua volta, havia corpos por todos os cantos, alguns inteiros, outro mutilados de forma a ser impossível fazer uma identificação. No meio da sala jazia o corpo de Voldmort, ao lado estava Harry Potter, parecendo muito ferido, a respiração muito fraca. Mais a frente havia mais comensais caídos e mais alguns amigos.

Se você não vem comigo
Nada disso tem valor
De que vale
O paraíso sem o amor...

"Prometa-me que se algo ruim acontecer e for impossível sairmos ilesos...prometa-me que minha queda será pelas suas mãos..." a ruiva iniciou uma reação mas foi contida pelo amante "você sabe que nunca nos deixarão viver esse amor, nunca permitirão que um servo de Voldmort fique vivo para contar a estória..." houve um instante de silencio enquanto Gina tentava sufocar as lágrimas.

"Faria o mesmo por mim?" indagou sem fitá-lo.

"Faria o que fosse preciso para que ninguém nunca a machucasse." respondeu acariciando o rosto da mulher.

"Então não me peça um absurdo desses..." estava completamente angustiada.

"Não pediria se não fosse importante...por favor, Gi." ele parecia aflito "Se acontecer... quero que siga em frente... vá embora e nunca olhe pra trás, não se arrependa."

"Eu..."

"Nós vemos amanhã, ok?!" ele aproximou-se e a beijou longamente, em seguida deixou a casa sem olhar pra trás.

Se você não vem comigo
Tudo isso vai ficar
No horizonte esperando
Por nós dois...

Percebendo que esperavam uma resposta, deu um breve aceno de cabeça, enquanto caminhava até aporta. Lá foi saudada com o nascer da aurora que alegremente anunciava uma nova era.

Além do horizonte existe um lugar

Bonito e tranqüilo

Pra gente se amar...

The End.

n/a: Gostaram? Odiaram? Perderam tempo? Comentem, não custa nada. Críticas, dúvidas, traumas e sugestões são sempre bem vindos, por isso, deixem reviews, please!

Quero aproveitar e agradecer a todos que leram; a todos que leram e comentarão;

Beijinhos, até a próxima.

Anna C.