Oi, seus lindos.
Wee, mais uma SasuHina *-* Naruto e todos os outros personagens presentes nesta fic não me pertencem. Aceitei isso depois de muitos dias de auxílio médico profissional. :D -n.
Primeiro capítulo da fic, bem grandinho até. Estou meio inspirada com essa história e ficarei muito feliz se vocês gostarem. Estou tendo um trabalho muito grande pra manter a personalidade do Sasuke, espero estar conseguindo. *-*
Chapter 1 - Início
Após o encerramento da última guerra, com o fim da Akatsuki e a vingança de Sasuke, o Uchiha se entregou para Konoha – sendo condenado a pouco mais de seis anos de prisão. O tão pouco período foi considerado um absurdo e causou revolta para muitos moradores da vila. Porém, com o tempo e insistência de Naruto e seus outros amigos, os revoltados foram obrigados a aceitar o fato de que Konoha tinha certa culpa pelo que ocorrera com o clã anos anteriores. A vila passou por uma grande reforma e reconstrução e após cinco anos, passando por muitas dificuldades durante esse período, Konoha conseguia se reerguer.
A escuridão ainda prevalecia naquele pequeno quadrado que eu habitava há alguns anos, a única luz adentrava pela pequena janela com grades de aço. Eu já tinha perdido a conta dos dias, por simplesmente não me importar mais. Sabia apenas quando eram as quintas-feiras, porque Sakura e Naruto insistiam em me visitar. Eu não precisava enxergar para saber que tudo estava em seu devido lugar. Eu estava sentado no colchão, encostado à parede. Uma mesa baixa e redonda, rodeada por algumas almofadas, jazia no centro. Do lado direito do lugar, havia uma porta que levava até o banheiro. Eu trajava um quimono preto, preso por uma faixa da mesma cor, ainda possuía mais dois idênticos. Suspirei ao ouvir o rangido da grande porta de ferro e um feixe de luz crescer, iluminando um pouco o local.
– Sasuke-kun? – A voz de Sakura se fez presente. Ela entrou e fechou a porta atrás de si. Não havia grades ali, já que haviam me feito trocar de "quarto" há pouco mais de um ano. Algo sobre bom comportamento. Imaginei que estivessem começando a acreditar em mim. Mas logo mudei a ideia... Deveriam estar me testando.
– Uh. – Emiti um som qualquer, apenas para que ela soubesse que eu ainda não havia fugido ou algo do tipo. Estranhei o fato de Naruto não estar a acompanhando, mas não disse nada. Ouvi o barulho de algo sendo colocado sobre a mesa. Sakura acendeu as luzes e eu pude ver seus olhos verdes novamente.
– Como consegue ficar nessa escuridão? – Ela indagou, como havia feito milhares de vezes desde que eu estava preso ali. Apenas permaneci a encarando. Ela sorriu, já acostumada com suas perguntas não respondidas. Voltou seu olhar para o embrulho sobre a mesa – onde estava o nosso jantar – e se sentou em uma almofada.
– Naruto não veio. – Observei, me levantando do colchão e indo me sentar à sua frente.
– Ahn... – Ela não escondeu a surpresa por eu ter dito alguma coisa. Sua expressão mudou rapidamente, com um enorme sorriso. – Ele vai vir te visitar mais tarde. Parece que tem uma boa noticia.
– Entendi. – Proferi, observando ela abrir o embrulho e retirar dos potes. Me entregou um deles e hashis. Avaliei os sushis que haviam ali, sabendo que ela havia comprado aquilo. Sakura sabia que eu não era um dos maiores fãs de seus pratos. A Haruno me contou sobre alguns detalhes que eu não fazia muita questão de saber, como o novo relacionamento de Ino e Shino, ou dos problemas que a herdeira do clã Hyuuga estava passando.
– Pobre Hinata... Além de ter voltado ferida da ultima missão, ainda tem que se preocupar com o clã e com o pai que está doente... – Ela continuava contando, sem se importar se eu estaria prestando atenção ou não. Enquanto falava, guardava os potes vazios e os embrulhava novamente. Olhou para o relógio em seu pulso e se levantou. – Vou indo, Sasuke-kun. Naruto deve chegar logo... Até quinta.
Apenas fiz um movimento com a cabeça, afirmando. Sentei-me no colchão novamente, fechando os olhos e esperando que o tempo passasse. Até para mim, que já estava acostumado a ficar sozinho, me sentia entediado, de vez em quando.
Não sei quanto tempo se passou, mas a porta rangeu novamente e eu pude ver as madeixas loiras de Naruto. Ele entrou no local, com as luzes ainda acesas e fechou a porta. Exibia aquele mesmo sorriso de anos atrás, mas parecia ainda mais animado... Se é que era possível para alguém tão perturbado. Mais uma surpresa: Ele não gritou assim que entrou. Era praticamente um ritual que ele fizesse isso. Ele se aproximou, com aquele mesmo sorriso e se jogou na mesma almofada que Sakura havia se sentado.
– Sasuke-teme... – Ele proferiu, abaixando o olhar para a mesa. – Lembra que quando eu te encontrei após muito tempo... Eu te disse que não iria conseguir me tornar Hokage, se não conseguia nem te trazer de volta...?
– Uh. – Resmunguei, após algum tempo, reparando que ele pacientemente aguardava isso. Aquilo estava estranho. Ainda ele estar sendo tão direto no assunto.
– Eu não sei se eu fiz parte de algum motivo para você se entregar. Mas sei que você está aqui. E sei que, assim, eu consegui realizar mais um passo até o meu sonho. E agora... – Ele continuou, tirando do bolso do chamativo casaco laranja, um pergaminho. Ele estendeu para mim. Sem muita vontade, me levantei e peguei o pergaminho de sua mão. Abri o mesmo, e li rapidamente partes do que havia escrito ali. Ou eu havia entendido errado... Ou...
– Eu consegui, dattebayo! – Ele deu um grito ensurdecedor, seu sorriso quase saltando de tão grande. Agora sim, ele havia voltado ao normal. Deixei que um sorriso de lado surgisse em meus lábios. Apesar de tudo, eu não podia fingir não estar meramente feliz por ele... Que, em pouco mais de uma semana, iria se tornar Hokage, de acordo com o que estava escrito formalmente no pergaminho. Apesar de tudo, eu me orgulhava dele.
Dois dias se passaram tão monótonos quanto todos os outros durante esses anos na prisão. Obviamente eu havia me acostumado. Era um domingo, contando pelos dias que se passaram desde a última visita de meus antigos companheiros de time. A porta rangeu e dois Anbu's tomaram cuidado aparente ao se aproximar, juntando minhas mãos e colocando as algemas, estas presas a correntes que cada um segurou uma parte. Nenhum dos dois se deu ao trabalho de explicar e eu não fiz questão de tentar entender. Passaram a caminhar, me obrigando a segui-los. Ao sairmos da prisão, pisquei algumas vezes para me acostumar com a luz do sol. Eles andavam na minha frente, as longas correntes arrastando pelo chão – enquanto eu os seguia alguns passos de distancia – causando um som irritante. Mesmo olhando para frente, pude perceber os olhares dos moradores enquanto eu passava pela vila. Subimos as escadas do prédio principal da vila, chegando finalmente ao escritório da Hokage. Abriram a porta e me puxaram para dentro da grande sala. Passei o olhar por todos os presentes ali. Reconhecia grande parte deles. E Naruto estava ali, ao lado da Hokage, exibindo seu sorriso vitorioso por saber que estava a alguns dias de seu sonho.
– Uchiha Sasuke. – Tsunade me chamou, seu olhar sério sobre mim. Ela parecia abatida, apesar de manter sua aparência da mesma forma como anos atrás.
– Já se passaram seis anos? – Indaguei, sem humor. Uma veia saltou na testa da mulher.
– Nos já conseguimos reerguer parte da fama e confiança que Konoha tinha... Mas ainda não posso me dar ao trabalho de perder muitos dos meus importantes Shinobis. – Tsunade dizia, mantendo seu olhar sobre mim, ignorando minha pergunta irônica. – E eu começo a acreditar que você mereça alguns créditos... Já que tem se comportado de forma adequada por tanto tempo.
– Uh. – Resmunguei, apenas uma mania que eu havia adquirido.
– Ainda falta um ano para que você cumpra todo o período a que foi condenado... Mas estou disposta a lhe dar uma chance. – Encerrou, Naruto soltando uma risada animada. Deveria ser ideia dele... Né? – Hyuuga Hinata.
– Hai. – A Kunoichi deu um passo a frente, ao seu nome ser mencionado. A reconheci, mesmo após tantos anos. Suas bochechas estavam levemente ruborizadas, a franja solta sobre a testa, enquanto o resto do cabelo estava preso em uma longa trança que alcançava sua fina cintura. Tentei não reparar muito em seus trajes, apesar de não ter sido muito fácil. Ainda mais considerando que ela trajava uma blusa preta, colada ao corpo, marcando suas curvas. Voltei meu olhar para a loira a minha frente.
– Por insistir em receber uma missão... – a Hokage começou, com um suspiro. Suas palavras me lembrando sobre a história que Sakura havia me contado a respeito do pai da Hyuuga estar doente. – Apesar de não se encontrar preparada para deixar a vila novamente... Considerei-lhe apta a realizar esta, considerando que irei selar o chakra de Sasuke.
Após uma considerável pausa e ela deslizar seu olhar por todos os presentes, ela continou:
– Amanhã irei anunciar a "parcial" libertação de Uchiha Sasuke. Que irá viver na vila seguindo certos critérios e constantemente supervisionado por uma de nossas importantes Kunoichis.
Imaginei que ela se referia a Hyuuga em questão. Sakura se remexeu em seu lugar, parecendo incomodada com a escolha da mestra. Não estava em meus planos continuar preso mesmo após tanto tempo naquele lugar irritante. Mas eu não tinha motivo algum para sair da vila. Nem para ficar nela. Nem para qualquer coisa. Talvez por diversão, eu pudesse tentar seguir as ordens da Hokage.
– Espero que não desperdice essa chance, Uchiha. – Ela disse, cerrando os olhos para mim.
Novamente, aquele barulho me incomodava... As correntes arrastando pelo chão. Apesar da multidão que se encontrava lá embaixo e das pessoas presentes no telhado do prédio principal de Konoha, um silêncio absoluto fazia-se presente. Pelo jeito, todos sabiam da chance que a Hokage estava disposta a me dar, menos eu. Imaginei o que ela diria para toda aquela gente se eu não tivesse aceitado. Hinata, Naruto, Sakura, Kakashi, Kiba, Shino e mais alguns ninjas que eu conhecia, estavam ali. A Hokage estava de costas para mim, observando os moradores que aguardavam o que estava prestes a acontecer. A mulher loira começou com um discurso, o qual eu não prestei muita atenção. Ela disse algo sobre "a nova geração" e comentou sobre a nomeação a Hokage que aconteceria algumas semanas depois. Passei a ouvir mais suas palavras após a pronúncia de meu nome.
– Uchiha Sasuke terá uma segunda chance. E teremos que confiar nele. Espero que vocês o aceitem de volta, pois há uma grande probabilidade de ele se tornar um morador da vila novamente. – Ela disse e uma boa parte da multidão gritou, contrariados com a ideia. Uma veia saltou na testa da Hokage.
Eu não sabia se estava me dando um desconto por ser um antigo morador da vila e por toda a verdadeira história do meu clã, mas me parecia absurdamente idiota confiar em um traidor a ponto de soltá-lo em praça pública. Os dois anbu's que haviam me escoltado até ali, soltaram minhas algemas. O silencio pairou entre a multidão que jazia lá embaixo, mesmo permanecendo aparentemente contrariados. O sorriso de Naruto continuava ali, reparei. Tsunade se aproximou de mim quando os dois ninjas se afastaram. Sem muito trabalho, arrancou uma das mangas do quimono negro que eu trajava, deixando meu braço direito à mostra.
– Sakura. – Ela chamou a pupila, que se apressou e parou ao seu lado. – Sabe o que deve fazer.
– Hai.
Observei os movimentos da hokage e reconheci os selos que ela fazia. Proferiu algumas palavras, quase que inaudíveis, parando ao colocar a mão sobre meu braço. Senti uma dor indescritível, que no limite do meu autocontrole, consegui apenas fechar meus olhos e conter qualquer ruído agoniante pela dor que eu sentia. Só voltei a abri-los quando já não sentia mais a mão da loira sobre meu braço. Reparei que agora ela estava desmaiada, nos braços de Sakura. Alguns ninjas se aproximaram, auxiliando-a para levar a hokage a algum lugar. Kakashi quem encerrou a "cerimônia", explicando o que a mulher havia acabado de fazer: Selar o meu chakra. Lancei um olhar para o símbolo que agora permanecia em meu braço: O Kanji de "Chakra".
Eu passei o dia no escritório da hokage, aguardando que a mesma se recuperasse. Quando aconteceu, ela ficou me explicando mil e uma coisas que eu deveria fazer e deixar de fazer. Estava terminantemente proibido de usar a minha linhagem, correndo risco de voltar a prisão por tempo indeterminado. Resumindo, até segundas ordens, eu era um morador qualquer da vila da folha. Ela também explicou o motivo da herdeira Hyuuga ser a indicada para me supervisionar. Pelo jeito, ela saberia como lidar com o selo, se algo desse errado. Algo sobre usarem essa técnica em seu clã, o que me fez lembrar Hyuuga Neji.
Por fim, os dois anbu's surgiram novamente e agora me guiavam em direção a minha "casa". Já havia escurecido, mas eu reconheci o caminho. Estávamos indo em direção a área do clã Uchiha. Estava tão vazio quanto sempre esteve, da mesma forma como quando eu morava sozinho ali. Um sentimento de nostalgia me dominou. Suspirei quando um dos ninjas me entregou a chave da casa principal e ambos sumiram. Entrei na grande casa, imaginando porque não haviam a destruído sem a existência de qualquer integrante do clã durante todo aquele tempo. Tudo estava em seu devido lugar, desde ultima vez que estive ali, antes de fugir da vila. Tudo estava limpo, sem qualquer sinal de poeira, reparei. Obviamente, a Hokage havia mandando alguém para arrumar a casa. Mais uma coisa que eu não entendi. Eu subi as escadas, em direção ao quarto. Deitei-me na grande cama e não demorou para que eu dormisse.
Acordei com um barulho no andar inferior. Apesar de cinco anos, eu ainda não havia perdido meus sentidos ninjas. Era óbvio que eu deveria ser odiado por muitos da vila e não poderia me dar ao luxo de não me importar com invasores. Apressei-me silenciosamente para fora do quarto, meu sharingan ativado e deparei com a expressão tímida e conhecida de Hyuuga Hinata. Suspirei, me lembrando de que ela quem iria me "vigiar" durante os próximos meses.
– Des-Desculpa. – Gaguejou, sua face rapidamente corada. Desativei minha linhagem, passando minha mão entre meus cabelos. Bocejei, mostrando minha indiferença. Continuei a andar, passando por ela e descendo as escadas.
– O que faz aqui tão cedo? – Perguntei, reparando que a mesma me seguia. – E não deveria estar escondida por ai, apenas me vigiando?
– Na verdade... – Começou, surpreendendo-me sem gaguejar. – Eu tenho que levar você para fazer compras.
– Compras? – Voltei meu olhar para ela, um tanto curioso. Era só o que faltava. De traidor, eu havia passado a hóspede ou o que? Até compras eu estava merecendo?
– É... Você ainda tem direito ao dinheiro do seu clã. – Explicou. Deu passos em direção a porta e um pouco envergonhada, continuou. – Podemos ir?
Aquela história ainda estava muito mal contada, ao meu ponto de vista. Mas eu não era o tipo de pessoa que perguntava de tudo. Isso era mais a cara de Naruto. Enquanto caminhávamos pelas ruas pouco movimentadas de Konoha durante aquela quarta-feira, todos os moradores pareciam nos observar enquanto passávamos. Da forma como eu imaginara que iria acontecer. Entramos em uma loja de roupas e não demorou para que eu comprasse uma pequena quantidade que considerei útil e suficiente, considerando que eu já tinha os milhares de quimonos da prisão. Depois fomos a um grande mercado, no centro da vila. Lá eu apenas seguia a Hyuuga, enquanto ela enchia o carrinho de produtos necessários para casa e alimentos para sabe-se lá quem preparar as refeições. Pelo jeito, não havia lhe explicado que eu não sabia cozinhar. Tão rápida quanto eu fui em minhas escolhas, ela terminou de pegar tudo e pagou as compras. Quando voltamos à área do clã Uchiha, ambos estávamos repletos de sacolas.
Não havíamos trocado muitas palavras durante nosso "passeio", mas eu não estava nenhum pouco desconfortável com aquilo. Eu preferia, na verdade. Não gostava de conversar e odiava quando tentavam me obrigar a fazê-lo. Hinata parecia bem, silenciosa em seu mundo particular, enquanto apenas observava o percurso que fazíamos. Ela quem abriu a porta, não fiquei tão surpreso ao reparar que a hokage havia lhe dado uma chave da minha casa. Ela colocou as sacolas que carregava encima do balcão da cozinha. Imitei seu gesto, levando comigo apenas as duas sacolas de roupas. Subi até o meu quarto, guardando as roupas no armário. Retirei de lá um dos inúmeros quimonos – que seriam idênticos aos que eu usava na prisão se não fosse o símbolo do clã Uchiha que jazia nas costas da roupa – que algum shinobi deveria ter colocado lá. Peguei também uma toalha e me dirigi ao banheiro.
Após um banho demorado e a troca de roupas, eu desci as escadas novamente. Durante o percurso eu já podia sentir o cheiro contagiante que vinha da cozinha. Onigiri – bolinho de arroz japonês. Fazia bastante tempo que eu não comia um onigiri decente. Quando me aproximei, reparei no prato repleto de um grande número de bolinhos de arroz. Hinata sorria amigavelmente. Todo aquele cuidado começava a me preocupar.
– Também mandaram você cozinhar para mim? – Indaguei, meu tom frio de sempre e meu mesmo olhar inexpressivo.
– Ah... – Começou, seu sorriso desaparecendo e dando espaço para uma expressão envergonhada. – Não... Só achei que estivesse com fome.
– Vou treinar. – Avisei, pegando um dos bolinhos de arroz e dando uma generosa mordida. Ela cozinhava bem, constatei. Arrastei a porta de correr de madeira e dei mais alguns passos até a área de treinamento da casa.
– Hai... – Pude ouvir sua voz, mesmo que tivesse falado em um tom extremamente baixo.
Enquanto treinava, continuava a me perguntar e imaginar qualquer hipótese para a hokage e seus ninjas estarem tentando me agradar. Perguntando-me porque haviam deixado Hinata para me vigiar e porque ela estava me tratando tão bem. Mas eu não conseguia encontrar uma resposta. Já haviam se passado duas horas quando a porta deslizou novamente, causando um ruído incômodo. Parei meu treinamento, olhando para as duas figuras que me encaravam.
– Teme! – Naruto exclamou, com a boca cheia de alguns vestígios do bolinho de arroz de Hinata, o qual ele segurava apenas a metade em uma de suas mãos.
– Sasuke-kun... – Sakura foi a primeira a dar passos em minha direção, com um sorriso alegre nos lábios.
– Hinata-chan cozinha bem, não é? – O loiro indagou alegremente.
– É. – Concordei automaticamente. Ainda tinha que me acostumar novamente com a minha forma de lidar com as pessoas. Estava mais difícil controlar minhas perguntas ou falas.
Eu me iludia a ponto de acreditar que Naruto iria sair por satisfeito apenas com cumprimentos. Ele insistiu para que eu entrasse para conversarmos. Depois de anos, era óbvio que eu sabia como ele tinha a capacidade de ser irritante. Desisti de ignorá-lo, vendo que não estava sendo efetivo, e entrei na casa novamente. Sentamo-nos a mesa da sala de estar, sem a presença de Sakura ou da Hyuuga.
– Sasuke-teme está aproveitando a liberdade? – Ele indagou, soltando uma risada divertida, coçando a parte de trás da cabeça. Era óbvio que aquilo era coisa dele.
– É por sua culpa que estão tentando me tratar tão bem?
– Ahn... – Ele me olhou confuso. – Como assim?
– Me devolveram minha casa. Me libertaram antes do tempo. Me deram meu dinheiro e uma kunoichi que deveria me vigiar mas que me ajuda com a casa.
– Hinata-chan só é legal. E as coisas eram suas. – Ele pareceu ofendido com a minha acusação. Passei a mão pelos meus cabelos, tentando encontrar argumentos para rebater.
– Eu traí a vila. Porque ela seria "legal" comigo? – Ironizei seu adjetivo.
– Porque ela é assim. Não fique duvidando da bondade da Hinata-chan, teme! – Agora estava furioso, mas não era muito difícil deixar Naruto assim.
– Não seja idiota.
Admito ter ficado surpreso por Naruto não ter continuado a discussão. Ele levantou da cadeira bruscamente e saiu da casa. Também admito ter repetido aquela frase para mim algumas vezes. "Não seja idiota." Eu dizia para mim mesmo. Ouvi a porta abrir e fechar novamente. Provavelmente, Sakura havia o seguido. Ao anoitecer, Hinata fora embora silenciosamente. Pude jurar ouvir um baixo murmúrio de despedida, mas não a respondi. No dia seguinte, ela apareceu, tão silenciosamente quanto quando fora embora. Fez o almoço e não falou comigo até o momento em que me ofereceu a comida. Eu recusei. Ela continuou seu dia lendo um livro - que eu não me dei ao trabalho de descobrir o nome sequer o autor – enquanto eu continuava a treinar e treinar. Mais tarde, comi o almoço que ela havia preparado e guardado para mim, mesmo sem ter trocado mais qualquer palavra com ela. Ao anoitecer, ela fez o jantar e foi embora.
– Boa noite. – Disse, em um tom alto o suficiente para que eu ouvisse e ignorasse.
Então, é isso. Espero que tenham gostato. Por favor, comentem e façam essa autora feliz. *-* Beijos da Hime-chan. sz
