Parte 1
Tartarugas Ninjas(Teenage Mutant Ninja Turtles) não pertence a mim. Mas as idéias e loucuras baseadas nesse universo são coisas minhas :D.
Raphael e Casey se davam bem dês de sempre. Ultimamente os dois estavam saindo muito pela cidade, quase todas as noites,procurando Ganges e baderneiros para brigar. E para a sorte deles,geralmente encontravam seus oponentes nos lados obscuros da cidades. Os dois tinham cede de luta,não queriam só saber de treinar.
De tão parecidos, também tinham suas discutições,mas se davam bem e os dois ficaram mais próximos. De modo comiam,bebiam e em algumas ocasiões o senhor Jones o abrigava em sua casa para seu amigo dormir.
Mas um dia,ou melhor,uma noite,aquela "farra" deles deu sinais que deveria ser interrompida,isto ficou nítido durante uma pausa que eles fizeram para conversar – ficaram sentados,lado a lado, num terraço de um prédio qualquer...
-Tem um ferimento aqui Raph.-disse Casey,apontando e se referindo a um pouco de sangue que saia do canto da boca do seu parceiro.
-Sim,eu sei. Não toca. Isso vai passar.- fez uma pequena pausa – O que quer me dizer?
-Rapha, eu consegui umas férias do trabalho,então vou ter que ir para a minha fazenda.
Arnold estava trabalhando numa oficina e pretendia aproveitar o inicio do verão.
-E por que? Eu posso saber?! – falou grosso virando totalmente seu para ele,pela expressão demonstrava estar bravo e que não havia gostado nada daquela noticia.
-Rapha,eu não posso deixar a fazenda em ruínas. É herança da minha avó.
-Você nunca gostou do campo Casey.
-Sim,não gosto muito mesmo,mas ando pensando nela...
-ah! Não acredito! Tá pensando mais na casa de campo do que em mim.
-Raphael,como pode dizer isso?
-Acaso pensou em me convidar,convidar meus irmãos também? Por que,foi por causa de nós que você se lembrou daquela droga de casa!
-EI! Não fala assim da fazenda da minha avó!
-EU FALO COMO EU QUISER SEU DESGRAÇADO!
-Raphael,eu não posso convidar vocês por que vocês precisam ficar aqui treinando e observando algum movimento entranho. E depois,Nova York é a casa de vocês,e eu vou demorar muito lá. Quero reforma-la, posso precisar dela um dia então nada mais natural do que...
Foi bruscamente interrompido,com o tartaruga o agarrando pela blusa de alças e o colocando contra a parede,fortemente.
-VOCÊ VAI COM AQUELA RUIVA NÃO É?!
-Quem? A April?
-E quem mais séria?
-Não! Eu vou sozinho.
Antes de falar qualquer coisa Raphael o liberta.
-Hn,vai reformar aquilo tudo sozinho, sei.-vira-se de costas e cruza os braços.
-Mas é a verdade.
-MENTIRA!
-Eu não sei por que está bravo,você também não gosta do campo.
-É EU NÃO GOSTO MESMO! MAS VOCÊ NÃO PODIA FAZER ISSO COMIGO! TRAIDOR! MENTIROSO! –vira-se para ele novamente,rapidamente e fica o apontando. Fala mostrando os dentes,quase os trincando.
-EI! NÃO PRECISA FALAR ASSIM COMIGO! EU JÁ EXPLIQUEI OS MOTIVOS!-também aponta.
-EU PENSEI QUE VOCÊ GOSTAVA DE MIM SEU IDIOTA! DESCARADO! DEBILMENTAL!
Raphael,não era o Donatello para saber o significado de todas as palavras que dizia,para ele todas as palavras estranhas e de aparências fortes eram xingamento.
-Rapha...- Casey ficou muito surpreso com as palavras dele,isto é,não pelos xingamentos mas a frase em si e o significado dela.
-VOCÊ NÃO PODIA FAZER ISSO COMIGO SEU BESTA! EU NÃO ME IMPORTO MAIS! VÁ PARA A SUA CASINHA DE CAMPO! NÃO VOU MAIS TE PERTURBAR!
O ninja estava visivelmente irado,aponto de chorar,mas demonstrava essa "fraqueza" diante dele. Por isso,quando sentia que não poderia se segurar se retirou dali sem se despedir nem nada,foi saltando nos prédios até sumir definitivamente e voltar para casa. O senhor Jones tentou chamá-lo,mas era tarde. Ficou um pouco sentido,mas não moveu-se por um longo tempo,até...
"O que estou fazendo?! Não posso ficar parado! Jones,você se tornou um boboca!"
Então ele foi seguir o companheiro...
Quando o mutante retornou para o esconderijo, seus irmãos estavam reunidos,surpresos em ve-lo,se diziam preocupados e Leonardo mencionou que eles estavam pensando em procura-lo. Só que o senhor zangado do grupo passou por eles sem querer dar satisfações...
-Rapha!-chamou Leo.
-NÃO ENCHE!-disse o bravinho,já meio longe caminhando até outra entrada. Ele pretendia ir até a sala de treinos.
Os outros só ficaram observando o irmão se retirando da sala,sem dizerem nada,somente surpresos e se olhando. O Mestre andou até o centro,ele de longe havia assistido tudo.
O silêncio predominou por alguns minutos até...
-Bem,e quem vai ter coragem de falar com ele?-perguntou o Michelangelo,como se fosse um alias se esconderá atrás do Donatello,quando ouviu o Raphael gritando.
-Vai você Leonardo. Você tem mais paciência. – Donatello apontou e direcionou ao líder.
-Não acho conveniente falar com ele agora. Vocês viram o quanto ele estava irritado.
-Será que ele brigou com o Casey?-perguntou Mike,para algum deles.
-De qualquer modo,devemos deixa-lo sozinho por um tempo. Depois eu...
-Eu falo com ele. – se prontificou Splinter.
-Hãn?!-todos se surpreenderam.
-Mas mestre tem certeza?-Donnie.
-Não acha meio arriscado. Eu sei lá...-disse o de bandana laranja,temendo algo.
-Escutem meus filhos,talvez ele precise. Fiquem tranqüilos.
O sensei conhecia o filho que tinha. E assim que terminou de dizer isso,seguiu o caminho que o ranzinza havia feito.
Enquanto isso,Raphael estava sozinho na sala de treinos,estava descarregando a sua raiva chutando e socando os sacos de pancadas,além dos bonecos – feitos de pano com enchimento de areia.
O Mestre splinter ao ouvir os ruídos parou na frente da entrada,primeiramente o observou por uns minutos parado ali na frente. Quando achou prudente se aproximou mais do centro onde estava o mutante irado – justo no momento em que o ninja havia feito uma pequena pausa para recuperar o fôlego.
-Raphael.
Raph estava tão centrado naquele momento que só percebeu o rato quando ele lhe chamou pelo nome. E como estava de costas,virou-se para ve-lo.
-Mestre...
O velho olhou em volta,por um momento antes de tomar a palavra. Notou a desordem provocada pela ira de sua cria.
-O que o preoculpa tanto para deixa-lo tão nervoso meu filho?
-Grunf!-rosnou.
-Pode falar para mim.
-O Casey vai voltar para aquela maldita fazendinha dele!
-E isso te incomoda?
-Ele deveria ter nos convidado! Mas prefere ir lá sozinho! Hunf!
-Ele deve ter seus motivos Raphael.
-Hn! Motivos idiotas.
-Raphael,ele deve estar se preoculpando com as suas propriedades,algo que pretendeu a família. Isso é bom.
-Não é! Por que ele nunca gostou de campo,de natureza... Ele sempre gostou de agitação. Agora virou a casaca! É um traidor.
-Não diga isso do seu amigo Raphael.
-Eu digo sim! Ele provavelmente vai querer ficar lá para sempre!
-Tolice Raphael,ele não iria ficar tanto tempo assim,sentiria sua falta.
-MENTIRA! MENTIRA!-socando uma mesa.
-RAPHAEL! Controle-se por favor!
E ele parou,mas depois disso,começou a chorar,soluçava um pouco. Depois andou lentamente até o seu pai e se sentou ao seu lado. Diante dele não tinha vergonha de mostrar suas lágrimas,pois foi a única pessoa que o viu chorando em toda a sua vida.
-Mestre...eu...eu não quero que ele vá...-deitou sua cabeça no colo dele,como se fosse uma criança desamparada.
Fazia um tempo que eles, Casey e Raphael, não se consideravam mais apenas amigos e parceiros. Era evidente,pelo menos entre eles(isto é,sem ninguém mais saber)que a relação estava mudando. Raphael era um ser muito fechado para admitir qualquer coisa e Casey,demonstrava mais,embora um pouco discretamente.
O mutante se lembrava dos abraços do humano e os selinhos provocativos nas bochechas e testas.
Nesse momento,quem o envolvia e acariciava era seu pai...
-...eu...eu não quero que ele me deixe...mestre...eu o amo...- enfiava seu rosto no peito do idoso.
-Calma meu filho. Vai ficar tudo bem.
-Eu pensei que ele gostava de mim...mas quer ficar longe...
-Eu não creio nisso meu filho.
-Como pode saber?
-Eu sinto,eu percebo. A velhice me deu experiência.-imudeceu por um largo momento.-Você comeu alguma coisa?
-...um sanduíche...e batatas frita.
-Você precisa se alimentar melhor meu filho,vou trazer alguma coisa para você.
-Não quero nada.
-Mas irei trazer,pelo menos um copo de leite você precisa tomar. Eu já volto.
O ninja ficou quieto,sentado e parado ali,olhando para o nada. Enquanto Splinter saia do recinto.
Enquanto isso Leonardo,Donatello e Michelangelo. estavam na sala,em silêncio,sentados no sofá,esperando o mestre regressar...Só que,bem antes do sensei voltar, quem apareceu lá foi Casey. Parou na frente da entrada,para recuperar o fôlego...
-Hãn?! Casey! O que faz aqui?-pergunta Leonardo,o primeiro a ver o rapaz,levantar-se e falar.
-Hãn?! Só um segundo. - pediu o humano muito cansado de tanto correr.
Leonardo então deu um tempo para ele,mas caminhou até o mesmo.
-Pode me responder o que fez com o Raphael?
-Hãn? Eu? Não fiz nada.
-Nada? Eu sei que vocês dois vivem saindo para brigar nas ruas, e depois disso ele nunca chega tão bravo como hoje.
-...ahn...bem,eu só disse que iria voltar para a minha fazenda.
-...Então é isso. Ele deve ter ficado chateado.
-Sim,eu percebi. Mas...O que passo fazer? Eu tenho que voltar e reformar aquilo.
Nesse momento Mestre Splinter entrou na sala e ao ver que o senhor Jones estava no local se aproximou...
-Você não o convidou?-perguntou Leonardo.
-Eu não achei que ele se importaria,afinal ele não gosta de campo e muito menos querer trabalhar lá. O negócio dele é ficar lutando.
-Boa noite Casey.
-Boa noite Mestre Splinter.-o reverenciou.
-Acho que você e o Raphael tem muito o que conversar.
-NÂO! Os dois podem acabar se matando.-disse Michelangelo apavorado.
-Agora que não é pra tanto.-disse Donatello.
-Ele tava bravo e eu ouvi os ruídos vindo da sala de treino. Provavelmente deve estar em pedaços.
-Não creio que isso aconteça Michelangelo. O Raphael está mais calmo no momento.-a última frase foi dita olhando para o senhor Jones.
-Ahn...não sei se devo ir lá falar com ele...
-Por que? Tá com medo de ser massacrado Casey?-gracejou o Mike.
-Não. É que ele não irá querer me ouvir e nem deixar falar.
-Escute o que eu digo e insista.-disse o ancião.
Enquanto se estava tentando concertar as coisas que quebrou na sala de treinos,ele não gostava de ficar parado,reflexão o incomodava. Ele somente conseguiu juntar a areia num lugar só para tentar por novamente nos sacos,como lá não tinha material para poder fazer remendos,então resolveu levantar-se e ir até a sala pensando em perguntar para alguém onde tinha.
Mas quando caminhava pelo corredor ouviu a voz de Michelangelo falando...
-Ei! Que tal uma macarronada!
Ouvir aquele nome de comida,o deixou com fome e o mutante começou a apressar o passo. Mas parou na entrada para a sala ao ver Casey sentado num dos sofás...
-Aceita um pouco Casey? –Mike estava oferecendo um prato cheio de macarrão com almôndegas.
-Não obrigado eu...
-O QUE ESSE IDIOTA FAZ AQUI?!-gritou Raphael apontando para o humano.
-AHHHH! A FERA APARECEU!SALVEM SUAS VIDAS!-disse Mike muito assustado em ver Raphael,logo jogou o prato para trás e correu rapidamente para fora do esconderijo no desespero.
Leonardo,Donatello e Splinter vieram rapidamente até a sala ao ouvir todos aqueles gritos,para saber o que estava acontecendo.
-Mike!-grita Donatello na esperança de chamar atenção dele e para-lo. Infelizmente foi em vão.
-Vocês dois vão buscar o Michelangelo. –disse o mestre olhando para o líder e o Nerd do grupo.
Ambos consentiram e começaram a andar até a entrada do local...
-Mas não vai ser tarefa fácil. Do jeito que ele se assustou deve estar longe.-comentou Donnie.
-Vamos conseguir.-disse Leo,atrás dele.
Quando eles saíram totalmente do recinto,o rato olhou para Casey – que já havia se recomposto daquele susto e estava olhando tudo que acontecia em sua volta,até para o Raphael. E depois o velho mirou seu filho,que estava longe e com expressão de aborrecido. E minutos depois disse...
-Raphael,venha cá. Não faça essa disfeita com a visita.-chamou fazendo um gesto com a mão também.
-Ainda não me responderam por que ele está aqui? Pode que o deixaram entrar.
-Raphael,ele é o seu companheiro.Não pode ficar emburrado para sempre. Venha aqui para se entenderem.
-Hunf!
-Venha Raphael! Não banque a criança!-começando a perder a paciência e quase engrossando a voz.
Ao ouvir isso,o mutante se aproximou,porém ficando o mais distante possível do rapaz. E se limitou a olha-lo também.
-Assim é melhor. Agora,eu os deixarei sozinhos por um momento.
-Mestre! E essa coisa aqui no chão?-Raph chamou a atenção do sensei e apontou para o prato de macarrão no piso.
-Quando o Michelangelo voltar,terá que limpar o que sujou.
Assim que respondeu aquela pergunta se retirou.O adolescente ficou observando-o sair, Casey também fez isso mas logo ficou olhando para baixo,depois o ninja voltou seu olhar para aquela comida no chão.
"Que desperdício!" pensou Raph.
Após pensar isso,começou a tirar a sacola de bastões de basebol e tacos de golfe do senhor Jones de cima do sofá,pois pretendia se sentar. E o dono daqueles objetos só levantou seu rosto ao ouvir aquele ruído familiar.
-Ei!O que está fazendo?-levantou-se.
-Não vou fazer nada com suas tranqueiras,só quero sentar-se.-pega aquilo com as mãos e continua afastando-os,colocando de pé e encostado num outro sofá.
-Não precisa falar assim das minhas coisas.
-Por que? São só objetos. Vou vai dizer que trata isso como filhos?-fica de frente para ele o encarando.
-Nã também não precisa falar assim Raphael.-cruza os braços.
-Ah,agora está bravinho.-também faz o mesmo.-Quer dizer que coloca todos os seus sentimentos nesses negócios em vez de mim.-assim que termina aquela frase vira-se de costas.
-Raphael,para com isso. Você sabe que...eu sempre gostei de você.
-Conversa fiada.
-É sério! Ora Rapha,se eu não gosta-se eu não te daria beijos...-se aproxima mais dele e coloca as mãos nos ombros do mesmo.
-Não encosta em mim!-levanta os ombros.
-Deixa de palhaçada!
O ninja somente bufou e rosnou. Minutos depois de tanto olhar para o chão,Casey pensou em algo para falar...
-Você quer ir comigo para a Fazenda?
-É tarde demais para convidar.-fala um pouco mais sereno,chateado.
-Não acho. O convite ainda está de pé,se quiser pode pensar. Eu espero até...
-Não posso ficar para sempre naquele lugar.-o interrompe e o olha pelo canto do olho.
-Mas eu não pretendo ficar morando lá para sempre. É só por algumas semanas,talvez um mês. Só até eu organizar lá.
-...Lá é muito monótono para mim.
-Você pode me ajudar no batente.
-Não gosto desse tipo de trabalho. Depois além de suado eu fico cheirando a feno.
-Deixa de frescura Raphael.-com os olhos puxados,demonstrando resprovação.
-Não é frescura! Eu só não gosto!-vira o rosto e o corpo todo,ficando na frente dele,também abaixa os braços.
-Está bem,você não precisa mexer no feno. – Mostra as palmas das mãos na frente,fazendo um gesto de "pare", para acalmá-lo. - Mas pelo menos uma ajuda você podia me dar.
-EU JÁ DISSE QUE EU NÃO SOU SEU EMPREGADO!-aponta o dedo na frente dele,quase tocando a cara do rapaz.
-Raphael eu não...-surpreso.
-CALA A BOCA! Você não pode me arrastar para aquele fim de mundo!
-BASTA!-disse Splinter,ao chegar no local.- Será que vocês dois não podem entrar num acordo?
-Eu estou tentando.-já perdendo a paciência.- Mas o seu filho é um cabeça dura.
-Me deixa em paz!-vira a cara e fica novamente com os braços cruzados.
-Eu já percebi tudo.-diz o sensei se aproximando deles. Logo ele ficou entre os dois. - Raphael. Acho que devia ir com o Casey.
-Hãn?! Mas mestre,...eu...eu...-muito espantado,ia dizer algo,porém foi interrompido pela mão do rato que fez sinal para ele parar. Não deu para falar,especialmente por que o ninja não tinha uma mente tão rápida para pensar em algum argumento logo e gaguejou.
-Raphael. Eu dou permissão para você ir. Tome isso como mais que um treino,uma missão. Você está quase entrando na fase adulta, talvez precisa disso para amadurecer mais.
-O senhor também pretende ir?-perguntou Casey.
-Não. É importante que eu fique,até mesmo por causa dessa missão dele. –essa parte foi somente falada olhando para o senhor Jones. Mas ele sabia que sua cria estava ouvindo. Logo voltou a se direcionar totalmente para Raphael - Será como um treinamento,sem o olhar do mestre. Não pense nisso como algo ruim. Talvez esses dias juntos morando na mesma casa sirva de lição para ambos,especialmente para se conhecerem melhor.
-Acho que pelas nossas saídas a noite,já nos conhecemos bem.-disse Casey.
-Talvez não o suficiente,precisam se entender melhor.
Raphael não falou nada,mas para o pai estava claro que ele concordava,não havia outra saída.
Mais tarde,quando Leonardo e Donatello voltaram,arrastando Michelangelo pelos braços e o cinto – ainda com medo da ira do irmão,esperneava e gritava se negando a voltar - eles viram o sensei praticamente sozinho,sentado no sofá da sala,tomando chá e vendo televisão,naquele instante passava comerciais.
-Pode se acalmar Mike,o Rapha não está na sala.-disse Donatello para o irmão,pois ele se encontrava de costas e tapando os olhos com as mãos.
-Certeza?-perguntou ele antes de olhar.
-Sim.- disse com uma certa irritação,tentando ter paciência pois reprovava aquela atitude do ninja.
-Mestre? Cadê o Casey? E o Raphael?-pergunta Leonardo,indo se aproximar do rato.
-Casey já foi. E o Raphael está em seu quarto fazendo as malas.
-Malas?!Mas...por que?
-Eu ouvi bem?! Você o expulsou de casa?! -perguntou Michelangelo muito surpreso.
-É claro que não Mickie!-disse Donnie dando um tapa no pescoço do mano.
-Não. Ele irá passar uns dias na fazenda do Casey o ajudando.
-Sério?! Puxa! Como o convenceu?-perguntou Leonardo,impressionado.
-De algum jeito ele entenderá que isso fará bem para ele. Alias,para ambos.-disse isso antes de tomar outro gole de chá.
-Eu estou realmente surpreso com isso.-disse o líder.
-E quando eles vão?-Donatello.
-Amanhã a tarde.
-A quanto tempo o Casey saiu? Não o vimos passar.-o gênio do grupo voltou a perguntar.
-Ele se retirou a algumas horas,pois ele precisava aprontar a sua bagagem também.
-Então vamos lá dar uma força para o Rapha!-disse o mais alegre da turma.
Ele já estava quase correndo e saindo alegremente do recinto,quando foi interrompido...
-Não tão rápido Michelangelo. Você ainda precisa limpar o que sujou.- fez sinal de pare com a mão direita,enquanto estava de olhos fechados e depois apontou para o macarrão que estava no chão,ao perceber que o filho havia virado o rosto.
-Oh.-disse o tartaruga,desapontado e chateado.
Depois de esperarem ele limpar os irmãos foram falando com o de bandana vermelha. Ele estava de costas,então se assustou quando Michelangelo resolveu entrar de repente e o abraçar.
-RAPHA! OH EU SENTIREI MUITO A SUA FALTA!-pulou em cima dele,quase o jogou no chão,deu um abraço bem apertando e começou a falar com uma voz chorosa(não embargada).
-ARGH! ME SOLTE MICKIE!-se mexendo para tentar se soltar.
-Mike,para com isso,vai acabar tirando o ar dele.-pediu Leonardo se aproximando.
-Mas eu vou sentir saudades.-o solta,para o alívio do outro.
-Só que não é necessário dar um abraço tão forte assim.-disse Donnie colocando a mão no ombro no alegrinho.
-Todos nós sentiremos a sua falta Rapha.-disse o líder,olhando diretamente para o mutante.
-Mesmo? Achei que iam gritar "aleluia".-disse o rabugento,bem sério.
-Ora e a gente ia comemorar a sua partida?-diz o nerd.
-Nós te amamos Raphie.-diz o de bandana laranja com uma expressão fofa.
Raphael fica encabulado ao olha-lo e ouvir isso.
-Eu o desejo boa sorte irmão.-diz o de azul,juntando as mãos e fazendo um tipo de reverencia.
-Obrigado.- o senhor zangado o olhou sério.
-Eu idem. E espero que o Casey e você não voltem fazendo queixas um do outro.
-Puxa,só os dois sozinhos lá naquele mato,vai ser engraçado. Podia levar uma câmera para poder vigia-los. –diz o bobo fazendo pose de pnsativo e achando aquilo uma "grande idéia".
-Menos Mickie.
-Brigar é obvio que vamos,isso é inevitável,especialmente por que pelo visto ele será como meu patrão,já que ele é dono daquela parada toda.
-Concordo que é inevitável vocês brigarem,mas...-diz o Leo,mas é interrompido.
-Hey,será que pode trazer algumas verduras e hortaliças para cá? Vocês vão plantar lá não é mesmo?-pergunta alegremente o Geek.
-Bem...hãn...-Raphie não conseguiu completar,o outro foi mais rápido.
-Eu vou pegar uma lista! Espera um momento!-disse isso mesmo sem ter uma resposta concreta e se retirou.
-Ah! Eu também já volto. Vou pegar uma coisinha!-disse o Michelangelo.
Então somente dois ninjas ficaram lá no quarto por uns instantes. Nisso o comandante da equipe aproveitou para falar...
-Rapha, você gosta muito dele não é?-pergunta isso sorrindo e colocando as mãos atrás das costas.
-Hãn?-espantou-se e ficou corado. – Do que está falando?-virou-se para ele.
-Você já me revelou isso.
-Não me lembro.-estava sério.
-Você gritou isso para mim num momento de ira.
Ele se lembrou,não estava disfarçado realmente não se recordava,até o mano lembra-lo.
-Isso não quer dizer nada. Num momento de raiva a gente pode falar alguma besteira.-virou o rosto novamente,corado e tentando contornar a situação.
-Não tente me confundir Raphael. Dá para perceber que você ama o Casey. Mas não se preocupe não vou contar para ninguém. Mas quero te dizer que por esse motivo creio que vocês dois não irão brigar tanto,especialmente quando ele souber desse sentimento.
Raphael preferiu o silêncio e fingia se concentrar na arrumação da sua bagengem sendo que não havia mais nada para por lá.Assim Não revelou que o Casey já sabia sobre o que ele sentia. Quando os outros voltaram,parecia que aquela conversa não havia acontecido.
Donatello deu uma pequena lista,feita numa folha só,pelo menos não era tão larga. E Michelangelo inventou de dar a ele uma foto de todos juntos.
-Eu já tenho uma foto dessa lembra? Você distribuiu cópias para todos.
-Então leva só o porta retrato,para a sua não ficar dobrada,amassada e sei lá mais o que.-retirou a fotografia e deu a tal moldura.
Ele insistiu tanto que o outro acabou levando,mas ficou com raiva de tanta insistência.
No dia seguinte, já a tarde os irmãos foram levar o maninho disfarçado e cheio de roupas - além de óculos escuros,até a tampa de bueiro que estava mais próximo da rua indicada pelo Casey, lá as tartarugas se despedirem novamente. Lá em cima Casey já esperava numa esquina,ele se encontrava dentro do seu carro vermelho e fez um sinal. Tudo havia sido esquematizado um dia antes. E Raphael ao ve-lo se aproximou.
-Como vai Raph?-ele saiu do carro para cumprimentá-lo,também estava de óculos e sobretudo,não queria que o parceiro paga-se mico sozinho.
-Louco para sairmos logo daqui. Me sinto ridículo.
-Eu estou bem obrigado. – expressão chateado. - Hãn...você só vai levar ISSO?- ao olhar bem,notou que ele só trazia consigo uma mala e estranhou.
-Ora,a única roupa que eu levo é essa que estou usando no momento. Caso você não se lembre eu não uso roupas.
-ah...
-Por que o espanto?
-Nada,é que agora que eu notei,me sinto como naquele dia em que eu descobri que o Pato Donald não usa causas.
-Ora! Eu não fico usando inutilidades. Só estou levando o que quero e o que devo levar.
-Está bem. Está bem.
Assim ele pegou a maleta dele e colocou junto com as suas coisas no porta malas do carro. Havia mais 3 bagagens lá dentro.
-Você devia ser multado por excesso de bagagem.-observando o que tinha lá e contando com os olhos o número exato de malas.
-O que eu estou levando pelo menos para mim vai ser muito útil.-virou o rosto para ele,estava tentando se controlar para não acabar ficando bravo e causando uma discutição, o caso é que estava enjoado e quase perdendo a paciência por causa daquele assunto.
-Está certo.
-Bem,vamos entrar no carro.-caminha até a porta.
-Quem vai dirigir.-gracejando e sorrindo entre os dentes.
-Engraçadinho. Claro que sou eu.
-Eu posso ficar do lado do motorista?
-Claro. Era essa a minha intenção.
-Você é um malandro sabia?-dá um sorrisinho meio malicioso.
-Não é bem por isso,é que eu ainda tenho que fazer compras e as sacolas ficaram do banco de trás.
-Seu sem graça.-murcho.
Depois desse rodeio os dois finalmente resolvem entrar no carro,colocaram os cintos e ligou o automóvel. Assim começou a viagem deles,que demorou um pouco,pois a fazenda era em outro estado bem longe dali. Além disso,tiveram que parar para abastecer e comprar comida,como o senhor Jones havia dito antes.
Como o ninja era impaciente o Casey tentava ocupa-lo com algo,como: pensar em algum assunto para conversarem,ouviam música no carro,emprestava o seu vídeo game portátil,faziam outros tipos de jogos e etc... Fazia de tudo para acalma-lo e a viagem ficar mais tranqüila.
E o mutante começava a se acostumar com ele,de tal modo que quase não resmungava mais pela demora. Em alguns momentos se davam bem,claro que tinham seus períodos de discutição,era aquelas ocasiões que se mostravam como crianças brigando, como no super mercado onde um queria levar mais coisas e também sobre qual Hotel que deveriam passar a noite já que a jornada era mais extensa e eles não pretendiam dormir no carro.
Só se hospedaram em três hotéis, no último,ocorreu uma situação embaraçosa,só havia vaga e era uma suíte para um casal. Os dois deram umas desculpas para conseguir aquele quarto a qualquer custo. Conseguiram,porém nunca haviam dormido juntos,numa cama de casal e tudo ficou muito estranho. Mesmo que eles se gostassem,não eram casados e nem ao menos se consideravam ainda namorados oficialmente. Então cada um ficou num canto da cama,porém bem afastados e virados para o lado oposto um do outro.
Finalmente depois de alguns dias,eles chegaram a seu destino.
A fazenda parecia bem mais antiga que o normal,pois ela estava um pouco abandonada já que o agora dono do local raras vezes aparecia lá. Havia muito mato e plantas bem crescidas,algumas se escoraram nas paredes.
-Nossa! A quanto tempo você não aparece aqui?
-Acho que dês do fim do ano passado.
-O negócio ta capenga Casey.
-Ora,mas vai ficar novo se a gente trabalhar um pouco.
-AGORA?! Pô eu to cansado! A viagem foi longa
-Eu disse que seria.
-Mas...
-Tudo bem,a gente pode entrar um pouco e descansar,porém teremos que fazer umas coisinhas antes.
-Como o que?
-Corta a grama e espanar os móveis.
-hunf! E essa agora!
-Raphael!
-Tá bom eu ajudo!
Então Casey tirou do celeiro um cortador de gramas antigo,desenferrujou com óleo,antes dele começar a cortar. Enquanto o dono abria a casa e espanava o pó e poeira. O ninja não parava de reclamar,só fazia isso,embora só houvesse uma pessoa para escutar,além dos pássaros.
Eles chegaram lá no meio da tarde e quando terminaram já tinha escurecido.Só que antes de pensar em comer,foram descansar no sofá.
-Vou cobrar alto por esse trabalho forçado.-disse Raphael totalmente jogado no sofá,o pé da perna esquerda estava encima do encosto.
-Pare de reclamar por favor.-disse o humano,também deitado,com a mão do braço esquerdo tocando o chão.
-E as compras?Vão ficar lá no carro?
-Ai! É verdade.-bateu na cara,havia se esquecido das coisas.
-Suas coisas e as minhas também estão lá dentro.
-Ah,amanhã a gente pega.
-E quem vai preparar o jantar? Já vou avisando,não estou nas mínimas condições de fazer isso.
-Idem.
-O que quer dizer isso?
-Quer dizer "eu também".
-Você parece o Donatello falando essas palavras difíceis.
-hn. Isso é um elogio?
Depois o silêncio predominou naquele recinto por um tempo. Até que minutos depois o dono da residência resolveu fazer um esforço para levantar,não estava totalmente recuperado do trabalho que fez mas se sentou e espreguiçou...
-O que houve?
-Nada. Só acho melhor ir dormir numa cama e não no sofá.
Rapha olhou para o relógio que tinha na parede ao seu lado,que no caso marcava 20:00...
-Esse relógio está funcionando?
-Sim.
-Ainda é cedo Casey.
-Mas é melhor dormir logo para estar totalmente descansado amanhã. Numa fazenda tem horários para isso.
-Vai dormir numa cama suja?
-Não,eu trouxe um saco de dormir.
-Então ta, boa noite.
-Você deveria fazer o mesmo.
-Prefiro dormir aqui.Não quero levantar tão muito cansado.
-Raphael,o sofá não é um bom lugar para dormir,você vai acordar todo dolorido.
-Ah para! Já dormi muitas vezes num sofá e pior que esse aqui.
-Então tá. Boa noite.
-'noite.
Jones caminhou até seu quarto,quase se arrastando,parecia um doente de corpo mole,que mal não conseguia se agüentar. Ainda assim,teve forças para desenrolar o saco de dormir,porém,quando ia entrar nele e deitar,pensou bem e resolveu arrumar um para o tartaruga também – caso resolva vir.
"Ele pode eu me preocupo com ele."
Raphael,então ficou no escuro,somente olhando para as paredes e o teto, na verdade para o nada,via o tempo passar sem perceber direito enquanto se centrava em seus pensamentos – pensava sobre tudo que tinha direito: aqueles dias que passaram,sobre aquela fazenda,lembrava da sua casa,seus irmãos e seu pai. Enquanto esperava o sono chegar.
Até que,22:15 viu que sua espera era em vão. E naquele momento sentiu-se sozinho,na verdade bateu saudade do companheiro,dono daquela casa. Então se levantou,com pouca dificuldade, já estava um pouco descansado. Caminhou sorrateiramente,como um ninja que era,até o quarto do mesmo – por sorte a porta estava entre aberta e de longe dava para ver-lo dormindo na cama.
Se aproximou,agachou-se e lembrou-se daquela noite em que a força tinham que dormir eles tivessem feito o possível para não se tocarem,o mutante sentiu como o rapaz estivesse muito perto dele, era meio inevitável de que diante de um sono profundo a pele e os cabelos não se encostasse. E que de manhã,eles acabassem acordando com os rostos próximos e se assustando um com o outro,por causa disso. Além disso, Raph se lembrava era do cheiro que mascarado exalava. Era algo estranho e era desse aroma que buscava no momento presente.
Queria se aproximar mais,e tinha vontade de fazer isso,porém interrompeu-se logo, recuperando-se de um tipo de transe,causado por aquele odor esquisito.
Depois que se afastou...
"O que estou fazendo?! Realmente estou ficando louco? Não queria ser um daqueles doidos apaixonados de filmes. Isso é ridículo!" disse corando.
Ao virar o rosto que notou um outro saco de dormir,pronto,percebeu que já estava pronto para ele deitar lá...
"Ele é mesmo muito esperto,pressentiu que eu iria vir." Deu um pequeno sorriso,.
Então entrou naquele negócio,dormiu deitando de bruços.
Casey nem percebeu que ele estava naquele lugar,quando acordou na manhã seguinte,assim que o relógio despertou não viu o seu parceiro nem no quarto e menos ainda na sala – onde esperava o encontrar. Mas logo ouviu uns ruídos na cozinha e foi até lá. Raphael estava fazendo o café – estava fazendo panquecas, a mesa estava cheia das sacolas de compras.
-Rapha!
-Ah acordou! Pensei que você disse que as pessoas aqui acordam cedo.
-Sim. Mas você madrugou!
-Algumas vezes lá em casa acordamos mais cedo que seis horas.
-Em algumas fazendas se acordam quatro horas. Mas não acho que devo aplicar essa regra aqui, seis está muito bom para só uma ou duas pessoas trabalharem.
-hun.-voltou-se para a frigideira.
-Em todo caso,bom dia.-se aproximou mais dele e tocou em seus ombros e casco.
-Pra você também.-centrado no que estava fazendo.
-Deixa que eu arrumo a ê guardou alguma coisa?
-Só peguei os ingredientes para fazer as panquecas.
-Já vi. – virou-se e viu o material todo em cima da bancada.
Depois que terminou de falar isso, foi guardar os produtos que estavam nas bolsas,pondo em seus devidos lugares dos armários de cima e de baixo,para poder em fim arrumar a mesa. Felizmente,conseguiu fazer isso uns segundos antes das panquecas estarem para serem servidas. Então, Raphael pôs os pratos em cada canto da mesa.
-Deixa que eu pego os copos e talheres.-avisou Casey.
-Você quer beber alguma coisa?-fez essa pergunta,pois não havia pensando em por alguma bebida e notou que ele mencionou copos.
-Sim.
-Não deve ser bebida gelada. E você nem tem geladeira. Menos ainda liquidificador.
O senhor Jones pensou e rapidamente expressou que havia lembrado de algo...
-Tem uma garrafa térmica no carro,nela tem água pegar para mim?
-Tá.
Raphael foi rapidamente,enquanto o outro organizava a mesa. Não demorou, para o mutante regressar e misturar os sucos industriais que haviam comprado com a água gelada da garrafa,unindo tudo numa jarra para medir.
Quando se sentaram para comer, o humano decidiu começar uma conversa...
-Você dormiu bem?
-Sim.-responde sério,antes de levar um pedaço a boca.
-A gente tem que trabalhar,mas você não precisa comer depressa tá. Temos tempo.
-"Obrigadu".-fala de boca cheia.
O senhor Jones pretendia pedir para ele não falar com a comida toda na boca,mas temia que o outro não fosse gostar de ser alertado e receber sermão,então decidiu deixar para lá.
-Deixa que eu lavo a louç ?
-Sim.
Mas logo os dois ficam comendo em silêncio que se prolongou quando Jones foi para a pia,levanto os pratos e talheres para lavar a louça. Raphael só ficou sentado esperando.
Depois por fim os dois saíram e foram para o celeiro. Pegaram materiais de construção e tintas para melhorar aquele local. Primeiro deram uma limpeza no lugar,já que estava cheio de feno,poeira e madeiras quebradas espalhadas.
Depois começara que retirar madeiras velhas que estavam quase saindo,ou apodrecendo - apesar que algumas já haviam caído de tão ruins que estavam – e mudaram para por novas – pregos bons também. Assim conseguiram restaurar e tapar buracos, de cima a baixo.
Durou boa parte da manhã, Raphael continuava a reclamar,os dois quase não se falavam muito,pois o Casey pedia para ele só se concentrar em trabalhar,com isso ouvia xingamentos,mas o ninja ajudava.
Em um momento,quando o tartaruga no andar de cima do celeiro,agarrando feno que Arnold jogava para ele...
-Não precisa reclamar tanto Raphael,falta muito pouco.-disse o Jones.
-Pouco?! Você não disse que a gente iria pintar também?!-parou para falar.
-Sim. Mas vamos descansar primeiro,antes de pintar. Depois terminamos.
E daí eles continuaram com o batente,mudos,depois dessa conversa.
No final,eles se sentaram embaixo de uma árvore,e encostaram no tronco dela,um de cada lado.
-Que bom. Nós terminamos uma hora antes de dar meio dia.
-Isso é tão bom assim?
-Assim temos mais tempo para descansar antes do almoço.
-Estou cansado demais para pensar em comida. Mas uma limonada iria bem agora.
-Só que eu não trouxe limão.
-Isso é uma pena.
Eles voltaram a ficar em silêncio, o ninja olhava para cima para as folhas das árvores e o humano para a frente,a o tempo em que ficaram mudos não foi tão prolongado desta vez...
-Raph...
-O que?
-Você sente saudades dos seus irmãos?
Só que o mutante ficou quieto,então o outro percebeu que aquilo era uma afirmação.
Logo depois,o senhor resmungão deitou-se na grama,ficando com a cabeça próxima ao do fazendeiro. Os dois ficaram se olhando fixamente. Raphael não queria ficar calado,mas não sabia o que dizer,ele não sabia se expressar diante aquele assunto, pois pouco entendia daquele sentimento que era Amor, por essas e outras que não gostava de falar disso.
Porém para o Arnold,não importava muito que o mutante ficasse quieto,tocou seus dedos no rosto dele para acariciar e demonstrar que não precisava falar para se expressar. Passava sua mão direita na testa dele e no topo de sua cabeça.
-Eu vou acabar dormindo se você continuar fazendo isso.
-Desculpe.-afastou a mão,mas não desmanchou o sorriso.
-Eu não tenho cabelo...por que acariciar a minha cabeça?
-Já me acostumei.
O mutante de repente resolveu agarrar o pulso dele...
-Hãn? O que está fazendo?
E começa a observar a mão dele,tocar e contornar os dedos dele,parecia um ser de outro mundo reparando num humano,algo do estilo do Tarzan. E o Jones ficou só olhando isso,sem entender e sem saber o que dizer,até que minutos depois...
-Como é ter 5 dedos?
Casey ficou um pouco surpreso,não esperava por aquela frase,acho que nenhum humano espera...
-Bem...é normal...
-Pergunta inusitada?
-...Acho que ninguém está preparado para ouvir isso.
-E nem para responder né?
-...Isso foi um teste?
-Não. É sério.
Arnold ficou com dúvidas sobre isso,mas resolveu deixar estar,especialmente por que ele soltou o seu punho. O tartaruga estava sendo sincero,entretanto,ele estava falando qualquer coisa que vinha a sua cabeça pois queria ter algo para dizer.
-O que vamos fazer depois?
-...Eu estava pensando em pintar o celeiro,mas é melhor cuidarmos da casa antes.
Raphael somente consentiu com a cabeça. Depois levantou-se,porém para ficar sentado e ficou olhando fixamente Casey,de um jeito sério,parecia querer penetrar os seus olhos dos dele. Pela primeira vez o humano ficou assustado algo vindo do ninja...
-Hãn...o que houve? Raph?
E de forma muito ligeira e um tanto agressiva,o mutante agarrou aquele rapaz e o beijou,de maneira forçada. Foi tudo muito rápido e chocante demais. No primeiro momento o cara esbugalhou os olhos e tentou sair daqui – movendo as mãos,tentando afastá-lo de si - por sentir que estava se sufocando. E mesmo "amordaçado" ele tentava dizer alguma coisa.
O ser verde,tentou de todos os modos impedir um afastamento e também que o outro se debate-se tanto,ele não entendia que estava fazendo errado e que estava o machucando. Por isso,depois de tanto movimento resolveu parar a sua ação,meio chateado...
-O que foi? Por que não para quieto?
Antes de dizer algo fazendeiro tentou recuperar o fôlego...
-O que houve?-Raphael achou aquela reação do outro estranha.
-...por...por que você fez isso?
-Hãn?! Por que?! Não gostou?!-ficou nervoso.
-Na verdade não! Você estava tentando me beijar...mas não é assim que se faz!
-Ora! O que você esperava? E você acha o que? Que eu tinha que treinar com outra pessoa?-se levantou,invocado.
-Não,mas...-falava serenamente agora.
-Não diga mais nada Casey,se não gostou,esqueça!-faz um gesto com a mão direita e vira-se para trás,emburrado.
-Calma! Não precisa ficar enfezado. Eu acho... –se levanta e coloca as mãos nos ombros dele.
-...Acha o que? Que aquela ruiva beija melhor? Hunf!
-Não. Raphael,acho que isso é normal...
-O que? O beijo não sair bom. Eu não sei dessas coisas ta legal!
-Deixa eu te mostrar como é...-fez ele virar-se.
-Me solta! Não encosta em mim!
Apesar dos protestos e do anfíbio tentar afastar o humano de perto dele,não conseguiu resistir muito a aproximação dele e logo parou de mexer-se quando sentiu os lábios dele tocado a sua boca. Casey ficou com as costas meio curvadas,mas não importava,envolveu o pescoço dele ,enquanto o mutante tocava a sua cintura,para em breve o abraçá-lo também.
Minutos depois o cara da máscara de hóquei no gelo se afastou...
-ar...por que parou desta vez?-murmurou o ninja.
-Já está bom Raphael,temos que voltar a trabalhar,talvez depois continuamos.-o abraça pelo pescoço e depois lhe dá um selinho na testa.
O mais baixo o abraça o apertando um pouco,agoniando seu rosto no peito dele.
-Não quero trabalhar,quero você comigo.
-Mas eu vou continuar com você.
-Não desse jeito.
-ahahaha...Raphael...Vamos.
E ele o puxou até dentro da casa,pegando pelo pulso. O mutante se encontrava muito envergonhado,depois daquela fala,ele pouco disse alguma coisa,somente dava uns rosnados,enquanto lavava o banheiro e fazia cara de bravo. Não gostava de se sentir acanhado,era desconfortável para ele.
Casey foi pegar as malas dentro do carro e arrumar as coisas no quarto. Ele ficou acanhando também,porém diferente de Raphael gostou daquilo e sorria ao lembrar do que eles passaram juntos, se sentia até um pouco bobo,como um adolescente,pensando na ação e no seu amado.
Ele sempre achou estranho que estava apaixonado por um tartaruga mutante,mas tentava não levar para o lado dramático,não queria se sentir dentro de uma história de romance proibido. Ou até,ter ele mesmo,preconceito com isso. Então,fez o possível para demonstrar que o que sentia era mais que simples fraternidade,ele o amava e revelou isso somente o abraçando e lhe dando beijos na testa,além da bochecha.
Como o Raphael era um ser difícil de lhe dar e de se entender,as vezes,demorou para perceber,que apesar de se irritar com os selinhos e todo aquele carinho,na verdade estava gostando daquilo,por dentro.
Quando terminou de arrumar e varrer tanto o quarto como o corredor e as escadas,enquanto lembrava dos seus momentos com o companheiro -foi até o banheiro de baixo,no momento em que o ninja estava limpando o vaso sanitário...
-Ei!-apareceu na frente da porta.
Logo o mutante levantou o rosto...
-Escuta,tem um banheiro lá em cima também,pode limpar para mim?
-Sim.-respondeu e voltou a abaixar a cabeça.
-Bem,eu vou fazer o almoço.
-Ei! Eu quero fazer!-levantou novamente.
-Hãn. Mas...
-Eu quero fazer todas as refeições aqui.-agora levantou-se completamente e torceu um pano.
-Ué,quanto tomou essa decisão? Não me avisou nada.-surpreso.
-Decidi agora, pronto!-começou a caminhar em direção a ele,mas logo atravessou a porta e andou até a cozinha.
-Mas...você ainda tem que terminar aqui.-Casey foi segui-lo.
-E você não pode terminar?
-Não é isso é que...Você já fez a comida,acho que agora é a minha vez.
Nesse momento eles já estavam dentro da cozinha,na verdade o senhor Jones estava somente na frente da porta,enquanto o tartaruga se encontrava perto do fogão...
-Por que? Não gostou da minha comida?-virou-se para ele desta vez.
-Claro que gostei,embora, eu só tenha provado a do café da manhã.
-Você já comeu uma comida minha quando jantou na minha casa.-bem sério,queria que aquela conversa acaba-se.
-Ah é? Não me lembrava disso.
-Olha eu vou fazer e pronto.-voltou-se para o fogão novamente.
-Tá. Desta vez eu deixo.-apoia a sua mão direita no portal,estava meio chateado,pois havia planos sobre o que fazer para o almoço.
-Desta vez uma ova, eu disse que iria cozinhar as refeições aqui.-vira o rosto por alguns segundos,enquanto ascende o fogão,naquele momento já havia posto o avental.
-Ué,Raphael,tá impondo regras?-dando um sorrisinho sarcástico,como um traquinas querendo fazer uma piadinha,enquanto encosta-se no portal e cruza os braços.
-Hãn?! Não! Só que eu quero fazer isso.-começa a ajeitar as panelas.
-Não sabia que você gostava tanto de cozinhar.
-Não é questão de gostar.
-Então...
-OLHA VAI LOGO TERMINAR DE LIMPAR AQUELE BANHEIRO! – ficou irritado,virou-se rapidamente e apontou para o lado direito,era a direção em que ficava o banheiro.
-Ei! Não precisa aumentar a voz pra mim! – ficou bravo também.
-Ah você não é meu pai nem nada!-virou-se para o fogão novamente.
-E você menos ainda, não é mais velho que eu e muito menos é da minha família para ficar me mandando!
A essa altura Raph mesmo de cabeça quente,não deu mais importância a fala dele e continuou cozinhando.
-Vai lá terminar a não me amola.
-Hunf! Tô começando a achar que você não gosta de limpar o banheiro e quer se livrar desse trabalho.
Depois isso ele voltou para o banheiro,mais nenhuma palavra foi dita entre os dois durante o tempo em que um estava limpando e o outro cozinhando.
Algo só foi ouvindo,quando Casey cansado,caminhava até a sala,já pensando em se jogar no sofá e descansar. Mas ao fazer isso Raphael apareceu de repente no canto da porta e disse...
-Está pronto.
Simples,claro e aparentemente sereno.
Então o fazendeiro suspirou e levantou-se para ir até o seu destino. Não parecia irritado,foi lá sério e calmamente. Sem dizer nada,se sentou na cadeira,ao lado de Raph,que já estava sentado e comendo,sem esperar.
Ficaram comendo sem falar nada,por uns minutos,até que o dono da casa,depois de tanto pensar o que dizer – buscar as palavras certas e reprovar umas frases estúpidas,até imaginou as respostas dele - resolveu falar...
-...Rapha,ainda está bravo comigo?
-E você?
-Hãn? Bem,eu estou...normal...
O de bandana vermelha permaneceu calado.
-Escuta,se vamos ficar aqui,juntos,não podemos ficar nesse silêncio. Nós vagamos pela cidade brigando com criminosos e nunca ficamos...
-Isso não tem nada a ver. Nós já brigamos muito um com o outro também,até na rua.
-Espera! Tá,eu sei que a gente também discute eu não terminei a fala,eu quero dizer que eu já esqueci a nossa discutição recente...Mas acho que devíamos entrar num acordo sobre as tarefas então,para brigamos menos...
-Meus irmãos e eu dividimos as tarefas...acha que isso nos faz brigar menos...Nope.
-É,isso é inevitável. Não quero ser chato... Mas quando se mora junto tem que haver algumas regras.
Raphael o olhou no canto dos olhos e corou por ele ter usado o termo "morar junto".
-...morar com meus irmãos e diferente de...estar aqui...você sabe...
-Mas,eu pelo menos,sinto que faço parte da sua família.
O ranzinza deu uma olhadela nele e depois colocou os olhos na sua comida.
-Vamos comer,depois decidimos isso.
Depois que almoçaram,eles continuaram sua arrumação,limpando e organizando a casa, nos cantos que ainda restavam. Especialmente as paredes do lado de fora, onde tinham aquelas plantas escorando lá e crescendo.
Quando terminaram,Casey se afastou para olhar bem o resultado.
-Ficou bom,agora,só falta pintar.-disse isso observando tudo,olhando para os lados e levantando suas pupilas também,enquanto colocava as mãos na cintura.
-Hoje?-Raphael que estava do lado esquerdo dele virou o rosto,meio espantado.
-Bom,a casa será mais fácil de pintar. Assim rapidamente podemos terminar. Acho que umas duas mãos de tinta deve ser o suficiente.
-Então vamos começar logo.-disse o mutante já se afastando.
-Você parece mais animado que antes Raph.-sorri.
-Não se trata disso. Quero me livrar logo do trabalho.
-Bem,nessa velocidade que estamos talvez,nem precisamos ficar dois meses aqui.
-Hãn?
-Talvez,algumas semanas,umas sete,dá para o gasto.
-Pensei que pretendia fazer uma horta e criar galinhas,ou coisa assim.
-Na verdade,como eu achei que iria trabalhar sozinho,eu teria que ficar mais tempo por aqui. Posso até cultivar alguma coisa,mas pouco,só não posso criar nada. Eu ainda moro na cidade lembra? Só venho aqui as vezes. Não pretendo ser um fazendeiro. E não conheço ninguém,além de mim,que possa ficar aqui cuidando de tudo.
-...entendo...Mas você terá que plantar alguma coisa,pois o Donatello me pediu para trazer verduras e legumes.
-Ah pode deixar. Faremos isso.
Continua...
