Cinco minutos e uma vontade absurda de escrever. Aproveitem.
"Amy."
Era só um nome, sério.
"Amy Cahill."
Era só uma garota, sério.
"Adorável."
Era só um adjetivo, sério.
"Atirar para matar?"
Era só uma ideia, sério.
"Eu mudei."
Era só uma verdade, sério.
"Eu não te perdôo."
Era só uma mentira, sério.
"Por favor."
Era só um pedido, sério.
"Não."
Era só muito difícil, sério.
"O que eu posso fazer para provar?"
Era só um apelo, sério.
"Nada."
Era só mais outra mentira, sério.
"Amy, eu quero ficar com você. Quero que você entenda que eu posso ser uma pessoa melhor do que eu já fui."
Era só mais outra verdade, sério.
"Eu não confio mais em você."
Era só uma insegurança, sério.
"Por favor."
Era só mais outro pedido, sério.
"Você não vai conseguir mudar a minha opinião final."
Era só muito difícil, sério.
"Eu posso tentar."
Era só um esforço, sério.
"E por acaso eu posso acreditar em você?"
Era só uma esperança, sério.
E se perguntassem para um gato se quer um novelo de lã?
"Não sei."
Era só uma súplica, sério.
Ele diria, "Sim, claro, por que ainda a pergunta?"
Era só uma tentativa, sério. Absolutamente banal e inútil. Sério. Duas pessoas conversando sobre um assunto constrangedor onde ambas sabiam onde aquilo levaria, sério.
Tudo muito sério.
Ele tomou-a nos braços e implorou por misericórdia. Ó, doce anjo, cala-te de teus infortúnios e escuta-me alto e claro! Ele queria apenas uma chance, uma pequena possibilidade de consertar seu erro. Pequei ao desejar tuas asas! Sério.
Tudo muito simples.
E ela cedeu. Escuto-lhe, pecador. Disse que talvez conseguisse acreditar nele. Entrego-lhe minhas asas, minhas virtudes, meus saberes. Talvez, sério.
Depois de tantas certezas, tantas dúvidas e tantos calares, ambos decidiram agir conforme a situação pedia.
Tudo muito esperado.
Então, os dois não poderiam dizer mais nada, porque estavam ocupados demais pensando como tudo era só uma questão de teimosia.
E como um beijo é tão interessante. Sabe, era só um beijo.
Sério.
