Prefácio

Um bruxo e uma lobisomem. Um elfo e uma vampira.

Quando tantos mundos diferentes se juntam em um só não há como saber as conseqüências. Cada casal deu origem a um único herdeiro, poderoso sem duvida, mas apenas um.

É o jeito de a natureza dizer que a "mágica" é possível e única.

.

PARTE 1

DNA

Capitulo 01 – Conhecendo Helena

Do primeiro casal nasceu uma menina de cabelos selvagens e grossos como os pelos da mãe, magicamente poderosa como o pai, feroz, bela e como a mãe uma loba. Seu nome era Helena. Ela era diferente, sem dúvida. Era lupina de nascença, e não se transformava apenas na lua-cheia mas tinha o veneno lupino a transmitir na mordida. Transformavam-se quando queria, quando tinha raiva, o que era uma constante para ela quando pequena.

Fora obrigada pelos a viver juntamente com a mãe na "casa de campo" da família, num lugar isolado, ermo, no meio da floresta para sua própria segurança, diziam-lhe os pais. Nem ela, nem a mãe controlavam suas transformações na lua-cheia, e ela a quase toda hora – era um espírito livre, sentia falta de liberdade e para ela a "casa de campo" era nada menos que uma prisão, uma alcatras no meio da floresta.

Capitulo 02 – Passado Próximo

Pelo que conhecia de sua origem seus pais haviam se conhecido durante uma caçada. Seu pai pertencia a uma família bruxa poderosíssima, especializada em caca e exterminação de criaturas mágicas, uma Liga Extraordinária de bruxos superpoderosos que eliminavam ameaças eminentes de outras raças sobre a supremacia bruxa sobre os trouxas e raças mágicas inferiores existentes

-Era isso q dizia meu avo, pai, tios..enfim toda a minha família. - Disse Peter, pai de Helena, quando decidiu que era hora da filha entender suas origens.

Na época Helena estava para fazer 11 anos, mas faltava-lhe ainda algumas semanas. Quando ouviu a história estava ela sentada na sala de casa de frente para o fogo de chama verde que o pai havia conjurado a pouco com sua varinha de diamante. Seus pais estavam sentados juntos, de mãos dadas do outro lado das chamas.

- Já minha família Hell, é tão poderosa quanto à do seu pai. – Iniciou Indira. – Filha, sou imortal.

-Como assim mãe? Você não pode morrer nunca? Não entendo.. E eu? O que eu sou? Pai, e você? Você também não pode morrer? É isso? Vou viver pra sempre?- Perguntava Helena insistentemente.

-Eu não sou imortal como sua mãe filha, mas nós bruxos costumamos viver muito. – Peter olhou a cara de confusão de filha e então continuou. – Por exemplo filha, meu avo ainda vive, e meu bisavô morreu a pouco mais de dez anos com mais de 400 anos de idade e meu avo, no caso o seu bisavô hoje tem 370 anos!

- Wow! E você pai?Quantos anos tem!? – perguntou Helena.

-Hell, tenho um pouco mais de 125, ainda sou novinho!- disse rindo. Nós crescemos como os humanos até os 11 anos, depois o tempo já não tem mais tanto significado.. Um dia se você conhecer um humano trouxa você verá que eu não aparento ter mais do que 25, 30 anos de idade.

- E você mãe?- perguntou a menina.

- Nosso desenvolvimento corporal pára quando chegamos aos 18 anos, depois só envelhecemos quando decidimos parar de atender ao nosso instinto. Mas não é meu caso ou de ninguém da minha família. Como eu estava dizendo antes filha, minha família é tão poderosa quanto à do seu pai. Meu avo foi o lobisomem original. O que faz de mim a 2ª. Geração , mas ainda uma puro-sangue porque meus pais eram também lobisomens quando nasci. – explicou-lhe Indira.

-Você é mais velha que meu pai? – perguntou Hell.

-Muito mais!- respondeu

-Quanto?- insistiu

-Parei de contar depois dos 500... – respondeu Indira dando de ombros.

-Eca mãe! Você é velha! – disse a menina com cara d nojo.

-Sim, sou caquética! – disse rindo.

- Mas a caquética mais linda que existe!- disse Peter logo antes de beijar os grossos lábios da esposa.

-Hey!- protestou Helena, fazendo os pais corarem e voltarem a historia.

- Como sua mãe disse nos conhecemos em uma caçada. Á cerca de 50 anos atrás eu e minha família fomos informados de que havia uma matilha nômade de lobisomens existente, porém só poderíamos atacar se eles prejudicassem o "bem comum", então deixaríamos que eles se prejudicassem sozinhos. Sabíamos que lobisomens não costumam viver em harmonia e que logo acabariam por se dizimar sozinhos. – contava-lhe Peter.

- Obrigada pela parte que me toca Peter! – disse Indira irritada.

- Calma amor! Ainda não cheguei à parte em que nós bruxos demos com os burros n'água!- defendeu-se Peter.

-Acho bom mesmo!- disse Indira fazendo sinal para q a historia continuasse sendo contada por Peter que soltou um muxoxo debochado.

- Os anos passaram mas as noticias sobre a matilha eram de que ela só aumentava e de que estariam procurando por um ponto no continente para fixar residência. E digamos que a tal matilha escolheu um lugar muito errado para seu pouso.- contou Peter.

-É da tua família q o pai ta falando mãe? – perguntou a garota.

- É.- disse Indira em tom melancólico. E hoje tudo o que sobrou dela sou eu e você. Isso porque teu pai me salvou, mesmo que eu tenha matado o bisavô dele.

- Indie! Foi por ordem dele que seu clã foi atacado!- protestou Peter.

- Mas não antes do poder ter subido á cabeça do resto deles!Eu avisei, meu pai avisou, meus sobrinhos... – respondeu Indira.

- Egos meu amor, não se culpe! Também perdi muitos da minha família aquela noite, mas ganhei você!- bradou-lhe Peter.

-Você ainda tem seu pai, e teu primo..- sussurrou Indira.

- E meu bisavô? Pai, ele ta vivo não ta!?Você disse!- perguntou Helena.

-Preso Hell! Azkaban! Varinha destruída, permanentemente fora do ar! - respondeu Peter.

- Por quê?- perguntou mais uma vez.

- Porque as crianças do clã da sua mãe quem matou foi ele. E mesmo sendo inimigos não nos é permitido matar as crianças!- respondeu Peter.

- Poxa que malvado!- disse Helena com cara de dor.

- O pior de todos querida! Desculpa Peter, mas é verdade!- disse Indira d pé e andando de um lado ao outro.

- Ruim sim Indira, mas ainda minha família!- disse Peter tmb de pé e segurando a esposa pelos ombros.

- Sim, entendi! Mas e vocês dois? Como se conheceram afinal?- perguntou Helena também já de pé e batendo os pés no chão.

- Londres!- disseram os pais juntos.

- Dias antes do ambos pensamos q o outro fosse um simples humano.- disse Peter, digirindo-se de volta ao sofá com a mulher e a filha.

- E quando nos vimos durante a batalha, eu estava acabando de matar o bisavô de seu pai que estava atacando as crianças e fui salva do avo dele, pelo próprio que desaparatou comigo p cá. E voltou para a luta para salvar as crianças, mas não conseguiu. Porém imobilizou o avo.- explicou Indira.

- Foi a pior coisa que fiz, mas ele não podia ter feito o que fez! Depois disso eu vivo uma vida dupla Hell, voltei para minha família, mesmo querendo estar aqui com vocês. Mais ninguém sabe que sua mãe ainda vive e menos ainda que você exista Helena!- disse Peter desconfortável.

- Entende agora filha? É por isso que temos que ficar aqui na floresta. Quando dizemos que é para tua segurança é verdade!- disse indica olhando nos olhos da filha.

- Acho que sim mãe! Peco desculpas! Mas porque vocês esperaram tanto tempo para me contar isso? Estou envergonhada..- disse Helena ao fitar os pés.

- Quem é você monstrinho!? Onde está a minha criança?- perguntou Peter surpreendido.

Capitulo 03 – Sangue

- Peter, o conhecimento e o temperamento vem no sangue da minha família, e como obviamente ela herdou o meu mais do que o seu ela herdou também meu temperamento, ela está chegando aos 11 aos lembra? Para nós licans é quando a verdadeira personalidade se forma..- explicou Indira ao marido.

- Certo, só existe um porém Indie..- disse Peter pensativo – Que coisas a mais vem com teu sangue?

- Telepatia entre eu e ela, forca, rapidez, supersentidos, controle e a partir dos 11 anos, hiperdesenvolvimento corporal, em pouco tempo vai parecer que ela tem a mesma idade corporal q eu mas eu não entendi o teu "porém" Peter.- perguntou confusa.

- O sangue Indira! – exclamou Peter.

- Sim, ela herdou o meu! Vou começar os treinamentos com ela em alguns dias..explicou como se falasse c uma criança.

- Acontece Indie, que na minha família os poderes mágicos aparecem aos 11 anos. Mesmo que ela não exista para a minha família há um tipo de radar nela que vai piscar em pouco tempo! Ela será chamada para Hogwarts! E se ela não for para lá o Ministério mandará alguém atrás dela para saber o que há de errado! Ela vai precisar de um tutor, alguém de confiança, que saiba o que pode acontecer, mas que não pode delatá-la!- explicou Peter a Indira um pouco zangado.

- Certo, confio em ti Pete. E você Hell, entendeu a confusão?- disse casualmente, mas olhava assustada para o marido.

- Não sei mãe, to confusa. – respondeu.

Capitulo 04 – Costumes e Planos

Peter e Indira como de costume prenderam o pulso de Helena em uma delicada pulseira de prata como uma grande corda fixa na parede. Deitada na cama a menina cerrou os olhos e entrou no mundo dos sonhos. Helena ficava presa àquele quarto por magia.

Como não controlava suas transformações – uma coisa que sua mãe não sabia explicar já que só se transformava uma vez por mês – foi o único jeito que seus pais acharam para controlá-la.

Nos dias seguintes sua mãe a ajudou a controlar pequenos ataques enquanto seu pai ia atrás de um tutor, um fidelius para o segredo de sua filha. E os dias se foram rapidamente.

Peter viajou para fora do país. Haviam dias em que ele não vinha para casa, afinal sua família não sabia de Indira e Helena, mas desta vez ele foi atrás de um grande amigo. Bruxo como ele e também cheio de segredos, para a família ele estava indo á mando do Ministério, mas Indira sabia o motivo. Enquanto isso no Ministério sabia-se que Peter viajaria por razoes familiares. Mas havia alguém lá que estava há muito desconfiado que algo muito grande estava acontecendo na vida de Peter. E cedo ou tarde, iria descobrir.

Capitulo 05 – Mudanças

Indira via a olhos nus as mudanças q estavam acontecendo com Helena. Muito mais controlada do que semanas atrás, tomando corpo, conhecimento, beleza e com certeza as esquisitices mágicas herdadas de seu pai. Depois daquela conversa reveladora para com a filha Peter lhe disse que tipo de poderes vinham com seu sangue. Controle de mentes mágica, humanas e animais, controle de todo e qualquer objeto, metamorfia..

O poder mental não funcionava com Indira porque ela possuía um forte escudo mental, mas o controle de objetos, metamorfia e etc., funcionava muito bem quando ela queria pregar pecas na mãe. Na manha do dia de sua aniversario de 11 anos Helena foi acordada por seu pai.

Fazia semanas que não o via e poderia jurar que havia envelhecido, já não aparentava tanta juventude nem tanta energia. Para Peter aquela jovem não era mais a menina que havia deixado em casa. Havia encontrado seu amigo que o estava esperando no andar de baixo.

A partir de hoje Helena não seria mais sua filha, a daria em fidelius ao amigo. Confiava nele. Tinha que ser assim. Para o bem de Indira, Helena e acima de tudo para que seu avo continuasse preso. Se o Ministério descobrisse sua traição soltaria Taranius com honras e mataria ele, sua mulher, sua filha e o amigo agora.

- Filha! Se te visse hoje somente jamais diria que fará apenas 11 anos!- disse Peter.

- Pai? Pai! Que saudade! Pai! Eu sou bruxa também, pai! Eu consigo! Mexo as coisas, viro bicho, fiz um passarinho cantar para mamãe! Ah! Ate controlo um pouco o fogo, água, ar, terra...- contava Helena distraída qnd o pai a interrompeu.

-Avatar!? Minha avo era. A única que conheci..- comentou Peter.

- Hein?

- Adaptar, Hell. Alguém que controla elementos..você é um perigo mesmo!- sorria Peter enquanto passava suas mãos no rosto da filha.

-Credo pai!- falou a garota assustada já com lagrimas nos olhos.

- Não filhote! Perdão! Bom, temos visita! Um amigo meu, muito querido, ele vai te levar para passear! Você vai gostar dele, então coloque uma roupa bem bonita e desça ta!- disse Peter em tom animado

A jovem concordou com a cabeça e foi para o banheiro, nisso seu pai tirou a varinha de diamante de dentro da jaqueta e apontou para o quarto, do roupeiro saiu uma muda de roupa que pousou na cama e para o resto ele disse um alto e definido..

- Pack!

Malas se fizeram num segundo e se enfileiraram na porta,depois ele disse..

- Minusculus!

As grandes malas transformaram-se em berloques de um chaveiro, que foi pego por Peter.

Passando pela porta do banheiro, onde Helena tomava banho, bateu e a informou que havia separado tudo o que ela precisaria em cima de sua cama. Ao descer as escadas entregou o chaveiro ao amigo, alto, ruivo, se não fosse um bruxo poderia jurar que seria parente de sua esposa.

Capitulo 06 – Fidelius Intimus

E era. Indira reconheceu pelo cheiro. Joseph Dawn era seu 7º filho, só foi salvo porque como a 7ª criança de uma lobisomem, ele era imortal como ela , mas não era um lobo, porem fosse magicamente hábil. Imortal, que ironia, como poderia sua família imortal ser dizimada!? Decapitação, o único jeito.

Obviamente Peter não sabia da origem verdadeira de Joseph, que como Indira reconheceu a mãe pelo cheiro, o cheiro, a única coisa que se lembrava da mulher que havia lhe dado a vida a mais de 350 anos.

E ali ficaram aqueles estranhos conhecidos, olhando um ao outro, sem ressentimentos. Agora cuidaria da Irma e nada de mau lhe aconteceria. Indira, que já sabia que seria a ultima vez que veria sua menina, soube que sua tortura seria muito menor porque dois de seus filhos estariam juntos. Mas não estaria totalmente longe. A telepatia que possuía com a filha as manteria juntas para sempre, enquanto estivessem vivas.

Capitulo 07 – Amigo da Família

Quem não sabia de nada era Helena que descia as escadas alegremente. Quando chegou onde estavam seus pais percebeu que o tal amigo que a levaria para passear era sem dúvida um velho! Olhou para ele – nunca vira pessoa tão velha na vida! Devia ter uns mil anos! Sua mãe riu e disse que ele não tinha mais de 40 anos, coisa que Helena sabia ser mentira, mas deixou passar, para quem visse ela parecia ter uns 13 anos e não os 11 que faria em algumas horas.

- Joseph, Helena, Helena, Joseph! – foram apresentados por Peter, estenderam-se as mãos e cumprimentaram-se.

-Aonde vamos? Vocês também vão!?- perguntou aos pais.

- Não filha, vão só vocês dois, mas entenderá tudo quando à hora chegar.- disse-lhe a mãe.

-Hein!? Mãe? Pai?- Helena parecia confusa.

- Calma filhote! Está tudo certo!- disse Peter em um tom animadamente disfarçado e nervoso.

- Para onde vou!? Porque parece q estou me despedindo?- Helena continuava confusa.

- Não se assuste pequena! Vamos para Londres! Com humanos trouxas!Será divertido, verás! Agora se despeça dos seus pais porque se não desaparatarmos logo perderemos nosso trem! – disse informalmente Joseph que percebeu a angustia de Peter.

- Mãe?- helena ainda parecia perdida.

- Ora filha!Ouviste Joseph! E depois estará em contato comigo! Telepatia! Eu e você! Sempre!- disse indira para a filha já quase gaguejando.

Helena suspirou aliviada, abraçou o pai que lhe deu um pacote de presente e recomendou que este só fosse aberto no trem antes do chá e para Joseph deu dois frascos transparentes – um cheio com o escrito "antes" e um vazio escrito "depois". Helena não entendeu nada enquanto os dois amigos se abraçavam e Joseph apenas confirmou com a cabeça enquanto Peter lhe dizia um significativo..

- Confio em ti.

Joseph estendeu o braço para Helena que o agarrou forte e ouviu em sua mente a mãe lhe sussurrando um "Adeus" sofrido que abriu um buraco doído no peito da menina. Então os dois desaparataram deixando para trás um casal destruído.

Capitulo 08 – Adieu

Peter e Indira se abracaram e choraram pesarosos. Então Peter virou-se para a casa que fora seu refugio desde aquela noite em que salvou Indira da batalha e disse duas coisas com sua varinha em punho depois desconjurou os encantamentos q os protegiam.

Não longe dali protegido sobre a forma de um pequeno cervo Marcus um bruxo animago, observava o casal enquanto fazia-se passar pelo animal. A muito perseguia Peter para descobrir seu segredo, e agora sabia que seu primo estava com a sumida e procurada fêmea lobisomem.

Sim, Peter era primo de Marcus e agora este possuía uma informação muito importante contra o primo e esta informação libertaria seu avo e exterminaria o traidor de sangue e sua lobisomem. A vingança era doce e o queridinho de todos pagaria e a "lobo" também. Ele pelo avo, ela por sua família

- Pack! Minusculus!

Em menos de dois minutos Peter e Indira possuíam chaveiros com berloques nas mãos.

- Finito!

Uma grande nuvem de poeira surgiu aonde antes havia uma grande casa de três andares. O casal olhou em volta, guardando pela ultima vez na memória aquele pedaço de floresta. Peter percebeu que não longe deles havia um cervo de pequeno porte que não fugiu assustado com eles ou com a nuvem de fumaça a pouco produzida e estranhou. Havia algo de familiar naqueles olhos, mas não quis acreditar que logo ali havia alguém lhe seguido, então se virou com carinho para a esposa que fungou, secou as lagrimas e confirmou com a cabeça agarrando o braço de Peter e então os dois desaparataram.

Segundos depois o cervo se transformou em humano, um homem alto, de cabelos escuros e olhos como o de Peter, negros e dele surgiu um sorriso cínico, debochado, vitorioso e então desapareceu.

Capitulo 09 – Express Hogwarts

Aquele casal aparatou na Kings Cross de Londres.. Helena não sabia onde estava e Joseph há muito conhecia o lugar. Era a descida da plataforma numero 06, entrada e/ou saída do banheiro publico, uma conhecida passagem de rede de floo, os não trouxas que os vissem achariam q estavam saindo dali..

Joseph agarrou o braço da garota, e também um carrinho de bagagem, com um som inaudível para o resto disse – Maximus – e do chaveiro cheio de berloques surgiram malas gigantescas. Helena assustou-se com o feito, jamais havia visto outra pessoa que não fosse seu pai que não fosse seu pai a fazer isto. Joseph lhe ofereceu novamente a Mao e ela agarrou com forca desta vez, mais do que havia empregado na primeira, talvez aquele adeus de sua mãe não houvesse sido em vão.

Helena olhou uma placa logo acima – Plataformas 7 a 15 à direita , plataformas 15 a 24 a esquerda - então disse ao companheiro:

- Engraçado, sempre pensei que Londres, sendo a cidade grande que é haveria de ter muito mais do que 24 plataformas de saída e chegada de trens!

- Mas há! Basta olhar com cuidado querida. – disse Joseph tranquilamente lhe passando os bilhetes.

- Hein? Aqui diz que existem apenas 24! – dizia Helena descrente.

- Olhe o bilhete!Veras que existem mais plataformas do que pensa!Vai! – disse Joseph incentivando.

- 9 e ¾? Isso existe!? Eu vejo a plataforma 9, duas colunas e a plataforma 10! Só! É absurdo! – dizia Helena visivelmente irritada.

- Absurdo!? – perguntou Joseph em tom de galhofa.

- Sim! Se não sabes, eu sei contar!- disse Helena já se afastando.

- E sabe correr?- perguntou Joseph quase rindo.

- Claro! Por quem me tomas!?- disse com o cenho contraído e mãos na cintura.

- Vês então a segunda coluna!? Agarra bem meu braço e segure bem no carrinho! Feche os olhos, esta conversa toda nos atrasou! Se não corrermos vamos perder o trem! – disse Joseph p à garota irritadiça lhe estendendo o braço esquerdo.

Helena quase pensou pela segunda vez, mas agarrou o braço de Joseph e o carrinho e não quis saber para onde ia. Segundos se passaram, então Joseph a soltou do seu braço e disse:

- Hell, este é o E.H., ou Expresso Hogwarts! Mas como as aulas ainda não começaram vamos parar em Hogsmeade! – disse Joseph em tom animado e explicativo.

- Certo.- disse ela atônita com a visão da plataforma quase vazia e de um enorme trem vermelho e reluzente.- E meus pais? – perguntou.

- Ah querida! Não se preocupe! Você esquecera isso logo logo..- disse tapando a boca pelo descuido.

- Esquecer!? Eu!? Dos meus pais!?- Helena parecia apavorada.

- Sentido figurado! Eles logo nos encontrarão!- disse Joseph com uma sorriso amarelo.

Joseph deu o numero da cabine reservada á garota, logo a encontraria e fez o mesmo encantamento de Peter ás malas – Minusculus – pegou o chaveiro e adentrou o grande trem vermelho para encontrá-la.

Capitulo 10 – Ministério

Marcus aparatou diante da sala de seu tio no Ministério da Magia. Só conseguia fazer isto porque era alguém da família e mais, porque era do alto escalão da Liga. A velha secretária Adma o olhou e disse:

- Bom dia senhor Marcus, em que posso ajudá-lo!?

- Bom dia Adma, meu tio, o Ministro, está?- perguntou Marcus.

- Sim, está, mas despachando, sabe como é..- Adma foi interrompida.

- Urgente Adma! Agora!- ordenou ele nervoso.

- Sim, desculpe.- disse a senhora resignada.

Adma acionou a luz sobre a mesa e logo bateu duas vezes na porta interna atrás do balcão. De dentro da sala ouviu uma voz grave dizer:

- Vá Ignus!Adma entre!

Em segundos Adma abriu a porta principal da sala dizendo para Marcus entrar.

- Tio! Á encontrei! A loba! A lobisomem, a ultima! Àquela há muito perdida!- dizia Marcus alegremente.

- Mas vivas Marcus! Vivas! Aonde? Como?- perguntou-lhe o Ministro.

- Tio! É ai que moram as más noticias.- e o entregou um frasco contendo um visgo prateado, que foi derramado na pensieira do tio. No mesmo momento, este sentiu uma dor imensa e um arrepio na alma pelo que via. Enquanto o outro sorria pela alegria que chegaria á ele.

Capitulo 11 – Esconde-Esconde

Peter confiava em Joseph e sabia que tudo estaria bem em menos de 24 horas. Então se encarregou de manter Indira em lugar seguro e de preferência longe de onde estavam. Mas sabia que Indira já conhecia que este lugar, foi seu primeiro lar, foi aqui que ela nasceu. Então aparataram de fronte ao castelo e enquanto se refaziam e desconjuravam os encantamentos de bagagem que haviam e perceberam que já não estavam sozinhos. Agora imobilizados, aqueles olhos familiares para Peter faziam novamente sentido.

...

Já dentro da cabine de luxo a menina se cocava para abrir o presente de aniversario que seu pai lhe dera...

- Posso Joseph? Agora será que posso!?- dizia a garota agitando o pacote.

- Acho que sim. Por favor!Até eu estou curioso!- claro que ele sabia d que se tratava, os planos de Peter corriam bem. Então Helena abriu o pacote.

- Um colar! Um lobo de prata! E um bilhete com a letra de papai..

"Coloque imediatamente e sem perguntas filhote! Confie em mim!"e o fez sem pestanejar desdobrou outro pedaço do bilhete, agora a típica letra rebuscada da mãe. – "Estarei para sempre com você."

Helena olhou para o colar e entendeu bem o porquê, típico deles, presentes figurados, então pediu ajuda á Joseph para fechar direito o colar sobre o pescoço.

Ao fechar Joseph sabia que aquele colar jamais abriria novamente ou ela se lembraria o pq ele estava ali ate que fizesse 17 anos e se tornasse uma bruxa maior de idade. Helena tampouco sentiu vontade de retirá-lo, mas a garota sabia que algo de grave estava acontecendo, sua mente e a da mãe eram ligadas mas já a algum tempo que elas não se comunicava.

Nasceu nela um medo enorme, e seu coração antes acalentado pelo presente e as palavras carinhosas de seus pais estava sofrendo de uma dor enorme. De repente seus olhos nublaram e a única coisa que pode exclamar foi:

- Não, Por favor! Naaaao!

Começou a tremer e Joseph á muito sabia o que viria. Peter o havia dito, este não sabia quando ou como, mas sabia o que a filha diria quando acontecesse, então esta era a hora.

Havia pedido o chá a tempo, já estava servido quando percebeu sua Irma "fora do ar" e sorveu o liquido contido no frasco escrito "antes", então quando Hell voltou ao normal ele logo lhe passou o chá com "algo mais" para a garota. Ela bebeu o liquido sem pestanejar, tremendo, sabendo que aquele adeus de sua mãe era real, não figurado, que aquela dor, aquele buraco que sentia não mais fecharia. Era um chá, estava nervosa, mal não faria, ate o dia anoitecer.

Então Joseph a cutucou 1, 2, 3 vezes por ter certeza de que ela dormia profundamente, tirou o frasco escrito "depois" de sua jaqueta, o abriu, retirou a sua varinha, fabricada em uma antiga madeira de lei com núcleo e ponta d quartzo e mirou na menina desfalecida. Dizendo claramente:

- Memorius Absolutus!

Nisso, uma grande massa azul celeste se dirigiu da cabeça da garota para o frasco aberto. Joseph depois disso abriu um segundo frasco e ordenou ao conteúdo que nele havia:

- Memorius Implantatus!

O conteúdo roda claro pulou do frasco para a mente da garota que com o feito sorriu levemente. Joseph sabia que o que havia lá. Era uma memória fajuta em que Helena era sua filha, mantinha seus poderes e defeitos mas jamais se lembraria de Peter e Indira. Então pegou o frasco vazio, e o outro cheio com a memória de Helena mais o pingente de lobo, juntou os 3 e torceu para que o que faria a seguir desse certo:

- Memorius Fidelius Introdusux Ed apagatus!

Helena e Joseph estavam desfalecidos, o feitiço havia dado certo! A partir daquele momento Joseph era o pai daquela garota, uma jovem de 15 anos muito poderosa que iniciaria em Hogwarts no primeiro ano. Ele seria o professor de poções. Os poderes já existentes nela não seriam apagados, tampouco os que haveriam de vir, o colar de prata que carregava era encantado e seu conteúdo não poderia ser descoberto ate que a jovem completasse 17 anos humanos e tampouco a possibilitariam de se transformar em uma lobisomem. Mesmo se quisesse ou fosse lua-cheia, a salvando da extinção.

Horas depois quando amanhecia, um aviso sonoro disse que o trem aproximava da estação de trem de Hogsmeade. Helena e Joseph acordaram de seus encantamentos na mais pura harmonia, desembarcaram e foram direto para a pousada que ficava sobre o pub Hog's Head, afinal era só mais um dia antes das aulas em Hogwarts começarem.

Capitulo 12 – Monstros

- Cielo! Vamos, o sol já vai se por! Tenho que te deixar com tua mãe e ir de volta para casa!- disse Antero ao filho Marcelo.

Antero era um elfo de extremidades pontudas, já quase disforme. Um elfo muitas vezes centenário, mas sabia que deveria estar chegando à segunda metade de seu segundo milênio já que suas extremidades estavam em pontas. Depois daí seu corpo tenderia a se espichar tanto que se transformaria em um risco, sim um risco. Mais um espírito da floresta. E sumiria, era só assim ou sem coração que os elfos morriam.

- Psiu! To aqui já , pai! Alo! – sacudia-se Marcelo.

- Eu sei. Agora no chão! Por favor!- ordenou-lhe Antero.

- Ah! Eu gosto de planar!- disse Marcelo irritado.

- Você é como sua mãe! Gosta é de aparecer!- respondeu Antero em tom acusatório.

- Pelo menos eu não pareço um galho velho!- Disse Agatha, a mãe de Marcelo ao se aproximar dos dois.

- Agatha gata! Claro, o exemplo da perfeição!- desdenhou Antero.

- Mas você não passa de um ressentido mesmo! Vem filho, William está nos esperando, vamos á cidade esta noite.- disse ela ao filho, e seguiram andando.

- Pobres humanos!- Antero viu o filho continuar planando enquanto Agatha parava no meio do caminho para encarar.

- Quem lhe ouve pensa que você preza muito os humanos mesmo! Basta lembrar o jeito que você me deixou antes de partir! Pra você eu era só um experiência! Eu e Marcelo! Foi William quem nos salvou! Sem ele nós dois teríamos morrido! Pelo seu narcisismo seu galho velho!- Agatha saltou sobre a longilínea figura pontuda.

Seus cabelos loiros e cacheados voaram no ar que separava cós dois corpos. As duas figuras muito pálidas engalfinharam-se no meio da mata o que Marcelo via era uma massa branca que se movia ferozmente e tudo o que ouvia daquela briga eram grunhidos furiosos de seus pais e de corpos metálicos que se cortavam e destrocavam, que sangravam.

Sua mãe possuía um sangue negro de cheiro de carniça e seu pai um sangue prata como mercúrio que como este cheirava a metal, mas não morriam. Eles nunca se matariam propriamente, talvez de uma maneira muito doente eles até se gostassem.

Marcelo postou-se a beira do lago e viu seu reflexo na água e encontrou nele também um pouco de cada um de seus pais. Tinha o corpo de um jovem de 16 anos, mas já passava de seu segundo centenário, ainda uma criança em termos élficos. Cabelos prateados como os do pai mas sem duvida lembrava um humano, talvez ate com alguns traços asiáticos. Olhos violeta , rosto anguloso, raiz longo, dedos compridos, era tão estranho que possuía uma beleza singular.

Criara sua própria versão para o advento de sua criação juntando fragmentos do que sabia, coisas que sua mãe, seu pai e seu padrasto deixavam escapar.

Sua mãe quando humana cortou caminho pela floresta para chegar mais rápido á próxima aldeia mas definitivamente aquela não era uma floresta comum. Quando Agatha estava na trilha uma forte tormenta abateu-se na mata fazendo com que a jovem, que na época contava com seus 16 anos se refugiasse dentro de um tronco oco de uma velha arvore para se proteger da forte chuva.

Sob a tormenta por ele conjurada Antero viu a jovem e bela Agatha esconder-se no tronco de uma arvore. Elfos controlam os elementos, e aquele nível de chuva só mostrava que aquele era um elfo muito poderoso. Antero havia desejado por aquela jovem loura de lábios carnudos e olhos cinza que morava em uma pequena aldeia no meio da mata, a queria para si, mas teria que encantá-la porque certamente assustaria aquela humana se ela realmente o visse.

Inocente dentro daquele troco de arvore Agatha jamais poderia crer que seu destino fora traçado. Ficou a imaginar o belo rosto e corpo daquele jovem da aldeia vizinha e esperava e esperava encontrá-lo de novo, a ultima vez q o vira também chovia. Tão bonito, William. Então ouviu um leve farfalhar e quando pôs a cabeça para fora para enxotar o animal que a perturbara ela viu aquela esguia, pontuda e prateada criatura que lhe armara aquela armadilha. Antes que pudesse gritar de pavor foi atingida no rosto por um pó prateado assoprado por Antero, caiu imediatamente, não viu ou sentiu nada que se passou em seguida.

Antero satisfez seu desejo milenar com aquele corpo e depois de quase destruí-lo por completo o abandonou como estava, nu e ferido no meio da floresta. Foi embora, simples assim, abandonou uma semiconsciente Agatha jogada sobre espinhos e galhos quebrados, á própria sorte.

Porém quase que imediatamente uma serie de reações físicas ocorreram ao corpo de Agatha, seu ventre cresceu descumunalmente e as dores do parto a acordaram gritando de dor e desespero àquele torpor em que havia sido deixada. Seus gritos foram ouvidos pelo jovem que também ansiava vê-la, mas este não era um jovem comum, era um vampiro, que saiu em velocidade em direção á floresta. Mesmo assim quase não chegou a tempo para salva-la, sim iria transformá-la era apaixonado pela garota e não poderia perdê-la.

William fora guiado até a jovem pelo choro de uma criança que a pouco havia saído do ventre da jovem e loura Agatha que se não fosse mordida imediatamente se esvairia em sangue na floresta. Então foi isso que William fez, mordeu Agatha que recomeçou a se contorcer de dor, agora juntamente com aquela criança. William havia transformado não apenas a mulher que amava em vampira, mas também o bebe que ainda estava ligado á ela pela placenta e cordão umbilical. Dois por um, merda! A criança tinha que morrer!

Foi ate a criança e com uma mordida no cordão umbilical a separou de Agatha. O gosto que veio em sua boca era podre e também metálico. Elfo. Quem sabe o mesmo que já havia feito isso antes com outras jovens nas redondezas, mas nenhuma delas havia sobrevivido, nem muito menos gerado uma criança! Mas esta havia de crescer, elfos envelheciam, tornavam-se parte da floresta com o tempo, isso era fato e quando criada Agatha ainda era humana, mas também agora graças à pressa de William também imortal. Duas vezes imortal exatamente.

William retirou os dois da floresta, sua sorte era que já havia anoitecido, levou os dois para sua casa. Agatha como ele bebia sangue e a criança que crescia rápido e consciente demais também mas também se alimentava como os elfos, de almas, de forcas vitais. Elfos são criaturas terríveis, os ceifadores da natureza, do mundo mágico.

Porém Marcelo era consciente do mal que fazia, passou a viver mais como a mãe e o "pai", fazendo às vezes de elfo só quando necessário. Os anos passaram-se até que um dia Antero voltou. Deu de cara com Agatha e chocou-se, ela não poderia estar viva! Jamais!

- Vampira! – disparou Antero ao vê-la.

- Você seu nojento! Cometeu o pior erro da sua vida voltando aqui! Hoje como teu coração, desgracado!-Agatha preparava-se para investir contra Antero.

- Não antes que eu bote fogo em você morta-viva!-Antero também se preparava para atacar.

- Olha quem fala! Pelo menos não sugo o a alma de ninguém ou enfeitiço os humanos para violar seus corpos!- Agatha aproximava-se devagar.

- Não somos diferentes minha cara.. Ambos somos monstros! Temos que matar para viver..- Antero sorria sarcástico.

Agatha voou em direção àquele ser que parecia ser feito de visgos pontiagudos e engalfinharam-se ferozmente. Marcelo e William que caçavam em outro canto da floresta correram para onde vinha o barulho para ajudá-la.

Marcelo logo percebeu de quem se tratava enquanto ouvia xingamentos mútuos. Então Agatha conseguiu cravar seus dedos no peito de Antero e quando ela estava para arrancar seu coração, ele foi salvo pelo gongo.

- Mãe, não! Me de a chance de conhecê-lo! Há coisas que somente ele pode me ensinar! – gritou Marcelo para a mãe.

Antero e Agatha pararam e arregalaram seus olhos para o jovem vizinho a eles. William estava metros atrás sem saber direito o que fazer. Ainda com os dedos dentro do peito do elfo que agarravam seu coração Agatha esbravejou para o filho:

- Cielo! Ele é um mostro! Não passa de um monstro!

- Também somos mãe! Mas ele é meu pai! Tenho o direito de conhecê-lo! Há coisas sobre mim que só ele pode esclarecer! E no mais ele não vai perturbar mais você e Bernard ou qualquer um por aqui, ou eu mesmo darei cabo dele! E muito melhor do que você mãe! Porque eu vou fazê-lo sofrer muito antes! Tem minha palavra!- disse Marcelo aos berros para os pais ao chão da floresta. Agatha largou o elfo e afastou-se dele.

- Pai!? Eu sou seu pai? Impossível! Eu a deixei quase morta!- gritou Antero para o rapaz e a vampira.

- Eu era muito mais forte do que você pensava não era!? Foi por isso que teve que praticamente me quebrar toda quando acabou de se satisfazer com meu corpo! Foi!? Foi!? – gritava Agatha.

- Não se julgue a única sua tola!- desdenhou Antero.

- Obvio que ela não foi a única não é?- William finalmente disse algo. – Sei o que costumam fazer com as mocas monstros do seu tipo!

- E vocês carniceiros ficam com nossos restos! – agora era a vez de William ser desdenhado por Antero.

William ia avançando para cima da forma esguia do elfo, mas foi impedido por Cielo que se postou entre os dois.

- Vá pai! Pegue a mamãe e vá!- ordenou Marcelo á William, que foi imediatamente com Agatha.

- Pai? Ele é só mais um sanguessuga!- resmungava Antero.

- Cabe á eu decidir a quem chamarei de pai, galho! Tanto eu quanto a minha mãe devemos nossas existências á ele!- apontando ao longe indicando William- Seu veneno também corre em meu corpo!

- Abominação! És uma abominação!- disse Antero dando passos para trás pronto para fugir, sabe-se lá o que enfrentaria se ficasse.

- Não fuga elfo ou eu o caçarei!- bradou-lhe Marcelo. Fazendo com que Antero parasse.

- O que queres de mim!?- perguntou Antero.

- Conhecimento! Quero saber o que sabes! Tudo! E poderás viver!- disse Marcelo encarando Antero.

- Pois bem, é meu dever, nossa raça é obrigada a passar adiante o que sabe, serás meu aprendiz, porém jovem, exijo respeito!- disse Antero duramente.

- O faca por merecer! Mas não se aproxime dos meus pais!- respondeu Marcelo.

- De tua mãe e daquele carniceiro quero distancia!- desdenhou Antero novamente.

- Sei, provavelmente a mesma que quis aqui mesmo nesta floresta e que deu origem á mim! Sou teu filho também! Não te esqueças disso! Agora vá!- ordenou Marcelo á Antero.

- Volto amanha pela manha quando o sol raiar esteja aqui aprendiz, a partir de amanha, serás o que és! Uma criança, que estará aqui para aprender! Obedecerás á mim! Entendido?- perguntou Antero.

- Veremos, até breve!- disse Marcelo antes de se retirar.

E retiraram-se os dois. Agora Marcelo sabia de onde vinha sua arrogância e altivez, uma guerra de egos! A sorte fora lançada.

...

Ainda sentado e olhando seu reflexo na água Marcelo suspirou e disse em uma voz alta, clara e forte:

- Chega! Chega!

Imediatamente aquelas duas massas brancas de corpos pararam. Marcelo á muito estava farto daquelas brigas diárias, daquele estúpido amor reprimido de seus verdadeiros pais, sentia nojo, nojo deles, de si, de William, que mesmo sendo traído a olhos vistos não abandonara Agatha e Marcelo, era um fraco. Um apaixonado.

Lembrou-se que o sangue de William corria também em suas veias e prometeu para ele mesmo ali, para aquele reflexo estranhamente belo que o amor, aquele sentimento torpe jamais faria dele um homem fraco. Então um antigo plano voltou á cabeça, poderia começar uma vida nova! Seu tempo de aprendiz com o pai elfo já havia quase chegado ao fim, mas sentia que haviam coisas que não foram ensinadas por ele e sabia o que fazer, e as faria naquela noite, naquela caçada.

Levantou-se e fez sinal para a mãe, que certamente estava trocando desaforos com o pai. Olhou aquele casal com repudio e então disse:

- Todos!Á quem querem enganar? Á mim? Á William, ou á vocês mesmos? Vocês não são outros do que dignos de pena! Vitimas de seus desejos e seus corpos!Vá agora Antero! Vemos-nos ao amanhecer, e mãe, vamos caçar! William e os humanos nos esperam!

Antero e Agatha sentiram-se expostos, nus. Sem duvida Cielo era muito bom, um ótimo observador. Mas também perceberam nele uma arrogância a mito não vista e perceberam também um enorme saquinho de floo. Aquilo em mãos erradas era um perigo.

Assim que chegaram a casa William sabia o que viria, mas apenas sorriu para o filho e disse:

- Faca rápido, me permita que eu vá antes que ela. – Marcelo apenas concordou com a cabeça e ainda ouviu daquele vampiro que fora por dois séculos seu pai o seguinte: - Obrigado, somente você poderia fazê-lo por mim. – Então sentiu seu peito ser rasgado por garras de aço.

O sangue negro e podre corria enquanto o corpo era esquartejado, quando acabou pôs a mao ensangüentada dentro do pacote de floo, jogou sobre a pilha podre e branca e disse – Fuoco!. Nos lábios surgiram um sorriso satisfeito , passou a outra Mao pela testa para ajeitar os cabelos e ficou olhando o fogo verde que surgiu em sua frente.

Ao virar-se se deparou com a cena mais patética que já havia visto. A vampira loira estática com olhos esbugalhados e boca aberta de espanto.

- Agora é tua vez de queimar Jezebel!- bradou Marcelo para a mãe , selando seu destino.

Os olhos vermelhos de Agatha brilharam pela ultima vez ao ver o prazer da morte nos olhos do filho, no fundo sentiu orgulho quando a ultima coisa que ouviu do filho foi:

- Acredite, monstro por monstro sou muito pior do que ele!

Da mãe e do pai vampiros sobraram apenas as cinzas da casa que viveu uma vida, uma satisfação e uma ânsia pelo amanhecer que apontava no horizonte. A ultima etapa de seu plano estava chegando, encontraria- se com o esguio elfo, o mataria arrancando seu coração e incendiaria seu corpo. O coração seria comido por ele e todo o poder e conhecimento do velho seriam finalmente dele. Vingaria á todos, mãe, William e ele.

Ao surgir na floresta de fronte do pai, sujo de fuligem e ensangüentado Antero entendeu que seu fim estava próximo. Havia sido assim com ele e seu pai, há de ser assim com ele e seu filho.

- Estou pronto! Venha, venha rapaz, não se acanhe! Leve meus conhecimentos e poderes... – disse Antero.

- Fácil assim velho?- perguntou Cielo desconfiado.

- Sim, sou teu pai! Obedeça-me! Nem que seja pela ultima vez!- oferecendo-se ao sacrifício.

O coração era duro feito pedra e o sangue que escorria dele era doce e metálico. Degustou a iguaria admirando as chamas verdes que o corpo do pai produzira sob o pó de floo. Acabou, vida nova agora. Monstro! É o que todos eram, é o que todos somos afinal, todos sem exceção!

Mas ele sabia que a natureza cobraria seu preço. Então os flashback`s do que havia feito em menos de 24 horas atrás o assolou de tal forma que gritava e assustado, enojado de si. Sabia que dentro da pouca "consciência" que ainda existia nele teria que acabar consigo e assim teria que fazê-lo. Mas era agora infinitas vezes mais imortal do que havia alguma vez sido e só algo muito grande o mataria, mas havia uma coisa que deveria fazer, passar o seu poder adiante, é a regra, regra falha no caso de Marcelo, mas ainda uma regra.

- Não tenho parentes, nenhum, grandes poderes perdidos sem duvida!- reclamava com si mesmo. Mas aliviado que mais ninguém no mundo teria tal poder que fosse fazer mal á tanta gente.

Então pegou a bolsa de floo que trazia, avaliou seu peso e sorriu satisfeito pois sabia que seu conteúdo continha até mais do que o necessário de pó para inflamá-lo. Àquela altura só o fogo encantado e o desejo de queimar poderia destruí-lo. Conjurou o encantamento de chave de poderes, impondo uma barreira de idade, 11 anos, quem por acaso o "recebesse" o que ele pensava que não aconteceria, ao menos teria uma pequena consciência do mundo mágico, poderia ser devidamente ensinado a partir desta idade.

Abriu o saco de floo sobre a cabeça e despejou seu conteúdo, respirou pela ultima vez o ar do amanhecer de um novo dia e gritou em alto e bom som..- Fuoco!.