Nota: Fanfic escrita para o IV Challenge de Personagens Originais. Fanfic dedicada a Mal Pille. Toda a fic não possui qualquer relação com HP7 e seus spoilers.
É uma tradição!
por Luna Black
Prólogo.
Pequenas porções de nuvens brancas cobriam o céu azul enquanto as gêmeas Malfoy eram transportadas em uma bonita carruagem. Bela estava sentada de frente para a irmã, Julie, com uma expressão curiosa e vivaz.
- Então, por que você acha que papai nos mandou ir para casa? – perguntou a loira, sorridente.
- Você sabe que eu não sei, Bela! – respondeu a ruiva, rolando os olhos.
- Por isso, bobinha. Perguntei o que você acha. – repetiu Bela, como se fosse algo muito óbvio.
- Não deve ter sido fácil. – constatou, arqueando uma sobrancelha Bela distraía-se com o gato laranja sentado ao seu lado no banco.
- Mamãe deve ter convencido McGonnagall. – Julie concordou, dando de ombros. – Papai nunca se deu muito bem com a diretora.
- Ele deve ter surtado. – disse Julie, olhando para a janela.
- Papai nunca nos tirou da escola antes no meio do semestre. – Bela arregalou os olhos, contendo um grito com as mãos. – Você acha que alguém está doente?
- É claro que não! – respondeu a irmã de prontidão, mesmo não parecendo muito convencida do que disse. – Lembra-se aquela vez que tio Ron foi parar no St. Mungus por causa de uma das invenções do tio Fred e do tio Jorge? – Bela assentiu. – Nos levaram direto para o hospital.
- Com chave de portal. – Bela lembrou-se. – Toda a família estava lá. Não cabia quase ninguém no quarto.
- Como se houvesse um espaço suficientemente grande no mundo para caber a nossa família. - disse Julie, e então apoiou os cotovelos na janela, observando as árvores passarem por elas como um borrão.
- Eu quero saber por que estamos indo para casa. – disse Bela afagando o gato que ronronou alto.
- Demônios, Bela! Quer ficar quieta? - resmungou Julie, irritando-se. - A resposta não vai cair do céu. – Bela encarou a irmã, os olhos arregalados e a expressão ofendida.
- A delicadeza mandou um "olá"! – respondeu fazendo uma careta. – Se você não quer conversar é só me dizer, oras. Não precisa sair por aí ofendendo todo mundo, as pessoas tem sentimentos, sabia? Não é legal ficar dando piti só porque eu fiz uma pergunta. Se quiser ficar sozinha, cave um buraco e se enterre dentro. – deu uma risadinha e voltou a afagar o gato.
Julie não respondeu nada, e sua expressão continuou a mesma. Indiferente. Ela era assim, afinal, e Bela sabia que poderia falar o que quisesse sobre ela que Julie simplesmente piscaria.
E isso irritava Bela, às vezes. A idéia de não conseguir alcançar Julie - e seus sentimentos e reações - em algumas situações a tirava do sério. E como Bela sabia que seria - pelo fato de conhecê-la profundamente -, Julie permaneceu quieta.
Bela bufou e abaixou a cabeça, deitando-a em cima da barriga de Louis, o gato. Começou a murmurar coisas inaudíveis a Julie, a qual desconfiou que Bela e o gato tramavam algum tipo de conspiração contra ela. Era bem do feitio da loira conversar com seres que possuíam uma bola de pêlos no lugar do cérebro.
Julie tinha a leve e familiar impressão de que não demoraria muito para a irmã atirar o gato nela. Bela desistiu de tentar estabelecer um diálogo com Louis e levantou a cabeça, encarando a irmã.
- O que é? - indagou Julie, tentando não soar muito grosseira com a irmã desta vez.
- Nada. – respondeu, desviando o olhar.
Julie sabia que a irmã havia se chateado, mas não disse nada. Era isso que Bela esperava para começar a tagarelar novamente e Julie necessitava do silêncio. Resolveu que depois se entenderia com Bela. Viu a irmã encostar a testa na janela e suspirar.
Não demoraram muito tempo para chegar até a estação de Hogsmead, onde pegariam o expresso até Londres. Saltaram da carruagem a tempo de sentir a leve brisa da manhã acariciar-lhes a pele, fazendo os cabelos das duas esvoaçarem com graciosidade enquanto caminhavam na direção do trem.
Por certo que Bela e Julie já eram parecidas o suficiente para serem confundidas, não fosse pela cor de seus cabelos, entretanto a brisa que os esvoaçava fazia com que até mesmo eles se movimentassem de maneira semelhante.
Entraram no trem que se preparava para sair e procuraram por uma cabine. Diferente do dia de embarcar para ir a Hogwarts, o trem estava quase vazio e quieto. Bela entrou em uma cabine segurando o gato no colo, sentando-se e sendo acompanhada pela irmã. Ambas permaneceram em silêncio o resto da viagem, porém a loira carregava no olhar um tédio descomunal.
Odiava quando isso acontecia. Simplesmente odiava. Sua boca se abrira centenas de vezes com a intenção de falar com Julie, mas logo se lembrava de que seu orgulho era tão grande quanto o da irmã, de modo que ele não permitiria que fosse ela a primeira a quebrar aquele clima.
Não acontecia frequentemente, mas também não era algo raro vivenciar situações como aquelas ao lado de Julie. A irmã, às vezes, tornava-se difícil demais até mesmo para Bela lidar, e embora soubesse que ela mesma não tinha o melhor gênio do mundo, preferia apenas pensar na culpa como sendo de Julie.
Bela olhou para a irmã, que se encontrava aparentemente concentrada, lendo algo que deveria ter o mesmo tamanho de uma enciclopédia - ou ao menos parecia, porque as páginas aparentavam ser infinitas -. Bela ponderou em, talvez, contar o número de folhas do livro de Julie para que pudesse sair daquele estado de tédio profundo.
A loira constatou que a mulher dos doces só passava quando o trem ia cheio de alunos famintos e se aborreceu ao passar a viagem inteira esperando por ela. Ela tirou da bolsa alguns sapos de chocolate e passou a comê-los, esperando que logo chegassem a Londres.
- Passe-me um. - disse Julie, sem tirar os olhos das páginas que lia.
Jogou um pacote ao lado da irmã e voltou olhar para a paisagem borrada. O final da tarde ia se aproximando assim como o trem da cidade.
- Obrigada. - agradeceu Julie, sem voltar os olhos para a irmã. Bela arqueou as sobrancelhas. O tédio estava lhe causando alucinações ou Julie realmente a agradecera por alguma coisa? Olhou-a desconfiada.
- De nada. – respondeu lançando um olhar incisivo a irmã, examinando-a.
Julie não voltou a falar depois que comeu os sapos de chocolate e Bela ainda tinha o olhar incisivo em cima dela. – OK. - disse Bela, rendendo-se à sua curiosidade mais uma vez. - Você me agradeceu.
- Sim. – resmungou.
- Você está bem? – chacoalhou a cabeça. – Tanta bondade vindo de você me confunde!
- Eu sou boa. - respondeu Julie. - Ao menos com você.
- Se você não se recorda me mandou calar a boca! – exclamou confusa. – Está me dando medo!
- Não mandei você calar a boca. - respondeu Julie, ao tempo que virava a página do livro com cuidado.
- Se você insiste. – deu de ombros. Bela deu um pulinho e sorriu. – Estamos chegando!
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Draco Malfoy estava mandando as filhas em uma viagem com destino à Irlanda, no intuito de realizar uma antiga tradição de bruxos puro-sangue. Não explicara as meninas nem como e nem o que aconteceria quando chegassem ao país, deixando uma grande dúvida sobre Julie e um brilho satisfeito de curiosidade em Bela.
Agradecimentos: a MlleMarie, por betar e me dar várias broncas que eu merecia, obviamente; a Angie, pela capa amor - Larissa, pela capa número dois, a Mai, twin (L) por ter me ajudado no momento "não sei o que estou fazendo, não sei o que escrever" xD, por sua PO estar presente em todos os pensamentos da minha PO – por nós termos ficado de mau quase o mesmo tempo que Bela e Julie vou parar de prever o futuro .. -, fic dedicada a você, twin (L), a Tash, por ter que ler toda essa loucura, flor, challenge (itens+tema) é perfeito, a Thai, porque vai conhecer minha PO S2 você, neguets.