Yo minna!!!! ^^~
Eis que eu apareço com mais um projeto. Bom, apresento-lhes Laços, meu grande orgulho que estréio nessa véspera de Ano Novo. Há quase um ano estou escrevendo, torcendo para que agrade todos vocês fãs de Neji e Hina. Neste projeto há personagens criados que serão apresentados mais a frente.
É minha primeira fic em Konoha e estou me esforçando para que pareça o mais próximo do anime.
Disclaimer: Naruto & Cia. não me pertencem. Acho que todos já devem saber disso, pois se não eu seria famosa e todos saberiam meu nome!
Sinopse:
"Em meio a lembranças do passado, eles encontram um sentimento que estava oculto. Ela descobre que alem do orgulho de seu pai, ela possuía o amor do primo. Mas esse amor será capaz de suportar todas as barreiras que irão surgir? Ou esse amor apenas deixará marcas que o tempo não conseguirá apagar?"
Casais: HinaXNeji, TemaXShika, KakaXMao, ItaXHaru, SasuXSaku
Diálogos:
- Falas
" ": Pensamentos
EM MAIUSCULA: Algum doido gritando (Provavelmente Naruto ou Kiba)
Bom, espero mesmo que todos gostem!!!!!
Laços
Capítulo I
Fraca... Inútil... Vergonha... Fracassada
Como aquelas palavras sempre doeram em seu coração. Hyuuga Hinata agora observava a cascata brilhando sobre o luar. Aquela era sempre uma linda visão que fazia questão de admirar. A cachoeira ficava apenas a poucos quilômetros de sua casa, sendo parte da propriedade dos Hyuuga.
Tentava controlar a respiração após longas horas de treinamento. Já estava no meio da madrugada, mas ainda não sentia vontade de voltar para casa. Realmente estava cansada após um dia tão puxado, mas queria ficar mais um pouco. Aquele belo lugar sempre lhe tranqüilizava e fazia com que relaxasse.
Ela, quando decidira que não pararia até conseguir ficar forte e arcar com o peso de um clã, estabelecera uma rotina para si: de manha iria treinar junto com o Time-Kurenai, á tarde sempre estava junto ao pai tentando cada vez mais aperfeiçoar suas habilidades como líder de um clã tão grande e a noite, após o jantar, saía escondida para treinar o seu elemento. O mesmo que a fizera tornar-se mais forte.
Muitas coisas mudaram desde a época do Chunnin Shiken. Ela própria havia mudado. Percebera qual sempre foi o seu erro: sempre tentava mostrar aos outros o quanto era forte, nunca fazia nada para si mesma.
Mas finalmente ela entendera que, antes de convencer os outros, ela precisava provar a si mesma o quanto valia. Hinata seria forte, lutaria e venceria por si.
Percebera o quanto o pai estava admirando o seu esforço. Ele passara a ser mais compreensivo desde o dia da missão em busca do Bikouchuu. Talvez porque ela finalmente estivesse achando o seu caminho.
O orgulhoso Hyuuga Hiashi finalmente percebia o quão forte a menina estava se tornando. Ela própria estava orgulhosa de si.
Depois daquela missão, foi a primeira vez que via o olhar do pai tornar-se mais apoiador. A pose militar e rígida abandonou-lhe dando lugar a um olhar terno e sua voz saíra doce quando ele lhe pedira para se esforçar. Ela lhe fizera uma promessa naquele dia: iria treinar mais e mais para nunca mais falhar.
Deu-se conta que enquanto ela se considerasse um fracasso, ela seria assim. Depois de tanto tempo sendo uma menina tímida, aprendera a usar sua meiguice á seu favor.
Continuava ser a mesma menina doce e encantadora, mas tornou-se mais segura de si, deixando a gagueira de lado.
Tomar a decisão de ser forte foi difícil, mas a fez finalmente achar uma personalidade que ela não tinha. Ela estabeleceu seu lugar no mundo shinobi. Suas missões até de níveis mais perigosos eram executadas com sucesso.
Realmente... Estava contente por si. Não tinha mais tanto medo da liderança que seu clã lhe causava. Uma coisa que aprendera ao estar com seu pai durante algumas reuniões do clã, era que um verdadeiro líder, mesmo com autoridade, poderia ser gentil e conquistar até mesmo as pessoas mais difíceis.
Às vezes apenas um gesto de delicadeza era capaz de fazer uma rocha curvar-se. E essa era a sua natureza. Ela precisava apenas colocar um equilíbrio.
Dominar a técnica que ela criara fora um grande passo em direção ao que ela queria. O Shugohakke Rokujyuu Yonshou a fez perceber que ela também poderia ser forte. Tudo era possível... Bastava ela querer.
Hinata secou o suor da testa e do pescoço com a toalha que havia trazido. Percebera então o ferimento que havia na mão direita. Ao ver o sangue escorrendo, lembrou-se do dia do Chunnin Shiken há quatro anos. O dia que ela quase morreu, que seu primo quase a matou. Desde esse dia tinha certo receio de aproximar-se de Neji.
O ódio que um dia ele emanara a deixava terrivelmente assustada. Ainda lembrava-se perfeitamente do medo que sentira quando vira seu nome junto ao de Neji. Aquele olhar... Olhar que continha puramente ódio.
Ódio do destino, da família principal... E principalmente dela. Ele a aterrorizara... Mexera com o seu psicológico. Mas mesmo assim nunca conseguira odiá-lo. Ela melhor do que ninguém entendia a sua dor. A dor de ser um Hyuuga. Eles sofriam por motivos diferentes, mas com a mesma intensidade. Talvez ela fosse a única pessoa naquele mundo que compreendesse a dor de Neji.
Atrás da frieza daqueles olhos, havia tristeza, dor e solidão. Ele sentia a falta do pai. Culpava a família principal pela morte do mesmo. Muitos erros foram cometidos até que a verdade fosse descoberta. Muitas lágrimas foram derramas por conta de pendências do passado. Depois veio a descoberta para os dois sobre a morte do pai do gênio e o olhar dele finalmente mudou.
Sempre soube o quanto o primo era forte. Mesmo achando errado, sentia certa inveja de sua segurança. Mas percebera que o mais frio dos gênios também sofria o destino imposto naquele clã. Sabia que ele a considerava uma inútil, a menininha mimada da família principal.
Mas a ultima coisa que ela tinha sido era mimada.
O que Neji nunca percebera, era que ela sofria tanto quanto ele o destino imposto á todos os Hyuuga. Sempre carregou sobre seus ombros o futuro de um clã inteiro e junto á ele sempre vinha a vergonha e o sentimento de fracasso. Sentia-se incapaz. Uma inútil.
Esse sentimento diminuiu quando finalmente entendeu as razões de seu pai para força-lhe tanto. Ele queria que ela fosse forte, não para arcar um clã, mas sim para que ela não sofresse. Era muita responsabilidade.
Hinata agora com 16 anos via a vida de uma outra maneira. Sentia que podia de verdade tornar-se uma verdadeira líder além de perceber os verdadeiros sentimentos por Naruto. Tudo o que sentia era apenas uma admiração por algo que ela não tinha: coragem.
Gostava da força que o menino emanava. De como ele vencia suas dificuldades e conseguia o que queria. Após Naruto retornar de seu treinamento, no ano passado, ela aprendera a desvendar as profundezas de seus sentimentos. Era um grande carinho que sentia por ele. Quando tinha doze anos fora fácil confundir isso com amor. Agora imaginava este sentimento de outra forma. Deveria ser devastador, não passional.
Finalmente deu-se conta de quão tarde estava e achou melhor retornar á mansão Hyuuga.
O caminho até sua casa era curto. Entrou cuidadosamente, tentando fazer o mínimo de barulho possível. Qualquer um poderia ter se levantado e encontra-la chegando em casa aquelas horas. Seria no mínimo.... constrangedor.
Sentiu-se imensamente segura ao fechar a porta de seu quarto. Caminhando até o banheiro, despiu-se e entrou debaixo do jato de água, deixando que seus cabelos também molhassem. A água quente aliviou a dor do corpo dolorido. Encostou-se no azulejo e deixou a água correr.
- Preciso tomar mais cuidado... – murmurou ao fitar os braços arranhados.
Estava se machucando cada vez mais. Em sua busca por força, estava prejudicando o seu corpo. Fechou o chuveiro, pegou em seguida a toalha, enxugando-se.
Vestiu a camisola clara e voltou para o quarto para cuidar do ferimento. Apenas não esperava que alguém estivesse esperando por ela.
Hyuuga Neji estava em seu quarto enfrentando mais uma noite de insônia. O mesmo pesadelo mais uma vez o atormentava.
O quarto do garoto era de uma cor neutra e com poucos móveis. Um quarto simples e elegante como o próprio dono. A cama grande era encostada em uma parede e ficava de lado para a varanda. Em uma escrivaninha havia vários pergaminhos, organizadamente enrolados. O criado mudo, que era ao lado da cama sustentava o abajur que dava uma grande iluminação ao quarto.
Deitado, ele fitava o teto branco lembrando-se das imagens que o perseguiam.
Mas uma vez sonhara com o dia que quase a matou. Aquele dia estava gravado em sua memória. Em seus sonhos, ele estava coberto pelo sangue da prima enquanto o corpo frágil estava estirado no chão. Apertou as mãos nos lençóis brancos tentando apagar a imagem da sua cabeça. Não conseguia livrar-se daquele tormento. Do tormento de quase te-la matado.
Estava pagando por tudo o que lhe dissera. Por cada palavra que proferira á ela. Sabia perfeitamente o quanto aquelas palavras doeram. Lembrava de como aqueles olhos o olhavam. O medo era visível.
A cada palavra que ele dizia o desprezo era notável. Esse desprezo era para encobrir a admiração que sentira um dia.
Queria olhar para aquela menina fraca e repudia-la.
Em pensar que ele a apoiara. Ele a defendera e jurara por seu sangue que iria derrotá-lo. Uzumaki Naruto assumira sua função de proteger Hinata.
Que ironia.
Ela precisava ser protegida dele, a pessoa que deveria cuidar-lhe. Aquela força que surgira nos olhos dela quando ele a defendeu.... Aquilo simplesmente o irritava.
A força com que ele falou com Hinata e ver como os olhos dela mudaram o deixaram corroendo por dentro. Sabia o quanto à prima o admirava. E sabia que fora por ele que ela o enfrentara com coragem.
Mesmo fraca, mesmo machucada ela continuara lutando. Ele esnobara sua força, a humilhara.... A chamara de fracassada. Mas no fundo, o fraco sempre fora ele. A prima lutava para mudar seu destino, para tornar-se forte. Enquanto ele apenas se conformara.
Enquanto o Uzumaki estava dando-lhe força, ele a colocava para baixo. Ele procurava colocar o ódio acima de tudo. Odiar a família principal era o seu lema.
Quando lutara com Naruto no Chunnin Shiken, Neji envergonhara-se ao ver que ele a protegia, coisa que o Hyuuga deveria fazer.
Tinha medo de aproximar-se dela. Treinavam juntos, conviviam juntos por serem da mesma família, mas nunca conseguiram realmente terem uma relação de primos.
Já fazia algum tempo que o gênio Hyuuga percebera o quanto a menina estava crescendo. Sabia também que o tio já percebera isso e era algo que o agradava. O olhar do líder mudou. Sabia perfeitamente que ele estava orgulhoso. Era com prazer que via aquilo.
Para ele a prima não passava do que a menina mimada da família principal, mas descobrira que ela era totalmente diferente do que pensava.
E aquele maldito pesadelo que continuava a persegui-lo!
Flash Back on...
Depois de varias horas após as preliminares do Chunnin Shiken, Neji resolvera ir até o mirante. Aquele lugar lhe tranqüilizava e realmente ele estava precisando. Nunca pensou que lutar com Hinata seria tão difícil. Estava confuso e sentia-se estranho desde que a sua luta acabou.
O céu estava sem estrelas e a lua estava escondida. Não sabia o que havia acontecido com a prima. Sabia apenas que ela havia sido levada para o hospital com urgência já que ouvira o médico dizer que precisavam apressar-se pelo contrario ela não duraria dez minutos. Não queria ter-la machucado tanto. Tentara convence-la a parar, a ir embora. Mas o loiro estúpido e escandaloso ficou colocando lenha na fogueira. Iludindo-a de que poderia ganhar. Ou seja, tudo era culpa do Uzumaki. Ele era o responsável pelo o que acontecera. Neji conhecia o lado inseguro de Hinata e estava apelando á ele para que ela desistisse e evitasse sair machucada. Neji sabia que seu ódio por ela e a família dela poderia cega-lo ao ponto de não perceber mais o que fazia. Sabia também que a qualquer momento poderia descontrolar-se e aumentar a intensidade de seus golpes, já que reduzira seus ataques justamente para não machuca-la muito.
Durante as outras lutas, Neji imaginava qual dos gennins seria seu adversário, mas nunca imaginaria que fosse ela. Irritava-se completamente ao ver que ela se preocupava com a luta e os ferimentos dos outros invés de preocupar-se com ela mesma.
Não se assustou quando uma mão tocou em seu ombro. Já havia sentido a presença dele desde que havia chegado.
Gai-sensei sentou-ser ao lado do aluno e ficou observando as luzes de Konoha.
- Como está o Lee?
- Terá de ficar em repouso. Ele está estável, mas as chances de voltar à ativa são mínimas.
Um silêncio sepulcral se instalou entre os dois. Neji sabia o quanto o sensei estava sofrendo. Dos três, Lee era o seu favorito já que era o mais parecido com ele tanto fisicamente quanto em sua personalidade. Fora a persistência de Lee que atraíra a atenção do sensei. A noticia de que a vida shinobi tornara-se impossível veio como uma bomba aos dois.
- Todos estão no hospital. – comentou Gai depois de algum tempo.
- Lee já pode receber visitas?
- Não.
O Hyuuga arqueou uma sobrancelha, confuso e encarou o sensei.
- Hinata foi operada e todos estão preocupados pelo estado grave dela.
- Operada?
- Seus golpes afetaram o coração, rompeu varias artérias e prejudicou os pulmões. Ela está com dificuldades para respirar. Os médicos disseram que as próximas 72 horas eram cruciais. – com um suspiro pesado, Gai o fitou e perguntou com os dentes cerrados: - Você quase matou a menina, Neji! E se nós não interferíssemos você a mataria. O que tinha na cabeça?
- Ela quis lutar. – respondeu indiferente. - Eu a aconselhei a ir embora.
- Suas palavras a instigaram. Nunca ouviu falar de psicologia reversa? Todas as bobagens que você disse apenas a fizeram ter vontade de mostrar-lhe que estava errado. E ela provou!
- Ela perdeu!
- E desde quando o objetivo era ganhar? Ela queria apenas crescer um pouco. E cresceu. O desempenho dela foi formidável. Ela sairia vitoriosa se você não fosse seu oponente. Você deixou os problemas familiares subirem a cabeça. Esqueceu-se de que essa menina é a ultima pessoas que possa culpar. Ela tão vitima das circunstancias quanto você. É covardia jogar a culpa nela. Hinata só tinha três anos de idade.
- Ela agora é a vitima?
- Mas culpada ela também não é! Você está deixando esse seu rancor te cegar. Entendo o que sinta por sua família, mas isso não foi justificativa para atacá-la daquele jeito. – Gai virou-se e voltou a olhar para a cidade. – O que está feito, está feito. Agora a única coisa que podemos fazer é torcer para que ela sobreviva. Como será carregar a morte de sua prima nas costas Neji?
Flash Back off
Ouviu pequenos ruídos no andar de baixo, se sua audição estivesse certa, a porta da cozinha havia sido fechada, lentamente como se tentasse dissipar qualquer barulho. Ficou atento tentando escutar todos os movimentos que a pessoa fazia no andar de baixo. A mesma subia as escadas com passos furtivos e o mesmo seguiu-se no corredor. Percebeu que porta do quarto de Hinata, que era em frente ao seu, fora aberta e logo após fechada.
Era ela que havia entrado na mansão àquela hora? Onde estaria? Ou melhor, com quem estaria?
Estaria que prima tendo encontros noturnos? Estaria ela até àquelas horas nos braços do Uzumaki até mesmo o Inuzuka, que não fazia segredo para ninguém que gostava dela?
Neji jogou o lençol de lado e levantou-se, determinado a arrancar da menina onde ela estava e também tentar colocar um pouco de juízo em sua cabeça. Se ela quisesse realmente ter um relacionamento com alguém, que falasse para o pai, antes que esse descobrisse de outra forma. Sem falar que diante de todos ele era o 'protetor'. Se alguma coisa acontecesse, toda a responsabilidade cairia sobre ele. E Neji não tinha a mínima vontade de ser acusado de Hinata sair escondida para divertir-se.
Abriu a porta de seu quarto e viu o corredor vazio. Após um suspiro aliviado, abriu a porta do quarto de Hinata sem ao menos bater. Logo escutou o barulho do chuveiro, coisa que confirmou suas suspeitas. Ela havia chegado naquele momento!
Após alguns intermináveis minutos, a porta do banheiro abriu-se, revelando a prima com uma camisola que deixava à mostra as belas formas de seu corpo.
Por mais inocente que a vestimenta fosse, o corpo de Neji incendiou-se com a visão. Sempre achara o rosto angelical da menina belíssimo, apenas nunca imaginara que aquele corpo escondia-se atrás de um casaco grosso.
Os cabelos ainda úmidos caiam pelo corpo, tornando a visão ainda mais tentadora. O contraste do cabelo com o tom de pele dela era enlouquecedor. Aquela visão faria até o mais santo dos homens caírem aos pés da mulher á sua frente.
Os olhos perolados dela estavam surpresos ao vê-lo parado encostado na porta. Apenas uma pergunta vinha em sua mente: o que Neji estava fazendo ali. E ainda... Daquele jeito.
O Hyuuga usava apenas uma bermuda, deixando o peitoral definido pelo treinamento a mostra. Os cabelos soltos emolduravam seu rosto e caiam pelo corpo. A marca em sua testa também estava visível.
Com os braços cruzados, ele exalava sua habitual arrogância.
- Neji nii-san?
A voz da menina o despertou de seus pensamentos lascivos. Mesmo não gaguejando, ele percebeu certo estremecimento em sua voz.
- Onde estava, Hinata-sama? – ele fora o mais direto possível.
Ele sabia que ela havia chegado naquele momento, aquilo era um fato. Negar iria apenas piorar a situação. Sabia o quanto Neji era obstinado e se ele tivesse certeza, nada lhe tiraria aquilo da cabeça. O melhor era contornar a verdade.
- Estava na cachoeira que há aqui perto. Eu... Não conseguia dormir e ver a água sempre me acalma.
- E esse corte na sua mão e os arranhões nos braços aconteceu quando estava apenas observando a cachoeira? – perguntou erguendo uma sobrancelha.
Ela havia esquecido-se completamente do machucado. Não queria nem pensar no que Neji diria se ele descobrisse que ela estava treinando. Ela sabia que Neji poderia ser super protetor quando queria.
Neji se impacientou com o silencio da prima. Com certeza estava inventando mais uma mentira. Aquilo o irou ainda mais.
- Eu...
- Estou esperando, Hinata-sama! Dirá á mim, ou á Hiashi-sama. A escolha é sua!
Era impressão sua ou Neji a estava ameaçando? Ao ver os olhos sem nenhuma emoção evidente, e analisar a voz arrogante ela tivera certeza: Neji seria perfeitamente capaz de contar á seu pai que ela chegara àquelas horas.
- Eu estava treinando na cachoeira. – respondeu por fim.
Neji sentiu um misto de preocupação e alivio. Preocupação porque ela poderia ser atacada e treinar de madrugada não era seguro. Alivio por saber que ela não estava com ninguém.
Por quê?
A proteção de Hinata era seu dever. Não permitiria que qualquer um brincasse com os sentimentos de sua prima e muito menos a induzisse a sair no meio da madrugada sabe-se lá fazer o que.
- Não deveria sair sozinha á essas horas, Hinata-sama. É perigoso.
- Eu estou bem, nii-san. – disse dando-lhe um sorriso inseguro. Mesmo depois de tanto tempo, não sabia como realmente agir na frente do primo.
Ele havia mudado, isso ela percebera. O primo não os odiava mais. Ou melhor, ele não odiava mais á sua família.... E quanto á ela? E quanto á pessoa que ele sempre considerou indigna de ser a herdeira da família principal? Posto que provavelmente deveria ser dele.
Neji desviou seus olhos para a mesinha onde continham a pomada curativa e faixas. Ele andou até lá sobre o olhar curioso de Hinata. Pegou as coisas e virou-se para ela.
- Sente-se.
Estava tão cansada que nem iria argumentar que poderia cuidar do ferimento. Sinceramente, queria que cuidassem um pouquinho dela.
Hinata sentou-se na cama vendo o primo depositar os utensílios em cima da mesma, abaixando-se. Ele abriu a pomada e pegou sua mão cuidadosamente. Analisou que o corte não era muito profundo, mas deveria ser cuidado para que não infeccionasse.
Pegando um pouco do ungüento, passou com cuidado em cima da ferida. A menina estremeceu, mas não era por causa do machucado, e sim por sentir Neji daquele jeito.... Tão perto. Eles nunca estiveram tão próximos... Vestidos daquele jeito. Hinata sentia-se exposta.
Sua mão mal era visível sob a mão dele. Mesmo com os treinamentos a pele da garota era delicada. Enquanto ele enrolava a faixa em sua mão enquanto ela não conseguia tirar os olhos dele. Observou novamente as mãos masculinas.... Como seria sentir aquelas mãos em seu corpo? Ela ficou pasmada com o próprio pensamento. Desde quando ela tinha aquele tipo sensação?
Neji tornara-se um homem lindo. Suas feições eram atraentes e harmoniosas. O dorso exposto chamou a atenção da menina. Os músculos não eram exagerados, eram apenas trabalhados deixando-o com um corpo sedutor.
Hinata sentiu as faces corarem.... Há quanto tempo isso não acontecia?
Após cuidar da mão, Neji passou mais um pouco do ungüento nos arranhões dos baços que estavam vermelhos devido a brancura natural da pele de Hinata.
- Pronto! – Neji levantou a cabeça e encarou os olhos da prima que o observavam fixamente. As bochechas estavam coradas, deixando-a ainda mais bela. A cor avermelhada em sua pele, fazia parecer como se fosse feita de porcelana. Hinata lhe parecia tão frágil vestida daquele jeito, com os cabelos soltos e molhados dando-lhe o ar de ninfa como nas historias gregas. Ela era a personificação da beleza.
Finalmente deu-se conta da situação que os dois se encontravam, mas a atração era maior e os impedia de desviar os olhos um do outro. Estavam hipnotizados. Os olhos perolados encaravam-se. Eles não se atreviam a desviar o olhar. Neji decidira terminar com aquele clima, antes de fazer alguma besteira.
- Não acho seguro ir treinar a noite, Hinata-sama.
- Não acho que seja tão perigoso. Nunca me aconteceu nada.
- Mas pode acontecer. – protestou veementemente encarando os olhos perolados com a firmeza habitual.
- E você acha que eu não sou capaz de me defender sozinha? – perguntou com um pouco de raiva.
- É claro que você é capaz, mas...
- Então acho que não há com o que se preocupar, nii-san. E... Acho que já está muito tarde. – aquela frase o fez levantar-se. – E muito obrigada por cuidar da minha mão.
Neji sabia que havia magoado-a. Ele estava apenas preocupado com a sua segurança.
- Hinata-sama... Sabe que o meu desejo é vê-la em segurança. Acho melhor que não treine mais a noite.
- Sei disso, nii-san. Apenas não quero que me veja como a menininha que precisa ser sempre protegida. Talvez não tenha percebido, mas eu cresci. Mesmo que um apenas um pouco, eu fiquei mais forte.
- É claro que eu percebi. Apenas temo que se machuque de alguma maneira. – disse apontando para a mão enfaixada. – Poderia ter sido pior.
Hinata sorriu diante da sinceridade do primo. Nunca foram próximos... E desejava imensamente que aquela preocupação fosse apenas por ela, não pela herdeira da família principal. Queria que houvesse uma ligação entre eles. Eram primos... Queria que agissem como uma família. Sem rancores e ressentimentos. Hinata seguiu seus instintos e abraçou-o com força. Era muito bom poder sentir a textura da pele exposta. Ele ficou surpreso diante do gesto dela.
Eles nunca haviam tido tanto contato físico quanto naquele momento. Poderia ser o mestre do auto controle, mas estava quase perdendo-o. Mesmo um pouco hesitante, ele levantou os braços e retribuiu o gesto. Apertou-a tão forte como se quisesse fundi-la ao seu corpo.
- Me perdoe. – murmurou perto de seu ouvido. Hinata não entendeu o pedido de desculpa. Neji não havia feito nada. – Eu... Eu a machuquei... Não consigo me perdoar por isso.
Hinata apertou ainda mais o abraço, querendo passar-lhe o que sentia. Não o culpava. Ela o entendia. Esquecera-se de sua dor naquele dia para ter em mente apenas a dor dele. Eles nunca chegaram a conversar sobre aquele dia. Mesmo treinando juntos, preferiam tentar ignorar a existência daquele dia. Até aquele momento...
- Tudo o que eu lhe disse.... – começou ela após um tempo. – Será que doeu tanto quanto doeu em mim? Machuquei você com as minhas palavras. Na época não tinha noção o quanto elas poderiam ter lhe machucado. – ela levantou o rosto e encarou o do primo. Ele viu sombras de lágrimas nos olhos perolados.
- Eu quase matei você. – sua voz era sofria. Era estranho ver Neji daquele jeito. Sempre o vira imponente, orgulhoso. Nem em seus melhores sonhos poderia imaginar tudo o que acontecera naquela noite. O primo que estava diante de si, não era um gênio, não era um shinobi, era apenas um humano e como todo ser humano, ele precisava de conforto.
- Não se preocupe, nii-san. Acabou...
- Já é tarde. Vá dormir.
- Hai.
Neji apartou o abraço e caminhou até a porta. Saiu, mas sem antes olha-la pela ultima vez.
Hinata jogou-se na cama, sorrindo. Levou a mão ao peito, tentando acalmar as batidas do coração.
Honestamente, o toque de Neji a balançara muito. Tentava entender o que estava acontecendo com ela e principalmente com Neji. Nunca vira aquele olhar.
Desistindo de entender o que se passara naquele quarto, atirou-se na cama, sendo abençoada com o merecido sono.
Minna, primeiro Capítulo. Façam uma autora feliz e mandem-me reviews.
FELIZ ANO NOVO!!!!!! S2
31/12/09
