O Escorpião Escarlate

Resumo: UA - Kamus é um investigador da inteligência francesa. Milo é um ladrão bastante competente no que faz. O que aconteceria se os dois unissem forças para desvendar crimes intrigantes ? – Yaoi Milo & Kamus.

O Escorpião Escarlate – Introdução

Na França a prisão de Clairvaux (1) tem, assim como outras prisões de segurança máxima européias, uma forma diferente de lidar com os presidiários. Os mesmos são tratados quase como escravos. Divididos entre as várias oficinas de atuação, são obrigados a trabalharem das sete da manhã às oito da noite com pausa de quarenta minutos para o almoço. A direção do presídio entende que talvez para detentos que tenham acesso ao sol a duração do almoço seja pequena, mas para a prisão de Clairvaux, onde tal luxo não é permitido, a não ser nos domingos e feriados, quarenta minutos é tempo mais que suficiente.

Participantes de movimentos dos Direitos Humanos podem achar tudo isso crueldade, mas as atitudes dos criminosos perante a sociedade foram as únicas culpadas pelo duro tratamento recebido. Além disso, nenhum dos presos ali pode ser considerado uma "pobre alma bondosa" já que NINGUÉM tem pena inferior a dez anos para cumprir.

Na verdade o que mais irrita os Direitos Humanos é a arrogância de Jacques Loraine, diretor do presídio. Jacques lembrava que no passado a prisão mantinha a lei do silêncio absoluto e não permitia que os presos dormissem em colchonetes, o que não era mais praticado na administração atual. "Isso é avanço" dizia. Claro que se abstinha de comentar o fato de dois presos terem morrido recentemente espancados por agentes penitenciários dentro de suas celas.

Obviamente os presidiários da prisão de Clairvaux pensavam 100 do tempo em fuga, mas como isso era uma realidade muito distante, acabavam aceitando a dureza do dia-a-dia e a tarefa a qual eram incumbidos.

Como bom humor era uma qualidade rara naquele inferno, um jovem que trabalhava na marcenaria destacava-se por manter sempre um belo sorriso no rosto. Nascido sob o signo de Escorpião, Milo, ladrão de origem grega, tinha porte atlético, uma cor invejável, belos olhos azuis e longos cabelos cacheados.

No "mundo superior", como os presidiários chamavam o mundo fora da prisão, Milo era conhecido como "Escorpião Escarlate". Ganhara este codinome porque sempre deixava um pequeno escorpião carmim no local do crime. O ladrão costumava dizer que a melhor parte da diversão era saberem que ELE roubara aqueles objetos e não apenas roubá-los.

Apesar do ritmo pesado de trabalho, o Escorpiniano brincava com os companheiros dizendo que estava ali apenas fingindo que era ladrão pois na verdade era um ator treinando para fazer o papel de ladrão num próximo filme em Hollywood.

Ainda bem que ali dentro sonhar ainda era permitido.

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No coração de Paris, em uma edificação discreta mas bem desenhada, trabalhava o cérebro policial do país, a Inteligência Policial Francesa. Policiais altamente treinados, especialistas e com conhecimentos em várias áreas mantinham a impressionante média de 94 dos crimes resolvidos.

Em uma das grandes salas do terceiro andar, Kamus, um jovem policial de origem francesa, que com apenas três anos de trabalho galgara a posição de Investigador nível I, mantinha uma ótima equipe de profissionais os quais tinha total confiança. Mu, Ariano nascido no Tibet era mestre em informações. Shaka, Virginiano e nascido na Índia, possuía profundo conhecimento da psicologia humana e Aioria, Leonino de origem grega, era um exímio investigador.

Homem de Gelo. Era assim que Kamus era conhecido na IPF (Inteligência Policial Francesa) por sua frieza ao conduzir as investigações. Dotado de grande inteligência e uma extrema facilidade em juntar as peças dos complicados quebra-cabeças deixados por todo tipo de criminoso, o investigador nascido sob o signo de Aquário era o mais cotado para sentar-se na cadeira mais cobiçadas do andar: a superintendência. Em menos de dois anos haveria uma aposentadoria e sua ascensão era certa. Depois disso obviamente seus objetivos seriam mais ousados altos. Planejava estar no quinto andar, na seleta equipe de comando.

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Naquela manhã de quinta-feira a equipe do Homem de Gelo trabalhava em um novo caso. Um quadro fora roubado sem deixar pistas. As impressões digitais eram apenas dos funcionários, mas o que mais intrigava era um objeto encontrado na cena do crime: um pequeno escorpião escarlate.

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O telefone tocou e Aioria atendeu.

- Sim.

Uma voz falou por algum tempo do outro lado e depois se calou.

- Ok. Obrigado Marin. – disse e desligou, olhando para os companheiros em seguida.

- E então ? – Kamus perguntou.

- Nada. Trabalho de profissional. Nenhum registro das câmeras. – deu uma pausa – A Marin comentou que as fitas foram enviadas ao segundo andar para uma análise de diferença de quadro a quadro e quando tiverem a nova fita me encaminham.

- Sobre o escorpião, – Mu comentou chamando a atenção dos outros três policiais - fiz alguns cruzamentos no computador. – virou a tela para os três.

Os quatro viram a foto de um belo jovem de longos cabelos azulados com a ficha ao lado da foto.

Nome verdadeiro: Milo Nekalaous

Codinomes conhecidos: Escorpião Escarlate

Crimes registrados: Falsificação, Roubo de peças de arte, Roubo de jóias, Roubo de artigos de luxo, Roubo de informações, Invasão de propriedade, Uso de tecnologia sem autorização...

A lista era extensa.

- Endereço atual. – Kamus leu – Prisão de Clairvaux. Ligue para lá. – pediu a Shaka que estava mais próximo ao telefone.

O indiano ligou.

- Policial Shaka falando, identificação IPF 378-43. Quero saber se vocês têm um prisioneiro chamado Milo Nekalaous. Quer que eu soletre o último nome ?

O Virginiano esperou um pouco até que a voz do outro lado respondeu.

- Isso mesmo. – e continuou ouvindo - Obrigado. – o indiano desligou. Olhou para os outros antes de responder - Ele está preso.

- Isso não faz sentido. – Kamus comentou pensativo.

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Próximo Capítulo: Os policiais vão até o presídio interrogar o grego. Milo concorda em ajudar a polícia, mas faz algumas exigências que aborrece o Investigador.

Nota da autora – explicações

( 1 ) A prisão de Clairvaux de fato existe e os fatos mencionados como a lei do silêncio, a proibição do uso de colchonetes, a morte dos detentos ocorreram de verdade. Este presídio era considerado o mais desumano da França.

Nota da autora – contato

Ok. Podem brigar comigo, tirar sarro e atirar pedras. Escrevi sim um Universo Alternativo. Buáááá. Logo EU que sempre fui contra ? Em primeiro lugar quero dizer que isso é culpa da Calíope que com a sua Santuário Times fica colocando idéias nas nossas cabecinhas insanas rsrsrs.

Espero que alguém ao menos escreva para dizer "Bem feito Bela Patty" rsrs. Como sempre, podem me contatar no erika(ponto)patty(arroba)gmail(ponto)com ou via review neste site.

Bela Patty .

- Agosto / 2005 -