TÍTULO: Brizomancy

AUTORA: hhgranger

BETA: Vivi Andromeda


Nota de Autora (1):

Esta fic tem em conta apenas os acontecimentos até ao 6º livro. Quem não leu o último livro da saga não se deve preocupar pois aqui não encontrará qualquer informação pertencente ao mesmo.

Qualquer semelhança com outra fic é pura coincidência.

Esta é uma fic de classificação quanto ao género bastante difícil visto que eu não a considero apenas romance, nem só aventura, nem totalmente drama. No fundo é uma mistura de tudo um pouco.

É a primeira fic que posto, e eu acho que arrisquei bastante ao escrever algo com uma Personagem Original. Apesar de ser muito vantajoso para um autor a utilização de um personagem original, nem sempre é fácil lidar com a repercussão que a personagem tem para os leitores. Mas eu espero que vocês gostem do meu estilo de escrita e principalmente da história.

O título da fic pode suscitar algumas dúvidas e apesar da minha beta me recomendar a colocar o significado deste para que vocês a entendam eu não o vou fazer por enquanto. Mais tarde o colocarei, mas seria falar demais neste momento. Esperem até ao próximo capítulo e eu depois explicarei.

Sintam-se à vontade para deixar comentários, de preferência construtivos. Ficarei muito feliz quando os receber.

Qualquer erro gramatical ou de outro tipo é da minha inteira responsabilidade e sintam-se à vontade para me avisarem das existência deles, eu realmente agradeceria se o fizessem.

Acho que não tenho mais nenhum recado a deixar, a não ser esperar que se divirtam.

Beijos

Mariana (hhgranger)


Capítulo 1 – "Estranhos" sonhos

Ao longe podia-se ouvir o mar agitado, que com cada vez mais força batia contra as rochas.

Apesar do ruído crescente, uma jovem mulher encontrava-se adormecida no jardim de uma velha casa de campo. Sobre o seu corpo, encontrava-se o olhar fixo de uma coruja pousada numa árvore próxima. A única fonte de luz era a da lua crescente que dominava na imensidão do céu onde as estrelas brilhavam fracamente.

O vento agitava as árvores circundantes e uma folha de jornal voava pelo jardim, ora um pouco mais alto, ora rente ao chão, arrastando consigo algumas folhas secas.

Apesar de todo aquele ambiente agitado em torno da jovem, esta encontrava-se mergulhada num sono profundo, algo que não acontecia frequentemente no último ano. Desde que ela havia chegado àquela casa era a primeira vez que dormia tão serenamente. Mas algumas coisas nunca mudam e em pouco tempo ela começou a revirar-se no chão, agarrando firmemente a relva e as ervas daninhas que cresciam entre esta.

Contudo, era estranho que ela não fizesse qualquer ruído acrescido ao do seu próprio movimento. Apenas se continuava a ouvir o jornal que ainda voava empurrado pelo vento, e ao longe, o bater constante das ondas contra a encosta. Repentinamente os seus movimentos tornaram-se mais frenéticos e um grito ecoou pelo campo.

Ariana levantou-se rapidamente, olhando em volta de modo a assegurar-se da sua localização. A sua respiração estava acelerada, e se não fosse o barulho do vento com certeza seria possível ouvir o batimento rápido do seu coração.

Após confirmar que não havia nenhum ruído suspeito por perto, a sua respiração normalizou lentamente, contudo o seu cenho ainda se encontrava franzido com suspeita e preocupação.

Ela não costumava sonhar muitas vezes, mas este sonho parecia real demais, e a sensação de angústia que lhe enchia o peito não lhe permitia relaxar.

Decidida a tentar descontrair, sentou-se de pernas cruzadas na relva macia do jardim. Fechou os olhos e tentou concentrar-se apenas na natureza circundante.

"O farfalhar do jornal… o barulho do mar… agitado… revolto… solo duro e seco… brilho de algo no chão… aproximação… uma poça de água… água verde… mas como a água podia ser verde?... aproximação… verde… verde… reflexo distorcido... relâmpago…trovão…caveira…movimento…cobra…choque…medo….MARCA NEGRA…..flash de luz verde….torre….corpo…queda…o seu corpo caía….ela sentia-se a cair…chão….quase…falta pouco…medo…chão…próximo…muito próximo…."

Os seus olhos abriram-se em choque. Aquele era o sonho que havia tido.

O sentimento de angústia aumentava a cada segundo. Que corpo seria aquele? E aquele flash de luz verde, não podia ser o que ela estava a pensar, mas algo bem fundo lhe dizia que as suas intuições estavam certas.

Tentando acalmar a sua respiração, levantou-se e após percorrer com o olhar todo o jardim, dirigiu-se à porta da cozinha da casa.

Subiu os três degraus para a porta e quando estendeu a mão para a maçaneta desta, olhou por cima do ombro para trás, como se sentisse que era observada. Após constatar que nada era visível, decidiu que deveria ser paranóia da sua cabeça devido ao estranho sonho que tivera e por fim entrou em casa.

Depois de trancar a porta da cozinha e olhar em volta, deu um suspiro.

Era incrível como apenas a entrada naquela casa lhe transmitia um sentimento de segurança e paz de espírito. Os antigos moradores com certeza deveriam ser pessoas com boas energias, sem falar no bom gosto. A casa era exactamente como ela imaginava para uma habitação de campo. Pequena, acolhedora e confortável. A mobília de castanho da cozinha brilhava sob a luz da lamparina a petróleo no centro da mesa.

De todas as divisões da casa a cozinha era uma das que mais lhe agradava. Uma das coisas que ela tinha em comum com a sua mãe era o gosto por cozinhas grandes e airosas. Era uma pena que não pudesse ter compartilhado esta com ela. Os seus olhos marejaram-se, mas ela engoliu as lágrimas que estavam por vir, afinal ela prometeu a si mesma que não mais choraria de cada vez que relembrava o passado.

Dirigiu-se ao lavatório e depois de lavar as mãos, agarrou no pano à sua direita para as secar, encostando-se ao lavatório, concentrada em analisar o estranho sonho que tivera. Não que não fosse frequente ter sonhos desse tipo, mas este não lhe lembrava nada que ela tivesse vivido e a sensação de que algo mau estava para acontecer não a abandonava.

Olhando para o relógio na parede oposta viu que eram 1h37m da manhã. A hora tardia explicava-se pelo facto dela ter decidido descansar um pouco deitada no jardim e olhar as estrelas, como ela gostava de fazer, após vir de mais um serão entretida na estufa.

Essa era outra característica da casa que ela adorava. A existência de uma estufa.

Outra pessoa talvez não tivesse a sua coragem para se aventurar a tentar sequer entrar naquela estufa. Mas ela sempre gostou de cuidar de plantas e essa era uma das ocupações preferidas que ela arranjou desde que conseguiu limpar o jardim. A princípio teve um pouco de dificuldade em conseguir entrar na estufa, mas a diversidade de espécies era tanta que ela sentiu-se recompensada por todo aquele esforço.

Demorou meses a torná-la "habitável", mas desde então ela passava grande parte do seu tempo livre a trabalhar lá. E não era a primeira vez que isso acontecia até tarde da noite. Felizmente existiam vários candelabros na estufa. Era algo que ela achou estranho, mas sem dúvida útil, afinal não é comum existirem esse tipo de coisas numa estufa, mas ao que parecia os antigos habitantes da casa também tinham um grande gosto por esta e passavam lá várias horas durante a noite. Ao pensar nisso um sorriso involuntário surgiu-lhe no rosto. Aquela estufa era um refúgio muito agradável, quem não gostaria de passar várias horas ali, mesmo que durante a noite?

Decerto que o seu pai não gostaria. Não era que ele não gostasse de jardins, mas estufas não eram do seu agrado e trabalhar numa muito menos. Ele tinha pouco…

Os seus pensamentos foram interrompidos por um forte estampido no jardim. A mão que agarrava o pano em que havia secado as suas mãos estava firmemente apertada. Aquele mesmo ruído que ela havia ouvido inúmeras vezes no dia mais trágico da sua vida, um ruído que pressagiava as más notícias que se aproximavam.

Um sentimento de angústia tomou conta dela e apenas despertou dos seus estranhos sentimentos quando ouviu batidas fortes e cadenciadas na porta da cozinha.

A dúvida e o receio abateram-se sobre ela, mas confiando nos seus instintos, que lhe diziam que ela não se encontrava em perigo, e na sua coragem, mesmo sentindo aquela estranha angústia e uma inesperada sensação de perda, decidiu abrir a porta na qual o "visitante" havia retornado a bater, agora com mais urgência.

Abrindo-a com uma certa brusquidão a surpresa ficou marcada no seu rosto ao ver aquelas duas estranhas figuras no umbral da porta.


Nota de Autora (2):

Este capítulo foi um presente de aniversário para uma amiga – Viviani Xanthakos – conhecida como Vivi Andromeda no meio das fics. Espero que assim como ela tenham gostado.

OBRIGADA por tudo amiga!!

Beijos