Título: O caçador e seu amor
Autor: Fabianadat
Co-autoria: Topaz Autumn Sprout
Betagem: Uma doida corrigindo a outra
Pares: Harry & Draco
Classificação: NC-17
Gênero: Romance/Drama/M-preg
Disclaimer: Os personagens e situações pertencem à JK Rowling, esta fic não infringe direitos autorais nem gera lucro.
****** A fic é SLASH/Lemon, ou seja, trata do relacionamento entre dois homens, e vai rolar pegação explícita. Se não é tua praia, NÃO LEIA!
Um pouco de falação:
Oi Pessoal! Oi nóis aqui traveiz!
Era uma vez uma Lufa xereta, que leu certa fic de argumento interessante e escrita um tanto enrolada. Depois de um review e um mail, a escritora me contatou e começamos a trocar figurinhas. Fui convidada para betar esta fic, mas enchi tanto a coitada da Fabi e dei tanto pitaco, que ela mui gentilmente me convidou para ser sua co-autora.
Então aí está a bendita fic. Totalmente reescrita, reformatada e com capítulos extras, tentando explicar melhor o universo desta estória, inclusive como disse uma das leitoras que deixou review comentou, uma explicação mais plausível para os poderes "fodásticos" do Potter.
Então boa diversão!
É a paixão por HP (especialmente por Drarry) unindo Norte e Sul do Brasil!
Para Fabianadat, meu muito obrigada por me confiar a fic, suas idéias, um pouquinho de sua vida e especialmente a oportunidade de conhecer uma pessoa tão divertida, segura de suas convicções, e com tanto "joy de vivre".
Um abraço apertado, beijo estalado na bochecha e não fique vexada com minhas palavras, tu realmente és demais!
Da tua Lufíssima co-autora, Topaz.
Um pouco de falação 02:
Era uma vez uma moça muito afobada pra postar uma fic e que enfiou legal os pés pelas mãos e cometeu uma incrível quantidade de erros. Mas em todo estória que se preze sempre tem algum herói, no caso heroína, de capa e espada pronta pra ajudar, e foi assim que Topaz Autunm Sprout entrou na minha vida. Coisa que agradeço até hoje.
Através de cada e-mail e idéia trocados a fic foi sendo editada, reescrita e betada, tudo junto e ao mesmo tempo separado por alguns milhares de quilômetros. Ah... as maravilhas da internet, sem deixar de lado o amor pelo universo criado pela JK.
Resumindo, faço um tributo a você, Topaz, por ser uma xereta intrometida e cheia de maravilhosas idéias, sem contar o fato de ser uma muito boa mestra, afinal, através do caminho que seguimos aprendi um pouco mais sobre a complexidade de se fazer uma fic bem feita. Te agradeço.
Um beijo e um abraço.
Para Topaz de Fabianadat. ^^
E chega de melação e vamos ao que interessa.
Capítulo 1. A DECISÃO
Chegando finalmente ao quarto que fora seu durante os anos em Hogwarts, Harry ficou surpreso ao encontrar uma bem servida bandeja de sanduíches e uma jarra de suco de abóbora fresquinho. Até parecia que Monstro havia lido seus pensamentos, mas ele podia jurar que havia um dedinho de Hermione ali.
Recostado em sua cama, descobriu-se faminto e se fartou como há muito não fazia. O cansaço finalmente se abateu sobre o garoto, e aconchegando-se nas cobertas macias, dormiu um sono sem sonhos nem pesadelos.
Ninguém ousou interromper seu descanso, garantindo-lhe um sono longo e reparador, literalmente o sono dos justos.
Ao acordar sentiu uma grande necessidade de isolamento. Queria ficar só, pensar na vida sem interrupções, mas sabia que seria impossível naquele momento.
Os que permaneceram no castelo após a batalha esperavam vê-lo, dirigir-lhe uma palavra ou um sorriso, que mesmo não sendo de alegria, eram de esperança e fé na paz.
Desceu as escadas sabendo o que encontraria no final do corredor; e no caminho percebeu que os reparos ao castelo semi-destruído já estavam em andamento, entendendo que a Diretora McGonagall estava por trás desta transformação.
Era muito bom saber que em breve a maior parte das coisas entraria nos eixos novamente.
Durante a descida Harry foi abordado por várias pessoas, o que lhe dava uma boa idéia do que o aguardava no grande salão, que felizmente já estava com as portas no devido lugar.
O som das vozes chegou até ele de forma abafada quando alcançou final da escadaria, e respirando fundo seguiu em frente pensando com seus botões:
- A coisa vai ser complicada!
Na entrada do grande salão escutou seu nome ser dito numa infinidade de entonações. Passando os olhos pelo salão lotado, localizou a cabeça ruiva e mais alta que se destacava na multidão, sabendo que ao lado de Rony estaria a pessoa que procurava: Hermione.
Foi avistado pelos amigos que fizeram gestos para que se juntasse a eles. No caminho foi parado um sem número de vezes por pessoas que queriam tocá-lo, agradecer ou ouvir uma palavra de conforto, e a necessidade de isolamento crescia cada vez mais.
Uma das últimas pessoas a entrar em seu caminho foi Narcissa Malfoy, que saindo de onde estava sentada com seu marido e filho, parou na sua frente.
O burburinho de vozes se aquietou, e muitos assim como ele, ficaram surpresos com a atitude da matriarca Malfoy. Quando ficou próxima o suficiente para se fazer ouvir, ela falou num tom repleto de agradecimento:
- Obrigada por salvar meu filho! A voz da mulher falhou e uma lágrima escapou de seus olhos, rolando pela fáce pálida e cansada.
Num instante Draco estava ao lado amparando a mãe que agradecia novamente:
-Obrigada.
O olhar de Harry desviou-se da mãe para o filho, e o que viu o fez sentir algo estranho. Na face do loiro não havia a costumeira expressão de desdém, mas uma fugidia expressão de amor pela mãe, quando seus olhos se encontraram momentaneamente, Draco ficou corado por ser pego demonstrando algum tipo de emoção e imediatamente desviou o olhar; deixando Harry muito constrangido e desejando que um buraco se abrisse no chão e o tragasse. Apelando para sua tão falada coragem Grifinória ele se obrigou a responder:
- Sra. Malfoy, não há razão para me agradecer. A sua coragem de mentir para Voldemort lá na clareira, declarando que eu estava morto, possibilitou o desfecho dos acontecimentos, e eu não agi sózinho, havia muitas pessoas ajudando. Eu é que devo lhe agradecer, e tenho uma dívida com a senhora.
Sem pensar ele abraçou Narcissa, que por alguns instantes ficou sem reação mas acabou retribuindo o gesto inesperado. O grande salão ficou silencioso, todos estavam atônitos com aquele estranho acontecimento, pois era do conhecimento de poucos o enorme risco que ela correra ao atestar sua morte para Riddle. Ela arriscara tudo pelo filho, e aos olhos de Harry este gesto de amor a redimia de qualquer coisa condenável que houvesse feito antes.
O abraço foi curto e Harry notou que Draco estava vermelho escarlate, muito sem jeito e sem sinais da costumeira arrogância que fora uma constante em seu rosto desde que se conheceram.
Com um aceno de cabeça ele se despediu dos dois e rumou para onde estavam seus amigos, que assim como todos os presentes no salão pareciam não entender o que havia acontecido.
Harry franziu o cenho e lançou-lhes um olhar de censura, não era possível que eles houvessem esquecido o que havia contado sobre os acontecimentos na clareira que um dia foi a morada de Aragogue. Mione sorriu para ele, compreendendo o gesto, pois afinal, se não fosse a mentira de Narcisa, os acontecimentos poderiam ter ocorrido de forma bem diferente, sendo eles os perdedores da batalha final. Rony ainda o fitava estranhamente, mas depois de uma cotovelada da castanha, a compreensão pareceu se infiltrar em seu cérebro e ele sorriu para o amigo, lançando em seguida um olhar atravessado para Hermione e reclamando: - Isto doeu!
Os três acabaram rindo, um riso leve e jovial, desanuviando o ambiente. A conversa recomeçou no salão e Harry sentiu-se observado, não da forma casual como todos o olhavam, era diferente, como se algo o trespassasse. Escaneando o lugar, se deparou com duas contas prateadas o encarando, não desviou o olhar, mas a súbita chegada de Gina o fez romper brevemente o contato, e quando olhou novamente, a família Malfoy já se retirava do salão. Um pensamento passou por sua cabeça neste instante: seria muito difícil vê-lo novamente. Respirando profundamente, percebeu que seu pensamento não abrangia toda família, mas somente o filho platinado. Isto o deixou atordoado por um instante, mas as palavras de Gina o alcançaram e ele perdeu a linha de raciocínio.
Voltando ao presente ele concluiu que os próximos dias iriam ser difíceis, havia muita coisa a ser feita, inclusive prestar as honras e se despedir daqueles que haviam perdido suas vidas na batalha.
Quando fitou Gina, viu a dor da perda do irmão Fred estampada em seus olhos e esta mesma dor também estava presente nos olhos de Rony.
Notando que a mesa dos professores estava vazia ele perguntou onde estariam. A pergunta foi respondida por Luna que se aproximava da mesa com seus eternos e misteriosos olhos sonhadores: - Estão por aí consolando as pessoas, reconstruindo a escola ou velando os que partiram. - Sua voz falhou um pouco neste momento, mas ela sorriu para Harry e arrematou: - Mas nós sabemos que um dia os encontraremos novamente, não é? - E com isto afastou-se deles, deixando todos, com exceção de Harry estupefatos. Ele realmente sabia como eram verdadeiras aquelas palavras!
Luna tinha o incrível dom de dizer as verdades mais profundas com a mesma trivialidade de quem comenta o clima.
Nos dias que se seguiram, ele compareceu ao maior número de funerais possível, e o mais estranho foi o de Severo Snape.
Durante anos ele sentira a raiva pelo professor de poções crescer, pois o homem o perseguia e atormentava insistentemente. Mas agora sabendo que ele fora um dos homens mais leais a Dumbledore, e que suas ações foram de um peso decisivo para que o fiel da balança pendesse para o lado do bem; a raiva se extinguira, e em seu lugar surgiu uma estranha mescla de respeito e pesar.
Snape fora mais um dos massacrados por Voldemort em sua ânsia de poder, querendo tornar-se o Lorde Supremo, o ditador e governante do mundo.
O coração de Harry estava cheio de fantasmas, pessoas que Ridle matou para chegar a ele. Seu pai, sua mãe, Sirius, Dumbledore, Tonks, Remo, Snape, Fred, Dobby. . . A lista se estendia até chegar a pessoas que Harry nem conhecia.
Só sentiu que chorava quando Hermione o abraçou, era lógico que ela estivesse ali, junto com Rony, afinal eles eram os melhores amigos, um laço de amizade que dificilmente seria destruído, pois fora forjado a ferro e fogo, posto à prova das piores maneiras possíveis, e ainda assim não se desfizera, e com as graças de Merlin, nunca se desfaria. Só percebeu a presença de mais alguém quando Rony chamou a atenção dele para a figura que os observava a alguma distância do túmulo; Draco Malfoy.
O loiro estava despido da expressão de arrogância, mas a voz continuava arrastada e continha um leve traço de desdém. Cumprimentou o trio com um aceno de cabeça e disse: - Potter, Weasley, Granger.
Seu pai não queria que ele comparecesse, mas afinal Severo além de professor e mentor também era seu padrinho. Ele realmente não esperava encontrar os grifinórios, não que isto o incomodasse, pois o pobretão, a sangue-ruim e o queridinho de Dumbledore simplesmente não existiam para ele.
Posicionando-se ao lado do túmulo, assitiu ao serviço religioso que começava, num olhar de soslaio notou que Potter ainda chorava e pensou: - Coisa típica de Grifinório!
Mas o pensamento um tanto cruel não explicava o salto que seu coração dera ao ver o sofrimento do outro, e o olhava novamente quando foi pego de surpresa por um par de olhos verdes e lacrimejantes que o fitavam de volta.
Ficando corado por ter sido pego espionando, ele se xingava mentalmente e ponderava do porquê isto sempre acontecia quando Potter estava por perto. Ele, Draco Malfoy era conhecido por ser frio e sem sentimentos.
Quando a cerimônia terminou, ele se despediu com um aceno de cabeça e saiu sem falar com ninguém.
Somente Harry notara as bochechas rosadas de Malfoy, pois os outros dois não haviam olhado para ele, e mesmo quando saiu apressado, seus amigos não se importaram. O moreno perguntou-se o porque de tal atitude, e ter trocado algumas palavras com os presentes não iria matá-lo. Em todo caso, ele tinha mais com o que se preocupar e não precisava perder tempo analisando o comportamento de Draco.
A necessidade de isolamento o assolava a cada dia com mais força e mesmo não querendo, teria de comunicar sua decisão de "sumir" aos amigos e às pessoas mais chegadas. Ele mesmo não tinha uma explicação muito lógica para dar. Só sabia que precisava disso.
Aparataram num terreno próximo da Toca, pois o lar dos Weasley estava com as barreiras de proteção erguidas. Afinal para os Comensais da Morte ainda soltos, a família de integrantes da Ordem da Fênix seria um alvo cobiçado.
Caminhando até a Toca ele sentiu seu coração apertar, pois sabia que mais dia, menos dia teria que contar aos amigos a sua decisão. Deu um suspiro alto, já imaginando a reação do pessoal e sua expressão não devia estar muito boa, notando que Hermione o olhava de maneira inquiridora.
Agora ela desconfiava de alguma coisa, e o confronto seria em breve. Sabia bem como a garota era perceptiva, então, era melhor se preparar para o inevitável.
No fim da tarde foi dar uma volta no jardim para coordenar as idéias e deu de cara com Hermione, que parecia estar esperando por ele.
Ela o encarou séria e falou de forma direta:
-Harry o que está acontecendo com você? O olhar dela questionador e compreensivo ao mesmo tempo fez o moreno abrir o jogo:
- Mione, nem eu mesmo tenho certeza. Só que desde a batalha estou sentindo uma necessidade enorme de sumir, de ficar sozinho, de poder me preocupar só comigo; sei que parece egoísta mas não dá mais... Não sei como o pessoal vai reagir, nem sei como contar para todo mundo... Especialmente para a Gina... Simplesmente não sei... Mas eu preciso de um tempo, entende?
O rosto do moreno estava angustiado, as mãos crispadas e os olhos mareados, as palavras saíram aos borbotões, frases um tanto desconexas, mas não havia como voltar atrás. Fechando os olhos para tentar barrar as lágrimas e se preparando para ouvir as recriminações de Mione, ele se surpreende quando a garota o abraça e fala baixinho:
- Eu até entendo seus motivos e apoio sua decisão. Depois de tudo pelo que você passou, está na hora de fazer um balanço da sua vida. De se encontrar e fazer as pazes com o passado. Você esteve sozinho até entrar para Hogwarts tomando conta de si mesmo, e creio que você realmente precisa de solidão para completar a "metamorfose". Mas saiba que algumas pessoas podem não entender a sua decisão, e vão ficar magoadas e ressentidas. Este é o seu momento, então faça o que tem de fazer. Com o tempo eles vão entender e te perdoar.
- Por favor, nunca deixe de mandar notícias, e pelo amor de Merlin, tenha cuidado! Ainda tem muita gente que adoraria te matar. Vou ter muita saudade e ficar preocupada com você. É inevitável... Afinal foram sete anos de uma amizade forte e verdadeira. Continuou a castanha que também estava com os olhas cheios de lágrimas. Afrouxando o abraço fitou os olhos de Harry, que apesar de tristes brilharam com uma renovada força, então ela levantou-se e quando começou a andar em direção à casa, ele chamou:
- Mione, pode me fazer um favor? Pede a Gina para vir aqui, e depois avise o resto do pessoal que precisamos conversar depois do jantar ok?
A garota concordou com um aceno e deixou o moreno que estava pensativo. Depois de falar com Gina, e avisar a todos sobre o pedido de Harry, Hermione foi atrás de Rony e ficou abraçada nele, pensando em como ele reagiria à notícia. Ela sabia que seria muito doloroso, afinal ele acabara de enterrar um irmão de sangue e estava prestes a se separar de um irmão de coração. Uma tristeza aguda a trespassou e ela aconchegou-se mais nos braços do ruivo. Seria uma noite sofrida, e ela tinha que estar preparada.
