Os personagens de Saint Seiya que aparecem nessa história pertencem a Masami Kurumada.

Ola galera!

Estou muito feliz em começar uma nova fanfic.

Espero que gostem.

Bjos


"Todo mundo tem alguma coisa sem a qual não consegue viver."

–Anjo Mecânico- Cassandra Clare

–Mais esse retoque e termino. –Disse a jovem colocando um dos últimos mangás na estante. –Acabei!

–Finalmente! –Disse uma voz atrás da dela. Que a fez dar um pequeno salto no mesmo lugar. Era sua amiga que ali estava batendo o pé impacientemente no chão.

–Oi para você também Katrina. –Respondeu a jovem se levantando retirando o suor que escorria na testa com as costas da mão direita e batendo em seguida as mãos na roupa fazendo subir uma pequena nuvem de pó. – Pensei que tinha dito que só viria as cinco.

–Se a senhorita olhasse o relógio saberia que horas são. Cassandra já é quase seis da tarde e você está ai toda alegrinha por tirar poeira de um bando de papeis.

Cassandra abriu a boca para dar uma resposta à amiga, mas não o fez. Ela tinha razão. Tinha perdido a noção do tempo e o relógio marcava cinco e meia .

Já fazia um tempo que queria ter limpado a estante onde colocava seus livros e mangas, mas seu trabalho não tinha permitido isso, até aquele momento. Tinha finalmente entrado de férias, podendo acordar e fazer o que bem entendesse. Naquele sábado em questão, tinha prometido acompanhar a amiga em uma festa no centro. Desde que tinha se separado de Sebastian, ela não sentia clima para sair.

Seu namoro havia chegado ao fim depois de telo encontrado ficando com outra. Ele até tentou convence-la de que era a primeira e a ultima, mas ela não conseguiu e nem conseguiria ficar junto a ele sabendo que a qualquer momento ela poderia ser trocada, mas o pior foi ele mesmo que havia dito aquilo.

FLASHBACK CASANDRA

–Não vai me perdoar?- Sebastian praticamente tinha perguntado gritando, mostrando seu total descontrole emocional. Ele era do tipo de pessoa que odiava quando não faziam sua vontade, o que acontecia naquele momento.

–Não foi o que disse. Eu falei que não conseguiria continuar com você como namorado. Não consigo mais confiar em você. Eu pedi que me dissesse quando se sentisse apaixonado por outra pessoa. Você concordou.

–Fraca.

–Como?

–É o que é. Uma fraca, que mereceu ter sido traída. Não me olhe como se eu tivesse falando algo irreal. A culpa é toda sua se a trair. Demorou a abrir as pernas para mim e quando o faz não queria mais.

–Eu não podia ficar na sua casa aquele dia. Tive que ver como a Jolie estava.

–Fosse outra hora.

–Ela estava indo ser operada. Sabe que a família dela sou eu. Minha prima não tem ninguém.

–Deixa-se ela sozinha.

Aquelas palavras foram como um golpe no estomago.

–Antes você teria me deixado ir sem hesitar. O que aconteceu?

–Conquistei de você o que desejava. Não serve mais para nada. Não passa de uma criança que cresceu em corpo e não em mente. Sempre foram aqueles malditos livros e desenhos de criancinha e depois me negou um direito meu. Você é um nada. Não passa de uma pessoa ridícula que vai passar a vida sozinha.

–Pensei que me amava. –Cassandra disse baixinho.

–Estava enganada. Você sempre passou de um brinquedo para mim. Fora um brinquedo que aguentei por tempo demais, mas agora não é mais necessário. Desapareça da face da terra. Fara um favor a todos.

Seu coração se quebrou em migalhas naquele instante. Sem dizer mais nada ela partiu, deixando para trás um pedaço de si mesma, tentando manter suas emoções seguras dentro de si. Não derramou nenhuma lagrima, ele não merecia isso. Se antes era fria com sentimentos, agora havia se tornado uma geleira.

–Não sou fraca. –Disse enquanto atravessava as ruas indo em direção a sua casa.

FIM DE FLASHBACK

–Sabe que ainda não me sinto tão bem para sair.

–Há vamos. Já aproveitou por muito tempo sua fossa. Olha lembra-se daquele livro que me emprestou, tinha uma frase assim: - Com uma tosse Katrina mudou o tom de voz para parecesse mais como um narrador e continuou. Cassandra revirou os olhos. – "Existe uma quantidade infinita de números entre 0 e 1. Alguns infinitos são maiores que outros."

–E o que Jonh Green tem haver com minha fossa? –Perguntou a ariana colocando fossa entre aspas com os dedos.

–Quero dizer que a uma infinidade de coisas que deveria está fazendo em vez de se sentir culpada. Vamos você tem que se levantar tirar o pó não apenas dos seus livros e roupa, abri um sorriso e deixar pelo menos uma vez esses seus desenhos japoneses de lado. –Naquele momento a amiga se aproximou da estante e puxou para si alguns volumes de Saint Seiya. –Uma coisa tenho que admitir esses homens desses mangas são uns gatos. Bem que podiam existir, quem sabe você não sairia mais de casa. Quem é esse com essa rosa? –Perguntou Katrina apontando para a capa de um gaiden de Lost Canvas.

–Albafica de peixes. Agora poderia assim que acabar de fuxicar meus mangás, colocarem eles no lugar? Agradecida. Vou tomar um banho e já desço.

–Poxa, que mal humor.

*~v~*

O banho não demorou muito. Quando Cassandra desceu Katrina pode ver na amiga um brilho que há muito não via. Ela estava vestida com uma calça esquine de um azul bem escuro deixando à mostra as pernas bem torneadas. Na parte de cima, ela vestia um blusa branca com um estampa de um de seus animes favoritos, Fullmetal Alchemist e por cima uma jaqueta de couro preta. Nos pés usava um coturno também preto. Em torno ao pescoço ela levava o inseparável cordão dado pela mãe, quando essa ainda estava viva, cujo pingente era uma lua crescente. Os longos cabelos se encontravam soltos.

Só Deus sabia quanto Katrina admirava aquele cabelo dela. Os fios eram de um castanho acobreado, que era bastante raro de se encontrar, que quando expostos a claridade da luz solar, adquiriam um tom avermelhado intenso que para muitos pareciam que a mesma estivesse pegando fogo. Mas não era apenas os cabelos que chamavam a atenção, seus olhos era outro show a parte. Ele era um misto de azul, verde e dourado, que se modificavam conforme o humor da dona. Naquele momento estavam mais dourados, indicando que estava se sentindo obrigada a fazer algo que não queria.

Cassandra era um pouco menor que ela e chamava mais atenção. Poderia ser pela sua aparência incomum ou talvez pelos traços físicos herdados dos pais. Ela era descendente por parte de mãe de indígenas e ciganos, por parte de pai brasileira e de um povo do oeste europeu, que dizem ter ligações com o povo celta. Toda essa miscigenação rendeu a ela uma pele de tom de jambo, belíssima, além de seios e bunda fartas que faziam muitos homens babarem.

Katrina apesar de não ter os traços incomuns da amiga, era bonita a sua maneira, Ela era pouca coisa mais alta que Cassandra, era tão branca quanto a neve e seus olhos eram de um verde bem escuro, que naquele instante estava destacados com delineador. Ela estava vestindo um vestido curto preto e justo, que destacavam o corpo de violão, combinando com os longos cabelos negros presos em um coque frouxo no alto da cabeça e usava nos pés um escarpam azul escuro de salto prata. Nas orelhas usava um par de brincos feitos de prata com pequenas ametistas.

Ambas usavam um batom rosa queimado, que não chamava a atenção, mas que deixava os lábios mais atrativos.

Ela sabia que aquela noite renderia muitos elogios à amiga mesmo que ela não gostasse deles. Cassandra nunca fora do tipo que se conquistava com elogios, mas sim com gestos e mesmo que demostrasse ser mais fria que o gelo do congelador, por dentro ela era uma pessoa gentil e romântica. Enquanto ela era desbocada, falava o que pensava na lata e não levava desaforo para casa. E fazia a linha Casanova, mas no fundo procurava uma pessoa para criar laços permanentes. Muitas pessoas sempre perguntavam a ambas, como pessoas tão distintas podiam ser tão amigas. Nem as próprias sabiam responder isso.

–Vamos antes que você dê para trás e resolva me deixar sozinha. - Com essas palavras de Kat, Cassandra deu um longo suspiro e foi em direção à porta.

–Eu prometi não é? Então, promessa é divida.

–Ainda bem que sabe.

Após trancarem a casa, ambas se dirigiram para a calçada onde o carro de Katrina estava estacionado. Naquela noite o luar refletia na lataria de forma bizarra, fazendo a ariana se arrepiar dos pés a cabeça. Seu sexto sentido dizia que não deviam ir, mas não queria chatear a amiga. Antes de entrar no palio prata, ela se virou e fitou a casa que havia pertencido aos pais. Simples e pequena, mas confortável. Aquele lugar guardava varias lembranças preciosas de sua infância e agora parecia triste e sem vida.

–Quer entrar logo no carro! –Gritou Katrina fazendo Cassandra dar um pequeno salto no mesmo lugar.

Deixando uma pequena lagrima escorrer, a jovem entrou no carro. A escorpiana fitou o rosto pensativo da amiga, havia sido rude com ela. Ela não era de chorar e naquele momento tentava disfarçar as lagrimas que com a mesma rapidez que vieram se foram.

–Me desculpe.

–Tudo bem. –Respondeu dando um rápido sorriso que logo deu lugar a uma expressão pensativa.

Ligando o motor elas partiram. A rua estava deserta, logo elas chegariam ao seu destino.

–Tá muito estranho. Desde quando São Paulo é tão quieto?- Perguntou Katrina olhando de um lado para o outro, após para em um sinal.

–Talvez seja feriado. Qual a data de hoje?

–20 de agosto. E não é feriado de nada; que eu saiba. Olhe lá abriu.

Assim que a escorpiana ligou o carro e começou a travessar a avenida, um caminhão apareceu a toda velocidade colidindo em cheio no carro onde estavam as amigas. O palio foi arrastado por metros para explodir em seguida no meio da avenida.

Se havia alguém ali não deveria ter sobrevivido. Deveria.

Segundos antes, dentro do carro.

Cassandra não teve tempo de gritar. Tudo pareceu acontecer em câmera lenta. Só conseguiu ver era os dois faróis do caminhão cada vez mais perto. Ela fechou os olhos, não por medo, mas a espera do impacto. Ela não queria partir, mas não tinha escolha.

Katrina fitou as luzes e começou a chorar, não queria morrer daquele jeito, depois do pensamento fechou os olhos também.

Ambas não viram quando uma luz azulada cobriu o corpo de ambos e as teletransportou poucos segundos antes do impacto.