Migraine

Autora: Mayabi Yoruno

Leitora Beta: Lilith06

Resumo: Enxaqueca - Condição clínica configurada por vários graus de dores internas na cabeça. Pode ser engatilhada pela luminosidade, por distúrbios de sono ou alimentares, por tensão emocional e pode ter influência genética. Haruhi tinha cada fator desses contra ela.

Cronologia da fic: Entre os capítulos 75 e 78 do mangá. Contém spoilers desses capítulos, leiam por sua conta e risco.

Retratação: Ouran High School Host Club não me pertence, nem seus personagens, mesmo assim eu manipulo os fatos, faço a minha história e espero não ser processada, pois não ganho dinheiro com isso.

Prólogo.

Era uma vez uma filha única. E um pai ciumento. E uma mãe que fora uma excelente advogada, mas que agora estava morta. Estava morta desde muito tempo. Tanto tempo que a menina sentia muito a sua falta, mas não se lembrava mais da voz dela.

A história dessa pequena família de apenas duas pessoas era regada de carinho e cuidado. A menina queria ser como sua mãe, o pai queria que ela fosse feliz, mas tinha medo de perdê-la como perdera sua amada esposa.

O nome dessa garota, que agora não era tão jovem, era Haruhi Fujioka. Ela era muito independente, e resolvera cursar seu ensino médio como bolsista na elitista Academia Ouran. Ela era muito focada, e como aluna exemplar era a primeira de sua classe. Mesmo que todos achassem que era um garoto.

Um dia, no meio de uma busca por uma sala para estudar, ela entrou na Terceira Sala de Música. Lá, havia o Clube de Anfitriões, seis lindos garotos que ela julgava serem pessoas bem desocupadas. Eles recepcionavam as alunas e faziam de tudo para vê-las sorrir. Mas para Haruhi aquilo era bobagem. Ela tinha muito a fazer, muito a aprender, muito a estudar. Seus objetivos foram desviados quando naquele fatídico dia que ela não achava lugar para estudar, um vaso de 8 milhões de ienes entrou na sua rota de fuga. Uma dívida que seria paga, trabalhando para (e logo depois com) os Anfitriões. Acontecera há mais de um ano agora.*

Toda essa parte da história é a parte simples. Isso porque lidar com pessoas é muito complicado. Você pode odiá-las, pode se apegar a elas, pode amá-las. E Haruhi podia parecer um garotinho apático, mas lá dentro havia uma mente e um coração que não paravam de falar com ela, de opinar sobre o que fazer com tantos sentimentos que contradiziam os objetivos que tinha traçado.

E sobre todos os sentimentos, agora tinha um amor com o qual não sabia lidar ainda, uma saudade sufocante e uma preocupação crescente com Tamaki.

Tamaki Suou era o presidente do Clube de Anfitriões. O rapaz de quem ela estava tentando fugir quando derrubou o tal vaso caríssimo. Um idiota. O idiota que ela amava e que agora estava tendo sérios problemas, por valorizar a sua pequena e separada família, por sonhar em ser feliz com todos juntos.

Haruhi entendia o coração de Tamaki. E entendia que manter distância agora era o mais certo a fazer. Ela ainda tinha outros três anfitriões para dividir a angústia, mais dois senpais que iam vê-la quando os horários da faculdade permitiam. O clube ainda era uma família. Os gêmeos que estudavam na mesma classe que ela eram atenciosos e apaixonados. O contido Kaoru e o agitado Hikaru Hitachiin. Dois garotos que viviam num mundo fechado, até encontrarem Tamaki, até serem conquistados por Haruhi. Eles cuidavam dela, se preocupavam com seu bem estar, estavam lá se ela precisasse.

Da mesma classe de Tamaki, havia Kyouya Ootori. Um rapaz bonito e calculista, que podia muito mais que a família achava que ele pudesse, alguém que vivia na sombra dos irmãos mais velhos, mas que via muito além. Ele e Haruhi tinham muito em comum. Talvez por isso não precisassem de muitas palavras para entender um ao outro. Kyouya era a fonte de informações sobre a situação de Tamaki, ele pesquisava e sempre que podia, passava suas descobertas aos outros. Era assim que eles podiam agir, sabendo do que realmente estava acontecendo com a família e a empresa Suou, a situação da Matriarca, avó de Tamaki, depois que retirada da presidência.

E em meio a tudo isso, Haruhi começou a sentir sintomas conhecidos desde que a mãe era viva. Sintomas que a própria mãe já havia sentido. Ela tinha um histórico extenso de enxaqueca desde os dois anos de idade. Não tinha uma crise há um ano e meio.