Título: Our destiny
Autora: Aria
Beta: Eri-Chan
Categoria: Concurso NFF I/2011: Ano Novo e Mudanças, Merlin, 1ª Temporada, Slash (M/M).
Advertências: Insinuações de Merthur (Arthur x Merlin), Spoilers ao longo de toda a primeira temporada.
Classificação: PG-13
Capítulos: 1 (Oneshoot)
Completa: [X] Yes [ ] No
Resumo: Aos poucos, Merlin descobrira em Arthur um príncipe pela qual valia a pena até mesmo arriscar sua própria vida.
Itens utilizados: "Um passo para trás e dois para frente" (Lenin)
"Cedo ou tarde você vai perceber, como eu, que há uma diferença entre conhecer o caminho e percorrer o caminho." (Matrix)
"O desafio não espera. A vida não olha para trás. Uma semana é tempo mais que suficiente para sabermos se aceitamos ou não o nosso destino." (O Demônio e a - Paulo Coelho)
Notas: Fanfic dedicada ao Fabitch, por ser o maior responsável por este meu novo e insano surto.
Our destiny
A primeira impressão que Merlin tivera de Arthur Pendragon não poderia ter sido pior. Arrogante, prepotente, além de um perfeito idiota que se achava o máximo por ser o filho do rei. Definitivamente o tipo de pessoa que ele não suportava.
Entretanto, por uma ironia do destino, o jovem mago se viu salvando a vida do herdeiro do trono e como recompensa – de acordo com as palavras do Rei Uther – tornou-se seu servo.
A princípio a ideia não agradara a nenhum dos dois, porém as ordens do rei ainda eram absolutas e nada poderiam fazer a respeito daquilo. Arthur, na opinião de Merlin, continuava sendo o mesmo idiota. A única diferença era que agora se via obrigado a realizar todo e qualquer capricho do jovem príncipe. E poderia ser apenas impressão do servo, mas ele parecia sentir um prazer especial em mandar-lhe limpar o estábulo.
Arthur, por sua vez, também só parecia ver motivos para irritar-se com Merlin, como, por exemplo, seu jeito desajeitado ou sua desatenção para coisas que – para o mago – somente o príncipe considerava importantes.
No entanto, para qualquer um que os conhecesse, o fato de que um precisava do outro era simplesmente inegável. Claro, eles próprios jamais admitiriam tal coisa. E até mesmo o dragão mágico trancafiado nas cavernas abaixo do castelo de Camelot dissera a Merlin algo do tipo.
Um completava o outro, como dois lados da mesma moeda. Unidos pela mesma jornada.
Merlin, como seria de se imaginar, custara a crer em tais palavras. Afinal, aquilo não poderia ser real, não é mesmo? Arthur depender dele, um mero servo que escondia o fato de possuir poder mágico para continuar vivo, para se tornar um grande rei? Como não duvidar de tal coisa?
A convivência, porém, mostrava cada vez mais ao jovem mago que havia certo fundo de verdade e razão em tudo aquilo.
O Rei Uther havia banido todo e qualquer tipo de magia de seu reino, e aquele que fosse visto praticando um encantamento, seja ele qual fosse, era imediatamente condenado à morte. No instante em que chegara a Camelot, Merlin presenciou uma dessas execuções. E, talvez, fosse por conta desta atitude digna de um tirano que cada vez mais o reino se via envolto em problemas originados por feitiçaria.
Se não fosse por Merlin, muitas vezes ajudado por Gaius, médico da corte e também protetor de seu segredo, Arthur sem a menor dúvida teria sucumbido a um dos inúmeros ataques destinados a sua pessoa. Porque, independente do rei ser o culpado, todos pareciam querer fazer com que o jovem herdeiro pagasse.
Entretanto, havia momentos em que o príncipe não precisava da "ajuda" de outros para atrair problemas em sua direção. Ele, por si só, era capaz de envolver-se neles.
O convívio com Arthur, porém, não mostrara a Merlin apenas coisas ruins. Devido ao fato de estar sempre com ele foi capaz de conhecer um lado do príncipe que normalmente era ofuscado por sua arrogância.
O jovem herdeiro era nobre, justo e misericordioso e amava seu reino e as pessoas que nele viviam mais do que sua própria vida. Não havia incertezas de que, quando chegasse seu tempo de reinar sobre aquelas terras, Arthur Pendragon seria o melhor rei que Camelot tivera.
O motivo de tamanha certeza?
Arthur havia contrariado as ordens do próprio pai e arriscado sua vida e seu futuro para salvar até mesmo um reles servo como Merlin.
Havia sido esta atitude que fizera o mago abrir os olhos em relação ao que, de fato, sentia pelo herdeiro do trono de Camelot. O amava.
E era por estes sentimentos e pelo futuro grandioso que aguardava o príncipe que Melin, agora, se via obrigado a salvá-lo independente de qual fosse o custo. Dirigira-se a Ilha dos Abençoados com este propósito em mente.
Por acreditar em Arthur e em tudo que ele ainda poderia fazer por aquelas terras e pessoas, o mago não via arrependimentos em sua jornada ou no fato de que estava prestes a morrer para que seu príncipe pudesse viver.
Não era seu destino guiá-lo até o trono? Pois bem. Não poderia estar ao seu lado durante toda a trajetória, porém garantiria a ele a chance de alcançá-la.
Arthur não estaria sozinho, outros surgiriam para auxiliá-lo em sua jornada e terminariam de conduzi-lo ao lugar que era seu por direito. Talvez, no dia em que se tornasse rei, ele nem ao menos se recordasse mais que um dia conheceu Merlin, porém o mago não se importava com o futuro.
Às vezes, para dar continuidade a um trajeto, era necessário retroceder para, mais à frente, continuar avançando. Um passo para trás e dois para frente.Então, para que Arthur vivesse, era preciso que Merlin morresse. Simples assim.
Entretanto, apesar das artimanhas da "sacerdotisa" com quem o mago fizera seu acordo e o fato de quase ter perdido pessoas que lhe eram importantes, o destino parecia sorrir a seu favor. Todos estavam vivos e Merlin ainda mais forte.
Não havia glória para o jovem mago, afinal, ainda que houvesse salvado Arthur, o rei não ouviria muito além do fato de que magia fora utilizada. Porém Merlin estava contente porque possuía a maior das glórias que poderia obter.
Conhecimento.
E quando se referia a "conhecimento", não se limitava apenas à magia poderosa que era capaz de dar ao usuário poderes sobre a vida e a morte que aprendera. Estendia-se também à sabedoria que cada experiência ou escolha podia lhe proporcionar.
Merlin havia aprendido, enfim, que de nada lhe adiantaria conhecer o caminho que Arthur precisava percorrer se não estivesse com ele. Outros poderiam estar ao lado dele, porém eles saberiam mesmo como guiá-lo? E se apenas ele, Merlin, fosse capaz de protegê-lo e fazer com que seu destino se concretizasse?
Morrer por Arthur Pendragon não era uma decisão da qual o mago se arrependia, ao contrário, faria tudo outra vez e exatamente da mesma forma se fosse necessário. Porém agora compreendia que esse era um caminho a ser trilhado por ambos. Deveria viver, para, só assim, fazê-lo viver também.
– Merlin? O que você acha que está fazendo?
O príncipe estava parado a porta do salão onde as armas e armaduras da guarda real eram guardadas.
– Sabe há quanto tempo pedi que me levasse essa espada?
– Não, sir. – Merlin sorriu sem graça – Não acontecerá de novo.
– Assim espero, Merlin. Assim espero...
Arthur logo deixou a sala e Merlin seguia em seu encalço, como um bom servo. Havia horas em que o príncipe herdeiro era absolutamente irritante, porém o mago viu seu verdadeiro interior em cada vez que ele se arriscara para salvar alguém, em muitas destas colocando sua própria segurança e vida em risco.
Este era o Arthur Pendragon que aprendera a respeitar – quando merecia – e amar. E era também este homem que um dia esperava ver reinar por toda Camelot.
A aposta que inconscientemente fizera ao salvá-lo pela primeira vez agora os unia e aqueles ínfimos segundos, talvez, houvessem sido mais que suficientes para que seus destinos fossem selados por toda a eternidade. O desafio não espera. A vida não olha para trás. Uma semana é tempo mais que suficiente para sabermos se aceitamos ou não o nosso destino.
Porque era o destino de Merlin proteger seu príncipe, e continuaria o fazendo enquanto lhe restasse ao menos um mero sopro de vida.
Fim
