Capítulo 1 – You should know by now
Bella POV
- Adeus Bella, bom feriado!
Eu sorri e agradeci enquanto a pessoa seguia embaixo do guarda-chuva até a porta traseira do carro. Todos haviam ido embora e eu ainda estava ali parada, observando aquela chuva idiota que não passava. Era por isso que eu odiava depender dos outros, porque nem cruzar os meus braços e ficar realmente entediada eu podia, uma vez que tinha que ficar segurando aquele guarda-chuva estúpido e pesado. Droga, odeio este clima!
Olhei mais uma vez para o meu relógio. Cinco minutos? Eu não acredito, este ponteiro só pode estar estragado! Isso não é justo, papai bem que podia me deixar vir com o meu próprio carro, afinal, eu entro na escola todas as segundas bem cedo e só saio sábado de manhã.
Era estranho lembrar de papai, principalmente nesta época do ano. Feriado de ação de graças tinha um clima familiar, o que definitivamente nós não éramos: uma família. Desde o acidente trágico que pos fim a vida de mamãe, há dez anos atrás.
Dei um suspiro ao me lembrar disso, ainda era difícil para mim me sentir sozinha assim.
You should know by now
You should know by now
That I can't forgive you
Cadê o meu celular? Eu não consigo achar nada nessa bolsa...
You should know by now
You should know by now
That I can't forgive you
Achei!!! Só pode ser o William dizendo que papai está preso em mais uma reunião de negócios e nossa ida para Bolton vai atrasar. É sempre assim...
Bella,
O feriado está cancelado,
seu pai teve que viajar,
Vc vai ter que ficar na escola,
Desculpe.
Desculpas novamente? Desculpa não repõe feriados e fins de semana que eu passo enfurnada nessa escola, ta certo que eu gosto daqui, mas ultimamente tudo o que quero é ir para casa.
Suspirei outra vez guardando o celular na bolsa com cuidado para o guarda-chuva não cair e me virei com a intenção de sair dessa chuva, mas quando dei o primeiro passo em direção a escadaria pisei numa poça d'água e a minha bota ficou encharcada.
Ao tentar me livrar de um pouco de água sacudindo meu pé senti que estava sendo observada, olhei ao redor tentando localizar o meu possível admirador e o encontrei me encarando através de uma janela do segundo andar.
Edward Cullen, meu professor de Filosofia. Não gostei nada de o ver me encarando. Detesto que me bisbilhotem ou que se metam na minha vida, principalmente se for o professor Cullen. Ele é novo, não só no sentido de idade, deve ter 20 e poucos anos, mas ele começou a lecionar na escola esse ano, em setembro. Não sei porque, mas eu não vou muito com a cara dele, tenho a sensação de que ele está sempre de olho em mim, ou no que eu faço, não sei, pode ser apenas paranóia minha.
Olhei para a sua direção. Meus olhos se encontraram com os olhos verdes dele. Mesmo estando de longe, eu sabia decifrar a expressão em seu olhar. Era um olhar observador, um tanto curioso e um tanto cauteloso. Era sempre o mesmo olhar. Ainda me lembro da primeira vez que ele me olhou assim
Estávamos em uma aula no fim de uma sexta-feira em meados de outubro, o tempo estava se fechando, provavelmente choveria mais tarde. Eu não prestava atenção em nada disso, fazendo anotações do que ele falava, colocando minhas próprias anotações quando eu discordava.
- Não deviam ter professores como esse aqui na escola – Amanda sussurrou baixinho para Rebecca, que estava sentada ao seu lado e olhou para mim e para Nicole que estávamos sentadas atrás das duas.
- E por que não? – Rebecca quis saber espantada. Bem, eu iria concordar e dizer que não gostava do jeito que ele dava aulas, mas Amanda respondeu primeiro.
- Ele é muito gato, isso é uma escola religiosa, não deveríamos ter professores que nos fazem ter pensamentos... vocês sabem o que eu quero dizer.
As três abafaram suas risadinhas com as mãos e eu só pude revirar os olhos.
- O que foi Bella, você não acha?
- E isso vem ao caso agora? - Eu respondi áspera.
- Vem. Como você pode não se encantar com esse professor?
- Eu não sou uma mera mortal. - Eu retruquei sarcástica
- Já que não é uma mera mortal que tal dividir sua opinião com a classe?
- O que?
- Eu to vendo você há horas murmurando sozinha e escrevendo coisas ai que o professor não esta falando. Que tal, como um ser superior, você o desafiar?
- Garanto que não tem coragem para tanto. - Murmurou Amanda interessada na conversa, mas fingindo que prestava atenção na aula. - Não a santa Bella.
Eu olhei de uma para outra e fixei meu olhar no ser que se julgava nosso professor de filosofia, ao menos agora eu tinha uma desculpa para fazer o que eu vinha desejando fazer desde o primeiro dia de aula.
- Enquanto a ciência acredita na cura por células tronco, a igreja permanece irredutível em sua decisão de não apoiar as pesquisas... - Ele falava em um tom monótono vagando o olhar pela sala. - Igreja esta que há pouco tempo concedeu o direito ao uso de contraceptivos... - Minha mão se ergueu nessa hora e ele imediatamente fixou seu olhar em mim, atraindo a atenção das alunas mais desatentas com a súbita interrupção de sua fala.
- Sim, Srta. Isabella, gostaria de partilhar alguma opinião conosco? - Eu estava prestes a corrigi-lo quanto ao meu nome quando ouço Nicole suspirando pelo sorriso de lado que ele esboçou.
- Eu penso que essa discussão em torno de ética é inútil. O importante não é a ética, mas seguir os ensinamentos de Deus. - Falei convicta.
- Mas, não acha Srta. Isabella, que seguindo os ensinamentos de Deus não é uma forma de definir a ética individual? - Ele indagou me olhando de uma maneira que eu ainda não sei definir.
- Também. - Nessa eu tive que concordar relutantemente. - Mas não é aceitável que a igreja vá contra isso, aceitando o uso de contraceptivos...
- Deus os proíbe?
- Deus diz que não precisamos deles, já que o sexo deveria ser praticado apenas após o casamento.
Ele me encarou da mesma forma de antes, mas dessa vez mais intensamente, parecendo querer desvendar algum mistério. Eu iria sustentar o olhar, não gosto que me desafiem. Ficamos nos encarando por alguns segundos, que me pareceram longos minutos, o olhar dele era penetrante, não conseguia desviar. Foi então que o sinal tocou, dispersando todas as pessoas da sala para o fim da ultima aula da semana, que nem esperaram que o professor falasse alguma coisa.
Continuei o encarando por algum tempo enquanto me lembrava daquele dia, ele era um ser detestável, era prepotente demais... arrogante demais... intrometido demais...
- Ta bom Peter. – Eu sussurrava em um corredor perto da biblioteca, falando no telefone com meu namorado. – As coisas estão difíceis agora... – Fui interrompida por ele. – Eu sei... – Interrompida novamente, mas dessa vez por passos que se aproximavam. – Olha, tenho que desligar... – Os passos se aproximavam mais. – Depois nos vemos... É eu dou um jeito. – Falei apressadamente desligando.
- Não sabia que era permitido ficar perambulando pelos corredores depois do toque de recolher. – Ele disse displicentemente apoiando-se numa coluna próxima com as mãos nos bolsos da jaqueta.
- Eu... – era difícil se concentrar com ele ali na minha frente me pegando desprevenida. – Eu... tava... hã...
- Sem respostas prontas? – Ele me olhou com o mesmo olhar de sempre.
- Eu... – Eu odiava aquilo, ele sorriu ironicamente como se soubesse de algo e nada vinha a minha cabeça, enquanto ele ainda esperava uma resposta.
- Você não me viu, eu não te vi.
- Como? – Eu indaguei me perguntando se ele tinha múltiplas personalidades, de repente ele estava sério.
- Só tenha cuidado, Isabella. – Ele me olhou mais uma vez como se pudesse desvendar algum mistério. – Não faça isso que se passa em sua mente. – Ele disse voltando pelo caminho de onde veio e eu fiquei sem entender ao que ele realmente se referia.
A partir daquele dia as coisas ficaram mais confusas e advertências como essas eram mais freqüentes, assim como encontra-lo nos corredores não era mais casualidade, parecia perseguição...
E lá estava eu, na biblioteca pela terceira vez na semana e era só quarta-feira, não agüentava mais olhar para aquelas linhas e ler sobre filósofos da Grécia antiga, eu gostava de filosofia, mas não gostava do professor Cullen e da sua mania irritante de trabalhos e avaliações que mais pareciam um meio para não me deixar respirar.
Eu estava concentrada fazendo breves anotações quando senti meu celular vibrar em cima da mesa, o peguei rapidamente vendo que tinha uma nova mensagem.
Te encontro às 9, no mesmo lugar.
P.
Sorri, estava com saudades. Olhei as horas no celular, faltavam apenas quinze minutos. Sorri mais uma vez e comecei a juntar os livros e papéis espalhados sobre a mesa. Sai da biblioteca com destino ao meu dormitório e em menos de dez minutos eu cruzava o saguão de entrada do colégio... ao menos esse era o meu objetivo.
- Estava me questionando se você sofre de sonambulismo, Isabella. – Ele novamente, era sempre ele. – É impressionante a quantidade de vezes que eu lhe encontro fora do dormitório durante a noite.
- Eu tenho permissão. – Eu me limitei a olhá-lo, consultando o relógio novamente.
- Mas não é sempre...
- Sempre o que?
- Que você tem permissão para estar fora do dormitório.
- Eu... – Mais uma vez fiquei sem saber o que responder e me limitei a olhá-lo, para encontrá-lo me encarando sorrindo, mas com alguma seriedade no olhar.
De repente, senti meu celular vibrando mais uma vez, não precisava ler para saber que era uma mensagem de Peter já impaciente com meu atraso. Eu o encarei mais uma vez e sem dizer nada comecei a descer os degraus da escadaria de entrada passando por ele que se encontrava no meio da mesma.
- Tenha cuidado Stella Viae Meae.
Eu escutei o sussurro e parei abruptamente confusa, me virei para olhá-lo, ele ainda estava na mesma posição, mas de costas para onde eu me encontrava agora, ele começou a subir as escadas antes mesmo que eu pudesse indagar algo.
Eu fiquei ali parada, ainda assustada e confusa quando o meu celular me despertou de meus devaneios. Mais uma mensagem... eu sabia... estava atrasada.
A chuva se tornou mais intensa e nosso contato visual foi quebrado quando ele olhou para o lado e desapareceu da janela. Ainda pensando na última conversa que tivemos naquela escadaria, eu subi rumo ao meu dormitório. Teria que encarar mais um feriado sozinha, não que fizesse muita diferença em estar em casa.
Torcia para que a neve caísse logo, pelo menos assim eu podia ficar enclausurada no meu quarto, na minha cama, sem ver a cara de ninguém, sem falar com ninguém.
Demorou alguns minutos para que eu chegasse na porta do meu dormitório que ficava na área leste da escola. Assim que abri a porta, avistei um envelope vermelho em cima da minha cama. Ah não... de novo não...
10:10:10
Stella Viae Meae
Continua...
N/A(July Evans): Oi pessoooas! o/
Fic minha e da Nat sobre Twilight! *---*
Sem tempo para mais explicações!
Só postamos depois de recebermos muitos reviews! *babando*
HAUAHAUAHAUAHA
Beijooooos e quinta feira eu vou assitir Twilight no cimena! \o/
