Disclaimer:Harry
Potter não me pertence, nós sabemos. Entretanto, seja
agradável e não comente isso quando eu estiver por
perto :)
Avisos:
Regulus Black POV.
Nunca deixe ninguém saber.
"Bem, acho que todos nós cometemos erros.
E acho que eu te perdoei, não perdoei?"
Você sempre fez a mamãe gritar feito uma louca pela casa. Você sempre arrumava um jeito de contornar o que ela pedia ou até mesmo não obedecer, e eu ouvia por tabela o que ela tinha a gritar. "Mas não deve ser por mal, todo mundo comete seus erros aqui e ali..." eu costumava pensar. Afinal de contas, você sempre brincou comigo quando ninguém queria; você sempre me protegeu das armações da Bella que eu nunca notei, e sempre olhava com um olhava com um olhar ameaçador para a Cissa quando ela falava de mim pelas costas.
Você me apresentou à Andrômeda. Ela era nossa prima, mas a mamãe não gostava que eu ficasse perto dela. Dizia que era uma desviada e que se déssemos sorte ela não trairia o nosso sangue.
Ela traiu, hahaha, e foi você quem me apresentou a ela, lembra?
Foi sua culpa...
O ano de 1971 foi um ano complicado. Era estranho ouvir a nossa mãe reclamar de você sem que estivesse lá. Foi estranho cair nas armadilhas de Bella e não ter você para me ajudar. Foi estranho ver a Cissa falar mal de mim e não poder fazer nada enquanto os outros riam. Não foi estranho brincar sozinho, mas depois de um tempo eu descobri que o Kreacher não era tão ruim assim; talvez fosse apenas cisma sua.
Mas o mais estranho foi quando, depois de alguns meses, finalmente percebi que você não ia voltar e comecei a desejar ir para Hogwarts também. Eu chorei por duas vezes naquela época; quando você pegou o trem e quando eu me descobri (exceto pelo Kreacher) totalmente sozinho naquele lugar e que aquilo não mudaria.
Foi bastante estranho, mas eu me acostumei.
Só depois que eu pisei no Salão Principal pela primeira vez é que percebi porque nossa mãe falara tanto de sua vergonha durante o ano passado. Era culpa sua entrar na Grifinória e eu comecei a pensar que "talvez não fosse tão ruim ir para lá, já que você estava lá", mas eu não tinha a coragem para carregar o fardo de ser mais uma vergonha para a família, e quando o Chapéu Seletor me perguntou, eu já tinha a resposta pronta: Sonserina. Senti um certo olhar de quem se sentira traído pesar em minha direção, mas ao olhar para o lugar onde você sentava em busca de conforto, não havia mais ninguém.
"Vou te contar um segredo: descobri que para me dar bem nesse jogo eu teria que
ter sorte e ter também um bom olhar para a coisa"
Era tudo um jogo, não era? Sempre foi. E para convencer direito eu não podia contar para você. Você tambémdeveria acreditar.
Eu consegui ser o apanhador mais jovem da Sonserina. Haha, lembra como você odiou saber disso? Por mais que eu quisesse, não podia mais se protegido por você. Então você entendeu como desaforo e se afastou, quando tudo o que eu queria era também te mostrar que eu também podia ser popular, mesmo que do outro lado.
Com o passar dos anos você se afastava ainda mais de mim, e eu comecei a andar com o Severus. Ele não é má pessoa, Sirius, só se sente deslocado no mundo assim como eu me acostumei a sentir. Acho que ele também não tem coração sonserino não...
Depois daquela noite em que Severus quase morreu, eu finalmente incorporei o que mamãe sempre dizia de você: "Você está sempre mal-intencionado!". Talvez aqui eu devesse lhe agradecer por isso. Nunca foi tão fácil seguir esse caminho. Mas agora eu tinha um pretexto, mesmo que tentando ainda estar do seu lado.
"Não diga que é fácil seguir o processo.
Não há nada mais difícil do que manter uma promessa"
Na noite em que voltei com o braço esquerdo queimando de dor você não estava mais em casa, e nossa mãe fez um jantar magnífico. O brinde foi "Pelo triunfo do nosso único filho, que honra o sangue e enche de orgulho a família!" E isso você pode confirmar com Andrômeda que, como última e triunfal provocação de nossa mãe, foi obrigada a ir. Na mesma noite eu ouvi da nossa prima que o verdadeiro covarde era eu e não você, e que o que nos separava de nossas semelhanças era o sangue, que só corria nas suas veias.
Ninguém nunca soube, mas nas minhas veias corriam sangue também.
Então eu disse para ela que não sabia o que estava dizendo e que nossas veias eram iguais. Ela riu nervosa e me chamou de maluco, que eu nunca seria igual a você.
"Ninguém acredita quando você é honesto"
Tudo o que eu fiz foi cobrir os meus lábios com outra promessa.
