Os personagens pertencem a Akira Amano.

Título: Retalhos

Gênero: Aventura/ Família/Drama

Anime/ Mangá: Katekyo Hitman Reborn!

Personagens: Miura Haru, Sawada Tsunayoshi, Gokudera Hayato, Sasagawa Kyoko.

Classificação: K+

Boa leitura!

COM OS PÉS PRESOS AO PASSADO

Olhou alienada para o lugar que se encontrava, parecia um galpão antigo. Não se lembrava de nenhum lugar assim em Namimori.

- Hahi. – foi tudo o que conseguiu dizer diante daquela situação.

- Lambo-san quer mais. – disse, segurando uma tigela de arroz.

Olhou a sua volta e viu Lambo, I-Pin, Yamamoto e... Gokudera?

- Gokudera-san, nós estávamos te procurando! – disse, encarando o jovem Vongola, com os olhos brilhando, feliz.

- Ei, me escutem, por favor, fujam! – parecia mais surpreso do que ela, ao vê-la ali. Havia certa urgência em sua voz, mas o que estava acontecendo?

- Hahi.

- Não diga "Hahi", mulher burra. –gritou Gokudera para Haru.

- O que você quer dizer com burra? – reclamou, irritada.

- Essa é a única chance que temos. – disse, olhando para Yamamoto, que também parecia não compreender o que estava acontecendo.

- Gokudera-san, o q você quis dizer com burra? – ainda estava enfurecida por tê-la chamado assim.

- Gokudera, que lugar é esse? – perguntou Yamamoto, olhando em volta.

- Isso não importa, por favor, fujam. – Gokudera parecia desesperado, não era comum vê-lo assim.

Haru só teve tempo de olhar para o céu e ver dois homens que voavam com chamas vermelhas. Então um deles fez um movimento com uma foice que trazia nas mãos e tudo ficou escuro.

Ela não sabia quanto tempo havia se passado, ao abrir os olhos, encontrou Yamamoto ao seu lado, coberto de pó, mas com um belo sorriso. Haru também estava suja e um pouco dolorida, como se tivesse tomado uma surra. As crianças estavam bem, isso era ótimo.

- Vocês estão bem? – Gokudera se aproximou do grupo, estava sujo e parecia cansado. Mas trazia um sorriso singular no rosto. Sorriso esse que Haru raramente via no rapaz.

- Claro. – respondeu Yamamoto, sorrindo.

- Tire esse sorriso estúpido da cara, maníaco do beisebol. – gritou, voltando as suas velhas e estressadas feições. Gokudera estava sempre gritando.

Haru ainda pensava no que tinha acontecido no galpão quando se sentou na sala de estar do esconderijo, não sabia que lugar era aquele e nem o que estava acontecendo. Por que eles tinham sido atacados? Kyoko parecia igualmente preocupada, ela fora salva por Tsuna, mas ele se ferira durante a luta. A própria Kyoko tentou tranquilizá-la dizendo não ser nada grave, mas suas expressões não condiziam com o conforto que ela queria transmitir.

Reborn apareceu na sala. Olhou-as demoradamente como se para ter certeza que elas estavam ali. Haru podia ouvir o barulho de Lambo e I-Pin, brincando no corredor.

- Reborn-chan, o que está acontecendo? – perguntou Haru, exaltada.

- Meninas, vocês foram transportadas 10 anos no futuro. – disse encarando-as.

- Está de brincadeira. – questionou Haru, curvando as sobrancelhas. Kyoko só levou as mãos a boca, como para encobrir algo que não deveria ser dito.

- Não, não estou. Provavelmente vocês foram trazidas aqui graças a Jyuunen Bazzoka. – disse. Kyoko pareceu não saber do que Reborn falava, mas Haru lembrou-se que quando Reborn-san desapareceu, Tsuna-san dissera que foi por causa disso. Gokudera até tinha uma teoria bem estranha, sobre trocar com seu eu de 10 anos no futuro... Levantou os olhos e encarou Reborn, talvez fosse isso.

- Ainda não sabemos uma forma de levá-las de volta, então temporariamente vocês terão que ficar aqui. – as duas garotas se entreolharam. – Essa época se tornou muito perigosa, vocês já devem ter percebido. – as duas balançaram a cabeça, afirmativamente. – Por isso peço que fiquem no esconderijo e não saiam lá fora. – meio a contragosto concordaram. – Eu tenho algumas tarefas para vocês...

Mas Haru já não estava mais ouvindo, mal percebeu Reborn sair da sala. Namimori havia se tornado um lugar violento, como? Ela tinha visto com seus próprios olhos. Sofrido o ataque, Tsuna ficara ferido, mas nunca imaginara nada assim em sua doce cidade, não era possível. Sentiu as lágrimas escorrerem pelo rosto, tentou controlá-las, mas não conseguiu. Começou a soluçar, suas mãos tremiam. Aquela não era a vida que queria. Queria sua casa, sua bela Namimori. Desculpou-se e levantou-se, saiu correndo pelo corredor. Andou como um fantasma, até ouvir uma voz familiar. Tsuna.

Parou em frente à enfermaria, as vozes vinham altas de lá. Abriu a porta e encontrou Tsuna e Gokudera.

- Não pode ser. O mundo de 10 anos no futuro é cheio de destruição. – disse a menina, secando as lágrimas.

Os meninos olharam para ela, parada ali, fraca e indefesa. Kyoko apareceu para consolá-la, parecia igualmente abalada, embora um pouco mais calma.

- Haru-chan. – disse, abraçando a garota dos cabelos castanhos.

Haru fungou tentando se controlar levantou a cabeça e seus olhos cruzaram com os de Tsuna. Ele era seu salvador, sempre a tirara de problemas. Foi ao seu encontro, ainda sentado na cama da enfermaria, abraçou-o pela cintura e afundou a cabeça nos lençóis. Tsuna ficara tão sem reação diante daquela demonstração de desespero que não conseguiu agir.

- Tsuna-san, Haru quer voltar para a pacífica Namimori. – sua voz saiu abafada pelos lençóis. Ela sabia que não poderia voltar à sua antiga vida, mas o desejava.

Fora a única a ter coragem de exprimir com palavras o que todos sentiam. Tsuna continou sem reação, apenas ficou imóvel, com a garota chorando em seu colo. Reborn entrou no quarto trazendo chá para as meninas e uma lista com os afazeres que ele havia as encarregado.

Ela não sabia exatamente porque estava ali e nem porque as coisas em Namimori estavam tão perigosas, no fundo sabia que havia algo mais. Algo que Reborn não queria contar. Mas ela estava abalada demais com tudo para fazer questionamentos. Queria poder voltar para casa, só isso. Quando o bebê pediu para falar a sós com os garotos, ela sabia sobre o que seria, mesmo que não soubesse exatamente o que suas palavras signifcariam. Mas apenas deixou que Kyoko a tirasse da enfermaria e guiasse seu caminho. Ela não tinha condições de receber mais nenhuma notícia ruim.

Kyoko e Haru foram até a cozinha e leram à folha de instruções que Reborn havia passado, reforçava que elas se tornariam responsáveis pela cozinha e arrumação da base, assim como a educação das crianças. Kyoko ainda fitava o papel, incerta, quando Haru levantou-se da mesa e se propôs a fazer curry. Ela não sabia cozinhar muito bem, mas manter-se ocupada manteria os pensamentos ruins longe. Enquanto separavam cebolas e batatas, Lambo foi até a fruteira e pegou todas as maçãs para si. I-Pin saiu disparada atrás do menino vaca, pedindo para que ele devolvesse as frutas. Com a tigela de batatas nas mãos, Haru foi atrás deles.

Lambo atravessou o corredor e entrou na primeira porta que encontrou aberta, a da enfermaria. I-Pin entrou logo em seguida tentando dominá-lo. "Agora essa", pensou Haru correndo atrás dos dois, parte de seu trabalho era cuidar dos pequenos, e eles já estavam fazendo bagunça.

- Elas são minhas! – gritou Lambo, entrando na enfermaria. Ele derrubou uma das maçãs ao passar pela porta, na qual Haru tropeçou e caiu, derrubando a tigela de batatas, espalhando-as por toda enfermaria.

Ainda meio atordoada e caida no chão, desculpou-se e tentou explicar o ocorrido. Os garotos ainda olhavam para as batatas espalhadas.

Kyoko entrou logo em seguida, com uma tigela de cebolas nas mãos. Viu a amiga caída no chão.

- Haru-chan, você está bem?

- Cebolas? – Tsuna perguntou curioso, ao ver a tigela nas mãos de Kyoko.

- Como elas não podem lutar, pedi para que tomassem conta da limpeza e das refeições. – disse Reborn.

- E hoje nós vamos fazer curry. – disse Kyoko, abaixando-se para ajudar Haru a recolher as batatas.

- Esperem e verão. – disse a menina de rabo de cavalo, colocando as batatas de volta na tigela.

- Lambo, não pode pegar as maçãs. – disse I-Pin, após tê-lo dominado e tirando uma das maçãs do cabelo de brócolis.

- As maçãs são minhas. – disse, choroso, debatendo-se no chão.

As garotas riram. Um riso leve e despreocupado.

- Curry, parece bom. – disse Yamamoto, que tinha ido até lá falar com Tsuna.

- Vocês duas parecem bem melhores. – disse Tsuna, olhando as duas de forma curiosa.

- Hahi, não podemos ficar tristes para sempre, ainda mais em tempos como esses. – disse Haru, ela ainda parecia ligeiramente triste, mas exibia um largo sorrindo.

As meninas terminaram de recolher as batatas caidas e chamaram as crianças. Ainda contrafeito por ter perdido suas maçãs, Lambo seguiu as duas até a cozinha junto com I-Pin.

- Elas se recuperaram rápido. – disse Gokudera, um tanto incerto de tal recuperação.

- Mulheres são incríveis. – respondeu Yamamoto, com seu habitual sorriso.

* esse é o primeiro capítulo, não sei quantos vou fazer ainda, espero que gostem.

* dedico especialmente ao meu querido e mais novo amigo Ixa '86 edit'.

*por favor, deixem reviews.