100 Poison+Ice ficlets
Chibiusa-chan

Bem, eu acho que isso merece algumas considerações iniciais.

Primeiramente, aqui se seguirão 100 ficlets yaoi Milo x Camus, não relacionadas entre si. Por ficlets, entendam fics com no mínimo 100 palavras e, no máximo, 1000. A idéia surgiu há alguns meses, numa proposta pessoal de me desafiar como autora. Então esbarrei aqui mesmo com a Misao-chan, que resolveu fazer um projeto chamado 'One hundred 1x2 drabbles project', de Gundam Wing. Acompanhando-a, fui cada vez mais tomando gosto pela coisa e resolvi, por fim, fazer aquilo que já tinha vontade antes.

Carinhosamente, a Misao-chan me ajudou mostrando algumas tabelas de temas e me dando total apoio. Deixo aqui meus sinceros agradecimentos. Aliás, se interessou pelo projeto dela ? Vá em http dois pontos barra barra www ponto fanfiction ponto net barra 3766407 barra 1 para conhecê-lo.

Agora vamos ao que interessa.

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Título : Descobertas
Tema : #95 Confessions (Confissões)
Palavras : 412

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Camus estava sentado no chão frio de mármore do próprio templo, encostado numa pilastra. Mirava um ponto qualquer, os pensamentos sem uma direção definida. Até ouvir os passos meticulosamente irritantes que anunciavam a entrada do único que ousaria andar fazendo tanto barulho só para perturbá-lo.

- Posso me sentar aqui com você ? – Milo perguntou e o ruivo não deixou de notar a súbita polidez desnecessária.

Concluiu, rapidamente, que boa coisa não estava por vir. Talvez não devesse ter acordado.

- Claro.

O grego se sentou, também encostado na pilastra, numa posição exatamente oposta a sua. Como que para preservar a sua privacidade. Ou se esconder.

- Chateado ? – Milo perguntou.

- Por quê ?

- Saga. Soube que ele vai viajar por um tempo, vai ficar sem vê-lo.

- Hn.

O escorpiano observou a escadaria e contou os degraus até que eles sumissem de vista. Não adiantava para diminuir o bolo em sua garganta. Alguns segundos de silêncio se passaram antes que o loiro tornasse a falar.

- Sabe, Camus... Existe algo que eu preciso muito lhe confessar.

- Diga. – o outro foi direto ao ponto.

Milo engoliu seco. Não havia mais volta.

- Lembra daquele dia, em que você me viu chegando em casa junto com o Saga ? Que você ficou estranho, com ciúmes ?

Silêncio. O grego se amaldiçoou por ter de continuar a remexer na ferida.

- Aquele dia, que eu acabei descobrindo que você gostava do Saga, lembra ? – o grego continuou, tentando trazer a lembrança de volta.

- Eu sei disso, Milo, continue. – a voz soou irritada.

- Lembra que você me perguntou se eu tinha tido algo com ele ?

- Lembro.

O escorpiano respirou fundo.

- Eu menti quando te disse que não. Nós dois transamos naquele dia.

E, pela terceira vez, o silêncio. Um, dois, três minutos.

Milo se remexeu com a falta de reação vinda de Camus. Não ousava olhar para trás e estava começando a recear o que o outro faria. O peso que tirara da garganta ao contar-lhe a verdade, ao invés de sumir, havia se alastrado pelo ar, tornando-se ainda mais opressivo.

- Sabe, Milo... Eu acho que também tenho uma coisa a te dizer. – a voz grave do outro finalmente soou.

Mas o grego não sabia se agradecia ou se corria.

- Diga. – falou com apreensão.

A mão de Camus encostou levemente na dele e o ruivo olhou para o céu.

- Nunca fui apaixonado pelo Saga.

Fim.

N/A: Meio bobinha essa. XD

25 de outubro de 2007, 23:08.