Memórias de uma Gueixa

Capítulo I

Há alguns dias atrás, enquanto estava entretendo um homem, na casa de chá Yorokonde, aconteceu pitoresco fato, que, me fez recordar de tudo o que tinha acontecido na minha vida antes de chegar à Gion. Um homem comentava sobre uma de suas interessantíssimas viagens.

— Então, depois que passei por Yoroido, achei uma ótima loja para alugar...

Não pude resistir diante do inocente comentário do viajante.

—Um... Yoroido? Eu disse – Foi lá que eu nasci! Comentei lhe dando um sincero sorriso.

A sala se manteve em silêncio durante poucos segundos. Após esse pequeno intervalo, o tal viajante explodiu em gargalhadas.

—Yoroido?Como uma gueixa tão bonita como você pode ter saído de uma cidadela como Yoroido? Disse o homem, sem deixar de rir.

Certamente,não nasci para ser trazida à Gion pelo vento,e,até hoje,tantos anos se passaram,e eu não pude renegar minhas "nascentes".

Por um minuto pude me lembrar do que aconteceu naquele chuvoso dia de Inverno...

Tudo aconteceu tão rapidamente, que por alguns poucos momentos pensei ter esquecido do engano.

Lembro-me que estava chovendo muito, e meu pai, já tão velho, tecia suas redes de pesca,observando o mar turbulento. Foi apenas o que lembro antes de chegar ao Hamamati.

Lembro-me de Sr. Tanaka,e de que foi o último homem,que,me olhou com o mínimo de compaixão...

Eu já o dia em que estava brincando com as outras crianças das vila,acabei por escorregar em uma poça de o impacto no solo,terminei por desmaiar.

Acordei dentro de um lugar,que depois descobri ser a "fábrica" de peixes de Sr. havera me colocado sobre um balcã meus lábios,virava minha cabeça de uma lado para o ,de repente,se deparou com meus olhos aparentava espanto,mais ao mesmo tempo,parecia estar fascinado com o que estava vendo.

— Eu conheço você. Ele disse É a filhinha do velho Mitsashi

Mesmo sendo uma criança,pude ver que Sr. Tanaka nunca teria o olhar atordoado de meu velho não acreditar que,dentre a lama e as outras crianças,ele tenha me olhos se encheram de lágrimas.

Sr. Tanaka me colocou Sentada,pensei que mandaria embora,mas não o fez.

— Não engula esse sangue menininha.A menos que queria ter pedras nos fosse você,o cuspia no chão. Ele me falou.

—Sangue de menina,Sr. Tanaka? — disse um dos homens — Logo onde colocamos os peixes?

Na minha época,não existira criaturas mais supersticiosas que pescadores.Não suportavam mulheres envolvidas com homem de minha aldeia,o senhor Yamamura,encontrou sua filha brincando num bote certa manhã.Bateu nela com um pedaço de madeira,depois lavou o bote com Sake e [i]Lye[/i],tão fortemente que manchou a madeira com listras assim,mando chamar o sacerdote Shinto para abençoar o tal bote.

Tudo apenas por que sua filha brincara no bote,e alie estava Sr. Tanaka,sugerindo que eu cuspisse o sangue no chão do lugar onde se limpava peixes.

— Se está com medo que o Sangue dela estrague as tripas de peixe — disse o Sr. Tanaka — leve-as para casa,tenho muitas aqui.

— Não são as tripas de peixe senhor.

— Eu acho que o sangue dela vai ser a coisa mais limpa que já caiu neste chão desde que você e eu — Disse o Sr. Tanaka,agora falando pra mim — Cuspa Fora.

Achei que seria terrível desobedecer ao Sr. Tanaka,mas,não sei se teria coragem, de cuspir,depois que um homem pressionou o dedo em uma das narinas,e assoou no chão.

Depois disso não pude ter nada na ,como o Sr. Tanaka havia dito para fazer.

Após um tempo de silêncio,ele voltou a se pronunciar.

— Mas o que eu realmente quero saber, — Ele me disse — é como você conseguiu esse olhos tão extraordinários.

— São os olhos de minha mãe. Foi apenas o que disse,antes de voltar para eu mal sabia era que,eu veria novamente o Sr. Tanaka,no dia seguinte.