Lembra de mim?
Classificação K+
Quando a Sakura Haruno, de vinte e oito anos, acorda em um hospital em Londres ela se depara com uma grande surpresa. Seus dentes são perfeitos. Seu corpo bronzeado. Sua bolsa e uma Vuitton. Tendo sobrevivido a um acidente de carro – em uma Mercedes alias – Sakura havia perdido grande parte da sua memória, três anos para ser exata, e ela está para descobrir o quanto as coisas mudaram. De alguma forma Sakura foi de uma garota trabalhadora de vinte e cinco anos para uma influente corporativista, com um loft lindo, uma assistente pessoal, uma dieta sem carboidratos e um novo grupo de amigos. E que e o marido maravilhoso – que ainda acontece de ser um multimilionário? Com a sua mente ainda parada a três anos atrás, Sakura recebe esse mundo novo determinada a ser a pessoa que ela... bom, parece ser. Isto e até um adorável e desgrenhado arquiteto solitário, solta a maior bomba de todas.
Naruto não me pertence... A história é uma ADAPTAÇÃO do livro "Lembra de mim?" da Sophie Kinsella... RECOMENDO! Minhas fics são sem fins lucrativos...
Prólogo
De todas as ruins, péssimas, horrorosas noites que eu já tive em toda a minha vida ruim. Em uma escala de um a dez nos estamos falando... menos seis. E não e como se eu tivesse padrões muito altos.
A chuva respinga pelo meu colarinho enquanto eu mudo de um pé empolado para o outro. Eu estou segurando a minha jaqueta sobre a minha cabeça como se fosse um guarda-chuva, mas não e exatamente a prova d'agua. Eu só quero achar um taxi, chegar em casa, tirar essas botas estupidas e correr par um banho quente. Mas eu estou esperando aqui faz dez minutos e não há nem sinal de um taxi.
Meu dedos estão agonizando. Eu nunca mais vou comprar sapatos da Metade Do Preço Fashion de novo. Eu comprei essas botas semana passada na liquidação (lisa preta; eu só uso lisa). Eles eram meio tamanho menor, mas a garota disse que elas iriam me alongar e que elas faziam minhas pernas Inocarem compridas. E eu acreditei nela...
Honestamente, eu sou a maior otária do mundo. Estamos todos parados juntos na esquina de alguma rua no sudoeste de Londres que eu nunca tinha vindo antes, com a música latejando de algum clube abaixo dos nossos pés. A irmã de Tenten e uma promoter, e nos conseguiu desconto na entrada, então e por isso que nós fomos até lá. Só que agora nos temos que ir para casa e eu sou a única que realmente está procurando por um taxi.
Ino havia confiscado a única soleira por perto e tinha a sua língua enrolada goela abaixo de algum cara que ela tinha conversado antes no bar. Ele era fofo, tirando o seu bigode estranho. Além disso ele era mais baixo que Ino – mas daí vários caras era, dado ao fato de que ela tinha quase 1,80 m. Ela tinha longos cabelos loiros e uma boca grande, e uma risada escandalosa para combinar. Quando ela esta realmente irritada com alguma coisa, ela paralisa o escritório inteiro.
Alguns metros dali, Tenten e Hinata estao escondidas em baixo de um jornal de braços dados, gritando estridentemente 'It's Raining Men' como se elas ainda estivessem no palco do karaokê.
"Sakura!" Hinata grita, esticando um braço para eu me juntar a elas. "It's raining men!"
Seu cabelo longo e escuro estava raquítico na chuva, mas seu rosto ainda brilhava.
Os dois hobbys favoritos de Hinata são karaokê e fazer bijuterias – aliás, eu estou usando um par de brincos que ela fez para mim para o meu aniversário: prata delicada em forma de L com perolas penduradas.
"Não está chovendo homem bosta nenhuma!" Eu respondi impertinente. "Só está chovendo!"
Eu normalmente adorava karaokê também. Mas eu não estou no humor para cantar hoje à noite. Eu me sinto toda doida por dentro, como se eu quisesse me enrolar e desaparecer. Se apenas o Perdedor Kiba tivesse aparecido como ele prometeu. Depois de todas aqueles sms de "amo vc Sakura"; depois de jurar terminantemente que estaria lá as dez. Eu esperei sentada o tempo todo, olhando a porta, até mesmo quando as outras meninas me falaram para esquecer dele. Agora eu me sinto como uma idiota.
O Perdedor Kiba trabalha em venda de carro por telefone e tem sido meu namorado desde que ficamos juntos no churrasco da amiga da Tenten verão passado. Eu não chamo ele de Perdedor Kiba para insulta-lo – é o seu apelido. Ninguém lembra como ele conseguiu e ele não conta; aliás, ele sempre está tentando fazer as pessoas chamarem ele de alguma outra coisa. Ele começou a se referir como Butch a um tempo atrás, porque ele conta que se parece com o Bruce Willis em Pulp Fiction. Ele tinha o corte de cabelo parecido, eu suponho – mas a semelhança acaba ai.
De qualquer forma, não pegou. Para os seus companheiros de trabalho ele e apenas o Perdedor Kiba, da mesma forma que eu sou Testa Grande. Eu sou chamada assim desde que eu tinha onze anos. E as vezes Cabelo Torto. Para ser justa, o meu cabelo é bem frisado. E minha testa é realmente grande. Mas eu sempre digo que ela dá personalidade ao meu rosto. (Na verdade, isso é uma mentira. E Ino que diz que da personalidade ao meu rosto).
Um taxi vem a minha vista e eu imediatamente estico a minha mão – mas algumas pessoas a frente sinalizaram para ele primeiro. Ótimo. Eu coloquei minhas mãos nos bolsos e olhei a chuva miseravelmente por outra luz amarela.
Não é só o Perdedor Kiba me dar o cano que está me incomodando: são os bônus. Hoje era o fim do ano financeiro no trabalho. Todos receberam cupons dizendo o quanto tinham conseguido e começavam a pular de excitação, porque no fim as vendas 2003-2004 da companhia tinham sido melhores do que todos esperaram. Era como o Natal dez meses antes. Todos estavam tagarelando sobre onde eles iriam gastar esse dinheiro. Tenten começou a fazer planos de feriado para Nova Iorque com o seu namorado, Lee. Hinata marcou luzes no Nicky Clarke – ela sempre quis ir la. Ino ligou para Harvey Nichols e reservou uma bolsa legal chamada Paddington ou qualquer coisa assim.
E ai tinha eu. Com nada. Não porque eu não tinha trabalhado duro, não porque eu não alcancei a minha meta, mas porque para conseguir os bônus você tem que ter trabalhando para a empresa por um ano, e eu não me qualifiquei por uma semana. Uma semana. E tão injusto. E tão mesquinho. Eu estou dizendo, se eles me pedissem o que eu acho sobre isso – De qualquer forma.
Como se o Kakashi Hatake pediria a opinião de uma Sócia Gerente-júnior de vendas (atrapalhada)... Isso é a outra coisa: eu tenho o pior título de trabalho do mundo. É embaraçoso. Quase nem cabe no meu cartão. Quanto maior o título, eu entendi, pior é o emprego. Eles acham que vão cegar você com palavras e você não vai notar que está estagnada no canto do escritório com contas nojentas que ninguém mais quer.
Um carro passa em cima de uma poça ali perto e eu pulo para trás, mas não antes de tomar um banho de agua na cara. Da soleira da porta eu ouço Ino esquentando as coisas, murmurando na orelha do cara fofo. Eu ouvi as palavras familiares e apesar do meu humor eu tive que pressionar meus lábios para não rir. Meses atrás, nos tivemos uma noite de garotas e terminou com a confissão de todos os nossos segredos mais podres. Ino disse que ela usa sempre a mesma fala toda a vez e funciona perfeitamente: "Eu acho que a minha calcinha está derretendo."
Quero dizer, Algum cara cairia nisso? Bom, eu acho, pelo que a Ino conta, que sim. Hinata confessou que a única palavra que ela pode usar sem rir durante o sexo é tesão. Então tudo que ela sempre diz e: "Eu estou com tesão." "Você é um tesão." "Isso é um tesão." Quando você é tão linda quanto a Hinata, eu não acho que você precisa de um repertorio.
Tenten esta com o Lee por milhões de anos e declarou que ela nunca fala na cama, exceto quando e para dizer "ow" ou "mais pra cima," ou uma vez, quando ele estava prestes a ter um orgasmo, "Oh bosta, eu deixei a minha prancha (de cabelo) ligada." Eu não sei se ela falou sério; ela tem um senso de humor esquisito, assim como o Lee. Eles são os dois super inteligentes – quase nerds – mas de boa com isso. Quando nos todos estamos juntos eles dois se insultam tanto e difícil saber se eles estão falando sério. E não sei nem se eles sabem.
Quando chegou a minha vez, e eu contei a verdade, que era que eu elogiava o cara. Como com o Perdedor Kiba, eu sempre digo "Você tem ombros lindos" e "Seus olhos são lindos." Eu não admiti que eu dizia essas coisa porque eu sempre esperava secretamente ouvir isso de volta de um cara, que eu sou bonita também.
Nem admiti que isso nunca aconteceu.
De qualquer forma. Tanto faz.
"Hey, Sakura." Eu olhei para cima para ver Ino que tinha se separado do cara fofo. Ela entra embaixo da minha jaqueta e tira um batom.
"Oi" eu disse, piscando a agua da chuva dos meus cílios. "Onde foi o amante?"
"Dizer para a garota com quem ele veio que ele está indo."
"Ino!"
"O que?" Ino falou sem arrependimento. "Eles não estão juntos." Ela cuidadosamente refez a sua boca de vermelho. "Eu vou comprar muita maquiagem nova," ela disse franzindo para o fim do batom. "Christian Dior, um monte. Eu posso pagar agora!"
"Voce deveria!" eu concordei tentando parecer entusiasmada. Um momento depois Ino olhou para cima entendendo.
"Oh, merda. Desculpe Sakura." Ela coloca um braço ao redor do meu ombro e aperta. "Você deveria ter conseguido um bônus. Não e justo."
"Tudo bem." Eu tentei sorrir. "Ano que vem."
"Você está bem?" Ino estreitou seus olhos para mim. "Você quer tomar um drink ou alguma coisa?"
"Não, eu preciso ir para a cama. Eu tenho que acordar cedo amanhã." O rosto da Ino clareia de repente e ela morde o lábio.
"Jesus. Eu esqueci totalmente sobre isso também. Com os bônus e tudo... Sakura eu sinto muito. É realmente uma hora horrível para você."
"Tudo bem!" eu disse finalmente. "E... Eu estou tentando não fazer tudo tomar grandes proporções."
Ninguém gosta de um chorão. Então de alguma forma eu me fez sorrir brilhantemente, apenas para mostrar que eu estou tudo bem em ser uma garota com os dentes tortos, levado um cano, sem bônus e cujo pai tinha acabado de morrer.
Ino ficou quieta por um momento, seus olhos azuis brilhando com os faróis que passavam.
"As coisas vão melhorar para você," ela disse.
"Você acha?"
"Uh-hum." Ela acenou, com mais energia. "Você só tem que acreditar. Vem aqui." Ela me abraçou. "Você e uma mulher ou um cavalo-marinho?" Ino tem usado essa expressão desde que nos duas tínhamos quinze anos, e me faz sorrir toda a vez. "E você sabe o que mais?" ela acrescentou. "Eu acho que seu pai iria querer que você aparecesse de ressaca no funeral dele."
Ela encontrou meu pai algumas vezes. Ela estava provavelmente certa.
"Hey Sakura." A voz de Ino se tornou mais suave e eu me abracei. Eu estou em um humor delicado e se ela dissesse alguma coisa sobre meu pai, eu poderia chorar. Eu quero dizer, eu não conhecia ele tão bem ou qualquer coisa, mas você só tem um pai. "Você tem uma camisinha reserva?" Sua voz perfurou meus pensamentos.
Certo. Então eu não precisava me preocupar com excesso de simpatia.
"Só de precaução," ela adicionou com um sorriso. "Eu quero dizer, nos provavelmente vamos conversar sobre política ou qualquer coisa assim."
"E tenho certeza." Eu procurei dentro da minha bolsa verde que eu tinha ganhado de aniversario para o porta-níquel da mesma cor e tirei uma Durex, que eu discretamente entreguei para ela.
"Valeu querida." Ela me beijou na bochecha. "Escuta, você quer ir na minha casa amanhã à noite? Depois que tudo acabar? Eu faço spaghetti a la carbonara."
"É," eu sorri agradecida. "Isso seria ótimo. Eu ligo para você." Eu já estava ansiosa. Um prato de macarrão delicioso, uma taca de vinho e eu contando a ela sobre o funeral. Ino consegue fazer as coisas mais macabras ficarem engraçadas... Eu sei que terminaremos em risos.
"Hey, ali tem um taxi. Taxiii!" Eu me apressei para a ponta da calcada enquanto o taxi parava e acenava para Hinata e Tenten que estavam gritando "Dancing Queen."
Os óculos da Tenten estavam molhados com as gotas de chuva, e sua voz estava umas cinco notas acima da de Hinata.
"Oi!" eu me inclinei através da janela para o motorista, meu cabelo pingando no meu rosto. "Você poderia nos levar até Balham, e daí –.."
"Desculpe querida, sem karaokê." O motorista me interrompeu com um olhar cruel para Hinata e Tenten.
Eu encarei ele, confusa. "Como assim, sem karaokê?"
"Eu não vou levar essas garotas aqui, me irritando com a sua maldita cantoria."
Ele tinha que estar brincando. Você não pode banir pessoas por cantarem.
"Mas-..."
"Meu taxi, minhas regras. Sem bêbados, sem drogas, sem karaokê." Antes que eu pudesse responder, ele colocou o taxi na marcha e desceu rua abaixo.
"Você não pode ter uma regra de 'sem karaokê'!" Eu gritei depois, ultrajada. "E discriminação! E contra a lei! E…"
Eu me arrastei e olhei para a calcada. Ino tinha desaparecido de volta nos braços do Sr. Fofo. Hinata e Tenten estavam fazendo a pior performance da "Dancing Queen" que eu já tinha visto; de fato eu não culpo o motorista do taxi. O transito estava intenso, nos molhando inteiras; a chuva caia sem parar através da minha jaqueta para o meu cabelo; pensamentos rodavam pela minha cabeça como meias em uma secadora.
Nós nunca iriamos achar um taxi. Nós vamos ficar aqui na chuva a noite toda. Aqueles coquetéis de banana eram nocivos – eu devia ter parado depois do quarto. Eu tinha o funeral do meu pai amanhã. Eu nunca tinha ido em um funeral antes. E se eu começasse a chorar e todo mundo olhasse para mim? Perdedor Kiba estava provavelmente na cama com alguma outra garota neste segundo, dizendo a ela que era ela linda enquanto ela gemia "Butch! Butch!" Meus pés estavam empolados e estavam congelando – "Taxi!" eu gritei instintivamente a palavra, depois de ter registrado a luz amarela distante. Estava subindo a rua, sinalizando para virar para a esquerda. "Não vire!" eu acenava freneticamente. "Aqui! Aqui!"
Eu tinha que conseguir esse taxi. Eu tinha. Apertando a minha jaqueta sobre a minha cabeça eu corri pela calçada, derrapando levemente, gritando até eu ficar rouca. "Taxi! Taxi!" E quando eu alcancei a esquina, a calcada estava lotada de pessoas e eu dei a volta delas e subi os degraus de algum edifício municipal. Havia uma plataforma de balaústra com degraus indo para a direita e para a esquerda. Eu acenei para o taxi dali de cima e então corri para baixo e pulei. "TAXI! TAAA-XII!" Yes! Estava parando. Graças a Deus!
Pelo menos eu poderia chegar em casa, tomar um banho e esquecer sobre o dia.
"Aqui!" eu chamei. "Eu estou indo, so um seg-.."
Para a minha consternação eu notei um cara em um terno no pavimento abaixo indo em direção ao taxi.
"É nosso!" eu rugi, e me joguei pelos degraus opostos. "É nosso! Eu acenei para esse taxi! Não ouse – Argh! Aaaaaaaaaargh!"
Até mesmo quando meu pé deslizou no degrau molhado eu não tinha certeza do que estava acontecendo. Então quando eu comecei a cair, meus pensamentos se apressaram em descrença: Eu deslizei nas minhas botas estupidas, baratas de solado liso. Eu estava caindo, degraus abaixo, como se tivesse três anos de idade. Eu lutei desesperadamente na pedra de balaustrei, arranhando minha pele, machucado minha mão, derrubando minha bolsa, agarrando qualquer coisa, mas eu não consegui parar -Oh merda.
O chão está vindo na minha direção – não há nada que eu possa fazer – isso realmente, realmente vai doer...
Continua...
