Around the World in Fifteen Seconds
Stop One - Romenia
Ele já levara muitos por aqueles corredores, cheio de falsas promessas e sorrisos omissores. Riqueza, poder, mistério - utilizava de tudo para atrair os visitantes para aquele castelo e, assim, levá-los para suas inevitáveis mortes. Por anos, nada lhe pareceu errado ou doloroso. Seu lorde e mestre requeria um sacrifício e Draco estava apenas seguindo ordens para sobreviver.
Suas chances de viver estavam em trazer estranhos curiosos para morrerem, e o que mais poderia fazer? Quem poderia ir contra o homem mais poderoso da Romênia, o Conde Vlad, o Empalador? Quantos já haviam tentado dominar seu castelo, destruí-lo e jogá-lo para as chamas do inferno?
Ninguém havia obtido sucesso.
Mas algo mudou quando Draco convidou um jovem ruivo na vila vizinha para trablhar para o Conde. O jovem vinha de uma família grande e, entre muitos irmãos, havia uma irmã. A única irmã, cabelos ruivos longos caindo sob seus ombros, expressão de fúria e suspeita em seu rosto. No meio da vila, na frente de todos, ela ousou questionar Draco, e por extensão, o Conde. Gritou acusações de assassinatos e apontou seu dedo para ele, o mandando ir embora para nunca mais voltar.
Draco sabia o que a esperava. Ninguém ameaçava o poder do Conde, mesmo que fosse uma simples plebeia numa casa na lama. Seu irmão não foi com Draco aquele dia, mas logo depois ela foi arrastada à força, no meio da noite, para encontrar pessoalmente o Empalador e sua sentença.
Aquele corredor que já vira tanta gente nunca parecera mais curto. Draco seguia na frente dela, mas nem por um minuto a ruiva parou de tentar convencê-lo em ajudá-la escapar ou virar-se contra seu lorde. Seus argumentos não conseguiram o convencer, mas o modo em que ela lhe desafiava atraiu Draco. Como uma mariposa busca as chamas.
Ele se virou e a encarou, parando a marcha para sua inevitável morte.
- Qual o seu nome?
- Ginevra.
- Pois bem, Ginevra. Se eu ajudá-la morrerei com você. Por que faria isso?
- Porque você cheira à morte. Suas mãos estão sujas de sangue. Não é motivo suficiente?
- Estou vivo, é mais do que muitos têm.
- Um dia, ele vai matá-lo, assim como mata tudo que toca. E você vai sofrer por tudo que fez na outra vida.
- E você vai sofrer nessa.
Ela assentiu apenas, vendo que era inútil. A marcha continuou.
Vlad foi especialmente cruel naquela noite, ou então Draco apenas estava começando a ficar cansado de presenciar o sangue jorrar por mais um pescoço. Quando foi dormir, sonhou com a ruiva, seus olhos o julgando e o condenando.
Draco desapareceu depois daquela noite, fugindo não apenas do conde, mas de si próprio e sua consciência.
