Férias Perfeitas


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Prólogo

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Vou te contar.

Pegar recuperação final? OK

Não ir na festa de 15 anos da minha melhor amiga pra fica "estudando"? Eu supero.

Tentar fugir de casa no meio da noite pra ir na festa e ser pega? Fazer o que né..

Dar um chilique no meio da rua de madrugada e ficar de castigo por tempo indeterminado? Tudo bem, ótimo!

E ainda por cima depois de tudo ter que viajar com um pirralho irritante, um avô rabugento e uma mãe de TPM num carro pequeno e abafado por 7 horas pra uma cidadezinhada pequena e sem graça? Certo, eu sobrevivo.

Mas agora, se fosse quealquer cidadezinha pequena e sem graça tudo bem. Mas NÃO, tinha que ser AQUELA cidade, com AQUELE garoto.

É isso aí senhoras e senhores, estamos falando de Taishou Inuyasha.


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Capítulo 1

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Onde eu estava mesmo? Ah, claro. Estava falando do capeta, ou melhor, do Inuyasha.

Sinceramente? Ele faz jus ao nome dele, o temível cão demônio. Eu tenho pena da tia Izayoi tadinha, tão boazinha. Ele é o moleque mais peste que eu já tive a infelicidade de conhecer, ganha até do meu irmão. É sério, pra vocês terem uma idéia, o maluco beleza vivia fugindo de casa desde os 4 anos de idade, sempre se meteu em brigas, sempre quebrou janelas dos vizinhos e de outras pessoas (sim, propositalmente), uma vez roubou a moto do irmão e bateu com ela, explodiu não sei quantos vasos sanitários da escola, foi expulso de lá e considerado um delinqüente juvenil com 11 anos de idade. 11 ANOS! Dá pra acreditar? Sem falar em tudo que ele aprontou com os outros, principalmente comigo: roubava minhas bonecas e picotava suas roupinhas e cabelos além de fazer (ou pelo menos tentar) rituais satânicos com elas, vivia puxando/cortando/colando chicletes e outras coisa no meu cabelo, sempre me empurrava pra mim ir de cara no chão (se bem que eu nem precisava da ajuda dele pra isso), sempre tentava me afogar tanto na piscina quanto na praia, sempre corria atrás de mim com um inseto ou qualquer outro bicho extremamente nojento, inventava os piores apelidos pra mim, me assustava no meio da noite, escondia minha coisas por aí, sem falar em todas as vezes que nós caíamos no tapa (sim, ele me batia. COVARDE! Mas tudo bem, na maioria das vezes eu saía ganhando. Ta ok, nem sempre, ou melhor, quase nunca), e mais um monte de coisas horríveis como juntar um montinho de terra num prato e me dar pra comer fingindo que é bolo de chocolate, e cara, aquilo foi maldade. Mas o pior de tudo foi quando ele saiu gritando pra cidade inteira que eu gostava do irmão dele (o que não era mentira), ou então quando ele pegou TODAS as minhas calcinhas e pendurou elas no poste em frente a casa dele. Elas ficaram lá, a tarde inteira até que alguém conseguisse tirá-las. Aquilo foi muito vergonhoso.

E aí? Acho que já deu pra sacar que, já que meu destino é a casa dele por quatro semanas e alguns dias, que essas vão ser as piores férias da minha vida. Tudo bem, eu já aturei ele antes. Mas qual é? Agora é diferente! Agora eu tenho milhares de festas pra ir e vários gatos pra ficar. Mas não, eu tenho que passar um mês inteiro tentando sobreviver a um psicopata enquanto eu podia estar perambulando pelos shoppings com minhas melhores amigas.

Então vocês perguntam: porque uma bela e inocente dama como você é vítima daquele gangster maníaco?

E eu respondo: é tudo culpa da minha mãe.

Ela é amiga da mãe do Inuyasha, a tia Izayoi, desde que se entende por gente. Mas elas foras crescendo, se casaram, tiveram filhos e cada uma foi pra uma lado. Apesar disso elas continuam muito amigas, e quase todas as férias a mamãe leva a gente pra casa da tia Izayoi (só não acontece o contrário porque a nossa casa é muito pequena até pra gente, imagina só com visitas, tudo porque a mamãe não casou com nenhum ricaço como a tia Izayoi fez). Graças ao bom Deus eu não vou lá desde os nove anos, porque foi nessa época que o comportamento do auau dos infernos começou a piorar, como bater motos roubadas e explodir vasos sanitários, então minha mãe resolveu que seria ruim pra minha saúde física e mental continuar indo lá, então ia só ela. Eu não sei como ela nunca pensou nessa hipótese antes e sempre me deixava perto dele, me fazendo correr risco de vida. As vezes eu tenho a impressão de que era essa a intenção dela. Eu sei, eu tenho uma vida cruel, não precisa chorar.

Só que parece que agora ela gosta da idéia de eu voltar a correr risco de vida constantemente. Afinal, eu não fiz nada de mais pra merecer isso nas férias. Não sei porque ela ficou tão irritada. Só que eu tenho certeza que tudo isso é pra me castigar, só pode ser. Cara, que tipo de mãe que eu tenho? Gosta de idéia de me colocar em perigo só porque eu agi como uma adolescente normal? Acho que eu devia me matar de uma forma bem lenta e ridícula, porque assim seria melhor mesmo, já que ninguém me ama.

Puta merda, eu to muito emo hoje. Além de exagerada. Poxa, não pode ser tão mal assim. É isso aí! Pensamento positivo! Eu vou passar as férias tranquilamente e.. Ah merda, a quem eu to querendo enganar? Aquilo vai ser um inferno. Só o nome da criatura evidencia isso. Mas tudo bem, eu sempre fui uma menina meio babona mesmo. Agora eu não caio mais na ladainha do Inuyasha, deixa ele se meter comigo pra ver só, ele vai se ferrar legal. É isso aí, agora eu sou foda!

...

Caramba... Eu devia me matar mesmo.

Apesar de tudo, eu tenho o consolo que aquela pode até ser uma cidadezinha minúscula sem nada, mas é uma cidadezinha minúscula e sem nada litorânea. Ou seja, eu posso odiar sol forte e calor de todas as maneiras, mas eu estou disposta a abandonar essa minha condição de branca a lá lagartixa e ficar torrando no sol. E olha só, assim eu posso até contrair câncer de pele, aí pelo menos eu vou poder jogar na cara da minha mãe que foi uma péssima idéia me trazer pra cá. Tudo bem, câncer de pele mau, brincadeira, nada de câncer. Do jeito que eu sou se eu ficar falando é capaz de acontecer. Só comigo mesmo. Mas eu tenho meu mp4 e meu celular, então posso ficar tranqüila.

Acho que eu nem preciso comentar que a viajem até lá foi um inferno né? Só até a gente conseguir sair de casa sem esquecer nada já deu um trabalhão. E quando a mamãe dirige ela fica muito séria, se estressa muito fácil e fica xingando qualquer infeliz que faz algo errado até vir outro e deixá-la mais irritada ainda (e depois ela briga comigo se eu falo algum palavrão). O vovô, que foi lá na frente com ela graças a Deus, ficou hora roncando alto, hora reclamando sem parar de como a vida antigamente era melhor (ou então contando aquelas história antigas e tediosas que eu já cansei de escutar). Não me leve a mal, eu gosto muito do meu avô, mas ele sabe como ser chato. O Souta, que foi do meu lado, não calou a boca nem por um segundo sequer, sério, ele ficou a viajem inteira falando sozinho, pulado pra lá e pra cá, e tirando foto de cada merda que via pela janela (ele ganhou uma câmera no aniversário e agora não para quieto com ela, um saco). Sem falar no calor insuportável que tava dentro do carro, mesmo com as janelas escancaradas. E você pode imaginar eu aquentar tudo isso por 7 horas?

Pois é. Então ninguém estranhou que a primeira coisa que eu fiz quando cheguei lá, depois de soltar o cabelo e cumprimentar a tia Izayoi e o bonitão do tio Inutaisho é claro (pode até não parecer, mas eu tenho educação), foi correr pra cozinha e beber água gelada no maior copo que tinha de forma desesperada. Poxa, eu estava morrendo de calor e com a cabeça latejando, só água gelada pra me refrescar mesmo.

Mas estava eu lá, tomando meu terceiro copão de água, virada pra parede e apoiada na pia de mármore (eu vou te contar, a tia Izayoi tem uma casa bonita pra caramba, só que isso não vem ao caso agora) quando eu escutei um barulho atrás de mim e me virei, ainda tomando a bendita água. A partir do momento que eu virei meu corpinho pro outro lado, tudo aconteceu MUITO rápido (ok, nem tanto, eu que sou lerda com a água mesmo). Da escada na minha frente eu vi uma par de pernas descendo, e logo um garoto consideravelmente mais alto que eu e tão bonito que eu quase engasguei ficou ali parado e me olhando com uma cara curiosa mas séria. Ele estava descalço, estava usando uma calça meio larga e escura caindo pela cintura e deixando sua cueca branca aparecer um pouquinho. Estava sem camisa, havia uma toalha sobre parte de sua cabeça e seu cabelo comprido e prateado estava molhado, fazendo alguns fios grudarem no seu tórax moreno e bem definido, deixando algumas gotinhas escorrerem pelo seu peito, passando pela barriga sexy e desaparecendo no tecido da cueca. Oh céus. (sim, percebi tudo isso bem rápido. Meio segundo aproximadamente)

Mas aquele era o Sesshoumaru? Estranho, apesar de continuar lindo demais ele estava diferente. Só que eu não fiquei pensando nisso, pois percebi que aqueles maravilhosos olhos dourados passaram pelo meu corpo e pararam no meu rosto brilhando de uma forma familiar. Familiar até demais se quer saber. Então ele deu um sorrisinho afetado, tirou a toalha da cabeça e a jogou no ombro direito.

Puta merda. Se eu não tinha engasgado antes, consegui isso agora e cuspi tudo ainda por cima. Duas orelhinhas caninas da cor do cabelo balançavam levemente no topo da cabeça, e eu sabia exatamente quem era aquele Deus grego.

- Feh! Só pode ser brincadeira! - ele falou sorrindo descrente e dando um passinho na minha direção. - É você mesma pirralha?

Aquele era Taishou Inuyasha.

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Mais uma fic comédia, sobre as férias da Kagome. E aí? Deu pra sentir o gostinho?

Só vou deixar um avisozinho. Os caps vão ser pequenos mesmo, mas pode ser que sejam muitos. E eu não posto regularmente. Tudo depende do acaso. (profundo né?)

Reviews! n-n

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'- Higurashi Kagome, você é uma garota morta!''