Notas da Autora: Assassin's Creed não me pertence. Créditos a Ubisoft. Eu só quero avisar que eu não joguei nenhum dos jogos da série. O conhecimento que possuo acerca desse universo vem de assistir detonados e ler os livros lançados.

A história se passa no período que vai de Irmandade até Revelações. Anna é uma personagem original minha e não deve ser utilizada em outros lugares sem a minha autorização.

A Rosa de Masyaf

Falha

Algo está errado, Desmond pode sentir. Em um momento ele está correndo normalmente pelos telhados de Roma como Ezio, o sol italiano sobre sua cabeça esquentando seu corpo e fazendo brilhar as telhas sobre seus pés. Em outro, o assassino vê o chão mudar, se tornar mais macio, como terra, e o céu ser envolto pelas sombras de uma tarde nublada. Confuso, Desmond erra um passo e cai, o corpo atingindo uma superfície dura e o impacto espalhando dor por seus nervos.

O som de passos lentos é ouvido se aproximando e o assassino levanta o rosto, encontrando uma face parcialmente escondida por um negro capuz, muito semelhante àqueles usados pelos membros da Irmandade. Lábios finos e vermelhos se movem, falando em um tom baixo e suave e em uma língua que Desmond reconhece como árabe. E, em meio às palavras ditas, um nome é facilmente discernido. Ezio.

- Desmond? Desmond! – a voz de Lucy o traz de volta à realidade e, um pouco hesitante, Desmond abre os olhos encontrando o olhar preocupado da companheira.

- Lucy? – a voz do assassino soa rouca – O que aconteceu?

- Nós é que perguntamos isso. – a voz de Shaun ecoa vinda de algum lugar – Você dessincronizou do nada!

- Desmond, o que aconteceu? – Lucy pergunta gentilmente.

- Eu vi... Alguém... – Desmond responde de forma lenta enquanto se levanta – Uma mulher.

- Quem? – Rebecca pergunta.

- Eu não sei. Não a reconheci, ela falava em árabe, mas... Ela conhecia Ezio. Ela falou o nome dele.

- Como ela era? – Lucy questiona.

- Não pude ver muito, ela usava um capuz parecido com o dos Assassinos.

- Uma assassina árabe? – Shaun diz como se pensasse alto.

Desmond não responde, a imagem da estranha mulher voltando à mente. O modo como ela falava, lento e confiante, e a familiaridade com que ela se dirigia à Ezio. Quem era ela?

xACx

Naquela mesma noite, Desmond volta a percorrer o mesmo caminho macio sob o céu nublado. Seus passos são rápidos e, com um pulo, o assassino atinge o parapeito de uma janela quebrada. Ao entrar no aposento, Desmond encontra apenas ruínas do que, um dia, foi um quarto. Ele caminha lentamente, atento a qualquer barulho. De repente, dor invade a mente de Desmond, fazendo-o cambalear um pouco.

Ao levantar o olhar, ele é surpreendido por uma roda de Templários cercando-o. Ele luta, desviando habilmente de golpes e desferindo outros com precisão, mas algo o atinge nas costas e o derruba no chão. Ao se apoiar para levantar, o assassino tem uma rápida visão da própria mão, espalmada sobre a pedra. Uma mão muito pequena para ser dele ou de Ezio ou de qualquer homem. A mão dele é a mão de uma mulher.

Um pequeno grunhido deixa os lábios de Desmond quando uma lâmina perfura seu ombro. Ele tenta levantar e desviar, mas alguém o segura. O assassino vira, enterrando a lâmina escondida no pescoço do inimigo. Ao se voltar, uma visão o congela por um segundo. Na janela, há alguém, outro assassino realizando um salto da fé. Um salto que Desmond sente como se ele mesmo estivesse fazendo, caindo para a imensidão da escuridão.

Com um grito, Desmond desperta para se encontrar sendo encarado por Lucy, Rebecca e Shaun.