PRÓLOGO
Valsa da Insanidade
- Você é um monstro! – exclamara Caroline, batendo com força do rosto de Klaus. Percebeu os olhos amarelos dele se arregalarem, enquanto seu rosto transformado pela sede voltava ao normal.
- Um monstro? Você é um assim como eu, amor. Nós somos vampiros. É a nossa natureza. Você é patética por se reprimir! – ele cuspiu, como se as palavras causassem-lhe nojo.
Klaus não queria discutir com ela – a achava muito interessante, mas não quando estava brava. Tudo o que ele fazia era motivo de repulsa da parte de Caroline... A loira podia ser muito inflexível, muito infantil.
Ele agarrou a menina ruiva que estava jogada em seus pés, e inclinou seu queixo, afastando o cabelo ondulado dela e deixando a fina pele de seu pescoço exposta.
- Diga-me que não consegue ouvir o barulho da corrente sanguínea, Caroline... Que teu corpo todo não arde de desejo... Que suas presas latejam por morder essa pele macia... – sussurrou, sustentando o olhar de repulsa que Forbes lhe lançava.
O Original sorriu e cravou os dentes no pescoço da jovem a seus pés, sentindo o gosto adocicado de sangue em sua boca. Ouvindo o grito estridente de Caroline, ele sorriu e olhou para cima.
O rosto da loura estava transformado – os olhos inchados e vermelhos, as veias dilatadas sobre a pele pálida de suas bochechas.
- Você é repugnante – ela rosnou. Suas mãos tremiam, numa tentativa árdua de controlar-se e não atacar a garota caída a poucos metros de distância.
- Você é incapaz de sentir qualquer coisa...
- Eu sei o que sinto por você – ele provocou. Sabia que não era uma boa hora para cortejá-la, mas não conseguia controlar-se. Caroline era bela – muito mais bela quando permitia que sua natureza aflorasse -, e ele se sentia estranhamente atraído por ela.
Embora esse fato não a tornasse digna de importância em sua vida.
- Você não sente nada por mim – ela rosnou – Você já desligou sua humanidade há tanto tempo, que não consegue mais fingir que possui sentimentos. Não passa de um animal, um monstro.
Klaus não ficava facilmente ofendido, mas não podia negar que o julgamento de Caroline o irritara. Mikael costumava dizer que ele não passava de um animal, que deveria comer com os cachorros, pois nunca seria mais que isso.
- Cale a boca – ele rosnou, jogando-a longe.
Caroline pareceu um pouco chocada com sua explosão, mas se recompôs rapidamente. Levantou-se.
- Toquei em um ponto delicado, Klaus? – questionou, sorrindo sem vontade.
Ele sentiu seus caninos arderem, e percebeu que rosnara para ela.
- Você se acha muito importante. Bom, novidades para você, Caroline. Eu não me importo com você, nada me impede de te morder e deixar você em completa insanidade até a morte.
- Até poucos segundos atrás, sentia-se atraído por mim – zombou a vampira.
Ele revirou os olhos, perguntando-se onde estaria Kol, seu irmão. Haviam saído para caçar – ou perseguir Caroline, como Kol gostava de dizer – e a flagraram alimentando-se de um coelho.
Niklaus sabia que a loira não gostava de se alimentar de animais e ficara furioso. Kol, para amenizar os sentimentos do híbrido, trouxera ao irmão uma garotinha ruiva. Embora Klaus soubesse que seu irmão mais novo só queria ver tudo em chamas, o mais velho Mikaelson havia levado a menina até Caroline. E tudo começara.
- O que eu sinto por você... - ele resmungou, rondando-a como uma serpente - Nada mais é do que um sentimento sujo, doentio... Assim como você. Ah, Caroline Forbes, você está completamente quebrada, podre por dentro. E seus sorrisos falsos não me enganam... Quem é o monstro de nós dois, amor? - ele perguntou então, antes de enfiar os dentes em sua jugular.
O sangue de um vampiro não tinha o mesmo gosto que o sangue humano. Era mais ácido, mais fino em sua boca... Quase um licor.
A loira gritou de agonia enquanto o veneno de lobisomem entrava em sua corrente sanguínea.
Klaus passou um braço pela cintura dela, puxando-a para mais perto, desejando drená-la por completo... A ligação na qual se encontravam - ele sugando a vida de dentro dela, matando-a com seu veneno - era mais forte do qualquer laço.
O Original fechou os olhos em êxtase, segundos antes de ouvir seu irmão gritando seu nome e sentir o calor engolfá-lo. E as chamas dançavam ao som de sua insanidade.
