Retração: "Eu não possuo os direitos sobre os personagens, bem como a história de Yu Yu Hakusho. Todos os direitos estam reservados ao autor e desenhista, Yoshihiro Togashi."

"Um estranho crime aconteceu e Botan é a principal suspeita. Para provar sua inocência ela contrata o detetive Urameshi e seu ajudante Kuwabara. Muitas confusões vão acontecer até que eles consigam desvendar este caso. (Universo Alternativo)"

Um caso de Morte

Capítulo 1 - O crime

A poucas horas do fim do expediente, os corredores do prédio encontravam-se vazios. Todos os funcionários, reunidos no vão de entrada, discutiam sobre melhorias com o sindicato. A última reunião importante do ano.

No último andar, o Senhor Enma ainda revisava alguns documentos confidenciais, como de costume. A janela deixava entrar o vento refrescante do final da tarde. O ambiente claro e com decoração sofisticada demonstrava um pouco da personalidade do dono da empresa alimentícia Dai-Oh.

O silêncio que reinava absoluto dentro do recinto. Exceto por um insistente e perturbador ruído vindo do relógio, que a cada segundo fazia seus tímpanos vibrarem com desconforto.

"Esses gráficos... eles mostram que a fábrica sofreu um desfalque considerável este mês.Isso vem acontecendo todos os meses, mas não nessas proporções. A nota de rodapé e o anexo explicam e justificam o ocorrido. Contudo isso não se encaixa...", refletia olhando e avaliando cada folha com esmero.

- Só pode ter sido ele! Como pôde me roubar tanto de uma só vez! - constatou.

Ouviu um ruído na porta, alguém girava a maçaneta de forma devagar. Pelo jeito como entrou só poderia ser a sua secretária.

- Com licença, Senhor Enma. Vim trazer-lhe os últimos compromissos do dia. Daqui a cinco minutos, uma reunião com a cúpula principal da empresa, a pedido de seu filho, o Senhor Koenma. Serão discutidos assuntos financeiros e práticos da empresa. - pausou. - depois dessa reunião, uma pequena assembléia com os representantes do sindicato, para a discursão de melhorias e...

- Senhorita Botan, quero que preste atenção no que lhe direi. Como minha secretária pessoal, a senhorita sabe de todos os meus negócios, bem como minha vida particular. E com isso, sabe que depois que eu... partir. Todo o meu patrimônio ficará com o meu filho e que meus inimigos pressionam o adiamento desse momento... Isso por que o Koenma, não tem a mesma competência que tenho para controlar esse negócio milionário. - olhou para ela.

- Como assim, 'adiar o acontecimento'? Eu não consigo entender, Senhor Enma.

Sorveu um belo gole de uísque e depositou o copo em sua mesa, ao lado de seu cinzeiro. Então, respondeu: - Há algumas semanas recebi umas ameaças de morte, através do meu email e do meu celular. E como conheço bem cada um dos meus inimigos, não duvido que possa acontecer.

- Ooh... eu-eu não sabia disso... - falou temerosa. - "Que coisa... Eu não tinha a mínima idéia dessas ameaças...", pensou chocada.

Olhou de lado rapidamente, parecia ter visto um vulto que se moveu rapidamente ao perceber que havia sido descoberto. Havia, com certeza outra pessoa ali. Remexeu uns papéis numa gaveta, e dela retirou uma pequena pasta de plástico com o nome 'MORTE' escrito em letras garrafais na frente. Cuidou para que tais letras não pudessem ser vistas de longe.

- Veja. Esta pasta só pode ser aberta por meu filho na minha ausência, isto é quando eu estiver morto. E também num momento oportuno, ele saberá quando. - continuou a examinar a sala com os olhos, atentamente. Entregou o pacote a Botan que o olhou com curiosidade. - Lembre-se. Apenas o meu filho pode abri-la.

- S-Sim... - "Por que ele está me entregando isto...?", pensou confusa. Mas as próximas palavras dele a fizeram acordar.

- Um grande desejo meu, é vê-la casada com meu filho, Koenma. Você possui muitas qualidades e, a principal é a lealdade. Sei que irá servi-lo tão bem quanto a mim, acredito que até mais.

Botan corou, sem graça, com as palavras dele. De fato, pensar em casamento a deixava desconcertada. Tendo se acostumado a viver sozinha, tal idéia nem passava por sua cabeça. E ainda mais com o filho do seu chefe, que sendo assim também é seu superior. Tais pensamentos a ruborizaram ainda mais.

- Não precisa ficar assim, confio em você. Agora vá até a sala do meu filho e o chame para que possamos oficializar este pedido de noivado. Tenho certeza de que ele irá gostar de minha decisão. Pode não parecer, mas ele a ama. Só não tinha tido coragem para te falar de seus sentimentos. - ele sorriu. - E muito cuidado com o pacote. Guarde-o com a sua vida. - fez um movimento para ela saísse. A movimentação dentro da sala crescia a cada momento. Era necessário mantê-la fora dali, ou caso contrário tudo estaria perdido.

Botan retirou-se da sala assim que seu chefe ordenou. Ela não parecia acreditar no que estava acontecendo, "Ameaças... pacote especial, casamento...! Tudo isso está sendo muito estressante para mim... Vai ver o Senhor Enma esqueceu de tomar algum remédio e está surtando..."

Caminhando em passos largos e apressados, ela rapidamente chegou a sala do Koenma que ficava no final do corredor. Bateu na porta, e cuidadosamente entrou.

Ele estava sentado de costas para sua mesa na sua grande cadeira giratória. Não notou a presença dela, nem se mexeu da cadeira.

- ... Senhor Koenma... - ela o chamou baixinho. Não houve resposta, a não ser por um barulho que lembrava muito um ronco.

"Deve estar cochilando de novo...", ela então chegou perto da cadeira virando-a devagar. Tocou em seu ombro de leve fazendo-o levantar de vez. - 'BANC' - bateu sua testa no queixo dela.

- Ugh... Que dor... - ele passou a mão na testa e olhou para Botan. - Nossa... mil desculpas! Você se machucou?

- Ai... nada demais... - sentiu um gosto de sangue na boca, mas resolveu desconsiderar.

- Também, garota, você me acorda assim, só pode dar nisso, oras! O mundo vai acabar, por acaso??

- Não... Seu pai quer vê-lo agora. Tem um assunto demasiado importante para tratar. - ela ainda massageava o queixo. "Hoje não é o meu dia.", balançou a cabeça.

- Ai meu santinho! A fera quer falar comigo!! - ele pôs-se de pé rapidamente, ajeitando o seu terno escuro e o cabelo lambido em gel. - Ele disse sobre qual assunto falaria?

- Não. Ele só me falou que gostaria de vê-lo agora.

- Então, vamusimborá, minha filha!

xOx

Aparentemente sozinho em sua sala, o Senhor Enma terminava de efetuar algumas transações bancárias em seu computador. Ele já havia percebido a presença hostil de mais alguém ali, por isso tratou de terminar logo e manteve uma pequena gaveta de sua mesa, entreaberta. Dentro dela havia um revolver. "Caso seja necessário", pensou.

Abaixou os olhos para fitar a tela quando sentiu algo se encostar a sua cabeça e descer por seu pescoço, parando exatamente na altura do coração. Mesmo sabendo o que podia acontecer, ele manteve-se calmo e relaxado.

- Olá... Como está passando, meu velho amigo? - perguntou um homem calmamente.

- Não muito bem. Essa não é a melhor das posições, meu caro. - falou tentando distraí-lo um pouco, retribuindo o mesmo tom de voz.

- Ah ah... Não tente nenhuma gracinha, ou posso apertar este gatilho e... BANG! Você já era... - apertou ainda mais o revólver contra as costas dele.

- Tal qual seu chefe, hein? Não vejo graça em suas piadas. - olhou para frente e viu mais alguém. Um sujeito nada discreto apontando-lhe outro revólver, estava na sua cara que nunca havia usado um na vida. - "Como imaginei, eram dois.." pensou preocupado. Aproveitou um momento de distração dos dois e abriu de leve uma gavetinha na sua mesa. - Quem é você?

- Vim buscar o prometido, não se lembra? Seu velho idiota. - falou o rapaz.

- Você...! Como imaginei, todas as comunidades estam atrás de sua receita, não é velho amigo? - falou o homem que apontava o revólver em suas costas.

- Meu sucesso é fenomenal, como devem saber. Saibam que de mim não terão nenhuma informação.

- Como não?! VOCÊ quer morrer é? - precipitou-se e apertou o gatilho, mas sem disparar a arma.

- Se eu fosse você não faria isso. Seu chefe vai adorar saber que você o matou antes de pegar a receita. - falou calmamente. - Agora, meu velho amigo, onde você guardou a receita? Eu não tenho o dia todo.

- Não guardei. Ela não está comigo. Acham que eu manteria algo tão valioso nesta sala? - zombou. Os outros dois se entreolharam. - Vocês perderam seu tempo em vir me visitar. - ele remexeu na gaveta e encontrou o seu celular. Foi visto e não teve sucesso em discar o número certo. Pretendia chamar seus seguranças e quem sabe escapar desta armadilha.

- Não pense em brincar conosco. Passe logo essa maldita receita!! - gritou um deles irritado.

- ... n-u-n-c-a...

Após um breve silêncio ouviram-se três disparos.

xOx

- PAAAAAAAAI!! - gritou Koenma correndo até a sala. Parou sem ação diante do corpo desfalecido debruçado na sua mesa de trabalho.

Botan soltou um agudo grito, espantada ao ver o seu chefe morto e sujo de sangue com um tiro na cabeça e dois tiros no corpo: um no ombro e outro nas costas. Sua face guardava uma expressão é terrível: os olhos abertos escancarados, opacos; as roupas manchadas de sangue e com o impacto da bala alguns pedaços de seu cérebro estavam espalhados pela mesa e pelo chão.

Com a demonstração de violência no local, e crueldade com a qual o seu chefe foi morto segundos depois de deixa-lo a sós em seu escritório, Botan sentiu as pernas moles e desfaleceu. Koenma continuou parado com sua expressão de pânico e lágrimas cada vez mais desesperadas insistiam em cair por sua face. Uma força muito forte, equivalente a um peso de chumbo, o impedia de se mexer.

Voltaram a si, apenas quando um dos serventes entrou na sala, para a sua limpeza diária, e os ajudou. Seu nome era Silva e ele fez com o Koenma se sentasse e respirasse um pouco, mas não conseguiu impedi-lo de se lamentar profundamente pela morte do pai, e seu remorso por não ter sido um bom filho tanto quanto ele queria. Já com a Botan, o dedicado servente, a fez cheirar um pouco de álcool para que ela voltasse a si aos poucos. Ela acordou lentamente.

- Doutores, fiquem calmos vou chamar a polícia!

- NÃO! - exclamou Koenma. - Eu mesmo o faço, isso poderia acionar a imprensa... Silva fique com a Senhorita Botan, leve-a para outra sala. - falou devagar e saiu olhando para o nada.

- Sim, Doutor! Silva fica aqui com a Botan. - ele é o que podemos chamar de empregado-modelo, devotado e atencioso com o seu patrão. Às vezes até submisso demais.

Botan em choque gaguejou: - Ma-Mas... ele estava vivo até po-pouco...! Como isso po-pode ac-acontecer...?!

- Dona, é melhor sair daqui. - falou atencioso. - O Seu Koenma já foi chamar a polícia... pode ficar tranqila...

Ela olhou para as mãos do servente segurando seu braço e levando-a para outro lugar. "Ai, meu casaco novo recém-saído do tintureiro..." pensou.

Meia hora depois, o Koenma apareceu na sala, desolado e bastante abalado. Ele parecia atordoado com tudo, mas manteve o controle como tinha que ser. Ao ver o rosto apavorado de Botan, se pronunciou: - Já providenciei tudo. A polícia está vindo para registrar o ocorrido. O inspetor falou que não deveríamos sair até que eles chegassem. Afinal, ocorreu um assassinato... - engoliu em seco. As imagens de seu pai não saiam de sua mente. - E todos somos suspeitos. - olhou para Silva. - Eu falei todos, inclusive os funcionários. Entendeu meu filho?

- Mas... Doutor, os outros não vão querer esperar, daqui a pouco acaba o expediente. - deu de ombros.

- Não importa! Eu pago hora-extra a todos. E... Por favor, não comente a cena que viu...

- Silva não vai falar nada, Doutor! - falou retirando-se da sala.

Os dois permaneceram ali em silêncio por alguns minutos, até que o Koenma sentou-se numa poltrona em frente a ela, e perguntou desamarrando a gravata:

- Botan, você tem certeza de que não sabia o que meu... pai queria me dizer...?

- Não. - ela falou baixinho com a cabeça baixa. Ainda estava muito nervosa, mesmo tendo tomado o calmante que Silva havia lhe dado. Com um delicado lenço branco, ela enxugou os olhos.

- Tem certeza? É muito importante para mim e você foi a última pessoa a vê-lo...

- ... Ele comentou alguns inimigos perigosos... Não me lembro bem, e falou sobre a possibilidade de nos... nós... - foi interrompida bruscamente.

Com três batidinhas cortês na porta e um "com licença, senhores", uma figura estranha e sedutora adentrou no escritório.

- Senhor Koenma? - perguntou erguendo a mão formalmente. - ... Desculpe-me pela interrupção.

- Sou eu, sim. O senhor deve ser o impostor, não é? - não gostando muito do olhar que o tal homem dispensou a Botan e de seu jeito muito educado, Koenma recusou o aperto de mão formal. Fazendo o homen erguer as sobrancelhas e disfarçar um certo sorriso.

Botan levantou-se e discretamente falou no ouvido do chefe, constrangida: - Esse aí deve ser o INVESTIGADOR da polícia, não? Olhe para o distintivo em sua mão...

- Oh sim... Senhor Investigador... Pensei que poderia demorar mais para que chegasse. - olhou para o distintivo. - Minamino. Senhor Minamino queira me acompanhar a sala do meu pai.

- Não será necessário. Com a ajuda de um funcionário, pude chegar a sala de seu pai e fazer a perícia necessária. O que já foi resolvido rapidamente. - falou calmamente. - Agora preciso fazer-lhes algumas perguntas. Seria possível?

Pela primeira vez Botan se pronunciou: - Por favor, queira sentar-se Senhor Minamino. - ela apontou uma das poltronas da sala vip. - Me chamo Botan Suzuki e estou a seu dispor.

- Obrigada, Senhorita Suzuki, é um imenso prazer conhece-la, exceto pelas circunstâncias... - falou numa voz macia, e beijou a mão direita dela. Sentou-se cruzando as pernas num gesto muito peculiar.

"Não gostei desse cara, não mesmo..." pensou o agitado e incomodado Koenma, em sua poltrona.

Minamino começou o interrogatório apenas quando o seu ajudante, Yuu Kaitou entrou na sala com uma pesada máquina de escrever. O depoimento deveria ser documentado por escrito.

- Como devem saber o Senhor Enma Dai-oh faceleu em um assassinato a mais ou menos duas horas atrás. O que faz de todos os presentes no prédio suspeitos, e proibidos até então de se ausentarem. Ao menos que queiram ser considerados suspeitos principais do crime. - respirou. - Primeiro interroguei os funcionários lá no saguão, e ao Silva que me pareceu estar mais envolvido com tudo pelo fato de tê-los ajudado na cena do crime. - parou e deu sinal para que Kaitou começasse a datilografar. - Senhor Koenma, o senhor sabia de possíveis ameaças que seu pai poderia estar recebendo?

- Não. De uns dias para cá, ele estava estranho, como se prevesse algo... Ele não comentou mais nenhum dos problemas dele. Infelizmente não temos... tínhamos muito tempo para conversar.

- Que tipo de problemas? Financeiros? - em seu rosto pairava uma expressão séria e enigmática. Seus olhos estavam estranhos, era como se ele enxergasse a verdade e a mentira nos depoimentos.

O Koenma remexeu-se na cadeira. - Dinheiro, isso nunca foi problema para o meu pai. Ele administrava duas fortunas, a dele e a da minha mãe. Sinceramente não imagino o tipo de problemas que ele poderia ter...

- Certo... O que estava fazendo na hora em que ele morreu...?

- Eu estava na minha sala que fica no final do corredor. Como já estava no fim do expediente, comecei a fazer o fechamento dos negócios da empresa. Balanços, perdas, lucros dos negócios, como sempre faço nessa hora do dia.

- Muito bem, então afirma que permaneceu na sala durante o ocorrido? E quando foi a última vez que teve contato com a vítima? - "Ele não parece estar mentindo.", pensou.

- Isso mesmo, estive na minha sala durante todo o tempo. - pausou. - Eu vi o meu pai pela última vez no horário de almoço. Almoçamos com alguns sócios.

- Muito obrigado, seu depoimento já foi suficiente. - esperou o Kaitou mudar o papel para continuar. Olhou para Botan e deu sinal para ele começar a datilografar.

- Espero poder ajuda-lo. - falou ela.

- Bem, diante dos outros interrogatórios, a Senhorita foi a última a conversar com a vítima. O que acha do caso?

- Eu-eu ainda não consigo acreditar... a tão pouco eu estava conversando com o Senhor Enma... - ela começou a chorar, mas logo conteve-se. - Ele... ele me falou vagamente de ameaças de morte e inimigos poderosos, mas só hoje ele me confessou isso... até então eu não sabia de nada...

- Conte-me desde o início dessa última conversa... - falou pausadamente.

- Está bem. Eu fui até a sala dele para uma última checagem na sua agenda. Estava no final do expediente, mas ainda tinha muitos compromissos a comparecer. Inclusive um deles, era uma reunião geral com os acionistas da empresa, o senhor Koenma também estaria presente, para discutir o futuro da empresa neste ano. - pausou. - Então ele começou a me dizer coisas estranhas sobre emails ameaçadores, cartas e ligações particulares que o ameaçavam de morte. Ele... - agora ela baixou a cabeça e corou um pouco, mas continuou firma em seu discurso. - Ele me disse que ficaria muito feliz em me ter como nora... e até iria comentar isso com o senhor Koenma...

Nesse instante ela parou de falar por um breve momento, Koenma que estava do outro lado folheando um livro, ficou tão surpreso com a revelação que o deixou cair de suas mãos, fazendo um estrondo que partiu a sala.

O inspetor de polícia levantou uma das sobrancelhas, um movimento ousado para a sua inexpressividade característica. - Continue... O que mais ele falou? - "Está ficando interessante..."

- Daí... ele me pediu para chamar o seu filho... ele queria tornar público seu desejo... se é que pode me entender. Então, conforme o seu pedido, eu fui chamar o senhor Koenma em sua sala. Depois, quando chegamos lá encontramos o... Senhor Enma daquele... daquele jeito.. - ela caiu em prantos.

- Não precisa mais falar. O que a Senhorita falou já é suficiente em minha investigação. - encerrou o investigador. Prontamente o Kaitou recolheu sua máquina de datilografar e saiu.

- Bem, e agora Senhor Minamino, como ficarão as coisas? - perguntou o Koenma desamarrando ainda mais a sua gravata, como se quisesse respirar.

Ele olhou para os lados, e respondeu: - Os senhores como únicas testemunhas mais próximas e... também suspeitos do crime, terão proteção da policia. Os assassinos podem querer atacá-los também... - Minamino foi interrompido por alguém que bruscamente abriu a porta.

Tiyu que é o delegado de polícia, a autoridade maior dali entrou bufando e gritou: - Inspetor Minamino! Como sempre passando na minha frente...! - cambaleou e sua voz tornou-se mais engasgada. - Ta vendo esse... esse troço aqui?? Ele grita que sou o delegado, o seu... seu chefe! Eu sou a otoriadade máuxima aqui!!

- Sim, perfeitamente, senhor. Em nenhum momento eu tive a intenção de passa-lo para trás. Fique a vontade... - falou Minamino.

- SEM IRONIAS, TÁ?? - ele agarrou o colarinho da camisa dele. - EU ODEIO ESSA SUA CARA DE IDIOTA!

- Ô filho de cruz-credo, quer acabar logo esse otário aí? - perguntou Koenma, e prontamente mudou de idéia ao ver o olhar sombrio que Minamino lhe lançou. - Er... acabar com isso??

- E você pensa que é quem para falar comigo assim? Seu almofadinha de cabelo arrumadinho... - dirigiu-se agora para Koenma. Seu bafo de cana estava tão forte que até as plantas murcharam, o cheiro fazia-se muito forte na sala.

- Eu sou o ALMOFADINHA que VAI PAGAR o teu SALÁRIO no fim do mês! - gritou Koenma de braços cruzados.

O bêbado engoliu em seco e pareceu voltar 'ao normal'. Podia-se ver claramente a satisfação nos olhos do inspetor. "Finalmente alguém desbancou esse chato. Hahahaa!" pensou ele, rindo por dentro.

xOx

Duas horas depois. Botan finalmente havia chegado ao seu apartamento. Um modesto imóvel nos arredores da empresa e que ela dividia com sua amiga de infância meio-irmã Yukina Yuki.

Ela girou a chave na fechadura e entrou no apartamento de quatro cômodos, que como sempre estava impecável. "Yukina não deixa essa mania de limpeza..." pensou. Não iria reclamar disso porque se dependesse dela própria, para entrar no apê, teria que ser com uma escavadeira. Sorriu, ao se imaginar nadando na sujeira e Yukina tendo um chilique.

Um barulho familiar a fez voltar a realidade, fechou a porta atrás de si e sentou-se ao lado do telefone. A secretária eletrônica estava piscando. Apertou o botão 'PLAY':

"Boa tarde, é da Companhia de Gás. Até agora sua conta de gás não foi apaga, pedimos que o pagamento seja efetuado em 15 dias, ou haverá corte no serviço. Obrigado."

"CTEL - Companhia Telefônica, até o presente momento não foi registrado em nossos arquivos o pagamento da sua conta nesse mês. Por favor efetuar o pagamento dentro de 15 dias. A não confirmação acarretará em bloqueio parcial do serviço."

"Piii... VOU TE PEGAR...!! HUAHUAHAUHAUHAUAHUAH!! (voz grossa.) ... E aí mana?! Beleza?? (no telefone ao fundo ela escuta uma voz feminina reclamando.) - silêncio - A-Alô? Botan? Ah, minha filha como está...? Está se alimentando bem...? Seu pai ficaria orgulhoso se soubesse que você tem um emprego importante! Se cuide, viu? Um beijo meu bem, mamãe tem que desligar... tchau!!" - Com essa mensagem ela até sorriu um pouco.

"Er... B-Botan? Você chegou bem? Saiu tão apressada daqui, e até recusou minha carona... - um longuíssimo silêncio, que era quebrado pelo barulho de dedos tamborilando numa mesa. - ... Fique sabendo que eu... eu gosto muito de você... e... er... depois nos falamos. Boa noite.."

- Koenma... - falou baixinho. Sua cabeça não parava, os pensamentos desse dia pareciam dançar em sua mente. A morte cruel de seu chefe, a revelação das intenções matrimoniais do Koenma, e toda essa história de uma testemunha, a enlouquecia.

Deitou-se melhor no sofá e começou a tentar organizar isso em uma lógica mais verdadeira, mas o cansaço a venceu e logo pegou no sono.

Lá longe escutava alguém lhe chamar. Sentiu que algo pontudo cutucava o seu braço, resolveu então abrir um olho para descobrir. Era sua amiga, que tentava lhe acordar.

- Hmm... me deixa dormir.. Yukina... - resmungou sem forças.

- Vamos Botan. Você não pode ficar no sofá, já passa de meia-noite. - falou a jovem calmamente. Yukina trabalha como enfermeira num hospital próximo. Seu turno já havia acabado, às vezes demora até a madrugada para terminar. é desgastante mas segunda ela gratificante. - Hoje é sábado, você dorme até quando quiser, vamos! - Botan assentiu com a cabeça e tentou levantar dali.

Yukina, às vezes parecia mais a mãe dela do que a sua própria mãe. Sempre com muito cuidado e carinho, ela ajudava Botan na casa e nas horas de agonia.

Enquanto isso, um vulto as observava de uma árvore próxima, ao vê-las sair da sala e apagar a luz, sumiu entre as folhagens.

Continua...

xOx

N/a:

Ois!! Esse é meu primeiro fanfic com Yu Yu Hakusho. Sempre escrevi sobre Saint Seiya e agora resolvi expandir um pouco mais meu repertório. Bem, espero que tenham gostado desse U.A. e sinceramente eu gostaria de receber suas opiniões sobre a história que também é a minha primeira nesse estilo... :P

Aviso logo que o próximo capítulo pode demorar um pouco, porque ando meio sem tempo... Até o próximo capítulo!!

Lady Kourin

Revisão Março/2008