O corpo de Link jazia no chão.

Do seu lado esquerdo, a Ocarina do Tempo. Do lado direito, uma pequena fada chamada Navi estava perdendo o seu brilho.

Zelda tentava se desvencilhar das garras de Ganon, o Grande Rei do Mal em sua última forma, mais poderoso do que nunca. Junto à Link, travara uma intensa batalha nas ruínas do que fora, outrora, o Castelo de Hyrule. Mas, mesmo unindo as forças da Triforce da Coragem com a Triforce da Sabedoria, Ganon e a Triforce do Poder se mostraram insuperáveis.

Ganon jogou a princesa ao lado do Herói do Tempo. Em seguida, abandonou sua forma monstruosa, voltando a ser um Gerudo. Um golpe de sua espada seria suficiente para acabar com aquilo.

Num impulso desesperado para salvar a vida de Link, Zelda se jogou em direção à Ocarina e tocou a Canção do Tempo, mas não foi o passado que ela encontrou enquanto a canção ressoava pelo espaço.

– Você se deparou com um destino terrível, não é?

Zelda se encontrava no meio de uma floresta. Todas as arvores ao seu redor pareciam observá-la. O homem que se dirigiu à ela era baixo, de orelhas pontudas e roupas extravagantes, que em suas costas carregava uma enorme mochila, onde era possível ver uma porção de máscaras.

– Quem é você? – Indagou Zelda.

O homem sorriu.

– Eu sou aquele que surgiu com o primeiro nascimento e que desaparecerá com o último. Sou o lugar e o guardião que aguarda aqueles que precisam de um longo descanso. Eu sou aquele que é capaz de transcender as barreiras do tempo e do espaço enquanto existir um único ser vivo no universo.

Zelda fitou o homem. Aquilo não fazia sentido. Ela havia tocado a Canção do Tempo para retornar ao passado mas havia parado... ali?

– Por que eu estou aqui? – Perguntou Zelda.

– Você tentou voltar ao passado para salvar a vida do Herói do Tempo. A morte dele seria um ponto fixo no tempo, e como tal, não poderia ser mudado. É por isso que você está aqui.

– Seria?

O homem sorriu novamente.

– Link não está morto. Ainda.

– Então...?

– Então ele ainda pode ser salvo.

Zelda respirou aliviada.

– Como?

– Ele está no limiar entre a vida e a morte. Um estado de semi-vida, para os mais otimistas, mas prefiro chamar de semi-morto. Em outros tempos, eu seria capaz de salvá-lo facilmente. Entretanto, algo muito valioso para mim foi roubado, e sem isso sou incapaz de ajudá-lo.

– Eu vou recuperar o que quer que tenha sido roubado. – Disse Zelda prontamente.

– Você não pode.

– Por que?

– Por que você está viva.

O homem deu as costas para Zelda antes de continuar a falar, deixando à mostra grande parte de suas máscaras.

– O Herói do Tempo vai ter que fazer uma viagem diferente desta vez. Não só através do tempo, mas através do espaço entre as dimensões. Vai adentrar nos domínios da morte e tirar deles as lições que deveria ter tido em vida. E, se mostrar-se digno, terá de volta o que deseja. Caso contrário, afogará a si mesmo no limbo, onde até as três deusas áureas evitam passear.

– E o que ele deve recuperar, afinal? – Perguntou Zelda.

O homem encarou a princesa seriamente antes de dizer:

– A Máscara de Majora.