Os personagens pertencem a Rumiko. A história é minha :)
Início: 13 de outubro de 2008 / Conclusão: -
Glossário:
Gomenasai: Desculpe
Sensei: Professor (a)
Hai: Sim
Miko: Sacerdotisa
-Sama: Forma Respeitosa
Iie: Não
Espero que gostem.
"[...] Ele e a jóia está em suas mãos, Kikyou. Por favor, cuide bem deles."
[Sete anos depois]
- Afinal, Hina, onde é que está mirando? – A sensei se aproximou da aluna, com um rigoroso olhar.
- Gomenasai, sensei... – A pequena abaixou a cabeça, suspirando.
Um momento de silêncio se passou entre as duas, e então, ficando de costas, sua sensei ordenou:
- Quero que treine com mais dez flechas. Agora.
- Hai, Kagome-sensei! – Hina sorriu. Sabia que sua sensei estava lhe dando só mais essa oportunidade, e não deixaria tal chance passar.
Os olhos de Kagome seguiram a menina, que saia correndo para pegar dez flechas. Foi quando ouviu uma voz perto de si.
- Kagome-sensei... – A moça fez-se tímida, e sussurrou. - A miko Kida deseja falar com a senhorita.
- Kida? – Kagome olhou a moça, e logo após olhou para suas alunas no salão. – Meninas, estão liberadas, por hoje é só. Hina, próxima aula quero te ver atingindo o alvo! – Ela disse, e então seguiu a jovem aprendiz de miko.
E enquanto andava, pensava como ainda existiam meninas que queriam aprender as regras de uma miko... Era interessante saber que essas jovens desejavam aprender tal arte.
Kagome, como todas as jovens, tinha suas razões de se dedicar tanto àquele lugar. Tinha a alma de uma grande miko da Era Feudal, e deixar esses poderes adormecidos estava fora de cogitação. Ali aprendera, como nunca, a usar tais dons. Aprendera a manejar o arco e a flecha melhor do que qualquer uma, e aprendera o que mais desejou quando deixou a outra era: controlar suas emoções, seu coração. Agora, se tornara uma das grandes senseis, e sua vida se baseava ali.
Ou era o que ela queria acreditar.
- Kida-sama, Kagome-sensei está aqui...
- Obrigada, Aoi. Entre, Kagome. – Kida a convidou, e viu a mesma entrar silenciosamente em sua sala, e se sentar na cadeira à sua frente.
A sala era como uma diretoria em uma escola comum. Era onde a miko diretora mantinha-se na direção do templo Tamaki, lugar onde era como um colégio para mikos, controlando as aulas, as senseis, tudo. A sala, que tinha uma cor puxada para o vinho, estava escura, e somente se via porque uma pouca claridade atravessava as cortinas de cor bege, e iluminavam fracamente as coisas.
- Acho que ando desempenhando meu trabalho muito bem... – Kagome observou a exemplar organização da sala e logo após olhou para a miko friamente. – O que quer então, Kida? O mesmo de sempre?
- Sei que sentiu o que senti ontem... Os sinais estão cada vez mais fortes. – Kida começou, logo após ajeitar-se em sua cadeira, atrás da grande mesa de madeira. – Sabe que isso deve ter relação com a jóia, então...
- Então nada podemos fazer. O passado é passado, e nós vivemos no presente. Nada podemos fazer para mudar o passado.
- Não é verdade! – A velha miko bateu as mãos na mesa, e pôs-se de pé. – Sua teimosia e falta de animo para lutar irrita-me, Kagome! Você pode! Você pode mudar!
- Eu não tenho como passar, Kida. Sem a jóia, não tenho acesso ao outro lado. – Kagome dizia friamente, e em baixo tom.
A jovem observou quando a miko, já de cabelos brancos, sentou-se e abaixou a cabeça, colocando as mãos no rosto. Após alguns minutos, sussurrou.
- Sinceramente, estou desesperada, Kagome... Nosso mundo está entrando em desgraça, e você nem se preocupa! Será que não há mesmo solução?
"Eu já me preocupei com isso um dia, Kida-sama... Mas isso não está mais no meu alcance."
Kagome se levantou, abriu a porta e, antes de se retirar, abaixou a cabeça e murmurou:
- Perdão, mas nada posso fazer.
Logo, pegou suas coisas e foi para sua casa, seu templo.
- Chegueeei... – Kagome disse assim que adentrou sua casa. Gostava de dizer isso, mesmo sabendo que ninguém ouviria.
Tirou seus sapatos, e deixou sua bolsa no sofá. Suspirou pausadamente, e trocou a roupa, pondo simplesmente um vestido, e decidiu observar o pôr-do-sol da escada que dava para o templo que era de sua família, o templo Higurashi.
Observar o sol se pondo dali era magnífico, e lhe fazia voltar ao tempo em que todos estavam juntos. Fechou os olhos, sentindo a leve brisa, e começou a pensar.
Cinco anos trás, quando ela completara 17 anos, seu avô morrera por uma doença que os médicos não souberam identificar, assim ficando ela e sua mãe cuidando do templo. Só que mais tarde, três anos após a morte de seu querido avô, seu irmão Souta ganhou uma bolsa em um dos melhores colégios do Japão, que ficava em outra cidade. E, depois de longas conversas, Kagome ajudou Souta a convencer sua mãe de irem para a outra cidade, fazendo sua mãe se mudar com o mesmo para lá. Ela decidira ficar; na época, fazia faculdade, e sua vida agora era aquelas alunas, aquele templo. Desde então, morava só no templo, e trabalhava no outro templo Tamaki, ensinando as jovens.
Mas isso não cobria o vazio em sua alma.
Kagome adentrou novamente. Jantou e deitou no sofá, olhando o teto de madeira. E enquanto o som da TV embalava seu sono, um pensamento se fixou em sua mente.
"O que será... Que está ocorrendo na outra era agora?"
~'~
O jovem olhava, pela janela, o céu que começava a ter estrelas. Sentiu a presença do outro jovem mais novo, e suspirou.
- Então... Não encontraram?
- Iie. Ela partiu, levando a jóia. – Informou o jovem de olhos verdes cintilantes, observando o mais velho.
- Maldição... – O mais velho resmungou.
- Precisamos buscar...
- Eu sei. – O mais velho suspirou, e enfim virou-se, olhando para o mais novo. – Precisamos de Kagome.
