Death Note não me pertence, mas nas minhas fics eu faço o que quiser com os personagens uu

Lonely Shadow

Eu não era ninguém quando isso tudo começou.

Eu tentei me resgatar das cinzas ao descobrir o que havia acontecido, mas tudo o que consegui, foi o vazio.

O vazio que me corrói de dentro para fora. Assim como os vermes corroem o que restou dos mortos.

E era assim que eu me sentia. Morto e Vazio.

E eu nunca soube quem era.

O meu nome era apenas um traço do que eu realmente fui no passado.

Eu era apenas o número um dentro de uma turma de gênios.

Mas de que isso importava se eu nunca saberia que eu realmente era?

Todos pensam que eu era O grande gênio porque eu queria sê-lo.

Mas estavam todos enganados.

Eu só era O grande gênio porque queriam que eu fosse. Porque eu não me lembrava de ser nada além disso.

E eu sequer sabia quem era Nate River.

Eu só sabia quem era Near.

Do passado de Nate River, eu só me lembrava da neve branca. A neve branca que se tornou rubra em uma única noite.

E depois disso...

Eu só sabia de Near, O grande gênio.

Near era o exemplo perfeito do sucessor de L.

E havia apenas uma pessoa que podia competir com Near.

E esta pessoa era Mello.

E este tal de Mello era a única pessoa que fazia Near se sentir um pouco Nate River.

Porque, das poucas coisas que eu sabia sobre Nate River, uma delas era que ele havia sido feliz.

E Mello fazia Near feliz pelo simples fato de estar ali para competir com ele.

Near foi criado com o único intuito de suceder a L.

E ninguém nunca perguntou a Nate River se ele queria ser Near.

Simplesmente lhe disseram que o seria e que sucederia L se fosse capaz.

E Nate River sentia ódio por ser Near.

E descontava esse ódio nos brinquedos.

E eu sabia que Nate River só continuava sendo Near porque não havia outro propósito em sua vida.

E o propósito da vida de Near era suceder L. Porque não havia outra coisa a fazer senão suceder L.

E por isso Near tinha ódio de L.

Porque toda sua vida estava centrada em substituir um detetive que ele sequer conhecia a face.

E quando Near finalmente o conheceu, sentiu ainda mais ódio.

Porque aquele tal de L se parecia com ele em muitas coisas.

E também se parecia com aquele tal de Mello em algumas coisas.

E eu só sabia disso tudo, porque eu era Near.

E quando L morreu, eu tive que sucede-lo.

E ninguém nunca me perguntou se eu queria realmente sucede-lo. Eu apenas o fiz.

Só que eu fiquei sozinho, porque Mello quis fazer as coisas ao modo dele.

E tudo o que me restou de Mello, foi uma fotografia.

E de Nate River não me restou nada senão o nome.

E de L me restou o caso Kira.

E o caso Kira, para mim, era como um jogo.

E era nos jogos que eu gostava de descontar toda a minha fúria por ser Near e não Nate River.

E quando as peças do caso Kira começavam a fazer nenhum sentido, Mello fez as coisas do jeito dele.

E então eu recebi a pior notícia da minha vida como Near.

Alguém me disse que Mello estava morto.

E como Nate River, eu gostaria de ter gritado, esperneado e chorado.

Mas como Near, eu fui indiferente.

Como Near, eu analisei tudo com frieza e encaixei as peças do quebra-cabeças.

Mas foi com o nome Nate River que eu finalizei o caso Kira, achando o verdadeiro culpado.

E então eu senti ainda mais ódio por ser Near.

Porque Near podia ser capaz de viver sozinho, mas não era capaz de fazer nada sem ajuda.

E foi então que eu decidi não ser mais Near.

E agora eu sou apenas L.

E, como Near, eu tenho ódio por ser L.

Porque agora, mais do que nunca, eu sou apenas a sombra de alguém que já está morto. E assim eu viverei o resto dos meus dias, até que surja um novo Near para me substituir.

Notas da Autora:

Primeiramente, eu não sei de onde tirei essa idéia maluca. As primeiras frases vieram e foram se formando e está aí o resultado.

A música que eu ouvi fazendo essa fic foi Lonely Day do System of a Down. Eu não curto muito a banda, mas tem algumas músicas muito lindas. Essa eu recomendo.

Eu não sei se a fic ficou boa. Eu tenho noção de que o Near ficou muito OOC.

Mas eu até gostei do resultado.

Um Near que odeia tudo. Quem diria?

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