Cap. 1
Uma despedida e um encontro
Em um céu sem nuvens uma lua brilhava cheia... O silencio era quebrado por gritos repletos de dor
-Tem uma mulher sentindo muita dor... -um menino de cabelos cor de prata e olhos caramelos olhava assustado, sentado sobre uma arvora, para a lua... Ele aprendera a temer os humanos...
Não muito longe dali mulheres entram e saem de uma cabana, carregam bacias de água, algumas possuem as roupas sujas de sangue.
-A mamãe... A mamãe tá gritando -uma menina, de aproximadamente cinco anos, usando roupas de sacerdotisa observava a movimentação das mulheres, seu rostinho era triste, mas seu olhar estava distante.
-Kikyou?- Uma das mulheres reparou na criança que assistia a tudo- Você não prefere ficar com as outras crianças? Pode ir brincar...
-A mamãe... A mamãe vai me chamar daqui a pouco... Eu preciso esperar por ela... Minha irmãzinha está nascendo...
-E como você sabe que não é um menino? -A mulher tentou sorrir, havia se esquecido que diante dela não estava uma criança qualquer.
Kikyou por ser a única filha da família Higurashi deveria tornar-se sacerdotisa e proteger a Jóia de Quatro Almas, esse destino fora escolhido para ela antes mesmo dela nascer... Deveria viver para purificar a jóia, esse era o destino da sua alma. Mas agora a mãe de Kikyou, Kiyone, estava dando a luz à outra criança... Isso poderia mudar tudo.
-Mamãe me falou... Falou que teria outra menina... Falou que essa menina me tornaria livre... Mas eu não entendi
-Talvez algum dia você entenda...- A mulher desviou o olhar... "Triste destino das mulheres da família Higurashi...".
Um grito agudo terminou a conversa, todos caminharam em direção a cabana... Houve um breve silêncio, que logo foi interrompido por um choro de bebê.
-Kikyou...Kikyou... -Kaede, uma mulher de aproximadamente 50 anos, saiu correndo da cabana, ela tinha lágrimas nos olhos -sua mãe está te chamando, venha...
-Você precisa ser forte -quando Kikyou passou pela porta da cabana, Kaede segurou seu ombro, sua cabeça abaixada não permitia que vissem seus olhos...
Kikyou não olhou para a mulher, apenas respondeu com seu tom de voz baixo: "Eu serei..."
Kaede observava a menina, de passos suaves e decididos, que ia encontrar com a mãe. "Pobre garota, eu no lugar dela não seria tão forte assim... A luta dessa menina está apenas começando..."
Dentro da cabana a luz da lamparina não conseguia iluminar tudo... Deitada no chão uma mulher tinha uma criança nos braços...
-Mamãe?
-Kikyou... -a voz de Kiyone mais parecia um sussurro... Ela chorava, mas sorria -Venha, venha ver sua irmãzinha... O nome dela é Kagome...
-Kagome?- Kikyou olhou para o bebê que sua mãe trazia nos braços, ele estava enrolado em uma mantinha, e estava todo molhado, não parecia muito bonito, todo pequenininho...
-É a sua irmã... Tem seu sangue?
-Meu sangue?
-Você deverá tomar conta dela para mim?
-Aonde você vai?
-Vou tomar conta de vocês lá do céu...
-Você vai morrer?
Vou... a mulher sorriu, tinha uma filha maravilhosa, mas que, no entanto jamais seria livre, jamais poderia amar ninguém "Minha doce filhinha, libertar você significa amaldiçoar sua irmã, mas eu queria... queria te tornar livre, mas não poderei... você será a sacerdotisa..."
-Se a Kagome não tivesse nascido você não morreria Kikyou falava séria
-Não é verdade... Não fale isso... Minha filhinha ame sua irmã -Kiyone suspirou fundo, o ar não era o suficiente para ela, seus olhos se encheram de lágrimas seja feliz, minha filhinha querida...
A mulher olhou pela a última vez para a filha, tão linda, com longos cabelos castanhos escuros, da cor dos olhos... Ela sorria para a filha... Queria que a Kikyou guardasse na memória seu sorriso... Queria que guardasse como última lembrança seu sorriso... ...Seu sorriso... ...Um último sorriso...
Do lado de fora da cabana todos esperavam apreensivos, Kikyou saiu... Todos olharam para ela
-A mamãe morreu... -Ela disse e continuou andando, não chorava, corria, queria fugir dos berros e das lágrimas das pessoas da aldeia, alguns tentavam abraça-la, queriam consola-la, mas Kikyou não buscava por consolo, queria a solidão de sua alma, queria o silêncio, queria a ausência de tudo, queria se livrar da sensação de estar sozinha... Queria fugir do medo que sentia do seu destino... Queria a sua mamãe de volta...
-"Mamãe..."
Kikyou correu muito... Já não sabia mais onde estava, também não queria voltar... Ela olhava para o céu, a lua estava perfeita, o vento parecia que chorar... Kikyou correu... Correu, até cair no chão, não teve coragem de se levantar.
Ficou lá caída no chão, lágrimas então rolaram por sua face, ela estava perdida, sua mamãe havia morrido. Lembrou de sua mãe, sua mãe rindo, brincando com ela, dizendo para ela amar seu destino, mas para não ser tão seria. Amava sua mamãe, Kiyone era a única pessoa da aldeia que a amava, que a tratava não como uma pequena sacerdotisa, mas como uma menina, sua mãe era a única que a olhava nos olhos com amor. Agora ela perdera, perdera sua mamãe, perdera a única pessoa que a amara na vida... Mamãe...
Feh, os humanos são muito fracos mesmo, não conseguem nem se levantar sozinhos... Uma voz de criança surgiu de algum ponto escondido atrás das arvores. Era uma voz doce, mas, no entanto parecia irônica, algo incomum para uma criança.
-Quem é você? -Kikyou olhou para frente e viu um menino, os cabelos dele eram da cor da lua... Prata... E seus olhos pareciam mel...
-Eu sou Inuyasha...
Bem gente, é isso.... Espero que tenham gostado desse capitulo, por favor deixem seus comentários...
Bjs
