(Os Jovens Titãs não me pertencem, tampouco essa música, blá, blá, blá...)

O Garoto Dos Meus Sonhos

-Eu amo você, amo tanto...

A palavra amor incendiou os nervos do rapaz. Seu corpo inteiro se encheu de prazer ao ouvi-la, e ele respondeu com as mesmas palavras, beijando a face quente da amada uma porção de vezes, todos os sentidos absorvendo com adoração o aroma de seu corpo, dos cabelos mornos perfumados de mel à boca úmida da moça, que o tinha o sabor mais doce de todo...

-Ravena!

Ravena se sobressaltou e guardou o livro que lia debaixo do travesseiro, mas não a tempo de a mãe vê-lo ao abrir a porta para dentro do quarto.

-Ahn, oi, mãe...

-Ravena! Você está lendo aqueles livros românticos de novo, não está? – perguntou a mãe pondo as mãos na cintura. – Os vasos lá fora estavam flutuando!

-Ah... Jura? Não consigo ver a relação comigo. – disse a garota, olhando para os lados. Arella cruzou os braços, zangada.

-Ravena, Ravena... Quantas vezes eu tenho que dizer? – perguntou, andando até a cama e pegando o livro de debaixo do travesseiro. – Esses livros te fazem sentir emoções muito fortes, e, conseqüentemente, liberar muita energia. Não pode lê-los até aprender a se controlar melhor.

Ravena deu um muxoxo de impaciência, cruzando os braços.

-Qualquer coisa que eu faço me faz 'perder o controle' – reclamou ela, revirando os olhos.

-Quer dizer que você não tem meditado o suficiente, querida. – explicou Arella, acariciando seus longos cabelos violeta. – Sinto muito, eu sei que é frustrante, mas tem que ser assim. Se você não aprender a se controlar, seus poderes podem te machucar e às pessoas ao seu redor.

-É, eu já sei, já sei. – entoou a garota, desanimada.

-Vamos fazer o seguinte: você pode terminar esse livro se meditar bastante. Feito?

-Hum... Feito.

Arella sorriu e saiu do quarto, levando o livro com ela. Ravena suspirou, descruzou os braços e saiu da cama, se dirigindo à penteadeira. Então sentou, admirou sua face triste refletida no espelho grande, pegou a escova e começou a passá-la por seus longos, sedosos e brilhantes cabelos. Trajava vestes brancas de seda, mas no espelho elas começaram a ficar cinzentas.

-Como vai, Carência? – perguntou ela, e a imagem no espelho não a imitou. Respondeu:

-Como sempre... Nossa vida é tão miserável... – queixou-se ela, parecendo à beira das lágrimas. – Ninguém se importa realmente. Só querem que controlemos as emoções e os deixemos em paz.

-Não é verdade! – exclamou a imagem outra vez, dessa vez com vestes cor-de-rosa. – Mamãe se importa muito conosco! Ela só quer que nos controlemos melhor para virarmos grandes magas!

-Para eu virar uma grande maga. – enfatizou Ravena, sem se alterar. – Mas será que não passou pela cabeça de ninguém que talvez eu não queira ser uma maga?

-Passou pela minha. – a imagem ficou cinzenta de novo. – Eu sei que você quer encontrar alguém com quem possa conversar, que você quer se divertir, e fazer coisas que seus poderes não permitem.

-Besteira! – a imagem agora trajava vestes verdes e tinha uma expressão decidida no rosto. – Se você quer algo, tem que lutar por isso! Desafie os grandes monges de Azarath, mostre a eles que não quer ficar parada escutando coisas chatas e dê o fora daí. Vamos para Terra, lá deve ser legal!

-Você não pode fazer isso. – contradisse a imagem, ficando amarela e com óculos. – Os monges te aceitaram e te cuidaram. Seria muita falta de respeito e de agradecimento ir contra eles. Só querem o melhor para você.

-Mas eu estou cansada de ficar nessa cidade! – reclamou Ravena, pousando a escova. – Estou cansada de ficar meditando e lendo aqueles livros velhos e chatos, e treinando meus poderes, e ficar no meio de um monte de gente velha, e... – ela parou triste. – Vocês são minhas únicas amigas.

-Algo errado com isso?

-Sim! Eu tenho 13 anos e vocês são minhas únicas amigas, e vocês são eu! Isso é muito deprimente!

-Você está pensando no garoto do sonho de novo, não é?

A imagem agora estava de vermelho, com olhos maliciosos e um sorriso calmo.

-Não estou! – gritou ela, batendo na penteadeira.

A Ravena do espelho deu uma risadinha.

-Eu sei que está... Eu sou você. Eu moro na sua mente. E você pensa nele horas por dia... Ainda mais quando você lê aqueles livros românticos...

Ravena franziu a testa, mas não rebateu. A Ravena vermelha só ficou a fitando com ar de zombaria, muito despreocupada. Até que sumiu, e Ravena só viu seu próprio reflexo, angustiado. Ela mexeu nos bolsos e pescou uma minúscula chave dourada. Então abriu a gaveta da penteadeira e pegou, no fundo, um pequeno baú de madeira revestido de veludo azul escuro, e com detalhes de marfim. Encaixou a chave na fechadura e o baú se abriu com um estalo. Uma música suave começou a tocar e Ravena murmurava a letra enquanto pegava o que lhe interessava:

Dancing bears

Painted wings

Things I almost remember

And a song someone sings

Once upon a December

Ela tirou um papel branco dobrado pelo menos quatro vezes do bauzinho, e o desdobrou cuidadosamente.

Someone holds me safe and warm

Horses prance through a silver storm

Figures dancing gracefully

Across my memory

Era um desenho. A folha estava em um estado que se percebia que era dobrada e desdobrada muitas vezes. Mas o desenho estava ali, forte. Não era colorido. Era como... Um esboço. Mas Ravena olhava para o desenho e sorria.

Far away, long ago

Glowing dim as an ember

Things my heart used to know

Things it yearns to remember

Um garoto. Um rapaz, na verdade. Não parecia muito alto. Não era muito bonito. Ele era... Comum. Mas nem tanto. Ele tinha coisas que o desenho não podia expressar. Ele tinha um sorriso caloroso. Ele tinha olhos que brilhavam tanto que chegavam a perfurar. Ele tinha mãos carinhosas. Ele tinha um coração puro e cheio de amor.

Someone holds me safe and warm

Horses prance through a silver storm

Figures dancing gracefully

Across my memory

Ravena não conhecia aquele garoto. Nunca sequer o vira. Mas sonhara com ele. Um sonho maravilhoso. Pela primeira vez em sua vida, sentira-se ligada. Animada. Ela mal se lembrava do sonho em si. Só do que sentira. E de um esboço do garoto. Não conseguia se recordar dos detalhes.

And songs someone sings

Once upon a December…

Ela sabia que se sentira segura, mas não se lembrava que foi quando ele a abraçou. Ela sabia que sentira um arrepio, mas não se lembrava que foi quando ele sussurrou em seu ouvido. Ela sabia que se sentira ligada, mas não se lembrava que foi quando ele a beijou.

Mas ela sabia que se sentira feliz quando ele sorriu.

E quando ela viu seus olhos. Ela tinha certeza de seus olhos. Eram verdes.

Ela sonhara com ele em uma daquelas noites em que se sentia tão só. Quando a neve caía em Azarath, e sua mãe lhe contava histórias de sua dimensão. Da Terra. Ela dizia que a neve caía em meados de Dezembro. Ravena ficava triste quando sua mãe lhe contava essas histórias. Porque ela contava e parecia ficar cada vez mais nostálgica, e cada vez mais triste. Então Ravena tinha certeza de que sua mãe era infeliz e que era tudo culpa dela.

Mas ela gostava da música. A música que tocava de seu bauzinho, e que sua mãe acompanhava cantando.

Once upon a December...

Ela dormiu naquele dia ouvindo essa música. Por isso guardava o desenho que fizera sem perceber nela. Por isso gostava tanto de ouvi-la. Porque sempre que o garoto vinha visitá-la em seus sonhos, ela ouvia, ao fundo...

Once upon a December...

Ei, gente!

Eu só quero dizer q não, isso não é uma songfic. Tipo, parece e td, mas, se for, é só o primeiro cap...

A música é 'Once upon a December', do filme 'Anastácia', da Disney.

Nos próx cap eu pretendo mostrar a Ravena do presente, q ainda guarda consigo esse desenho e essa caixinha, e, com mais alguns flashbacks, mostrar como ela chegou à Terra e encontrou o garoto do sonho. E porque ela ainda é tão indiferente com alguém q ela já amou tanto...

(vcs já sabem qm é o garoto, neh? ¬¬)

Bom, se vcs gostarem, por favor, mandem reviwes. Vou me esforçar para atualizar todas as minha fics logo. (estudar p/ mat é totalmente secundário...)

Bjbj