Naruto não me pertence. Mas essa fic sim.
Olá ^^
Algumas coisinhas sobre essa fic:
- Será uma too-shot, com um extra. (então terão três capítulos, que já estão prontos)
- O tema é drama, e é a primeira vez na vida que posto um drama (deem um desconto!), o shipper é KakaNaru, Universo Alternativo e Yaoi.
- Contém sexo explícito entre homens e linguagem imprópria.
- Toda, eu repito TODA a fic é em terceira pessoa voltada para o Kakashi, então qualquer dúvida na narração, primeiro, desculpe, e segundo, lembrem-se de quem o pov é voltado. :)
- Seguindo a observação acima, o que o Kakashi não vê não aparece, o que ele não pode saber não é mostrado, como os sentimento reais dos outros personagens
- Tive uma pequena (grande) influência de Fifty Shades (acho que quem já leu o segundo vai ver, ou não, sei lá) e A Song of Ice and Fire (acabei de terminar o terceiro, ufa!) mas nada que precise ser explicado.
Beijos e espero que curtam ^^
Yujin.
Beijavam-se. Não era novo, já o faziam a algum tempo. Mas não era exatamente o que queriam. As bocas eram erradas, os cheiros diferentes, as reações previsíveis. Mesmo assim continuavam, beijavam-se, tocavam-se, amavam-se sem um pingo de amor.
- Ah! Mais rápido, mais rápido... - o menor soltou um silvo entredentes.
E liberou-se, sentindo o outro se liberar também. Caiu sem se importar com seu peso por cima do menor. Tinham as respirações pesadas e entrecortadas, cada um com o rosto virado para um lado. Não falavam depois do ato. Nem comentavam no dia-a-dia. Eram professor e aluno para todo o resto. Menos naquelas noites. Nas noites quando, sem nenhum sinal, aparecia na casa do mais velho, não pediam ou discutiam, era fácil e normal. Beijavam-se, tocavam-se e amavam-se sem amor, cada um em seu sonho particular com o mesmo indivíduo.
O menor se remexeu sonolento indo mais para a ponta da cama. Saiu da cama cambaleante. Precisava de um banho e se não o fizesse logo não teria forças para se levantar depois.
Deixou que a água morna caísse por sobre a cabeça. Não queria o garoto em sua cama, não queria olhos azuis e cabelos dourados, pele morena e sorrisos fáceis. Era um masoquista só podia. Queria o que não tinha, aquele que se fora, o que nunca lhe respeitou, nunca o agradeceu, nunca o amou. Não que esse deitado em sua cama lhe amasse, sabia o que era para ele e o que o garoto era para si. Eram, os dois e um para o outro, substitutos. Melhor que nada mas nunca o bastante.
- Acho que já vou. - o garoto se encontrava na porta do banheiro, ainda sem roupa.
- Tudo bem. - se virou para pegar o sabonete.
Passava a mão por todo o próprio tórax se lavando quando ouviu a porta do box se abrindo. Sentiu os braços quentes se enroscarem em sua cintura e o rosto do menor colocado entre suas omoplatas. Estancou sem saber o que fazer. Carinho não era parte do acordo. Bem, não que houvesse algum acordo, não verbal pelo menos.
- O que...?
- Shh, é só um abraço, sensei. - e estreitou mais os braços.
Passou as mãos exitantes pelas do aluno. Não pediu por isso pois sempre achou que se machucaria ao sentir um carinho sabendo que era da pessoa errada, e pior machucaria o mais novo em algum momento.
- Por que?
- Não precisa de explicação, sensei.
Não podia mais aguentar, tinha de fazê-lo entender. Virou-se no abraço e fitou os olhos azuis surpresos. Colocou o rosto do menor em entre suas mãos e enroscou os dedos nos fios dourados, puxando-os. Tinha uma expressão amarga no rosto.
- Sente isso? - e puxou com mais força os cabelos do menor. - Essa dor não é nem um centésimo da dor que eu posso te causar se continuar com isso.
- Eu não me importo. - disse o menor passando as mãos pelo corpo nu do outro e parando com uma em cada lado de seu rosto.
- Você é filho da puta masoquista. - não tinha humor em sua voz, falava sério.
- Igual a você, sensei. - o outro lhe sorriu.
- Não.
- Sim.
- Não vou fazer isso.
O menor sorriu só para ver a consternação no rosto do outro. O sensei apertou mais ainda os dedos puxando o rosto sorridente do outro contra o seu, colando as testas. Apertou os dentes.
Por que o menor tinha de ser tão cabeça dura? Sempre com essas ideias mirabolantes. Soltou um grunhido. Não queria se envolver, não queria carinho. Queria foder duro pensando nele, virar para o lado e dormir.
- Naruto... - disse em súplica.
- Eu te amo.
E com essas simples palavras suas ultimas tentativas se esvaíram junto com a água pelo ralo. Puxou o menor finalmente para um beijo. Um beijo dizendo: Você que pediu. Ainda puxava com força os fios dourados do garoto, queria punir esse imbecil que dizia que o amava.
O beijo se alongou e aprofundou. As mãos voavam pelos caminhos conhecidos. Tornando tudo mais quente e anuviado. Kakashi grunhia sem controle, tinha avisado-o, não queria isso mas o outro sabia como fazê-lo ceder.
Começou por prepará-lo. O menor já sabia como era, duro e apressado. Gemeu languidamente ao sentir o corpo do maior colado às suas costas. Uma mão experiente desceu até sua entrada massageando rapidamente, enquanto que a outra seguia para cima beliscando-o o mamilo.
Distribuiu beijos de boca aberta por todo o ombro bronzeado. Com um beliscão mais forte sentiu o corpo de Naruto se curvar. Sem mais espera o penetrou, num ritmo constante e forte ouvindo as lamurias e gemidos do outro. Você pediu, garoto. Parou um instante se deliciando com o jeito que o menor o apertava e gemeu longamente.
- Sensei... - queria movimento.
Começou com estocadas compassadas e fortes imprensando mais o garoto contra a parede. Naruto tinha as mãos crispadas contra os azulejos, os olhos fechados e a boca aberta em um gemido eterno. Aquilo o fez aumentar a velocidade.
Esse garoto, sai, assim como aquele, entra, seu aluno, sai, assim como aquele, entra. Não conseguiria nunca apagar essa necessidade que tinha do que se foi, ainda queria que foce aquele que gemesse às suas estocadas. De repente não queria mais olhar para quem estava metendo, imaginaria que era ele, e só.
Respirava com os dentes cerrados e a água espirrando em seu rosto marcado, os olhos tão fechados que deformavam sua cicatriz. É ele... Pense que é ele e será ele... E imaginou, pesou na pele alva e nos cabelos negros, na voz por vezes sombria e adulta para um garoto.
Subiu uma mão pela linha da coluna até chegar aos cabelos enroscando os dedos e puxando. Sem abrir os olhos tomou a boca do menor sem fôlego. Desceu a outra mão ao membro do outro massageando no ritmo das estocadas.
Descolaram as bocas por pura necessidade de respirar mas as deixaram juntas. As estocadas tornaram-se enlouquecedoras e gemiam em uníssono. Quase... Só mais... Puxou novamente os cabelos entre seus dedos girando a cabeça do outro, precisava ver os olhos negros e as bochechas coradas antes de se liberar.
Mas viu poças azuis arregaladas e bochechas amorenadas. Apertou os olhos com o orgasmo tamborilante em seu ventre e sentiu a cabeça ficar leve, uma quentura lhe subiu pelo estômago e peito espalhando-se como dedos quentes por todo seu corpo.
Naruto apoiou uma das mãos na de Kakashi. Ainda tinha que aliviá-lo, percebeu. Não tinha parado o movimento no menor, só diminuído a intensidade. Ainda dentro dele apoiou a cabeça no ombro de Naruto e continuou seus trabalhos.
- Aaaaaaaaaaaaaaaaah...
Era sempre essa a exclamação que o menor soltava, um 'ah' alongado e jogava a cabeça para trás. Já conhecia, assim como sabia que as pernas lhe falhavam se estivesse em pé por isso enroscou o braço pela cintura de Naruto quando o sentiu ondular.
- Isso foi diferente...
- Eu não posso te dar mais que isso. - disse virando-o de frente.
- Não estou pedindo nada. - e lhe sorriu cansado.
- Vai pedir, vai querer, vai precisar e eu não tenho mais que uma foda para te oferecer. - agora sentia que suas próprias pernas fraquejavam ao ver o menor estreitar os olhos magoado.
- Então eu só vou pedir uma foda, quer que jure? - afastou o mais velho aos empurrões. - Quer que assine em algum lugar?
- Naruto... - não sabia mais como explicar, já estava no ponto de acabar com isso.
- Uma foda? Fode-se você Kakashi! - grandes e gordas lágrimas inundavam os olhos azuis. - Vá à merda com isso! Eu podia te dar mais. Eu podia ter mais.
- Eu não... - tentou falar alguma coisa mas viu que nada serviria.
Naruto saiu do banheiro tropeçando e soluçando, passava grosseiramente as mãos pelos olhos para limpá-los. Kakashi o seguiu desligando o chuveiro, encontrou o outro vestindo suas roupas mesmo com o corpo molhado. Uma pressão se formou em seu peito dificultando a respiração.
Pensou no que dizer para amenizar a situação. Alguma coisa, qualquer coisa. Nada. Só a inquietação aumentando. Tentou vaguear o olhar pelo próprio quarto em busca de ajuda. Achou foi a foto, a maldita foto de seus alunos, a foto dele. Contorceu o rosto, mais por costume que por dor.
- Costume... - balbuciou incrédulo.
- O que? Pelo menos fale numa altura que eu possa ouvir, Kakashi. - ai sim a dor que o fez torcer o rosto de verdade, seu nome dito com escárnio.
- Não fale assim... - sussurrou se quebrando.
- Quem é você para me dizer isso? - a voz do menor carregada de mágoa fez a respiração ficar mais difícil.
Soltou um soluço profundo e seco olhando o outro fechar sua mochila e se dirigir para a porta. Correu o mais que pôde e agarrou-o pelos ombros. O menor congelou por um segundo antes que tentar se desvencilhar do abraço. O apertou mais enterrando o rosto nos cabelos úmido e dourados.
- Me solte. - tinha firmeza na voz mas não lutava mais.
- Não. - apertou-o o mais que podia. - Não, não, não, não, não de novo, não assim, não agora, não você...
- Kakashi...
Era assim que queria ouvir seu nome saindo do menor, sem um pingo de mágoa. Girou-o em seus braços deparando-se com o rosto vincado de confusão do outro. A sensação não se fora, a pressão absurda em seu peito mal o deixava respirar.
Mas não sabia o que falar. Queria gritar mais uma vez para que o menor ficasse, mas já tinha feito isso e ele estava só esperando o que Kakashi tinha a dizer. Mas não tinha forças para falar o que sua mente lhe gritava. Não vou falar isso, não posso, isso não...
- Se não tem mais nada o que falar eu estava indo embora. - Naruto levantou o queixo em desafio mesmo com o rosto marcado pelo choro.
- E-Eu... - sentiu a garganta lhe faltar e pigarreou. - Eu não posso...
Toda a pose desafiadora desmoronou com as palavras do mais velho, levantou as sobrancelhas incrédulo e novamente as lágrimas lhe desciam pelo rosto moreno. Aquilo o quebrou uma vez mais, mais uma lasquinha que caia fazendo tudo ruir. Naruto lhe deu um empurrão e virou-se passando as mangas nos olhos abriu a porta e correu.
Ele se foi... Também... Se tivesse alguma força choraria mas tudo o que pode fazer foi ficar olhando desesperado a porta se fechando e cair de joelhos. A pressão se tornou insuportável e a respiração um assobio rápido. Ele se foi... Se foi...
Metodicamente se levantou, seguiu sem prestar atenção pelo quarto e vestiu uma calça de pijama. Passo por passo, lentamente foi até sua cama e se enfiou por entre as cobertas emaranhadas. Tinha a mente limpa e somente um sorriso a dominava, olhos azuis e pele morena, os toques tímidos no começo e habilidosos mais para o fim. Os gemidos, cada um, sabia o que cada um queria dizer, um 'ah' longo para o ápice, um 'ah' repetido para mais rápido, um 'oh' ofegante para um movimento diferente e gostoso.
Podia sorrir com as lembranças, podia mesmo mas tinha perdido a capacidade de mover o rosto, nem sorrir nem chorar, nem ficar bravo nem ficar entusiasmado. Nada. Uma nada profundo e branco salpicado das lembranças com o garoto.
Abraçou o travesseiro tentando adormecer. Ou talvez acordar desse pesadelo e se encontrar em seu quarto dormindo com Naruto agarrado às suas costas como de vez em quando fazia. Tentou uma inspiração profunda, como quando queremos dormir, mas só sentiu uma parte mais desmoronar dentro de si. O cheiro dele... A dor o travessou como uma lança bem no peito.
Em fúria jogou o travesseiro para longe. Mas tudo naquela cama ainda cheirava ao sexo com ele. Os outros travesseiros, os cobertores e lençóis. Tudo voou para longe. Ofegava com o esforço quando terminou. Pronto, só podia sentir o cheiro de nada do colchão recém lavado.
Sem mais Naruto. E então, depois de tantos anos que perdera a conta, chorou novamente. Enroscando os dedos pelos cabelos acinzentados puxando com força excessiva chegando a arrancar alguns. Soluçou descontroladamente enquanto procurava tudo que tinha jogado para fora da cama, enrolou num monte abraçou tudo inspirando o cheiro dele. Ele se foi também, assim como o outro... Não, Naruto foi pior, ele me amava, ele me queria e eu o fiz ir. Um masoquista mesmo.
Afinal só um masoquista faria isso, e pior ainda continuaria se machucando com as lembranças dele, com o cheiro dele. Mas se torturar com isso não era tão ruim quanto se lembrar do pior que fez ao outro. Da dor que devia estar fazendo o outro passar. Não, era melhor se machucar com o bom do que com o ruim.
- Kakashi? - abriu os olhos no instante que lhe chamaram, mas os fechou. Não é ele. - Estou entrando. A porta estava abe...
Tsunade não era a primeira pessoa que imaginou vindo por que ele faltou um dia, não a diretora do colégio. Estaria demitido? Não, uma só falta em anos não justificaria isso. Bem, mas haviam os atrasos... Mas não pensava sobre isso, só se perguntava se o menor algum dia viria.
Ela parou olhando a bagunça e encontrando um Kakashi de olhos fechados no chão enroscado na roupa de cama. Levantou as sobrancelhas em surpresa e mudou o peso do corpo de um salto para o outro com o rosto confuso.
- Kakashi? Você está bem? - ela se abaixou e tocou-lhe o braço descoberto, ele se contraiu. - Vou chamar...
- Não. - mesmo num fio de voz conseguiu manter alguma autoridade.
- Você não está bem. - agora ela que tinha autoridade na voz.
- Não chame ninguém. - Chame só ele...
- Então se levante tome um banho e venha dar sua aula. - a lembrança de seu último banho o fez estremecer.
- Não preciso de um banho. - ela o olhou preocupada. - Ainda estou molhado do último.
Passou a mão pelos cabelos secos. Tsunade se conformou com isso e dirigiu-se a pequena cozinha, Kakashi a seguiu com o olhar. Ela abriu alguns armários e descobriu comida na geladeira.
- O que está fazendo?
- Café da manhã.
Sentou-se dolorido e olhou pela janela. Manhã? Mas era quase de manhã quando ele saiu, como ela pode ficar preocupada com algumas horas de atraso?
- Onde você tem pão? - ele limitou-se a balançar a cabeça em negativa. - Sem pão? E sem leite também... O que você come afinal?
Ficou olhando-a como que não entende a piada e só deu de ombros. Tsunade soltou um som de desaprovação e colocou uma mão na cintura resignada, esquadrinhou o pequeno apartamento com uma unha na boca. De repente voltou para o quarto com rosto iluminado.
- Se vista. - disse autoritária. - Vamos, vamos. Levante, lave essa cara amassada e se vista, vamos tomar café na rua.
Ele ficou a olhá-la como se fosse louca. Não queria sair, nem sequer queria se vestir muito menos tomar café. Mas num segundo ela já estava o agarrando pelo braço e jogando-o para o banheiro. Suspirou pesadamente achando graça dela. Mas então viu melhor onde estava, o box, as toalhas intocadas o sabonete esquecido no chão.
Teve de se apoiar na pia quando uma onda de soluços dificultou a respiração. Não vou chorar de novo. Mirou o espelho, parecia outra pessoa. Os cabelos amassados, o rosto inchado e avermelhado de um lado, sem contar os olhos injetados e rodados por espessas olheiras. Suspirou novamente tentando se acalmar.
Vou tomar café com ela, posso fazer isso. Conversamos e eu peço uma licença ou minhas férias acumuladas, posso fazer isso com certeza. Ela me deixa em paz e volto pra cá. Vai dar certo.
Passou as mãos trêmulas pelos cabelos tentando os deixar normais. Lavou o rosto e escovou os dentes recitando o mantra interno: Posso fazer isso.
Saíram para o sol com ele vestindo as piores roupas que tinha no guarda-roupa, iam só até a esquina mesmo, mas a loira não parava de reclamar que a camiseta dele estava puída e que não tinha mais idade para usar calaças curtas. E foi reclamando o caminho todo até a esquina sem que ele lhe desse uma expressão sequer.
- Café com leite por favor. - ele pediu e o olhou, Kakashi deu de ombros, não queria comer. - Dois então.
- Eu não...
- Vai tomar ao menos uma café. Aliás, qual foi a última vez que comeu?
Teve de puxar pela memória. Na cafeteria do colégio, logo antes de sair, Naruto estava sério quando passou pela mesa de seus amigos barulhentos. Um breve olhar significativo e sabia que ele bateria em sua casa naquela noite. Dois segundos depois voltou a rir e conversar com os colegas. A lembrança fez sua garganta dar um nó.
- Na escola. - falou estrangulado e ela arreglou os olhos.
- Mas então já fazem dois dias! Você é maluco ou o que? Moço, por favor, nos traga um pedaço daquele bolo.
- Tsunade, eu não... - não tinha estômago para comer, muito menos garganta.
- O que você tem? - ela pegou-lhe uma das mãos entre as suas. - Eu sempre considerei você um amigo, Kakashi, me dói vê-lo assim. Converse comigo...
Poderia ter rido daquilo, se conseguisse fazer isso. Conversar sobre isso... Eu fodi um aluno porque queria foder outro, esse aluno começou a me amar e então eu fiz ele ir embora, e provavelmente me odiar. Então o que você tem a dizer? Crispou os lábios com o silêncio dele e lhe deu um apertão na mão.
- Eu posso tirar férias? - foi tudo o que conseguiu falar, ela suspirou derrotada e tomou um gole de café.
- A escolha é sua, você não tira férias a anos. Mas eu realmente queria saber o que está havendo. - ela empurrou a xícara para ele junto com o prato de bolo. - Coma um pouco.
- Eu estou bem... - se arriscou a tomar um golinho do café mas viu que não conseguia engolir direito.
- Kakashi. - o tom sério o fez levantar lentamente as sobrancelhas. - Você trabalha no colégio a cinco anos e nunca o vi faltar, nem quando estava doente, nem quando nevava, nem quando eu o mandava ficar em casa você ficava. Então você falta dois dias seguidos e não atende seus telefones. Eu já estava pensando em alguma tragédia quando decidi ir até seu apartamento...
- Você exagera...
- E então eu encontro você daquele jeito... - como que a gravidade agindo ele sentiu seu rosto sendo puxado para baixo.
- Que jeito?
- O que eu estou dizendo é que você não pode guardar tudo para si.
- De que jeito que eu estava? - ela suspirou.
- Deplorável.
Ele saiu porta fora sem dizer mais nada. Ainda bem que não tinham passado da esquina e podia voltar para casa sem problemas. Acha que eu preciso que fale isso para mim? Acha que eu não me olhei no espelho? Eu sei como estava, o negócio é que eu mereço estar assim. Queria se esmurrar por ter ouvido ela, mas tinha sido um fio de esperança que alguém pudesse fazer alguma coisa que realmente o animasse. Um fio fino que se partiu rápido demais.
Sentia os soluços voltarem e correu para casa. Não iria chorar mais, mas por via das dúvidas preferia não chorar em casa. Ainda ouvia ela o chamando e correndo o mais que podia com os saltos. De repente sentiu um suor frio na nuca e a visão girar. Se apoiou num muro dando-a tempo de chagar até onde estava.
- Está sentindo alguma coisa? - ela segurou o braço de Kakashi esfregando e leve.
- Me solte, eu só preciso chegar em casa.
E cambaleou mais alguns passos até cair nos braços dela. Tsunade era forte o bastante para segurá-lo mas não bastante para carregá-lo, então ficaram um momento abraçados com Kakashi meio inconsciente.
- Sensei? - sua mente vibrou no meio de sua inconsciência. É ele! - O que está acontecendo?
- Ah, Naruto, me ajude aqui. - Tsunade tinha a voz meio desesperada enquanto o garoto os olhava com uma careta. - Anda garoto, ele é pesado. Preciso levar ele de volta para casa.
Naruto tomou um dos braços de Kakashi por cima do ombro e ajudou a carregá-lo. O inconsciente não ajudou nem um pouco no trabalho dos dois e quando chegaram ao elevador estavam ofegantes. O garoto apertou o botão certo do andar, coisa que Tsunade nem viu por prestar atenção na palidez de Kakashi.
Sem dizer uma palavra levaram ele para o apartamento e o deitaram na cama. Tsunade verificava os sinais vitais como tinha aprendido. Naruto olhava tudo como se visse pela primeira vez, se demorando no monte de roupas de cama no chão.
- Ah, você nunca deve ter vindo aqui. - ela falou para quebrando o silêncio. - Se quiser pode ir, eu cuido dele.
O garoto lhe lançou um olhar surpreso, depois alternou para Kakashi deitado na cama e novamente para ela, e então deliberadamente para seus peitos e o decote à mostra por conta de estar debruçada sobre o outro. Comprimiu os lábios e acenou brevemente virando as costas deixando Tsunade com as sobrancelhas tortas de confusão.
- Você está aqui... - balbuciou enroladamente Kakashi fazendo o garoto parar e endurecer os ombros.
[...]
Então? Não me matem, eu avisei que era drama T^T
Review? Digam o que acharam... Por favor? *-*
Estarei esperando :3
Yujin.
Ps.: Avisem se acharem erros ou discordâncias no texto, obrigada.
