Disclaimer: Harry Potter, personagens e lugares são propriedade de J.K. Rowling, Warner Bros, Scholastic, Bloomsbury e Rocco. Esta história não tem fins lucrativos e não foi escrita por mim. Plágio é crime. Não copie sem autorização do autor.

Título: A World Apart
Autor: lolagirl
Tradução: Jackie
Gênero: Mistério / Romance
Classificação: T
Spoilers: 5
Observação: In-Hogwarts/ Universo Alternativo.
Projeto: Tradução da seção DHr do fórum 6v

Sinopse: Draco Malfoy é visitado por Hermione Granger no meio da noite. Mas como isso é possível? Ela está morta há dois meses...


Nota da Tradutora:

Espero que gostem da fanfic. Foi a que eu escolhi há tempos para traduzir para mais um projeto megalomaníaco da família DHr *_*.

No começo ela é meio complicada mas melhora, eu prometo! Agora, mais complicada que a fanfic é a tradutora, então espero que quem leia seja paciente comigo. Vou tentar ter prazos para postar, mas temo que imprevistos ocorram. Só não abandonarei, eu juro! Ah, e vou traduzir as notas da autora em todos os capítulos!

Agradecimentos mais que especiais para Dark, pela betagem e linda capa!

Nota da Autora:

Ok, então... Eu comecei a escrever esta fic durante a metade da minha última. Na época, ela pareceu uma boa idéia. Agora eu não tenho muita certeza. Mas resolvi postar de qualquer forma, para ver se alguém se interessava. Eu acho que pode acabar um pouco confusa, e talvez bem estranha, e eu posso acabar provavelmente com muita preguiça de continuar – o que é uma vergonha, porque eu já tenho grande parte do plot planejada. Eu sei que ao sumário está uma droga, mas por hora, eu não consigo um que não acabe revelando o plot inteiro. Então, espero que me apóiem. Só para que todos saibam, será DHr...mais ou menos. Você verá o que quero dizer. E o Draco nesta história não será muito "softie", para aqueles que estão preocupados.


A World Apart¹

Fanfic por lolagirl

Tradução por Jackie


Passado²

"É engraçado", ela disse, sorrindo de nada em particular.

"O que é engraçado?" ele perguntou. Ele esticou-se e gentilmente passou um dos cachos do cabelo dela para trás de sua orelha. Ele só fez isso, pois então teria uma desculpa para esbarrar contra a pele lisa e suave da face dela enquanto afastava sua mão. Não importava que a quantia de contato fosse tão pouca; ele ainda assim podia sentir eletricidade correndo por suas veias a qualquer momento que a tocasse.

Ela aconchegou-se mais próxima a ele, repousando a cabeça sobre seu ombro. Ela segurou a mão dele; quando ela o fez, aquela eletricidade que ele havia sentido no momento anterior multiplicou-se por mil. Era quase como se fosse mais do que ele podia lidar, mas de algum modo ele controlou-se para manter-se calmo. De algum modo, ele controlou-se para não jogar a garota ao seu lado no chão e fazer coisas com ela que fariam até mesmo ele corar.

"A vida é engraçada", ela finalmente respondeu.

Ele arqueou a sobrancelha para ela. "É mesmo? E o quão engraçada a vida é?".

"Bem", ela disse, um sorriso malicioso formando-se em sua face. "Tome nossas vidas, por exemplo. Você e eu viemos de mundos completamente diferentes. Quem alguma vez iria imaginar que poderíamos estar bem aqui, tendo esta conversa?".

Ele riu. "Isto não é tão inacreditável, sabe. Por que não poderíamos estar tendo essa conversa agora? Ou qualquer outra conversa que quiséssemos? Nós podemos ter vindo de mundos diferentes, mas nós dois vivemos neste mesmo mundo agora. Isto é tudo o que importa".

"Acho que sim", ela disse. Ela sorriu carinhosamente para ele. Por um momento, eles permaneceram fitando os olhos um do outro. E então, como sempre, ela disse tristemente, "Eu tenho de ir".

A face dele demonstrou o desapontamento de ouvir aquelas palavras. "Não", ele disse firmemente. "Você não precisa. Não dessa vez".

Ela acenou tristemente. "Sim, dessa vez. Todas às vezes".

"Mas você acabou de chegar aqui", ele protestou. "Mas, nós acabamos de...".

"Shh", ela disse, silenciando-o com apenas um dedo sobre seus lábios. "Você tem que me deixar ir".

"Não, eu não tenho", ele disse simplesmente. "Eu não posso".

"Você pode, você apenas escolheu não fazê-lo", ela disse, cruzando os braços em frente ao peito. "Você é tão teimoso. Você sempre foi".

"Eu sou teimoso?" Ele reclamou. "Bem, e quanto a você? Você é quem continua partindo e recusa-se a ficar! Não é justo!".

"Esta é uma outra coisa engraçada sobre a vida", ela murmurou. "Ela nunca é justa. Mesmo quando você acha que ela deveria ser ela estapeia sua cara e lembra que você não tem absolutamente nenhum controle sobre nada que acontece".

Ele franziu o cenho para ela. "Isso é deprimente"

"Realmente é", ela concordou. Vagarosamente, um sorriso começou a retornar aos seus lábios. Ela pousou sua mão ao lado de um dos lados da face dele. Ele fechou os olhos e suspirou profundamente. O toque dela tinha poderes mágicos - era sempre capaz de acalmá-lo com um falso senso de segurança.

Enquanto o toque da mão dela acalmava-o, a sensação dos lábios dela contra os dele o levava a um estado de selvageria. Ela sabia disso, claro, por isso ela estava beijando-o agora. Por isso ela sempre o beijava neste exato momento – ela precisava distraí-lo do que acontecia naquele momento, ela estava partindo. Novamente.

Ele apertou-a fortemente, com mais força do que o normal. Ele não poderia suportar perdê-la de novo. Então ele a beijou com tudo que podia, e pressionou-a tão próxima a ele que parecia impossível que eles fossem, na verdade, dois corpos distintos.

Quando o beijo teve fim e ela recuou, ele manteve seus olhos fechados. Ele não queria abri-los. Ele sabia o que veria se o fizesse.

Mas como sempre, havia algo dentro dele forçando-o a olhar. Como sempre, seus olhos arregalaram-se para ver o horror que se mantinha a sua frente.

Enquanto ele permanecia inconsolável e observava, um longo, e profundo corte repentinamente formou-se no pescoço dela, e agora a garota que ele amava estava morrendo. Ele não chorou ou tentou salvá-la; não porque ele não poderia, ou porque não queria, mas porque ele sabia que não havia sentido nisso. Nada poderia salvá-la agora.

Ela o fitou em choque. Ele não estava bem certo do porque; ela deveria saber que isso aconteceria. Isto sempre acontecia. Como sempre, ela tocou seu corte delicadamente, e então segurou sua mão em frente ao rosto. Ela fitou indiferente o sangue que agora manchava seus dedos. Seu olhar passou por cima disso. "Eu nem sequer senti", ela lhe garantiu; a voz dela se encheu de tanta tristeza que lhe quebrou o coração em milhões de pedaços.

E então, ela havia partido.

** **

Draco Malfoy acordou de um sobressalto. Ele respirou fundo enquanto seus olhos cegamente observavam o quarto. Ele estava na cama, e aparentemente havia acabado de acordar de um pesadelo – o mesmo que ele vinha tendo pelos últimos dois meses. Ele esperou até que sua pulsação voltasse ao normal antes que levantasse; ele repentinamente não estava mais tão cansado.

Ele continuou a seguir sua mesma rotina de sempre: toda a vez que ele tinha este sonho, ele acordava, saía da cama, apanhava sua varinha, murmurava "Lumos" e ia até seu salão comunal. Dali, ele andava até o quarto da Monitora-Chefe e parava em frente à porta, ouvindo. Claro, ele jamais ouviria nada. Às vezes, ele parava em frente à porta, então ia embora após passar um minuto batendo sua cabeça levemente contra ela. Mas, desta vez, ele pousou sua mão sobre a maçaneta e a virou.

O quarto dela permanecia exatamente do mesmo modo que era há dois meses atrás. Sua cama estava limpa e arrumada e coberta com um par de travesseiros com babados e um ursinho de pelúcia. Em seu criado-mudo estavam algumas fotos dela e dos outros dois membros do Trio de Ouro, emolduradas. Em cada foto, eles estavam sorrindo e rindo, e ocasionalmente ela rolava os olhos para seu amiguinho ruivo que tinha uma fixação em fazer caretas. Draco franziu o cenho para a foto e se perguntou se ela mesma nunca havia observado-a e percebido o modo como seu amiguinho testa-rachada estava olhando para ela - como se ela fosse a garota mais bonita que eles jamais viu.

Bem, maldito seja, ele pensou amargamente. Potter provavelmente a amava, afinal.Ele resmungou e retornou a moldura ao móvel. Ele pegou outra, parecida com a primeira que ele acabara de retornar ao local. A maioria das fotos dispersas por todo o quarto eram deles; somente algumas eram dela com a Weaslette, ou dela e de alguns outros colegas grifinórios. Ele supôs que a foto na moldura que estava exatamente no meio de todas as demais fosse dos pais dela. Ele imaginou isso especialmente por ser a única foto que não se movia. Em outras palavras, ela devia ter sido tirada com uma câmera Trouxa e revelada do modo tradicional Trouxa. Draco suspirou. Ela tinha tantas fotos espalhadas por todos os lugares, de muitas pessoas que eram próximas e queridas dela. Não era surpresa perceber que não havia fotos dele em lugar algum, mas, contudo ainda assim doía.

Ele sentou-se na cama dela, apanhou o estúpido ursinho de pelúcia e zombou. Uma garota crescida com um ursinho de pelúcia. Ele teria amado saber que ela possuía isto; ele poderia ter zombado dela por isso. Ela provavelmente havia dormido com isto todas as noites, fingindo ser o Garoto Maravilha quem ela segurava em seus braços. Com este pensamento, Draco jogou o ursinho pelo quarto o mais forte que pôde. O ursinho bateu contra o guarda-roupa dela; a força com que bateu fez com que uma das preciosas molduras dela caísse no chão, quebrando o vidro. Sentindo-se culpado por seu repentino ataque de raiva, ele apanhou a foto do chão. Apesar do tombo, o Trio Dourado permanecia sorrindo e gargalhando e agindo como se eles não tivessem nada com que se preocupar no mundo.

"Maldita, Granger", ele reclamou. Ele poderia jurar que quando falou, a garota da foto olhou diretamente para ele. A grande coisa sobre as fotos reveladas por magia era que a cena continuaria a mover-se pela eternidade. Então se a garota na foto tivesse partido, você poderia eternamente lembrar o modo como ela sorria e piscava e dava um olhar irritado. Você poderia sempre se lembrar do modo que ela olhava quando ela estava olhando você.

"Sangue-ruim, estúpida", ele disse para a foto. "Estúpida, cabelo de vassoura, verme de livro dentuça".Ele deixou escapar um som que estava entre um soluço e uma risada enquanto gentilmente retornava a moldura para o lugar que pertencia, murmurando um feitiço de limpeza para se livrar dos cacos de vidro. Ele apanhou o ursinho e segurou em frente a ele.

"Então você é o maldito sortudo que conseguia passar todas as noites na cama com ela", ele disse, rindo. Ele se sentou novamente na cama, colocando o ursinho no exato local onde estava momentos antes. Ele estava envergonhado de si mesmo. Ele havia entrado no quarto dela no meio da noite e praticamente o profanado. Ela teria certamente desaprovado o comportamento dele. Ela mesma teria repreendido-o por isto, e então continuaria a ensiná-lo como respeitar os pertences alheios.

Maldição, ele sentia tanto a falta dela.

A melhor coisa sobre ter quartos separados era que ele podia sentar ali, como estava agora, e sucumbir às emoções que destruíam seu corpo inteiro. Ele havia sido ensinado a reprimir todos seus sentimentos e a nunca mostrar ao mundo suas sozinho no quarto de Hermione Granger, onde tudo o fazia lembrar dela, aqueles sentimentos tornavam-se fortes demais para serem mantidos. Ele sentiu que se continuasse escondendo-os, seu coração explodiria em seu peito.

Então ele se sentou e pela primeira vez, ele chorou.

Horas mais tarde ele acordou deitado na cama dela, o ursinho de pelúcia em seus braços. Se os sonserinos pudessem vê-lo agora - eles provavelmente venderiam a história para o Profeta Diário. Ele poderia até imaginar a manchete: DRACO MALFOY DORME COM BICHINHOS – Sonserinos envergonhados em toda parte.

Esse pensamento o fez dar um leve sorriso - que era completamente bem vindo, levando em conta a noite que teve. Olhando para os raios de Sol que passavam através das cortinas e brilhavam ao longo da cama, Draco soltou um gemido. Já era de manhã - o que significava que era hora de começar mais um novo dia... apesar de que hoje seria o mesmo de todos os dias. As coisas ainda não haviam voltado ao normal, apesar de que já tivessem passado dois meses inteiros. Potter e os dois Weasleys ainda esforçavam-se para se arrastar para as aulas todos os dias, embora apenas isso. E até mesmo alguns professores ainda estavam passando por um período difícil. Eles estavam no meio de uma lição, olhavam para a carteira vazia na sala, e davam uma pausa - esforçando-se para esconder a expressão de dor em suas faces, para que os estudantes não soubessem em que estavam pensando, ou sobre quem pensavam.

Mas Draco sabia. E pela primeira vez em sua vida, ele sentia-se como os demais.

Entretanto, era difícil para ele próprio encarar mais um dia. Ele raramente sequer prestava atenção as aulas, e suas notas começaram a cair consideravelmente - na verdade, ele estava surpreso que ainda não o tivessem substituído como Monitor-Chefe. Realmente, não era tão surpreendente quanto deveria ser. Afinal, eles já estavam sem uma Monitora-Chefe (em dois meses, ninguém nem mesmo tentou dar o cargo à outra aluna). Indicar um novo aluno como Monitor-Chefe a essa altura do ano, depois de tudo que aconteceu, provavelmente não seria aconselhável. Além de que, não havia muitos outros alunos que teriam qualificação para a posição – exceto, é claro, Harry Potter, quem certamente recusaria a oferta, por motivos óbvios.

Por sorte Draco não tinha com quê se preocupar. Ele podia não fazer nada além de matar aula, e ele não perderia seu distintivo de Monitor-Chefe. Que maravilhoso para ele. Ele poderia continuar nesta luxuosa suíte. Sozinho. Sem ter uma Monitora-Chefe ao seu lado.

Colocando o ursinho de pelúcia de volta na cama, onde o havia encontrado, Draco reuniu toda a energia que pôde para deixar o quarto e se preparar para começar um novo dia.

Ele deixou o quarto dela sem olhar para trás e foi arrumar-se para aula. Ele ainda sentia-se envergonhado pelo modo que agira na noite anterior, e ele queria tentar esquecer aquilo naquele instante. Como todos os demais dias dos últimos dois meses, ele disse a si mesmo que aquele dia seria diferente. Hoje, ele iria deixar tudo para trás e seguir em frente. E como todos os demais dias, ele sabia estar mentindo - porque hoje era diferente. Fazia exatamente dois meses hoje que o mundo dele se dividira rasgando-se em pedaços...exatamente dois meses hoje que a coisa mais importante de sua vida tinha sido violentamente tomada dele.

Fazia exatamente dois meses hoje que Hermione Granger havia morrido.

Continua


¹ Optei por não traduzir o título. Achei que ia ficar meio sem graça.

²Passado foi a melhor tradução que pude pensar para "Gone", o título do capítulo, dado ao que é abordado.


Nota final:

Se você encontrar algum erro, tiver alguma dúvida ou quiser deixar um comentário para autora, mas não souber inglês, só me gritar. Ou, deixar uma review. Ou, ainda, um e-mail! ;)

Até o próximo capítulo!