Kimi Ni Todoke não me pertence.
Eu amei esses dois desde a primeira vez que os vi, então fez todo sentido para mim descrever toda a confusão de sentimentos deles. Spoiler Alert mais uma vez: se você assiste o anime ou ainda não leu o mangá do capítulo 59 em diante, ler essa fic não é recomendável. Mas se você não liga pra spoilers -
cof cof eu - tudo bem. (:
Ninguém fazia onigiris tão bons quanto a mãe de Ryu. Chizuru sabia disso. Eles eram fofinhos e o recheio de umeboshi que ela fazia era o melhor de todos. Quando Chizuru e Ryu chegavam da rua para comer nem ao menos lavavam as mãos e já se sentavam à mesa, esperando-a trazer a bandeja repleta de onigiris. Tooru, o irmão mais velho de Ryu, ria sempre das duas crianças que comiam como se nunca tivessem antes experimentado aquela iguaria. As perillas, que serviam para dar cor às conservas de umeboshi, ficavam na porta da cozinha. Chizuru adorava passar por elas porque estavam sempre vermelhinhas, e vermelho era sua cor favorita.
A neve que caiu naquele inverno trouxe muita tristeza ao levar junto dela a mãe de Ryu e uma das pessoas de quem Chizuru mais gostava. Ryu não chorou, Chizuru chorou por ele.
Quando Chizuru deixou na porta de Ryu os onigiris que fez, ficou imaginando que talvez eles não estivessem bons o bastante. Que talvez Ryu os odiaria e nunca mais comeria seus onigiris. Mas, mesmo com todas as incertezas que abarrotavam sua cabeça, colocou o prato na porta e tocou a campainha. Não podia ser tão ruim.
Ryu não agradeceu os onigiris. Chizuru achou estranho, mas voltou a deixa-los na porta. Talvez ele estivesse agradecido, mas não queria dizê-lo em voz alta. Ele estava ali, não é? Ele estava bem.
Quando Ryu abriu a porta, Chizuru sentiu o coração bater mais rápido. Seu rosto ficou vermelho, de sua cor favorita. E por alguns segundos, ela – que nunca parava de falar – ficou sem palavras. Deixando o prato de onigiris na porta do amigo, ela disse que eles eram para ele. Com lágrimas nos olhos. Ryu não entendeu até ela cair aos seus pés chorando sob o prato de onigiris que ela fez para ele. Não para Tooru. Para ele. E ele chorou, pela primeira vez em tanto tempo. Como ela podia entendê-lo tanto sem fazer o menor esforço? Eles choraram abraçados por todas as vezes que Ryu não chorou.
Ryu amava Chizuru mesmo sabendo que ela nunca o veria daquela forma. Mesmo sabendo que ela só tinha olhos para Tooru. Ryu sabia disso, e sabia que quando chegasse a hora, estaria lá para confortá-la, como já tinha feito antes. Porque ela era sua mais preciosa amiga, e seu maior amor.
Depois de confrontá-la com a verdade, Ryu percebeu que sua amizade com Chizuru nunca mais seria a mesma. Algo grande se quebrou com aquela declaração, e Chizuru não sabia o que fazer. Todos os anos juntos agora pareciam diferentes, e todos os sorrisos e lágrimas não pareciam mais reais? O que realmente aconteceu em todos aqueles anos?
Sanada Ryu era seu melhor amigo. Ela sabia que, mesmo que o mundo acabasse, ainda teria sua amizade, e ainda o teria. Porque eles eram amigos, como poucos eram. O que eles tinham era mágico, e inabalável. E ela se sentiu perdida e confusa, e novas incertezas abarrotaram sua cabeça.
Chizuru entregou os onigiris para Ryu. E a amizade inabalável teve um fim. Porque somente naquele momento Chizuru realmente entendeu os sentimentos de Ryu. E sabia que as coisas nunca mais seriam as mesmas. E que não precisavam mais ser.
Ok... Eu acho que não fiz muita coisa né? Só contei os últimos capítulos do mangá em minhas palavras. Muitos spoilers acima. RyuChizu é amor, ok?
Então, se você leu e gostou, deixe uma review! Se odiou, deixe uma também, críticas sempre servem para alguma coisa! E é isso, obrigada!
