Love, Betrayal and Desire
Disclaimer: Inuyasha não me pertence. Nem a história que se segue.
Capítulo I
Castelo de Whitestone, Inglaterra,
Novembro de 1470.
Lady Kagome observava uma minúscula teia de aranha no batente da porta, enquanto esperava para trair seu noivo.
Seus pés, calçados de chinelos, batiam impacientes contra o piso vermelho e preto da capela. Se pelo menos pudesse fazer seu pai entender que seu noivado poderia ser rompido com diplomacia, sem ter de usar a força.
Porque os homens não entendem que violência só gera mais violência?
-Prometa-me que não o matará, papai. Force-o a assinar os papéis e acabe logo com isso.
-Farei o que achar melhor. –a voz do seu pai se fez ouvir atrás de uma tela de madeira com a imagem pintada de uma bíblia.
O cheiro de incenso na igreja penetrava nas narinas de Kagome, provocando-lhe náuseas.
-Detesto servir de isca, papai. O contrato, certamente, pode ser quebrado de outra maneira.
-Não há outra maneira. –disse seu pai, furioso, a voz ressoando na igreja vazia.-O rei forçou o noivado, e nós forçaremos o rompimento. Você ficará sentada aí até que isso termine.
-Não sou mais criança, papai. –Kagome declarou, em um tom desafiador.
-Você só tem dezesseis anos.
-Idade suficiente para me casar. –ela rebateu.
A figura alta e magra de seu pai saiu de trás da ela pintada. Punhos fechados e capa vermelha sobre a armadura ondulando à medida que ele caminhava em direção a filha. Ele tinha a barba grisalha e os cabelos despenteados.
-Desafie-me, e eu com certeza matarei o bastardo!
Kagome ajeitou o véu sobre a cabeça e enfrentou o olhar do pai. Porque os homens preferem guerrear, quando a diplomacia conseguiria atingir os mesmos objetivos? Os cemitérios já estavam repletos de vítimas do conflito entre os Takashii e os Higurashi.
Seu pai se aproximou e parou em frente a ela, o cenho carregado.
-Filha, você é uma Takashii ou uma Higurashi?
-Papai, por favor. O senhor sabe que a minha lealdade é verdadeira. –Kagome o encarou. - Naraku recuperou o trono. Talvez possamos romper o contrato de noivado legalmente.
-Legalmente? Bah! Sua mãe foi estuprada legalmente?
Kagome cerrou os dentes para não romper em lágrimas, coisa que ela evitara até esse momento.
-Eu mesma cuidei de mamãe depois do estupro. Não duvide da minha sinceridade.
Seu pai se inclinou para beijar-lhe a testa, demonstrando o amor que sentia no brilho do olhar.
-Você se parece muito com sua mãe. Quando me casei com ela, ela era maravilhosa, cabelos negros e profundos olhos azuis. Não trairei sua memória, permitindo que você se case com um Takashii.
-Talvez o rei Naraku concorde que esse casamento não pode se realizar, mas não usurpe sua autoridade matando esse homem.
-Sou condescendente demais com você. –ele resmungou.
-Mas Inuyasha Takashii é inocente.
-Ah!-Seu pai endireitou os ombros com vigor e arregalou os olhos. –Nenhum Takashii é inocente. Eles são assassinos e traidores desde o nascimento. Que eles queimem no inferno eternamente por sua traição ao nosso piedoso rei Naraku e pelo que fizeram a sua mãe!
-Papai! Por favor! –Kagome implorou, desejando que ele voltasse a ser o homem sorridente e compassivo que fora antes do estupro de sua mãe e sua subseqüente morte de parto. Desde então, seu pai mudara de gênio completamente.
-O Takashii bastardo chegará em um momento, e tudo será terminado.
Afastando o olhar do pai, ela olhou para a porta. Uma figura alta, caminhando com arrogância de uma aristocrata, aproximava-se da igreja.
-Filha, ele está vindo!
Kagome empalideceu ao olhar para seu noivo pela primeira vez. Ele vinha sozinho. Era um bastardo, um homem sem família. Seu pai dissera para que viesse logo, com o pretexto de que o casamento deveria ocorrer imediatamente, e talvez seu noivo não tivesse ninguém que pudesse acompanhá-lo, mesmo no dia do casamento.
-Prometa-me que não o matará . –Kagome implorou.
-Está bem, mas não se esqueça do seu dever, filha. –Ele exibiu um sorriso cruel e foi esconder-se atrás da tela de madeira.
Ela posou-se a frente do banco, estampando no rosto uma máscara insossa. Sentia-se como um coelho, trêmulo e acuado por predadores.
Seu noivo aproximava-se a passos largos.
Kagome suspirou, o corpo todo consciente da presença daquele homem. A claridade atrás de Inuyasha parecia um halo de luz, como se ele fosse um arcanjo: lindo, másculo, poderoso, perigoso.
Inuyasha entrou no santuário, e Kagome sentiu a boca seca.
Vestido elegantemente para o casamento, ele era o homem mais impressionante que ela já vira. Kagome experimentou um sentimento de culpa ao perceber que ele não portava espada. Seu rosto anguloso era emoldurado por cabelos negros e longos, seus olhos tinham um tom arroxeado magnífico e raro e os lábios eram convidativamente sensuais.
Como seria ser beijada por aqueles lábios?
Kagome engoliu a seco, seu coração bateu mais forte, e ela desejou desviar o olhar.
-Lady Kagome? –Inuyasha perguntou, ancioso.
-Sim.
-Inuyasha Takashii. –Ele se curvou com elegância. –Por que está aqui, na escuridão? Vamos nos casar.
-Eu não posso casar com um Takashii. –ela sussurrou, sentindo as mãos trêmulas.
-O que está dizendo? –Inuyasha deu um passo à frente, a arrogância masculina dominando o espaço entre os dois. –Não ouvi o que disse.
Kagome limpou a garganta, controlando-se para não fugir. Mesmo sem uma espada, ele parecia capaz de arrancar o coração de alguém de dentro do peito.
-Minhas desculpas, senhor. Estou nervosa. –Ela desviou o olhar para esconder a mentira.
-E a festa de casamento? –Inuyasha perguntou, afastando-a de seus pensamentos.
Kagome voltou a pousar nele seus belos olhos azuis.
-Todos estarão aqui em breve. –ela respondeu, olhando para a tela atrás da qual o pai se escondia.
-Eu não esperava que a herdeira dos Higurashi fosse tão bela.
Kagome sentiu um frio no estômago. Nem o diabo poderia ser tão perigosamente galante.
-Senhor, imploro que não diga tais coisas.
-Mas é verdade. –Inuyasha estendeu uma das mãos na direção dela, que umedeceu os lábios, fascinada com a sua sedução.
Inuyasha pegou-lhe a mão e sorriu suavemente.
-A senhora gosta do que vê?
-Não. –ela mentiu, irritada, e sentindo o rosto em brasas. Não era o tipo de mulher que se derretia ao receber o cumprimento de um homem. Teve vontade de afastar a mão, mas não ousou, pois ele poderia ficar desconfiado.
Inuyasha sorriu novamente ignorou a mentira, como se partilhassem um segredo sutil. Ele parecia ler seus mais íntimos desejos.
-Milady, –murmurou, aproximando-se mais um pouco. -a senhora não deve temer os desejos íntimos entre um homem e uma mulher.
Kagome estremeceu e almejou o impossível.
-Isso não é certo. –ela sussurrou, como se falasse a si mesma.
-Nada pode ser mais certo entre um homem e uma mulher. –Inuyasha apertou os dedos dela, que sentiu a excitação tomar conta de seu corpo.
Kagome virou o rosto, o coração acelerado, as emoções em conflito com sua lógica e sua lealdade.
-E será certo entre nós dois também. –ele completou, beijando-lhe a mão.
Ela tentou afastar a mão, mas foi impedida.
O som da espada de seu pai sendo desembainhada faz-se ouvir na igreja silenciosa. Inuyasha olhou por sobre o ombro.
Com um grito de guerra, seu pai pulou do esconderijo com a espada estendida. Um instante depois, soldados de armadura invadiram a igreja e os cercaram.
Kagome deu um salto quando o seu pai se lançou contra seu noivo.
Inuyasha a cobriu com o seu próprio corpo, para impedir que fosse ferida, e tirou um pequeno punhal da bota. O pai de Kagome avançou, apontando a espada diretamente para o coração de Inuyasha. Os homens, todos armados, lotaram a igreja, espadas em riste.
Deus do céu! O que ela havia feito com Inuyasha?
Kagome postou-se entre ele e o seu pai.
-Não, papai! Podemos resolver isso de outra maneira!
-Resolver o quê? –Inuyasha olhou para ela.
-Eu não posso me casar com o senhor. –Ela tocou o braço de Inuyasha, esperando que ele pudesse entender.
-Minha filha nunca se casará com um bastardo!
-O quê? –A expressão de Inuyasha era de confusão e surpresa.
-Isso não... –Kagome tremeu e olhou para o pai.
-Silêncio, filha!
-Então, a senhora ficou aí no escuro como uma isca? –Inuyasha lançou-lhe um olhar gélido e apertou-lhe a mão com força.
-Não tive escolha.
-Não teve escolha?! – ele vociferou.
Kagome estremeceu.
-Por favor! Apenas assine os papéis!
-Que papéis?
-Para romper o noivado. Meu pai já os tem prontos.
-A senhora é minha. –Ele pronunciou as palavras lentamente, porém com firmeza. Movendo-se com a rapidez de um raio, Inuyasha puxou-a para perto dele pela cintura.
O pai de Kagome resmungou e se lançou na direção dele.
Inuyasha encostou o punhal nas costas de Kagome, impedindo que seu pai se aproxima-se mais. Com um olhar desafiador, mantinha-a presa, e ela sentia todo o calor de seu corpo. Inuyasha tirou o véu de Kagome e beijou-a. Os cabelos negros e fartos espalhavam-se por seus ombros, chegando-lhe a cintura. A lógica exigia que ela resistisse, mas os lábios de Inuyasha sobre os seus a impediam de agir. Os lábios dele não eram tão suaves como quando lhe beijara a palma da mão, ao contrário, eram desafiadores, rígidos. Kagome ouvia a voz de seu pai vagamente, Inuyasha mantinha o punhal contra suas costas. Então, o tempo pareceu parar, e tudo que ela sentia era um desejo imperioso, dominando seu corpo e alma.
Abruptamente, ele a afastou.
Ofegante, Kagome tentou ordenar seus pensamentos, mas eles pareciam tão revoltos quanto seus cabelos. O olhar de seu pai era de condenação, e a vergonha a faz corar. Nem tinha tentado se desvencilhar do beijo de Inuyasha.
-Deixem-no sair daqui. –ela murmurou, fugindo da igreja.
-Eu voltarei, Kagome. Você é minha! –Kagome ouviu a voz de Inuyasha atrás de si. -Juro que pagará por isso!
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Essa é uma história longa e emocionante. Se gostaram e querem saber como se segue, mandem reviews.
Grata,
Dark Hime-Sama.
