"TI AMO AL DI LÀ DELLA MORTE"
(AMO-TE ALÉM DA MORTE)
uma fanfiction da saga Crepúsculo por Igarashi-Chan!
Caius Volturi x Athenodora
Disclaimer: A saga Crepúsculo e suas personagens não me pertencem. Pertencem, sim, a Stephenie Meyer.
AVISO:
A história irá seguir com dois pontos de vista diferentes: o de Athenodora e o de Caius.
A história tem lugar em 1545 (século XVI),
porque não gosto de imaginar que a Athenodora seja grega e que eles se tenham conhecido no período greco-romano.
Obrigado/a pela atenção.
Boa leitura e espero que apreciem!
CAPÍTULO I
~ Athenodora ~
O desespero reina na minha mente. Corro. Corro pela areia áspera. A brisa gelada que vem da imensidão do mar revolto embate contra o meu rosto de pele pálida. Sinto o meu batimento cardíaco acelerado devido á corrida. Pequenas gotículas de suor escorrem pela minha testa. O calor do meu corpo começava a esgotar-se, sendo congelado pelo frio nocturno. A praia estava deserta. Não havia sinal de qualquer pessoa perto. Óptimo. Assim podia acabar com a minha miserável vida sem ter algum espectador angustiado a assistir.
Hoje, ao completar dezanove anos, os meus pais informaram-me que iria casar no próximo mês com o filho do príncipe governador de Ravenna, Fabrizio Carlo. Estávamos prometidos desde que nascemos, me explicou a minha mãe, Eleonora. O meu pai é o príncipe governador de Bologna, seu nome é Donato. Eu tenho a obrigação de me casar com meu noivo prometido. Mas não quero! Sou demasiado orgulhosa para aceitar estar com um homem que não amo. A minha prima mais jovem, Sulpicia, insistiu para eu fazer o sacrifico. Mas eu nego-me a isso!
Fugi pela madrugada, peguei numa carruagem e tomei rumo para a costa italiana, onde cheguei já á noite ia alta. Os meus longos e encaracolados cabelos claros embatiam contra a minha bonita face com violência, assemelhando-se a chicotes. Mas a dor não me oportuna naquele momento. A dor iria chegar ao fim, brevemente. Tudo iria acabar, agora.
Dei alguns passos em frente. Os meus pés afundaram-se na areia húmida e os meus ossos tremeram com a temperatura fria da água. A minha respiração esfumava-se no ar negro. Naquela noite de Inverno a temperatura nocturna estava mais gelada que o habitual. Eram como navalhas atravessando o meu corpo delgado e baixo. As saias compridas do meu vestido de seda cor de pérola estavam já molhadas, enquanto eu avança mar adentro. Parei. Olhei para detrás do meu ombro, lançando um último olhar aquela praia deserta. Uma despedida sem significado.
Olhei o horizonte imerso em escuridão que se estendia á minha frente. Uma onda embateu contra a minha cintura e soltei um gemido. A água estava realmente gelada! Cerrei as minhas pálpebras e deixei-me ficar imóvel. De braços estendidos, aguardado uma onda maior que me levasse para a morte desejada.
Foi então que ela veio. A água embateu, bruta e implacável, contra o meu rosto e perdi o equilíbrio. O meu corpo tornou-se pesado, enquanto tombava para trás, derrotado. A água engoliu-me por completo, ficando submersa por aquele inferno gelado. Senti que estava a afundar-me cada vez mais. Abri os meus olhos. Os meus vestidos dançavam no meio aquático. E os meus cabelos de ouro rodeavam-me o rosto branco. Sentia-me calma. Cerrei novamente as pálpebras. A morte parecia-me pacífica.
Mas, num segundo tudo mudou! Já não estava calma! Á medida que o oxigénio ia desaparecendo dos meus pulmões, espasmos percorreram-me o corpo. Os meus olhos arregalaram-se em dor. Estava a sufocar. Os meus braços e as minhas pernas movimentaram-se, desesperados. Sentia a minha cabeça latejar, pelo frio e pela falta de oxigénio. Teria de aguentar aquele sofrimento. Já iria acabar. Depois, teria paz eterna. Bolhas de ar soltaram-se da minha boca, talvez o oxigénio que restava no meu corpo. Depois, senti-me dormente. Apesar das dores não estagnarem. O meu corpo afundou-se mais no oceano.
Iria tudo acabar, agora.
Duas mãos agarraram-me fortemente nos braços finos. Seria Deus que ordenara a um anjo vir buscar a minha alma? O meu corpo estava a ser puxado para cima. Abri as pálpebras. Por entre a água clara via um rosto desfocado, pálido, de cabelos pelos ombros, quase brancos. Suas mãos puxavam-se para cima. A água gelada já não me afundava o rosto. Senti o ar a ser devolvido aos meus pulmões com uma velocidade tal que foi quase um choque. Os meus olhos estavam semi-cerrados. Senti as mãos do Anjo cercarem a minha cintura e as minhas pernas, caminhava para a praia, comigo ao seu colo. A minha cabeça estava tombada sobre o seu peito, coberto por um manto negro. Era um Anjo, tinha a certeza! Não ouvia seu coração bater.
O meu corpo foi estendido na areia seca. O meu tórax deu um choque e curvei-me, de costas voltadas para o Anjo. Comecei a tossir involuntariamente e água salgada expeliu-se da minha garganta, dos meus pulmões. Já conseguia respirar. Senti a mão dele pousar no meu ombro e virar-me para ele. As minhas pálpebras abriram-se e olhei o rosto dele pela primeira vez. Tinha de ser um anjo enviado por Deus! Pois alguma vez na minha vida tinha visto rosto mais belo! Parecia esculpido em mármore. Seus olhos eram negros, mas seus cabelos compridos eram do mesmo tom que a sua pele, que parecia quase brilhar de tão translúcida. Ele sorriu para mim. Em meus lábios carnudos senti um sorriso esboçar-se.
A sua face perfeita aproximou-se. Não sabia definir que expressão o seu rosto tinha. A sua mão tocou meu rosto, contornando o meu maxilar e virando-o para a esquerda, deixando meu pescoço exposto a ele. Que estaria ele a fazer? Senti seus lábios frios no meu pescoço, roçando levemente. Eram incrivelmente macios. Fiquei esperando. Senti que ele beijava meu pescoço, mas afastou-se de imediato, com um ar sofrido.
Meus lábios abriram-se, para lhe falar. Mas meus olhos giraram nas órbitas e senti a minha cabeça tombar, pesada. Uma imensa escuridão envolveu a minha mente. Perdi os sentidos.
~ Caius ~
Isolei-me na solidão dos meus aposentos, atónico. Ondas de choque fervilham na minha mente, e provavelmente iria sentire-las no meu corpo se fosse humano. Sentia uma enorme raiva e frustração. Como estivera tão próximo de uma humana e não acabei com a vida dela? Como não lhe bebi aquele sangue que tinha um aroma tão irresistível? Acabei de salvar uma vida humana. Como fui capaz? Capaz de desperdiçar alimento?
Caminhei pelo quarto. O ruído da sola dos meus sapatos a embater contra o chão de mármore ecoava pelas paredes da divisão. Sinto a cabeça pesada, apesar de não sentir dor ou outra sensação humana. Sentia o desejo ardente de destruir todos os objectos daquele meu quarto. Tinha sede! E não me alimentei daquela humana, porquê? Não era uma jovem bela que me faria não a matar. Estou rodeado de mulheres bonitas, imortais, deusas. Uma vulgar humana, cuja existência é tão frágil…! Estremeci ao rever este pensamento. "Existência tão frágil".
- CRIADO! SERVO!
O meu grito de chamamento fez estremecer os alicerces do nosso esconderijo. Nunca me sentira com tamanha raiva! Não demorou muito até que um servo me aparecesse. Com as pernas nervosas a tremer, temendo-me. Num segundo agarrei-lhe o pescoço e cravei as minhas presas afiadas nele. Ainda ouvi o homenzinho gritar de dores e choque, mas não me importei. Sorvi o sangue daquela criatura até não haver mais. Deixei o cadáver do escravo tombar no chão e afastei-me dele. Fui até á minha janela, que me conferia vista sobre Volterra. A minha sede já tinha passado, mas a raiva e frustração ainda ardiam no meu interior.
Necessitava daquela criatura. Daquela maravilhosa e perfumada criatura. O bem que aquele sangue pulsante cheirava, naquelas veias puras…! O quanto desejável ela era. Ela era como…! Não consigo encontrar quaisquer palavras que possam definir a perfeição daquele ser.
Ela está segura. E eu estou a enlouquecer.
CONTINUA...
