Disclaimer: Naruto pertence ao autor Masashi Kishimoto, mas se quiserem comprar os direitos autorais do Sasuke pra mim, não me importo.

Obs1: Eu sei que deveria terminar os Deuses da Cama antes de começar uma fic nova, mas que se foda, I'm a free bitch, baby! :3

Obs2: Essa fic é baseada em fatos reais, então desculpe se algumas vezes os personagens estiverem meio OOC, farei o máximo para que não fique nonsense demais.


Para minhas amadas amigas, Amanda e Raiane.

Growing Up

Take it slow. Maybe we'll live and learn. Maybe we'll crash and burn

Maybe you'll stay, maybe you'll leave, Maybe you'll return

Maybe you'll never find. Maybe we won't survive

But maybe we'll grow

We never know, baby you and I.

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Capítulo I: De Doritos, ramén e ex-namorado.

– Tira essa bola de pelos de perto de mim! – Sakura berrou, subindo em cima do sofá de um jeito dramático.

Naruto estava sentado no chão, as pernas cruzadas como um índio, brincando com o pequeno poodle que Karin acabara de trazer para dentro do apartamento que os três dividiam há quase nove meses.

– Sakura-chan, olha como é fofo! – disse o loiro, pegando o cachorro nos braços e rindo quando o animal começou a lambê-lo no rosto freneticamente.

– Naruto, seu idiota, pra você até o Godzilla comendo ramén seria fofo. – retrucou a rosada, ainda de pé no sofá, sem coragem de sair dali enquanto aquela – como dizia – bola de pelos estivesse por perto.

– Não me diga que você tem medo do Doritos. – disse Karin que observara a cena, com as mãos na cintura e uma expressão de tédio no rosto.

– Doritos? – questionou a rosada, exasperada. – Por que você colocou um nome nessa coisa se não vamos ficar com ela?

– Doritos! – Naruto exclamou e o cachorro latiu como se estivesse respondendo. – Hehe, viu só, Karin? Ele gostou do nome.

Karin ajoelhou-se ao lado do loiro, começando a fazer carinho no cachorro e ignorando totalmente a insatisfação de Sakura com aquela situação, coisa que fez a Haruno bufar ruidosamente.

– Não adianta dar piti, vadia. – Karin encarou a amiga, com um sorriso maldoso. – Quem é a favor do Doritos ficar levanta a mão! – disse e levantou o braço ao mesmo tempo em que Naruto fazia o mesmo. – São dois votos contra um: o Doritos fica.

– Mas... mas... – gaguejou Sakura, procurando algum argumento, porém fora ela quem tivera a ideia dessa coisa de votos, então não podia nem se dar ao luxo de reclamar. – Vocês são uns filhos da puta, sabem que não gosto de cachorros! – resmungou, fazendo um bico infantil.

Porém fazer birra não estava surtindo nenhum efeito, já que os dois outros não lhe davam a menor atenção, ocupados demais com o pequeno canino que Kiba dera de presente para Karin.

"Que merda", pensou Sakura, enquanto ia até a cozinha com a esperança de encontrar alguma coisa bastante calórica para servir-lhe de janta. Contudo viu-se rapidamente frustrada ao constatar que a geladeira e a despensa encontravam-se ambas praticamente vazias com exceção de um resto de lasanha estragada, uma caixa de biscoitos vencida e um pote de azeitonas.

A rosada procurou no fundo da despensa, disposta até mesmo a comer miojo, já que seu estômago roncava loucamente, implorando por comida.

– Naruto, onde estão os pacotes de ramén que comprei no começo da semana? – perguntou, pondo-se no batente da porta para que o loiro pudesse ouvi-la e rezando para que o idiota não tivesse comido tudo.

– Er... – ele pôs a mão atrás da cabeça, coçando a nuca, sem graça. – Comi o último pacote na hora do almoço. – disse e, discretamente, escondeu-se atrás de Karin, com medo da fúria da rosada.

– Idiota!

– A culpa não é minha! Você normalmente não come ramén! – protestou.

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Naruto e Sakura estavam no supermercado fazendo as compras da semana, enquanto Karin levava Doritos ao veterinário para tomar vacina.

Naruto não parava de gritar no ouvido de Sakura, que se encontrava em pleno processo de contar até dez para não estrangular o loiro.

– Mas eu só peguei dois pacotes sabor carne de porco. – choramingou Naruto, após a rosada tê-lo proibido de encher o carinho de compras com pacotes de ramén.

– Naruto, você não pode sobreviver só à base de ramén. – disse Sakura, exasperada, enquanto colocava legumes no carrinho.

– Por que não? – perguntou maroto, somente para irritá-la.

– Você sabe como ser insuportável.

O loiro sorriu, passando um braço em volta dos ombros da amiga, puxando-a para mais perto enquanto caminhavam em direção ao caixa.

– Mas você me ama, bobinha.

– Não, agora eu não te amo. – ela revirou os olhos por causa do "bobinha". Ele realmente sabia ser irritante.

– Isso quer dizer... – ponderou por alguns segundos – Que no resto do tempo você me ama? – quis saber, soltando uma gargalhada alta demais.

– Não, idiota! – respondeu Sakura, rindo também e dando uma cotovelada nos rins do melhor amigo.

– Sakura. – uma voz rouca chamou, e, enquanto Naruto virava-se para ver quem era, Sakura fazia o mesmo, porém somente para ter certeza, pois ela já sabia quem era o dono daquela voz.

A Haruno avistou cabelos vermelhos e olhos verde-água. "Gaara. Gaara. Sabaku no Gaara. Puta que pariu, o Gaara." O ar dentro de seus pulmões fez-se raro e, se não fosse pelo braço de Naruto, a rosada teve certeza de que teria caído para trás.

Sakura lembrava-se muito bem da primeira vez que um garoto partiu-lhe o coração. Fora no seu primeiro ano de faculdade e nunca esqueceria, pois o filho da mãe se empenhara bastante na tarefa. E quando ele terminou o relacionamento de quase um ano, sem nenhuma razão aparente, Sakura voltara para casa se sentindo pior do que jamais imaginara ser possível. Não chorara. Por mais que tivesse tido vontade, não o fizera. Talvez fosse porque a ficha não tivesse caído ainda, talvez fosse porque achava que tudo não passava de um pesadelo ou de uma brincadeira sem graça.

Mas era tudo real. Real e doloroso demais para o gosto da Haruno, que mantivera toda a mágoa sufocada no mais profundo de si durante meses e mais meses. E um dia, durante o intervalo entre um seminário e outro, Naruto e Sakura escutavam música no Ipod do loiro quando começou uma canção antiga e brega, daquelas que falam sobre dor de cotovelo.

Ao prestar atenção na letra, todas as lembranças voltaram, passando como um filme na mente da Haruno, como que esfregando na cara dela o que perdera meses atrás.

E Sakura chorou vergonhosamente. Chorou que nem um bebê, deixando que as lágrimas escorressem por seu rosto sem tentar ao menos pará-las. Naruto ficou estarrecido e, quando Sakura disse o nome do ex entre um soluço e outro, o loiro entendeu a razão daquela tristeza toda.

O Uzumaki não sabia se ria da cara de Sakura por chorar assim depois de ouvir uma música, se chorava junto ou se ia de uma vez arrebentar o cu doce daquele maldito Gaara que fizera a melhor amiga sofrer daquela forma.

Ele acabou decidindo-se por nenhuma das opções acima e abraçou a rosada, consolando-a. Era a escolha mais sábia considerando que alguns alunos da faculdade de Konoha estavam olhando para ela como se ela fosse uma bomba relógio prestes a explodir.

– Ele me trocou... aquele babaca! – xingou Sakura, a voz embargada. – E você é um idiota por me mostrar essas músicas de dor de cotovelo! – ralhou, batendo no ombro do loiro.

Naruto não pôde impedir-se de rir, pois Sakura tinha a mania de colocar a culpa de toda a desgraça do mundo nas costas dele e ele achava graça disso.

– Oi, Gaara. – Sakura cumprimentou-o, sorrindo educadamente. – Tudo bem?

O ruivo estava sozinho, ela reparou, e ele carregava algumas coisas em uma cesta.

– Tudo. E com você? – perguntou, olhando-a, perplexo.

– Estou ótima. – respondeu Sakura, sem graça, rezando mentalmente para que Naruto a tirasse daquela situação.

A rosada já imaginara aquela cena, já se vira dentro daquele filme mais de mil vezes. O dia do reencontro com o ex-namorado. Entretanto ela sempre se vira maquiada, de salto alto, perfumada, linda, deslumbrante e nos braços de um novo namorado.

Mas não, é claro que ela tinha que dar de cara com Gaara em um daqueles dias, em que estava vestindo um short, blusa folgada e sandália havaiana. Os cabelos completamente desarrumados, com cara de sono, olheiras... resumindo a coisa: uma bosta completa com direito a cereja no topo. Que no caso era o fato de estar acompanhada do retardado do Naruto.

– Ei, Sakura-chan – o loiro chamou a atenção da Haruno, tirando-a de seus devaneios. – Temos que ir.

– Claro. – ela disse vagamente, ainda em estado de choque. – Tchau, Gaara. – ela despediu-se, quase cometendo a gafe de chamá-lo de Gaa-kun, como costumava fazer na época em que namoravam.

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Quando Sakura e Naruto voltaram do Supermercado, Karin já estava em casa, esperando por eles impacientemente, já que não havia comida no apartamento e ela encontrava-se faminta.

A ruiva notou que algo estava errado, muito errado, quando Sakura entrou no apartamento, correu e simplesmente trancou-se no banheiro, não gritando em seguida por causa da presença de Doritos que havia se instalado debaixo da pia para dormir.

Naruto estava guardando as compras sozinho, calado demais para o gosto de Karin, que estava acostumada com os berreiros do loiro para que ela e Sakura o ajudassem quando devia organizar tudo dentro da geladeira.

– O que diabos você fez? – quis saber ela, pondo-se atrás do Uzumaki.

– Não fiz nada! Que mania de sempre colocar a culpa em mim! – resmungou, mal humorado.

– Então o que aconteceu? Por que a Sakura está trancada no banheiro sem se importar com a presença do Doritos? Normalmente ela já teria saído de lá e dado piti.

– Nós encontramos o Gaara no supermercado. – respondeu o loiro. – Durante todo o caminho de volta ela ficou gritando comigo, dizendo que a culpa era minha e sei lá mais o quê. Não falava coisa com coisa.

Karin suspirou. "Depois ainda dizem que eu sou a estressada", pensou.

– Venha me ajudar a tirá-la do banheiro antes que ela mate o Doritos. – disse, puxando o loiro pelo braço.

Bateram na porta do banheiro, chamaram, gritaram, mas Sakura não respondeu.

– Pronto, ela cortou os pulsos. – disse Karin, o sarcasmo escondendo a preocupação que sentia.

– Abre a porta, Sakura-chan. Por favor. – pediu Naruto, já tendo esquecido que deveria estar com raiva dela por ela ter gritado com ele sem motivos.

Nenhuma palavra, porém o barulho da chave girando e destrancando a porta deixou Karin e Naruto aliviados.

O Uzumaki abriu a porta, e ele e Karin entraram no banheiro, onde Sakura encontrava-se sentada no chão de azulejos brancos, Doritos em seu colo lambia as lágrimas de seu rosto.

– Esse cachorro é tão idiota. – ela riu e soluçou ao mesmo tempo enquanto o canino balançava o rabinho branco e continuava a "enxugar" suas lágrimas.

Naruto abaixou a tampa da privada e sentou-se em cima dela, Karin sentou-se no chão em frente à Haruno e por um bom tempo os três ficaram calados. O silêncio não foi constrangedor, eles não se sentiam obrigados a falar, contudo Sakura o fez mesmo assim, sabendo que era melhor desabafar do que guardar tudo pra si:

– Eu ainda gosto dele. – confessou.

Ela passara um ano tentando superar o fim do namoro e, quando finalmente achava ter conseguido, tudo fora arruinado em apenas dois minutos, apenas o tempo de rever aqueles olhos verdes e sentir o cheiro forte do perfume que ele usava.

– Me odeio por ser tão estúpida, mas não consigo esquecê-lo. – acrescentou, frustrada.

Karin inclinou-se um pouco para frente, abraçando-a com força, desejando ser capaz de ajudar a amiga.

– Você vai esquecer, só precisa de tempo. – garantiu a ruiva, após afastar-se.

– Tem essa frase que meu pai sempre fala – começou Naruto, e Sakura o olhou esperando que continuasse. – "Isso também passará".

– Sempre passa. – concordou Karin.

E Sakura só podia torcer para que os amigos tivessem razão.


"Talvez as melhores amizades sejam aquelas em que haja muita discussão, muita disputa e mesmo assim muito afeto."

(George Eliot)


N/A: Música do inicio é a Ordinary People do John Legend que, na minha opinião, combina muito com essa fic, baixe e ouça! Aqui está a tradução do trecho que usei:

Ir com calma

Talvez a gente viva e aprenda

Talvez a gente se arrebente e se queime

Talvez você fique, talvez vá embora

Talvez você retorne

Talvez uma outra briga

Talvez a gente não sobreviva

Mas talvez a gente cresça

Nunca saberemos, meu bem, você e eu.

Bom, vou logo deixar claro aqui que apesar do casal principal da fic ser SasuSaku, isso não quer dizer que eles já vão estar se pegando nos primeiros capítulos, então paciência, okay? (Sim, Manda, isso foi indireta pra te kkkk) Além deles vai rolar SuiKa, NaruHina e talvez um pouco de ShikaTema.

Essa é minha primeira tentativa de postar uma long-fic U.A nesse estilo meio "comédia romântica avacalhada" então sejam bonzinhos e comentem, deixem a opinião de vocês porque isso motiva muito.

P.s.: Obrigada à fofa da Lirit por betar (:

Petit Suisse.

(10/07/11)