PRETÉRITO MAIS-QUE-PERFEITO
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A gente vai ser sempre amigo.
Eu prometo que sempre vou proteger vocês dois.
Você não pode nos proteger. Você só é uma garo...
Pow!
Ai...ai...tá,tá..certo,certo,.você pode...
Um por todos, todos por um.
Os três desembainharam suas espadas e as três espadas se tocaram no ar.
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PRETÉRITO PERFEITO
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- Sakura.
- O quê?
- SAKURA!
- O quê? – disse Sakura acordando-se.
- SAKURA, - a mulher na cama se debatia – Sakura, ele está em cima de mim.
Sakura olhou para a mulher na cama assustada.
"O quê? Ela está tendo um pesadelo?"
- SAKURA – a mulher gritou - Ele está em cima de mim – balbuciava – Ele está me sufocando – a respiração dela tornava-se pesada – Tirem ele daqui, por favor.
- OBA-CHAN! – Sakura sacudiu a mulher – OBA-CHAN! Onegai! – a voz dela tremia – Acorde! Por favor!
Sakura balançava a mulher da cama, a respiração da mulher começou a melhorar. A mulher acordou assustada. Nos olhos dela, lia-se um terror, ela ainda estava ofegante. Quando viu a menina do seu lado levou a mão ao peito e suspirou aliviada.
- Foi apenas um pesadelo! – disse aliviada.
- Oba-chan, com o que a senhora estava sonhando? – disse tocando o braço da avó para acalmá-la.
A velha olhou para as mãos dela, depois se virou para a menina.
- Eu sonhei que tinha um velho em cima de mim. - a velha senhora respirou um pouco – Ele está em cima de mim, era muito pesado, ele estava me amassando e me sufocando com o peso dele, não tinha ninguém aqui, eu estava só.
A garota sorriu. Um sorriso doce e caloroso.
- Não precisa se preocupar. Está tudo bem, eu estava aqui o tempo todo, eu não vou deixar a senhora sozinha. Não precisa se preocupar – sorriu.
A velha olhava a menina curiosa e admirada. Sua neta sempre fora uma criança mimada e tão dependente dela. E agora, aquela mesma menina mimada e dependente tinha comprado briga com a própria mãe e o hospital inteiro para poder ser a acompanhante dela.
"Você tem sido tão corajosa Sakura."
- O que foi, Oba-chan? Algo errado?
- Nada – a velha sorriu para a menina.
- Eu estava com saudades do seu sorriso, Oba-chan.
"O câncer cada dia avança mais. Toda vez que ela dorme sempre tem esses pesadelos. Ela está tão magra, a pele dela tão manchada, ela está irreconhecível, é só uma sombra dela. Isso é tão doloroso."
- Sasori nii-san chega amanhã. – disse fingindo alegria.
- Então ele vem assistir a minha morte.
- Não fale assim, Oba-chan. – a menina protestou.
- Sabe, Sakura – o tom de voz dela era sombrio – Você já deve saber que eu vou morrer em breve. A minha hora chegou. – a velha viu os olhos da menina encherem-se de lágrimas – Eu não tenho medo da morte, assim como não tive medo de viver. É só que – a velha olhou para a neta – é só que. . . Esse mundo não é um dos melhores, mas eu gosto dele, eu gosto de observar esse mundo.- a velha suspirou - Não é medo da morte, mas... Eu só queria ficar mais um pouco pra ver mais o mundo, só mais um pouco, eu gosto de viver.
Um batida.
- Com licença. – a enfermeira entrou – Sakura-chan, você pode nos dar licença, é hora do banho da Chiyo-baasama.
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PRESENTE
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NEO TOKYO! ATENÇÃO TODOS PASSAGEIROS! PRÓXIMA PARADA NEO TOKYO.
Sakura acordou, espreguiçou-se na poltrona e bocejou.
- Acho que peguei no sono. – bocejou novamente. – O Sasori-barbie deve estar morrendo de raiva. – sorriu consigo mesma.
A bagagem dela não era muito grande. A maioria das coisas dela já tinham sido mandadas por uma transportadora. Então só levava consigo uma bagagem de mão, o seu laptop e uma mala grande.
- SASORI-BARBIE! – disse sorridente ao ver o rosto sem expressão do homem de cabelo vermelho – Senti saudades.
Abraçou o primo que não correspondeu o abraço.
- Hn!
- Você é sempre assim tão frio. – fingiu uma expressão de mágoa.
- Me dê a sua bagagem.
- Hai.
- Você está bravo por que, Sasori-chan?
- Não me provoque. Você sabe que eu odeio esperar.
Sakura dissimulou um sorriso.
- Eu estou tão feliz!
- Hn!
"Eu não vou cair nas provocações dela."
- Então testa de marquise, você conseguiu a bolsa de estudos mesmos, essa testa grande tinha de servir pra alguma coisa. – disse batendo na testa dela.
- SASORI-BARBIE! Eu só não te mato por que você está dirigindo.
"Assim que a gente descer, eu estrangulo ele!"
- Você ainda quer ser médica, testa-de-nós-todos?
A expressão de irritação de Sakura se dissipou. Seu rosto adquiriu uma expressão séria, firme e decidida.
- Claro esse é meu sonho! –a expressão dela mudou novamente – Por que você está tão apressado?
- Eu já disse eu não gosto de esperar, nem de fazer os outros esperarem.
Sakura observava a paisagem.
"O quê? Ela nem prestou atenção ao que eu estava falando."
- A mesma bobajada de sempre.- murmurou. – Eu não gosto de esperar nem de fazer os outros esperarem. Blá,blá,bla´...
"Eu não vou cair nas provações dela."
- Ainda vai demorar muito?
- Já chegamos.
O carro parou em frente a um prédio de poucos mais de dez andares espremido entre dois prédios de trinta andares. Um prédio de estilo ocidentalizado muito parecido com prédios americanos antigos que apareciam em filmes. Era um prédio charmoso que com o seu tamanho e sua aparência de antigo contrastava com os dois enormes e modernos prédios vizinhos.
- Eu tenho de ir, o apartamento é o 301. Aqui as suas chaves.
- Nani? – Sakura observou o primo sair de carro.
- Cidade nova! Casa nova! – espreguiçou-se – Estou com um bom pressentimento.
Um rapaz usando um kimono passava do outro lado da rua. Sakura sorriu. Mas a sua expressão logo se fechou novamente.
"Não pode ser."
A boca dela se abriu. Seus olhos se abriram mais.
- Sa-su-ke-kun!
(...)
