Hey! Fic nova. Um projeto que eu tenho faz teeeempo, mas nunca tinha escrito. Os personagens pertencem a Sky High, vulgo Disney, somente as duas que vocês não conhecem são minhas. Espero que gostem.
Ali, naquele ponto de ônibus onde esperara por longos dias durante mais de três anos, ela estava novamente. Após alguns minutos, o ônibus chegou, como sempre. Ron Wilson ainda o dirigia, e estava alguns anos mais velho, cumprimentou-a com o boné, como sempre. Não havia mais ninguém. Também, pudera, a escola não funcionava mais desde que fora tomada pelo Barão Batalha, três anos atrás, e fora, então, desativada. Porém, o ônibus de Sky High continuava a funcionar, levando alunos – agora já muito poucos – que gostariam de conhecê-la, ou ex-alunos que gostavam de recordá-la.
Após aterrissarem no conhecido estacionamento, ela pôde observar a antiga escola. A fachada havia sido quebrada e a entrada principal obstruída.
"-Entrem pelo Portão Leste, você deve conhecer. Pela frente, já não dá mais." – aconselhou Ron – "Boa visita. Um ônibus irá chegar aqui pelo fim da tarde. É melhor não se atrasarem."
"-Tudo bem. Muito obrigada, Ron. Foi bom revê-lo." – disse ela, por fim, ganhando como resposta um aceno distante do motorista.
Entraram, como previsto, pelo Portão Leste. Não era uma parte de Sky High que ela conhecesse muito bem, ela admitia. Era onde ficavam os treinos físicos, e seus poderes sempre foram mentais. Mas era melhor assim, ela gostaria de mostrar bem a escola para a pequenina que lhe segurava a mão.
Andaram pelos corredores brancos e sem vida da escola, e ela mostrava e contava histórias à garotinha, que olhava tudo com atenção. Tomaram um dos corredores maiores, que as levaria até o refeitório. Ali, naquela parte, as paredes eram enormes janelas de vidro, evidenciando um céu nublado.
Aquele era um corredor bastante freqüentado na época em que a escola estava aberta, era o corredor dos armários, onde todos ficavam e tudo acontecia, e fora também para aquele corredor que ela e ele fugiam durante suas aulas, somente para verem-se por alguns minutos.
Ela riu baixo ao pensamento.
Uma figura de jaqueta negra, sentada no chão, a observou.
Ela notou que deveriam haver mais pessoas no refeitório, ou próximo dali, pois havia vozes abafadas pelas grossas paredes.
Warren se levantou. Não poderia ser. Ela estava de volta! Ele ficou tão animado – internamente – que nem pôde se lembrar de que ela fora embora. Ela o deixara. Foi, então, ao seu encontro.
Quando o viu, surpreendeu-se enormemente. Era ele, ali, novamente. Mas não pôde se deixar esquecer do motivo de sua ida.
"-Lilly." – disse ele, em seu tom habitual, baixo e rouco, sempre parecendo estar bravo com algo.
"-Warren." – ela disse somente. Mas havia tanta saudade naquele único nome!
Permaneceram por alguns segundos somente se fitando, como que para lembrarem-se das feições um do outro. Até que Warren notou a outra pequena presença. Uma menininha de ar sério, porte familiar e cabelos muito louros caindo-lhe abaixo da cintura, com uma tiara a enfeitar-lhes. Tinha feições de boneca, mas um olhar extremamente adulto para uma criança tão pequena.
Ele se deteu nela por alguns segundos. Quem poderia ser?
"-Sua sobrinha?" – perguntou Warren sem um fio de expressividade na voz, lembrando-se de que ela uma vez comentara algo sobre sobrinho ou sobrinha, há já alguns anos.
"-Não." – respondeu ela, após poucos segundos. Droga! Pensou ela, deveria ter-lhe dito que sim.
Ele olhou-a, encorajando-a a seguir em frente, e dizer quem era a garota.
"-Ela é minha filha, Warren." – disse Lilly, sem coragem de olhá-lo nos olhos.
Ele ficou rubro, imaginando Lilly, a sua Lilly, com outro, casada.
Vendo que a conversa seria longa, ele sinalizou para que seguissem para o refeitório, e retomaram a conversa enquanto andavam, a pequena no colo da mãe.
"-Então... Você se casou?" – perguntou ele, novamente sem expressão alguma, mostrando desdém.
"-Não." – Lilly, com a mão livre, coçou a nuca.
"-Está namorando?" – tentou ele, encarando o vazio.
"-Não." – ela falou baixo e acenou negativamente. Ela tinha borboletas no estomago naquele momento.
"-Você me traiu, Lilly?" – a pergunta foi curta e direta. Era nesse ponto que ele estava querendo chegar. Seria por isso, então, que ela havia ido embora?
"-Não, Warren." – Era agora. Chegara o momento que ela mais havia temido desde que a menina nascera. A próxima pergunta, ela já podia fazer idéia de qual era.
Ele tentava penetrar na mente dela, ler seus pensamentos, descobrir quem era aquela garota. Mas Lilly já vinha treinando o bloqueio da mente desde que a menininha ganhara seus poderes.
Eles já estavam no refeitório, havia gente, como ela previra, mas não muita. Warren escolhia uma mesa.
"-Então quem é o pai dela?" – ele fora direto, mais uma vez, como ela esperara. Agora não havia como fugir. Teria de ser a verdade. Eles já estavam na mesa, ele sentara-se nela e apoiara os pés no banco, de fronte para Lilly.
Ela respirou fundo, agora teria de responder olhando para ele.
"-Você é o pai dela, Warren." - ela disse, nervosa. Não era para ele saber daquilo. E fora um erro estúpido da parte dela visitar Sky High. Ela sabia da paixão dele pela escola. Sabia que ele não sairia dali. Sabia que ele não seguiria em frente. Ela teve vontade de chorar.
Ele não falou nada. Paralizou com aquela expressão de desprezo. Seu coração martelava em seu peito. Agora era tão óbvio! A garota possuía todas as feições vindas dele. Os lábios, os olhos, o mesmo ar indecifrável. Mas tinha os cabelos e o nariz de Lilly.
Aquilo não estava certo. Ele não era pai de ninguém. Ele simplesmente não podia ter uma filha. Muito menos uma filha com Lilly. Porque ela lhe contaria sobre isso, certo?
Era uma menina pequena. Mentalmente ele calculou. Havia quatro anos e alguns meses que Lilly o deixara, então a garota deveria ter seus três anos.
"-Warren? Olhe, eu sei que eu não deveria estar aqui. Eu vou terminar de mostrar Sky High para ela e vamos embora, tudo bem?" – perguntou uma Lilly nervosa.
"-Foi por isso que você foi embora? Por isso você me deixou?" – perguntou ele, frio.
"-Não foi por isso, Warren. Foi por ela. E sim, eu fui embora porque estava grávida." – Lilly disse encarando-o – "E ela tem nome: Catherine." – "Cuidado com o que você pensa. Ela pode ler mentes." – acrescentou ela, fria também.
"-O que?" – ele disse, em deboche – "Qual é! Ela não deve ter nem quatro anos!"
"-Ela recebeu os poderes muito cedo. Mas arrisque, se quiser."
Warren ficou quieto por longos segundos novamente, e parecia estar pensativo, depois o único olhar que lançava para a menina era de total desprezo.
Lilly sentou-se e colocou Cate ao seu lado, Warren de costas para elas.
Então seu semblante transformou-se de duro para decepcionada. Mas ela sabia que seria assim. Sempre soube, por isso, foi embora. Se ele não estivesse ali, ela já teria desabado em lágrimas.
Warren respirou fundo e contou até três, então virou-se de frente para as duas, sentando-se no banco oposto ao delas. Cate brincava com uma mecha de cabelo loiro da mãe, e Lilly olhava para suas mãos, enquanto brincava com os dedos.
"-Eu não sei por que você veio aqui, Lilly." – ele disse sério, encarando a mesa. Depois levantou os olhos para falar a última parte – "Eu preferia não tê-la conhecido." – o desdém agora era maior, e a expressão que tomou o rosto de Lilly era de completa dor, e ele preferia nunca ter visto.
Catherine escondeu o rosto nos cabelos da mãe, que a puxou para seu colo e a abraçou.
"-Warren, eu realmente não acredito que você disse isso para ela. Meu deus! Ela é só uma criança, só." – Lilly respirou e continuou, em tom baixo e ameaçador – "Fui eu quem foi embora. Eu. E eu escolhi ir, foi minha decisão. Não é culpa dela, Warren!"
"-Mas você foi embora, Lilly." – ele falou, olhando para ela – "Se você não tivesse ficado grávida, e ela não existisse, você não teria me deixado."
Ela fechou os olhos e respirou fundo, do contrário esmagaria a cara de Warren com prazer.
"-Não é possível. Você é adulto, Warren. E Cate é só uma criança. Mas é a sua criança. Ela é sua filha, como você pode falar assim, com tanto desprezo?"
"-E-ela é sua criança, Lilly." – ele gaguejou – "E eu não me importo. Não me importo com ela."
Aquela fora a gota d'água.
"-Você se importa comigo?" – perguntou, no mesmo tom baixo e ameaçador.
"-Claro que sim. Você sabe. Eu te amo, Lilly. E sempre te amei." – disse Warren, frio.
"-Então você se importa com ela. Porque ela nada mais é do que um pouco de mim e um pouco de você, Warren." – uma lágrima fugitiva escorrera pelo alvo rosto dela, saindo de seus olhos azuis escuros – "Chega disso." – ela disse somente, pegando Cate novamente em seu colo e caminhando por um dos largos corredores.
Warren somente ficou a observá-las. Ele sabia, ela iria embora novamente.
Quando estavam a um pouco mais da metade do corredor, Cate chamou a mãe, que se abaixou para olhar em seus olhinhos negros.
"-Mamãe, porque ele não gosta de mim?" – ela perguntou, com sua voz infantil, e sua expressão séria – "Eu fiz algo errado?"
"-Não, meu amor. Claro que não. Ele só... não te conhece. E se aborreceu um pouco porque a mamãe não avisou que te traria." – Lilly abraçou a filha, e mais algumas lágrimas escorreram. Aquele não era o Warren que ela conhecia e por quem tinha se apaixonado.
De repente, foram atacadas por trás. Elas nem conseguiram ver o que as atacava, mas havia ferido o pé esquerdo de Lilly. Rapidamente, ela soltou o máximo de gelo que pôde, em diversas direções, porém sem acertar nada.
Ouvindo o grito de Lilly, depois o de Cate, Warren foi correndo até elas. Sabia que ali estavam acontecendo ataques. Aliás, em toda Sky High não se podia ter segurança.
Warren viu quando a figura vestida de azul escuro apareceu para Lilly, rindo dela. Então ficou com raiva. As chamas logo preencheram todo seu antebraço. E ele soltou-as no homem. Ele deveria ser algum dos amigos e/ou aliados de seu pai, pensou amargamente Warren.
Lilly se levantou e mais uma figura apareceu. Os dois lutavam contra os dois homens, mas não parecia ser o suficiente. Todos pareciam ter se esquecido da criança, parada ali no meio, até que o homem que lutava com Warren apercebeu-se de sua presença, indo diretamente atacá-la.
Warren jogou mais algumas chamas enquanto pegava a menina.
"-Lilly, pegue a criança." – ele gritou, jogando a menina na direção de Lilly, que caíra.
"-Warren, eu não consigo. Meu pé" – ela gemeu, o semblante de preocupação – "está machucado. Não consigo move-lo."
Ele então pulou, e pegou a menina novamente, deixando-a perto da mãe. Warren lutava contra os dois, enquanto conversava com ela.
"-Lilly! Faça aquela barreira que você costumava fazer." – pediu ele – "Lembra? Você acha que ainda consegue fazê-la?
"-E-eu não sei, Warren. Eu vou tentar... mas não prometo nada."
Então ela se esforçou, enquanto ele mantinha os dois homens afastados delas, o suor cobrindo-lhe o corpo todo. Esperava realmente que ela conseguisse.
Foi então que a barreira surgiu. Ela, de olhos fechados, ia expandindo a barreira, até que os dois ficaram presos entre a bolha que os envolvia e as paredes, então Warren deixou-os lá, queimando.
E entãaao? Se gostou ou não gostou deixe seu recado,por favor. Isso é importante para um escritor, e é ótimo para que eu possa ver onde preciso melhorar.
Se houver bastante reviews posto no próximo fim de semana, ou o mais rápido que eu puder, okay?
Beijo, L.
