Disclamer: Saint Seiya não me pertence e esta fic não tem fins lucrativos.

Comentários da Autora: Gostaria de agradecer a todos que lerem esta fic. Uma homenagem tardia ao aniversário de nosso querido cavaleiro de gelo. Se não gostam de Yaoi, por gentileza, parem por aqui, se gostam, espero que a leitura seja agradável. Aguardo comentários, eles são sempre bem vindos.

Estava fazendo um calor insuportável. Até hoje não entendia como conseguia sobreviver naquele calor infernal. Mal amanhecera e já estava derretendo como uma geleira levada para o deserto. Decido caminhar um pouco e ir até a cachoeira próxima e me deliciar na água fresca. Eu merecia o descanso. Era meu aniversário.

Nunca gostara de comemorar seu aniversário, não tinha boas lembranças da data, mas não deixava de no fundo, bem escondidinho de todos, gostar muito desse dia.

- Parabéns pra você seu francês mal humorado. – murmurou para si mesmo e se permitiu dar uma gostosa gargalhada, afinal não tinha ninguém por perto mesmo.

Mergulhou na piscina natural que se formava com a queda da cachoeira. Usou um pouco de seu cosmo para esfriar um pouco mais a água, pois o sol já a tinha esquentado e queria mesmo era um delicioso banho gelado. Nadava despreocupadamente. Não percebera que era observado por um par de olhos atentos...

- Quer dizer que o Sr. Não-ligo-para-aniversário gosta da data e é até mesmo capaz de rir? Ele que me aguarde... – o par de olhos observador murmurou para si mesmo, fazendo com as mãos um sinal de "OK" – ele não perde por esperar...

O par de olhos aproveitou que o templo de Aquário estava vazio e partiu para pôr em prática seu plano. Pela primeira vez não incluía bebidas, música alta ou muitas pessoas. Apenas os dois.

Colocou no aparelho de DVD o filme que passara meses pesquisando e enchendo o saco de muita gente para preparar especialmente para esta data. Fechou as cortinas do quarto, colocou ao lado da cama sob a mesinha de cabeceira um prato de canapés com diversas coberturas, uma champanhe aberta dentro do balde de gelo e um pouco da bebida na taça de cristal que estava colocada ao lado do prato, ligou o ar condicionado para que o ambiente ficasse agradável ao dono da casa.

Deixou o filme no ponto certo e se escondeu entre a cama e a parede, de forma que não pudesse ser visto no momento que o outro entrasse no quarto.

Não precisou esperar muito. Alguns minutos depois Camus entrou no quarto. Estranhou a escuridão e o ar ligado. Quando ia acender a luz e procurar o motivo de tudo aquilo sua televisão ligou aparentemente sozinha e um filme, ou seja lá o quê, apareceu na tela. Neste momento viu os petiscos e a champanhe. Pegou o copo e bebeu um gole. Estava gelada. No ponto certo. Sentou-se curioso. Queria ver onde aquilo ia parar. Distraidamente deu uma mordida em um dos canapés. Delicioso!

Até aquele momento, apenas imagens de locais belos e amados por ele apareciam na tela, nenhuma voz, nenhum texto, nada... após a passagem dos locais começaram a aparecer na tela trechos de filmes que ele simplesmente amava. Era uma coletânea que só poderia ter sido feita por alguém que o conhecia tão bem quanto ele próprio. Quem poderia ter feito isso? Não se lembrava de expor tanto seus gostos para ninguém a não ser para... não, ele não, ele não se lembrava nem do que comeu ontem, como se lembraria de seus mais íntimos gostos?

Depois dos filmes, imagens de suas obras de arte preferidas com o "Bolero de Ravell" de trilha sonora. Nessa altura duas lágrimas silenciosas escorriam por seu rosto. Quem quer que tivera feito aquele filme, o queria muito bem, o observava muito bem, o amava. Não imaginara que alguém o amasse tanto assim a ponto de prestar tanta atenção a seus gostos. Acabou a sessão obras de arte, o que viria a seguir? Apareceu a imagem do Santuário e alguém sentado na soleira de sua casa. Quando isso fora filmado sem que soubesse? A imagem foi aproximando gradativamente até que pôde distinguir a pessoa que ali estava.

"Não sei se gostou, espero que sim. Cada palavra sua, cada expressão de gosto, cada comentário que pude me lembrar tentei resumir nesta pequena homenagem. Não sabia com o que te presentear, afinal são tantas as coisas que, nestes anos de convivência eu descobri que te agradam que fiquei na dúvida, então resolvi tentar te dar tudo de uma só vez.

Me desculpe se errei, mas quem ama faz tudo com amor e foi com amor que fiz este filme. Feliz Aniversário, Camus"

Quando o filme acabou, Camus pôde sentir o cosmo de Milo dentro de seu quarto.

- Escorpião Maluco, pode sair de seu esconderijo... – Camus falou como se tivesse irritado, secando rapidamente as lágrimas que sabia que ele não havia visto cair.

Milo levantou de seu cantinho, emburrado...

- Acho que não agradei. Me desculpe. Estou indo embora. Esqueça o que eu disse. Ok? – jogara os dados e perdera, então restava ser um bom jogador e sair da mesa com a pouca dignidade que lhe restara.

- Ei, onde o senhor pensa que vai? Se bem lhe conheço, acho que as comemorações do meu aniversário ainda não acabaram. Errei?

Uma esperança leve e longínqua surgiu no coração apaixonado do cavaleiro de escorpião. Será que teria uma remota chance?


Espero não render esta fic como no aniversário de Shaka... rs... de qualquer forma, será que Milo tem alguma chance? Aguardo os comentários para decidir se ele ganha ou não o coração não tão gelado de Camus.