POV - Hayley
Seis meses haviam se passado desde que eu consegui reunir toda a minha família novamente. Agora eu, Klaus, Hope, Kol e Freya vivíamos todos juntos no Complexo. Pois é, Elijah e Rebekah não moravam mais com a gente.
Rebekah, porque precisava de um tempo para assimilar tudo que tinha acontecido com Marcel. Ela, apesar de tudo, ainda tinha sentimentos por ele. Klaus não o matou, só que resolveu dar um castigo para ele pior que a morte: O condenou a ficar 100 anos com a faca de Papa Tunde cravada no peito. Depois disso, Klaus afirmou que vai matá-lo, o que eu sinceramente, duvido. Afinal, Klaus pode ter todos os defeitos do mundo, mas ele definitivamente sabe perdoar alguém que ele considera da família. E para sorte de Marcel, Klaus o considera da família, mesmo depois de tudo que ele fez.
Já em relação a Elijah, é complicado... Ficamos muito tempo separados e ele achou que quando ele voltasse, íamos ficar juntos, mas não foi o que aconteceu. Eu não queria que Hope tivesse que ouvir que sua mãe namora o seu tio que é irmão do seu pai. Era estranho e eu acho que ela não entenderia. Ela era muito nova para conviver com algo assim. Por isso, Elijah decidiu viajar um tempo com Rebekah para tentar ajudá-la a superar o que aconteceu com Marcel. Só que eu sabia que não era só isso. Acho que ele viajou para tentar esquecer os sentimentos que ele nutre por mim. Bom, era difícil pra mim também. Mas por mais doloroso que seja ficar sem Elijah, a minha prioridade vai ser sempre a Hope.
Suspirei e fui até o quarto de Hope acordá-la. Hoje ainda era sexta feira e ela tinha que ir para a escola. Ela detestava acordar cedo, mas foi o único horário que conseguimos já que ela entrou no meio do ano letivo. Klaus até tentou compelir o diretor para colocar Hope no horário da tarde já que na antiga cidade em que vivíamos ela estudava a tarde, mas eu falei que Hope não poderia ter tudo o que queria. Ele concordou, até porque agora estávamos tentando criar Hope juntos, com cada um respeitando as decisões de casa um. Klaus só não concordava com o meu método de castigar Hope, por isso eu acabei não dando mais nenhuma surra nela nesses últimos seis meses, mesmo ela tendo merecido isso várias vezes. Só as vezes que eu perdia a paciência e acabava dando um ou dois tapas nela, até porque Hope estava ficando cada vez mais travessa. Não que ela não tivesse a quem puxar, afinal eu e Klaus também éramos um terror quando mais novos.
- Bom dia, querida. - Falei, entrando no quarto de Hope - Já está na hora de uma certa mocinha acordar. - A olhei, começando a puxar a coberta dela.
- Só mais cinco minutinhos, mamãe. - Ela pediu com os olhinhos ainda fechados.
- Nem mais cinco minutinhos. - Falei, rindo - Se você demorar mais, não vai conseguir comer as suas panquecas. - Avisei e ela levantou imediatamente.
- Eu não quero ficar sem panquecas. - Hope fez um biquinho, me olhando.
- Então trate de se apressar. - Rí, a olhando.
- Pode deixar, mamãe. - Ela me olhou, saindo da cama e tirando o pijama dela com tudo, enquanto ela ia correndo em direção ao banheiro que tinha no quarto dela. Minha filha era realmente uma figura.
POV - Klaus
Em mil anos, eu nunca tive tantos momentos de paz como estou tendo agora. Elijah estava certo. Família é poder. Agora, estava tudo sobre controle. Eu, controlava os vampiros; Hayley, controlava os lobos; e Vincent controlava os bruxos. Tudo no seu devido lugar, exceto por algumas coisas.
Rebekah viajou, dizendo que precisava ficar um tempo sozinha, mas eu sei que tudo isso é por causa de Marcel. A minha querida irmãzinha não esperava que eu fosse perdoá-lo depois de tudo que ele fez, não é? Ele com certeza ia pagar por tudo, aí talvez, depois de 100 anos se eu estiver de bom humor, eu posso ter a bondade de perdoá-lo.
Infelizmente não foi só ela que resolver abandonar a família. Elijah também resolveu ir viajar com Rebekah, dizendo que precisava apoiá-la nesse momento, mas eu sei que ele só fez isso porque Hayley o rejeitou. Mesmo eu tendo apoiado esse relacionamento antes, eu concordo com a decisão da Hayley. Ela fez isso pensando na Hope e eu confesso que gosto do fato dela colocar nossa filha acima de qualquer coisa.
Quanto a Freya, bom ela fazia os deveres dela com perfeição. Ter essa irmã de volta depois de tanto tempo foi de fato uma agradável surpresa para mim. Freya apoiava a família a qualquer custo e agora também estava começando a dar aulas particulares de magia para Hope. Ela fazia isso muito bem, mas nos últimos meses eu e ela acabamos tendo algumas discussões. As vezes, ela ia sair de noite e só voltava ao amanhecer do dia seguinte. Isso definitivamente não me deixava nenhum pouco satisfeito. Ainda mais porque ela se negava a dizer com que tipo mald/ito ela estava.
E por incrível que pareça, o mais comportado atualmente dos meus irmãos é Kol. Depois da morte de Davina, ele nunca mais foi o mesmo. Ele nem se alimenta mais de sangue fresco, pelo o contrário agora ele só toma aquele sangue que tem nas bolsas de hospital. Santo Kol. Enfim, não posso reclamar dele, ele tem sido realmente gentil com Hope e leva ela para a escola todas as manhãs. Aliás, ficar com Hope nesses últimos meses é um presente e tanto. Minha filha é uma princesa. Ter uma herdeira foi definitivamente a melhor coisa que eu já fiz nesses mil anos que eu vivi.
- PAPAI! - Ouvi Hope gritar, enquanto ela descia as escadas - Ainda tem panquecas? - Sim, minha filha adorava panquecas. Então toda manhã antes de Hope acordar, eu compelia o funcionário da padaria a vir até a minha casa e fazer panquecas para mim. Hayley não sabia disso, é claro. Ela provavelmente ia reclamar por eu estar fazendo todos os gostos de Hope.
- É claro que tem, minha princesa. - Sorri e Hope se jogou nos meus braços, me abraçando forte.
- Bom dia, papai. - Ela me olhou e eu acariciei o rosto dela - Bom dia, tio Kol. - Hope falou, indo até Kol e o abraçando também - Cadê a tia Freya? - Ela perguntou com uma carinha confusa.
- Aposto que seu pai gostaria de saber também, querida. - Kol me olhou, dando uma risada.
- Se não quiser perder a sua cabeça, é melhor ficar calado. - Ameacei, o olhando. Kol se divertia ao notar a preocupação que eu tinha com Rebekah e Freya.
- Klaus! - Hayley me repreendeu. Ela não gostava que eu falasse de uma maneira mais aspera com os meus irmãos na frente de Hope.
- O papai estava só brincando, amor. - Sorri, olhando para Hope que soltou uma risada. Ela parecia se divertir quando eu ameaçava os meus irmãos. De certo, ela devia achar que eu realmente estava só brincando.
- Enfim, é melhor você tomar o seu café da manhã logo, querida. - Hayley soltou um suspiro e colocou as panquecas no prato de Hope.
- Ta bom, mamãe. - Hope acentiu, começando a comer as suas panquecas.
Com quem será que Freya está se metendo? E porque diabos ela ta me escondendo isso? Me lembro que antes dela ficar presa em um caixão por 5 anos, ela trazia os embustes dela aqui no Complexo. Porque será que agora ela não está trazendo? Suspirei e olhei para Hope que agora já estava terminando de comer as suas panquecas.
- Terminou, amor? - Perguntei, sorrindo para a minha filha.
- Terminei, papai. - Ela falou, limpando a boca com o guardanapo.
- Vamos então, sobrinha favorita do tio? - Kol sorriu para Hope, se levantando da mesa.
- Mas eu sou a sua única sobrinha! - Hope o olhou, fazendo um biquinho.
- Não deixa de ser a minha favorita. - Kol piscou e Hope ríu.
- Boa aula, princesa! - Falei e Hope me abraçou.
- Obrigada, papai. - Ela sorriu, se afastando do meu abraço.
- Se comporte, viu? - Hayley pediu, ficando da altura de Hope e mexendo no nariz dela.
- Eu sempre me comporto, mamãe. - Hope a olhou e Hayley revirou os olhos. É, isso nem sempre era verdade.
- Agora vai, se não você vai se atrasar. - Hayley falou e Hope deu um beijo rápido no rosto da mãe, antes de sair saltitando com Kol, porta a fora.
- Ótimo, agora que Hope não está aqui, eu posso ligar para Freya e dizer algumas palavras de baixo escalão por ela não aparecer em casa até agora. - Comentei, bufando.
- Não seja tão ciumento, Klaus. - Hayley ríu, me olhando - Depois de 5 anos no caixão, ela também merece se divertir. - Ela afirmou, dando um sorriso de canto.
- O problema não é ela se divertir, o problema é eu não saber com quem ela está se divertindo! - Reclamei, irritado.
- Não se preocupe com isso. - Hayley pediu, colocando a mão no meu ombro - Freya sabe se cuidar, além disso temos que buscar Hope na escola hoje para ela tomar vacina. - Ela completou e eu passei a mão na testa. Tinha me esquecido disso!
- Você sabe que a Hope morre de medo de agulhas, não é? - Suspirei, a olhando.
Sei disso porque da última vez que eu levei Hope para tomar vacina, ela fez um tremendo escândalo e acabou não tomando vacina nenhuma. Hayley brigou comigo por causa disso por uma semana. Disse que eu deveria ter obrigado a Hope e pronto. Mas como eu iria fazer isso com Hope chorando desesperada no meu colo? Eu posso ser um monstro e ser temido por várias pessoas, mas não quero que a minha filha me veja assim.
- Eu só sei que ela precisa tomar essa vacina, Klaus. - Hayley falou, interrompendo os meus pensamentos - E dessa vez, você pode apostar que ela vai tomar. - Ela afirmou, me olhando, séria.
É, pelo jeito, hoje seria um longo dia!
POV - Hope
Faz seis meses que eu tive o meu papai de volta. Ele é muito lindo e ele é tudo que eu sempre imaginei. Papai fazia quase tudo que eu queria. Ele me levava ao parquinho, me levava para tomar sorvete nos dias de semana e não brigava comigo quando eu fazia algo errado. Até mamãe tinha ficado menos severa, agora que estávamos morando aqui. Tudo bem que ela ainda se estressava comigo algumas vezes, mas era só quando eu fazia algo muito errado. Já Tia Freya também era muito legal. Ela me dava aulas particulares de magia e me ensinava muitas coisas. Eu sei que ela poderia me ensinar muito mais coisas, mas mamãe pediu para ela me ensinar somente o necessário. Ela disse que eu ainda não tinha idade para aprender coisas mais avançadas. E tinha o Tio Kol. Eu adorava o Tio Kol. Ele fazia piadas muito engraçadas e era um dos únicos que não escondia a verdade de mim. As vezes, ele até me ensinava uns feitiços mais avançados sem que mamãe soubesse. É isso! Eu posso pedir ao Tio Kol agora que estamos a sós, se ele pode me ensinar um feitiço curativo, já que Tia Freya não quis me ensinar quando eu pedi. Assim eu posso fazer uma brincadeira com a Tia Freya depois. Vai ser muito divertido!
- Tio Kol... - Chamei, parando de andar.
- O que foi, Hope? - Ele perguntou, me olhando.
- Eu queria te pedir uma coisa. - Falei e dei um sorriso de canto.
- Peça o que você quiser, querida. - Tio Kol me olhou, sorrindo.
- Você pode me ensinar um feitiço curativo? - Pedi e Tio Kol suspirou.
- Você sabe que seus pais não gostam que você aprenda feitiços avançados demais para a sua idade, não sabe? - Ele respirou fundo, ficando sério.
- Eu sei... - Acenti, o olhando - Mas eu queria tanto... - Continuei, fazendo um biquinho.
- Não faz essa carinha, Hope. - Tio Kol me olhou, colocando a mão no meu rosto.
- Eu só queria aprender um pouco mais de magia. - Funguei, aumentando o meu bico. Tio Kol e papai nunca negavam um pedido meu quando eu fazia essa carinha.
- Tudo bem, querida. - Tio Kol falou, se dando por vencido - Mas você jamais, em hipótese alguma, pode contar para a sua mãe. - Ele continuou, suspirando.
- Eu sei disso, Tio Kol. - Afirmei, o olhando - Até porque se mamãe me pegar, ela provavelmente vai bater no meu bumbum. - Completei, fazendo uma careta.
- Eu preferia que ela fizesse isso comigo ao invés de cravar os dentes do meu pescoço. - Tio Kol ríu e eu acompanhei a risada dele. Da última vez que Tio Kol me ensinou um feitiço sem a permissão de mamãe, ela o mordeu e o deixou com veneno dela no corpo dele durante uma hora inteira. Só depois que essa hora passou que mamãe deixou o papai curar o Tio Kol.
- É, mamãe é bem brava, as vezes. - Concordei, ainda rindo - Mas voltando a falar de negócios... - Parei de rir e Tio Kol tentou segurar a risada - Que dia que você vai me ensinar o feitiço curativo? - Perguntei, o olhando.
- Pode ser hoje. - Tio Kol falou e eu abri um sorriso - Não, acho que hoje não dá. - Ele suspirou e o meu sorriso se desfez.
- Porque hoje não pode, Tio Kol? - O olhei, sem entender.
- É que o Nik e a Hayley vão te buscar na escola hoje. - Tio Kol respondeu e eu levantei as sobrancelhas, como se perguntasse para onde eles iam me levar - Não sei para onde eles vão levar você, Hope, sério. - Ele me olhou e eu senti que ele realmente estava falando a verdade.
Tio Kol não era bom em esconder as coisas de mim. Ele que me contou que mamãe meio que já namorou com o Tio Elijah e por causa disso que ele foi viajar. É, seria estranho ver os dois juntos e bom, eu queria que mamãe ficasse com o papai. Eu sinto que papai é tão solitário, as vezes. Acho que mamãe o faria feliz. Felizmente, mamãe e papai não sabem que eu sei disso. Se eles soubessem que o Tio Kol me deixou escapar essas coisas, eu acho que Tio Kol estaria em maus lençóis. E eu não queria isso. De forma alguma.
- Eu acredito, Tio Kol. - Falei, finalmente - Então... Amanhã você pode me ensinar, certo? - Perguntei, sorrindo.
- Certo, querida. - Tio Kol sorriu, me olhando - Amanhã eu te ensino, mas agora vamos nos apressar, antes que a gente realmente chegue atrasado na sua escola. - Ele me olhou e eu acenti - Vamos? - Tio Kol perguntou, me dando a mão.
- Vamos! - Sorri, segurando a mão de Tio Kol e voltando a andar pela as ruas de New Orleans, em direção a minha escola.
A/N: Quando eu falei que postava a nova história em breve, vocês não pensaram que seria tão rápido, não é? Mas como eu vi que vocês ficaram realmente ansiosos pela a nova história, eu resolvi escrever o primeiro capítulo dela ontem a noite e aí está. Espero que gostem do primeiro capítulo!
Já aviso que Hope vai aprontar muito nessa história. O próximo capítulo inclusive vai ser bem engraçado e posso dizer que até fofo com a Hayley e o Klaus levando a Hope para tomar vacina. E a Freya? Com quem será que ela está se envolvendo?
Beijos e até a próxima! xxxxxxxxxxxxx
