Eu demorei a engrenar em Fairy Tail. Ainda não consigo fazer dele um dos meus mangás preferidos - junto com Naruto, Ouran e Inuyasha por exemplo - mas aprendi a gostar, especialmente do humor nonsense.

Também não acabei de ler o mangá... na verdade estou com um buraco entre o capítulo 200 e o os mais recentes depois da passagem de tempo, mais ou menos por aí. Mas acho que isso não interferiu na fic... bem, vocês que irão julgar 'n.n

Essa fic acabou saindo como uma grande trollagem ao Natsu, ele pede por isso, gente! É, talvez ele não seja tão burrinho assim... mas lesado ele é sim, e fim de papo XD

Não é tão NaLu quando deveria ser para os shippers, até porque, confesso, não estou (ainda, vá saber) em nenhum shipper com o Natsu, seja NaLu, NaLi ou qualquer outro. Evitei de citar a Lisanna justamente por isso. Mas resolvi fazer uso da cumplicidade que o Mashima sempre mostra na história, o resto fica por conta da imaginação da Elza da minha fic XD

Então, divirtam-se!

(e sigo prometendo atualizações nas minhas fics pausadas... calma que uma hora chega! ''''n.n)


Disclaimer: Fairy Tail e seus personagens são do Mashima-sensei, aquele louco que fez escola de trollagem com o Kubo.


- Lucy! Ô Lucy! – Natsu gritava por toda a guilda, olhando agitado para todos os lados.

- Para de gritar, ô imbecil, a Lucy não tá aqui. – Gray colocou o dedo no ouvido direito e sacudiu, como quem cura uma surdez temporária.

- E onde ela tá então?

- Em casa. Passei por lá de manhã cedo e ela ainda está se recuperando da última missão, está bem indisposta. – Elza o respondeu enquanto bebia um refresco.

- Ahhhhhhhhhhh, que azar! Eu tinha achado uma missão pra gente fazer juntos! – Natsu chutou o ar visivelmente contrariado.

- Mas só serve ela? Eu estou livre hoje e ando querendo socar uns malvadões por aí! – Gray fez pose de valente.

- Eu não quero um mané nessa missão, eu quero a Lucy! – o matador de dragões bufou.

- QUEM VOCÊ TÁ CHAMANDO DE MANÉ?

- VOCÊ, TEM ALGUM OUTRO MANÉ AQUI? CAI DENTRO!

- Gray-sama, suas roupas... – Juvia, que havia aparecido no instante em que Gray posou de fortão, alertava o mago do gelo pela 8ª vez só naquela manhã.

- VOCÊS DOIS, PAREM JÁ COM A PALHAÇADA! – a aura de Elza fez o refresco borbulhar no copo que ela segurava, o que fez Natsu e Gray irem cada um para um lado instantaneamente – Ei, onde está indo, Natsu?

- Ué, vou na casa da Lucy ver como ela está!

- Mas eu não acabei de dizer que ela está indisposta?

- Então eu vou passar na quitanda e levar umas frutas pra ela, vamos Happy! – e eles saíram animadamente pela porta da guilda.

- O que foi Elza, que cara é essa?

Elza estava pensativa, tamborilando os dedos no balcão do bar da Fairy Tail, olhando para a porta por onde Natsu havia acabado de sair.

- Eu não sei... o Natsu...

- O que tem ele?

- ...Você acha que ele pode estar apaixonado pela Lucy? – ela perguntou direto.

- Quê? – Gray quase caiu do banco com a pergunta – De onde você tirou essa ideia?

- Não... olha, pensa bem... relembre tudo o que ele já fez por ela. Já a salvou várias vezes, já a resgatou de sequestradores, já até trouxe flores pra ela!

- Hein?

- A cerejeira arco-íris, lembra?

- Ah... claro... recebemos uma mega advertência depois dele fazer aquilo...

- Quando a guilda foi atacada, ele não deixou que ela se sentisse culpada! E ele... até já dormiu com ela! – Elza ruborizou instintivamente.

- O QUÊ? – Gray não sabia se estava mais assustado com a revelação ou com a expressão que Elza fez.

- Bem... dormir mesmo, ele já invadiu o apartamento dela várias vezes e caiu no sono na cama dela...

- Ah bom! Mas... é mesmo, agora que você tá falando... – Gray coçou o queixo.

- Está decidido! – Elza bateu o copo de refresco no balcão – Vou tirar a dúvida quando o Natsu voltar!

- E você acha que ele vai te responder assim, na lata?

- Tenho meus métodos, Gray, apenas aguarde... – Elza pediu mais um copo de refresco para Mirajane, enquanto matinha um sorriso quase sonhador no rosto.

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- Pedra, papel, tesoura! Há, ganhei de novo! – Natsu e Happy entraram na guilda felizes, jogando jokempô.

- Natsu! Bem vindo de volta! – Elza os recebeu com um sorriso, abrindo os braços.

"É esse o seu plano, Elza?" – Gray arregalou os olhos.

- Ca-calma Elza, eu e Happy estamos só brincando... – Natsu se encolheu.

- Eu sei disso! – ela sorriu de novo – Mas me conte, como está a Lucy? – ela indicou um lugar na mesa para Natsu sentar.

- Ah, ela parecia bem melhor! Pelo menos foi isso que eu senti quando ela colocou eu e o Happy pra fora usando o espírito do Taurus. – ele riu.

- Mas foi só isso, nenhuma novidade...?

- Bem, eu levei umas frutas pra ela, mas a porta estava trancada, aí entramos pela janela... caímos em cima dela e ela quase vomitou por causa disso... E eu e Happy resolvemos fazer umas frutas flambadas pra ela, pra dar força, sabe... só que eu não dosei o meu fogo direito e queimei toda a cozinha dela e as roupas que estavam no varal... pensando bem acho que foi por isso que ela me expulsou!

- Ahn... desastres realmente são a sua especialidade... – Elza espalmou a mão na testa.

- Ah, mas teve uma hora antes da gente queimar a cozinha que ficamos conversando com a Lucy, e mesmo passando mal ela deu um sorriso! Eu gosto muito de ver a Lucy sorrindo! – Natsu sorriu ao dizer isso.

"Perfeito, a deixa que eu precisava!" – Elza comemorou internamente.

- Ah, é mesmo? E por que você gosta de ver a Lucy sorrindo, Natsu?

- Ah, porque ela fica bonita sorrindo!

- Então quer dizer que você acha a Lucy bonita?

- Sim! M-Mas você também é bonita, Elza-sama... – ele ficou assustado.

- Não, não se preocupe comigo, estamos falando da Lucy agora. – Elza disse calmamente – Mas então, que outras qualidades você vê na Lucy?

- Ah, ela é inteligente, é divertida e uma ótima maga estelar!

- Mas só isso?

- Por quê, tinha que ter mais?

- Não... não é necessário... Mas Natsu, vejamos... você gosta de alguém?

- Sim! De você!

- O quê? – Elza pulou na cadeira.

- É, de você, da Lucy, do Happy, da Mirajane, do velho Makarov, até do idiota do Gray eu gosto!

- EU TÔ OUVINDO, PASPALHO! – Gray gritou do balcão.

- Ahn, sim... sim, Natsu, mas não gostar nesse sentido... é gostar de "outro jeito"...

- Que outro jeito?

- Bem... como explicar... sabe, o jeito que o Happy gosta da Charlie...

- Eu gostar de uma gata? Eu só gosto do Happy! E um pouco do Lily porque ele é legalzinho e...

- Não Natsu, não é isso... – Elza estava começando a ficar impaciente – olha, o jeito que a Juvia gosta do Gray... – ao fundo, podia-se ver a maga escondida atrás de uma pilastra, observando Gray.

- Ei, eu não levo jeito pra stalker não!

- Aaaaaahhhhhhh, Natsu-san chamou Juvia de stalker, Juvia não é stalker! – Juvia começou a chorar e a inundar parte da guilda.

- Calma Juvia, não foi a intenção dele! – Elza controlou a maga e a deixou sob os cuidados de Gray – Natsu, presta atenção... é gostar do jeito que... bem... eu e Jellal nos gostamos, entende? – Elza estava guardando seu próprio exemplo para o final e ficou envergonhada ao dizê-lo.

- ...Ahhhhhhhhhhhhh, entendi! – o matador de dragões arregalou os olhos – Sim, eu tenho alguém assim sim! - ele sorriu.

- E quem é? – Elza mal conseguia conter a excitação.

- O Gajeel!

-... quê? – a maga quase perdeu a fala.

- Ué, você não quer acertar as contas com o Jellal? Então, eu quero acertar as contas com o Gajeel um dia, ele tá me devendo uma luta há tempos! – e Natsu formou um soco de fogo nas mãos enquanto brigava com sua própria sombra.

Elza arrancou um pedaço da mesa sem nem perceber. A única vontade de dela naquele momento era amarrar Natsu numa carroça e deixá-lo morrer de tanto enjoar, e depois esfolá-lo com uma pinça.

"Como... COMO PODE SER TÃO LESADO, TÃO BURRO, MEU DEUS DO CÉU?" – o cérebro de Elza gritava como que procurando uma resposta lógica que não havia.

- Calma Elza, deixa ver se consigo fazer esse idiota entender alguma coisa. – Gray se aproximou da mesa, já novamente sem a camisa – Natsu, vem cá, presta atenção: o que a Elza tá querendo dizer é "gostar" no sentido "homem e mulher" da coisa, sacou? – Gray fazia sinais confusos com as mãos.

- Homem... e mulher? – Natsu colocou os dedos indicadores um em frente ao outro e os mexia como se tentasse entender.

- Se quiser, Juvia mostra o que é ao vivo! – ela se encostou em Gray com olhos sonhadores e apaixonados.

- N-não a-acho que será preciso, Juvia... – Gray, ainda que sem fazer muita força, tentava se desvencilhar da maga da água – Olha Natsu, o que você acha que existe entre a Bisca e o Alzack? – ele apontou o casal ao longe.

- Bem, eles andam muito juntos, é tipo eu a Lucy! – Natsu sorriu.

- Tem certeza que é igual a você e a Lucy? – Gray apontou para Asuka, a pequena filha do casal Connell, que corria ao encontro deles.

- Ah, eu achava que quando um homem e uma mulher ficavam juntos por muito tempo, puf!, aparecia uma criança!

- ...Aparecia?

- É, não é assim que funciona?

- Bom, de certa forma sim, quando um homem e uma mulher ficam juntos, eles vão e...

- GRAY, NÃO PRECISA ENTRAR EM DETALHES! – Elza gritou o interrompendo – Natsu, de onde você acha que vêm as crianças?

- Hum... de ovos como o Happy? – Natsu respondeu com um olhar sincero.

- ...Eu DESISTO, pra mim chega, antes que eu faça uma loucura! – Elza socou a mesa e começou a andar de um lado para o outro. Gray então tomou a palavra:

- Natsu, vou falar em bom português pra você. O que existe entre a Bisca e o Alzack é amor!

- Amor?

- É, amor, é o que faz eles ficarem juntos.

- Hummmmmmm... – Natsu fechou os olhos e cruzou os braços; com um pouco de atenção podia se ouvir o cérebro dele trabalhando.

- ...Vou tentar pela última vez – Elza respirou fundo – Natsu, agora lembre-se se tudo que você fez pela Lucy. O tanto que vocês andam juntos, as várias vezes que você a salvou, todas as vezes que você arriscou sua vida por ela. Isso sem contar quando você foi até longe só para lhe trazer a cerejeira arco-íris... – Elza não pôde evitar um olhar sonhador na última frase.

- Ah! – Natsu de repente arregalou os olhos, parecendo surpreso consigo mesmo – Eu entendi o que quer dizer!

- Sério? Então, qual é o significado da sua relação com a Lucy? – os olhos da maga brilhavam.

- Prejuízo! – ele respondeu como quem acaba de descobrir a roda.

Elza nem teve forças para falar.

- Olha, sempre que eu estou com a Lucy eu me machuco bastante, e ela também... e também ficamos bem encrencados... fora as advertências que a Fairy Tail toma por causa disso, e as multas que eu acabo tendo que pagar! Puxa, só dá prejuízo esse nosso time! – Natsu ria abertamente.

Elza saiu da guilda escoltada por Gray e Juvia, pois tinha se reequipado com a Armadura Fairy sem se dar conta e estava prestes a atacar Natsu.

- O que foi que houve? – o matador de dragões olhava para a saída, de onde havia apenas restos da aura raivosa de Elza, sem entender.

- Acho que a Elza-chan estava cansada, Natsu. – Mirajane respondeu docemente.

- Puxa vida, acabou que eu não entendi direito o que ela queria... – ele foi até o balcão e se sentou num dos banquinhos – Mirajane, afinal... o que é o amor, hein?

- Bem, como posso explicar... ah! Olhe à sua volta Natsu, o que você vê?

- Ahn... a nossa guilda?

- Sim, aí está a sua resposta. – ela sorriu.

- A nossa guilda é o amor? – ele arregalou os olhos.

- Sim! É o amor que mantém a nossa guilda. O amor entre os amigos, – Mirajane apontou para um grupo da Faity Tail que bebia alegremente em uma das mesas – o amor das famílias – ao longe, ela apontou para Macao e Romeo, e Bisca e Alsack com Asuka – e o amor dos casais – numa mesa perto, Levy conversava com um envergonhado Gajeel.

- Ah, é isso? Poxa, agora parece tão simples, não sei porque a Elza complicou tanto! Mas... – Natsu parou por uns segundos – Mirajane... você já sentiu esse tal de amor dos casais?

- Bem, há um bom tempo atrás já me interessei por alguns rapazes, mas hoje em dia eles não fazem mais o meu estilo. – ela sorriu amavelmente – Mas por que a pergunta?

- É que eu queria saber o que se sente quando se tem isso. – ele coçou a cabeça, um pouco sem jeito – Será que é isso que eu sinto quando eu estou com a Lucy? – ele perguntou curioso.

- Ah, eu não sei... o que você sente quando está com ela?

- Eu fico muito feliz!

- E você tem vontade de ficar sempre com ela?

- Sempre... sempre não, mas muitas vezes sim, eu me divirto muito com ela!

- E você a acha bonita, não é?

- Acho sim! Mas... – ele abaixou a voz – não conta pra ela, mas acho que você é mais bonita, Mira! – ele riu.

- Ora, obrigada! – Mirajane deu mais um de seus sorrisos doces.

- Mas então, o que isso quer dizer? – Natsu estava impaciente.

De repente, um burburinho tomou conta da guilda. Lucy estava na porta, andando devagar, mas sorrindo.

- Lucy! – Natsu abandonou o balcão e foi correndo até a maga estelar.

- Eu achei as suas frutas flambadas quando fui limpar a cozinha... incrivelmente elas estavam ótimas, estou me sentindo bem melhor agora. – ela fez um sinal de positivo.

- Que bom, Lucy! Ei gente, a Lucy tá recuperada, vamos comemorar! – Natsu a puxou pelo braço, enquanto a guilda fazia um enorme barulho e uma música começou a tocar.

Limpando o balcão, observando a bagunça de longe, Mirajane sorria:

- Eu também não sei o que isso quer dizer, Natsu, você vai ter que descobrir sozinho...

Mas o que quer que seja, tenho certeza de que é um sentimento muito, muito precioso.


Agradeço desde já as leituras e as reviews! Até a próxima!

Hakeru-chan