Cápítulo 1
*Um ano atrás*
«– Carlisle! A mão dela!
– Ele a mordeu. – A voz de Carlisle não estava mais calma, estava aterrorizada.
Ouvi Edward prender a respiração de horror.
– Edward, você precisa fazer. – Era a voz de Alice, perto de minha cabeça. Dedos frios roçaram a umidade em meus olhos.
– Não! – berrou ele.
– Alice – eu gemi.
– Pode ser a única chance – disse Carlisle.
– O quê? – implorou Edward.
– Veja se pode sugar o veneno! A ferida está bem limpa. – Enquanto Carlisle falava, pude sentir mais pressão na cabeça, algo cutucando e empurrando em meu couro cabeludo. A dor era pior do que a do fogo.
– Isso vai dar certo? – A voz de Alice era tensa.
– Não sei – disse Carlisle – Mas precisamos nos apressar.
– Carlisle, eu… – Edward hesitou. – Não sei se posso fazer isso. – Havia agonia em sua linda voz novamente.
– A decisão é sua, Edward, de uma forma ou de outra. Não posso ajudá-lo. Tenho que deter este sangramento aqui, se vai tirar sangue da mão dela.
Eu me contorci com o aperto da tortura feroz, o movimento fazendo com que a dor em minha perna queimasse de forma nauseante
– Edward! – gritei. Percebi que meus olhos estavam fechados de novo. Eu os abri, desesperada para encontrar seu rosto. E o encontrei. Finalmente, pude ver seu rosto perfeito, olhando para mim, retorcido em uma máscara de indecisão e dor.
– Alice, me dê alguma coisa para imobilizar a perna dela! – Carlisle estava curvado sobre mim, trabalhando em minha cabeça. – Edward, deve fazer agora, ou será tarde demais.
O rosto de Edward estava cansado. Vi seus olhos enquanto a dúvida de repente era substituída por uma determinação ardente. Seu queixo endureceu. Senti seus dedos frios e fortes em minha mão que queimava, colocando-a em posição. Depois sua cabeça se curvou e seus lábios frios pressionaram minha pele.
No início, a dor foi pior. Eu gritei e me debati contra as mãos frias que me seguravam. Ouvi a voz de Alice, tentando me acalmar. Algo pesado mantinha minhas pernas no chão e Carlisle tinha minha cabeça presa em seus braços fortes.
Depois, lentamente, minha agitação se aquietou enquanto minha mão ficava cada vez mais entorpecida. O fogo cedia, concentrado em um ponto cada vez menor.
Senti minha consciência me escapar enquanto a dor abrandava. Eu tinha medo de cair na água negra de novo, medo de perdê-lo na escuridão.
– Edward – tentei dizer, mas não consegui ouvir minha voz. Eles podiam me ouvir.
– Ele está bem aqui, Bella.
– Fique, Edward, fique comigo…
– Eu ficarei. – Sua voz era tensa, mas de certo modo triunfante. Suspirei de satisfação. O fogo passara, as outras dores entorpecidas por uma sonolência que tomava meu corpo.
– Saiu tudo – perguntou Carlisle de algum lugar ao longe.
– O sangue dela está limpo – disse Edward em voz baixa. – Posso sentir a morfina.
– Bella? – Carlisle me chamou.
Tentei responder.
– Hmmm.
– O fogo passou?
– Sim – suspirei. – Obrigada, Edward.
– Eu te amo – respondeu ele.
– Eu sei – sussurrei, absolutamente cansada.
Ouvi o som de que mais gostava no mundo: o riso baixo de Edward, fraco de alívio.
– Bella – perguntou Carlisle novamente. Franzi o cenho; eu queria dormir.
– Quê?
– Onde está sua mãe?
– Na Flórida – suspirei. – Ele me enganou, Edward. Ele viu meus vídeos. – O ultraje em minha voz era lamentavelmente fraco.
Mas isso me fez lembrar.
– Alice. – Tentei abrir os olhos. – Alice, o vídeo… Ele conhecia você, Alice, ele sabia de onde você veio. – Eu quis falar com urgência, mas minha voz era fraca. – Senti cheiro de gasolina – acrescentei surpresa na névoa de meu cérebro.
– Está na hora de levá-la – disse Carlisle.
– Não, eu quero dormir – reclamei.
– Pode dormir, meu amor, eu carrego você – Edward me tranqüilizou. E eu estava em seus braços, aninhada em seu peito – flutuando, toda a dor desaparecida.
– Durma agora, Bella – foram as últimas palavras que ouvi.»
*Agora*
Foram com aquelas palavras que dei o meu último suspiro. Depois disso eu morri. Mas renasci não sabendo como.
Durante quase meia semana eu não me conseguia mexer ou ver. Apenas ouvia o que se passava à minha volta. Ouvi choros, gritos, pedidos de desculpa, de vingança e a maior dor da minha vida...
"Espero que me perdoes por te ter matado. Eu não queria que acabasses assim. Eu só queria me divertir um pouco. Fazer a minha família feliz, mas depois tu te apaixonaste perdidadente por mim... Eu realmente gostava de ti, mas era como uma amiga. Nada mais. Espero que me perdoes por te ter usado e não te amar." Ficou em silêncio algum tempo. "Não... Eu não me desculpo. Eu até me diverti a manipular toda a minha família. Principalmente a ti... uma mera humana incondicional e irrevogavelmente apaixonada por... Mim!"
Ele disse isso quando estava sozinho comigo dentro de um caixão com uma flor entre as mãos. E acabou esse pequeno discurso com um riso.
Foi assim que Bella Swan morreu.
Apesar de o corredor que eu estava a passar estar cheio de alunos, o som predominante era o barulho dos saltos de 15 centímetros das minhas ankle booties pretas. As pessoas calavam-se ou sussurravam na minha passagem, enquanto abriam caminho.
Era normal.
Não era todos os dias que chegava uma nova aluna. Principalmente uma como eu.
De calças justas e um casaco, tudo de couro. Um corpete e as unhas em vermelho-sangue e uma mala com alguns enfeires em preto e, claro, vermelho. Os meus olhos violetas (devido às lentes de contacto azuis) estavam realçados por cores escuras, enquanto que os meus lábios carnudos tinham apenas um brilho labial vermelho.
Eram as minhas cores preferidas. Preto de escuridão e vermelho de sangue.
http:**/www.**polyvore** cgi/set**?id=356582**48&.lo**cale=pt**-br (roupa de bella retirar ** )
No meu braço direito tinha alguns livros, enquanto no esquerdo tinha o capacete (desnecessário) do carro de rally que estava estacionado á frente da escola.
Eu mascava um chiclete de pessego.
Rapidamente cheguei ao meu cacife. Equilibrei as coisas um braço e com a mão livre abri o armário. Quando já tinha tudo guardado.
"Precisas de ajuda?" perguntou um rapaz loiro de olhos azuis e alto. Lembrei-me de Mike. Era parecido com ele.
"Eu agradeceria imenso!" Respondi com uma expressão facial inocente.
Ele sorriu de orelha a orelha. Humanos! Eles só são bons para comer. Mas de resto...
"Então és a aluna nova." Dizia ele enquanto caminhavamos pelos corredores. "Como está a correr o primeiro dia?"
"Apesar do meu atraso na primeira aula e ter entrado na sala de fato e capacete de rally... Até está a correr bem!"
"Desculpa por não me ter apresentado. Sou o Jason Smith."
Nós já estavamos na porta do refeitorio.
"Isabella." Eu disse apenas.
Mesmo sendo uma vampira eu continuava a detestar os primeiros dias de aulas.
É claro que já não me importava de ser o centro das atenções. Já não corava feita uma deficiente mental!
Olhares, sussurros, piscaderas, suspiros. Isso foi o que os humanos faziam devido á minha chegada nesta escola do Alasca quase no final do ano.
Jason a pedido dele, sentei-me na sua mesa. Os seus amigos, Maria, a Ana e o Sam, também lá estavam. Eles faziam-me lembrar, respectivamente a Angela, Jéssica e o Ben. Na maneia de parecer.
Eu já estava com a minha bandeja do almoço nas mãos. Vegetais. Para os humanos eu era vegetariana, mas sinseramente, eu preferia um homem de vinte anos saudável e bonito para comê-lo. De modo figurado e literal.
Quando ía-me sentar-se à mesa, sinti seis cheiros de vampiros. Olhei para entrada do refeitório e vi. Os Cullens e a Denali. Eu sorri para eles.
Alice retribui-me o sorriso e veio a correr na velocidade humana para me abraçar. E a gritar.
"Bellinha!" E abraçou-me com força.
Eu retribui o abraço.
"Estou tão contente por te ver! Que saudades!" dizia ela a saltitar. "Como? Quando? Onde?"
"No final das aulas eu falo com vocês." Eu disse a sorrir.
Ela saiu a sorrir e a saltar, feliz.
Eu sentei-me na mesa. Todos olhavam para mim.
"Conheces os Cullens?" Perguntou Ana.
"Sim. Foi a minha irmã gêmea que os apresentou." Eu já tinha toda a história preparada.
Eles ficaram a olhar para mim para eu continuar.
"Bella namorou com Edward. Eu os conheci antes de ela morrer no ano passado. Nós fomos adotadas quando crianças. Tinhamos o mesmo nome próprio. Isabella. Mas ela, foi adotada pelos Swan, uma familia em Forks. E eu por uma família em Itália." Eu olhei para a mesa dos vampiros e sorri, deixando eles verem um brilho dos meus olhos -me novamente para os humanos. "Eu sou Isabella Volturi."
