Famílias

By: Faniicat

Parte I: Household

__________________________________________________________________

Black – Os Puro Sangue.

__________________________________________________________________

Eu sei, e eu tive esse conhecimento incrustado na mente por toda a minha vida, que eu não sou como o restante dos Black. Exceto por minha constante rebeldia quanto à regras e a óbvia capacidade de contar mentiras incomensuráveis para toda e qualquer garota que me interessasse sem me sentir nem um pouco culpado, eu sempre fui... Bom. Ou ao menos o melhor que se podia ser, saído daquela família de conceitos absurdos de culto à supremacia das linhagens puro-sangue e preconceitos com os chamados "sangues-ruins" e "blood traitors". Eu era diferente.

Foi por isso que no meio da minha adolescência eu fugi da mui nobre casa dos Black e pedi refúgio na mansão dos Potter. Porque eu não podia agüentar assistir minha família virar as costas a tudo que é certo, vê-los ficando mais cegos e obcecados com idéias descomunais, como a reivindicação da limpeza do sangue bruxo de tudo que era considerado 'inferior'. Eu não podia agüentar pertencer à gente que daria apoio incondicional a lunáticos como Voldemort.

Minha relação com os Black nunca havia sido das melhores, de qualquer forma, os conflitos sempre pareceram inevitáveis enquanto parecíamos estar de lados opostos do tabuleiro durante uma guerra. Eles nunca foram a minha família. E eu sempre me senti perdido no mundo, apenas Sirius, Sirius Nada. Pelo menos até os Potter. A família mais gentil que eu já conheci e que me adotaram, me fazendo crer por anos a fio que eu podia me considerar um Potter. Que, por ser diferente de Narcissa e Bellatrix, que não conseguiram escapar a ter os pensamentos dominados pela podridão das idéias daquela Casa, por poder pensar por mim mesmo, eu podia ser considerado algo mais. Melhor.

Entretanto o tempo veio a mostrar que ser um Black era mais do que um sobrenome. E eu não era capaz de escapar disto. Porque eu não pensei, aos dezesseis, enquanto jogava tudo que era meu no malão, tentando me impedir de uivar de ódio daquela corja enquanto ia embora, que aquela decisão não afetaria só a mim. Na minha pressa de me livrar de uma vez por todas – ou assim pensei – de tudo que me ligava à todo aquele universo que eu considerava nojento, eu não considerei que talvez eu fosse o único feixe de luz, um fiapo remoto de esperança, no futuro do meu irmão mais novo. Eu não considerei, em minha ânsia de liberdade, eu esqueci meu próprio irmão. E isso é um comportamento tão tipicamente Black que chega a me dar ânsias de vômito.

E eu nem ao menos me dei conta disso. Eu apenas parti, deixando para trás tudo que eu preferia esquecer, aceitando de bom grado a gentileza daquilo que até hoje me pareceu como a mão estendida de uma oportunidade de felicidade, a família do meu melhor amigo me aceitando, da maneira que fosse, e me abrindo uma nova perspectiva de mundo. De carinho. De Lar. E eu aprendi a crescer, a ser mais homem, mais humano. Nunca fui um agregado, eu era parte daquilo, e me sentia muito bem. Eu devia ter compreendido que isso era graças ao enorme coração daquela gente e não merecimento meu, puro e simplesmente. Embora me deixassem ser membro daquilo tudo, me ensinando a consideração que podia existir quando havia um real laço familiar, eu não era um Potter. Eu era um Black.

Ainda assim, o melhor que há em mim hoje, eu devo a eles. Porém agora a guerra explodiu e há ataques por todo lado, Death Eaters saindo de cada esquina, famílias e mais famílias sendo assassinadas, inclusive aquela que me deu abrigo.

O primeiro ataque que eu sofri não foi físico; foi emocional. Regulus Black era um Death Eater. Meu irmão havia se tornado um seguidor daquele que eu daria a vida para matar. Como se nos completássemos, eu daria a vida pela Dele, e Regulus daria a vida por Ele.

A notícia me bombardeou como se um peso de várias toneladas se apoiasse em meus ombros de repente, e não importava o que James, Remus ou Lílian dissessem, eu sabia que a responsabilidade era minha. E eu nunca me senti um Black mais completo em toda a minha vida.

Eu não podia me considerar melhor, eu simplesmente era. E as inúmeras possibilidades de se eu tivesse agido diferente, se eu conhecesse aquela consideração que os Potter me ensinaram, se eu realmente fosse melhor, bom o suficiente para conseguir ignorar meu egoísmo apenas um pouco, apenas o suficiente para tentar tirar meu irmão das mãos daquela Casa agourenta, talvez as coisas nunca tivessem chegado àqueles extremos.

Isso fazia parte, isso era o sangue negro que corria nas minhas veias.

Mas eu entendi que não adiantaria remoer o passado. Eu era Sirius Black e nada nunca mudaria isto, mas eu não era apenas isto. Eu era um membro da Ordem da Fênix, eu era um homem com honra, o filho adotivo dos Potter, eu era Padfoot e um Maroto para sempre. E se eu não pude salvar meu irmão daquele infeliz do Voldemort, aquilo era apenas mais um motivo, mais um reforço para que eu levantasse a cabeça e fosse à luta.

Para vingar meu irmão, para vingar a morte família que me abrigou, para garantir um mudo melhor para o meu afilhado e todos como ele que ainda estavam para nascer e, principalmente, para vingar a mim mesmo. Tentando, mesmo que inutilmente, erradicar toda a escuridão que podia haver em um Black.

"We only said good bye with words
I died a hundred times
You go back to her
And I go back to Black
."

__________________________________________________________________

N/A: Bom, para começo de conversa, Olá pingüins!

Eu nunca tinha escrito nada de Harry Potter (Tudo bem, tenho um projeto, mas nada efetivamente publicado), então para começo de conversa eu estou totalmente aberta à críticas, chamadas de atenção e qualquer outra coisa que considerem que eu preciso levar.

A verdade é que até bem pouco tempo atrás eu não era exatamente uma fã de HP, eu não tinha gostado muito do primeiro livro e não tinha dado importância a série dês de então, vendo apenas os filmes por diversão quando saíam no cinema. Acontece que, tendo algumas amigas fanáticas pelo assunto, resolvi dar uma segunda chance e comprei o quarto livro – tendo em vista aquela teoria de que a J.K. evoluiu os livros de acordo com a idade dos personagens -, e não deu outra: Eu acabei completamente viciada.

Entretanto, apesar de gostar muito, muito mesmo, de toda a história do Harry e companhia eu desenvolvi um amor muito maior pela Era Marota. O James é meu sonho de consumo idealizado, o Siriu é o personagem mais... Foda mesmo! E a Lily é uma graça ( Tenho bastante experiência com ruivas de temperamento insuportável, partindo da premissa de que eu mesma sou uma. ).

E eu sempre achei a temática das famílias muito interessantes. Por isso eu resolvi que, para começar a entrar – bom, como escritora né, porque como leitora, já tem uma semana, apesar de pouco, o suficiente para eu devorar uma boa parte dos J/L que eu encontrei por aí. – no mundo das fics do livro, seria bom algo mais fácil do que uma longfic complicada e cheia de detalhes. Eu resolvi começar com uma série pequena de três drabbles sobre as minahs três famílias favoritas, a começar pela mais complicada: Os Black.

A verdade é que eu tenho uma admiração gigantesca pelo Six, e fico imaginando como deveria ser para ele fazer parte dos Black, principalmente tendo fugido e deixado o irmão para trás e etc etc.

Não sei se a fic ficou boa, mas espero que tenha ficado ao menos aceitável. Agradeceria muito reviews, sejam críticas ou não e ainda pretendo escrever mais duas partes: Os Evans e os Potter.

Mil beijos, Pingüins, Faniicat.