DISCLAIMER: Harry Potter não é meu, assim como seus pais e todos os outros personagens. Eles são da tia Jo.

N/A: Há quanto tempo eu queria postar essa história! É minúscula, mas eu queria me livrar dela. E também saber o que o povo acha. E... Luna é Lua em latim… certo?

Reviews, tá? Eu as espero ansiosamente! o.o


A Lua que eu te dei
'Eu posso te dar tudo.'

'Mentira.'

'Tá, talvez não tudo, mas muita coisa eu posso dar. É só você me pedir, que eu faço o possível pra conseguir.'

'E se não conseguir, posso te devolver pra loja?'

'Não acho que você vá querer.'

'Certo. Então vou aproveitar e te pedir uma coisa agora.'

'Agora? Já?'

'Achei que você fosse vinte e quatro horas.'

'E sou! Pode falar.'

'Eu quero a lua.'

'A lua.'

'Sim, a lua.'

'Não pode ser uma coisa mais perto, Lily?'

'Faça o possível pra conseguir.'

'Será que dá pra conjurar com o accio…?'

'Você quer esmagar a Terra, é isso?'

'Mas foi você quem pediu!'

'É, mas ache um jeito de me dar a lua sem ter que causar uma catástrofe espacial, Jamie.'

'E se eu diminuir o tamanho da lua e conjurá-la pra cá?'

'Aí você vai mexer com o ciclo das marés e vai acabar com a vida no planeta. Isso inclui a mim. Sem falar no efeito de rotação da Terra e do equilíbrio dos corpos celestes, que eu não sei se vão ser afetados, mas é melhor não arriscar, não acha?'

'É, faz sentido. Então…'

'Temos muito tempo, podemos ficar aqui a noite toda.'

'Tem certeza? Tive a impressão que seu pai fica olhando a gente pela janela lá do segundo andar. Ainda não esqueci a ameaça dele.'

'Você tem medo do papai?'

'Receio, Lily. Há uma diferença entre receio e medo. Medo é saber que seu pai vai enfiar minha varinha no meu—'

'—Tá, entendi—'

'—se eu não for embora às dez em ponto, e não querer fazer nada pra encorajá-lo a isso. Receio é temer que ele possa fazer isso, e não querer fazer nada para encorajá-lo.'

'Não vejo uma diferença muito clara.'

'Como não? É questão de tempo verbal—'

'A lua, James Potter, não pense que eu esqueci.'

'Ah, é verdade. Vejamos…'

'Pra que a varinha? Já disse que não adianta conjurar a lua.'

'Não é pra isso.'

Um meneio discreto (eles estavam numa vizinhança trouxa, afinal) com a varinha depois, apareceu na frente de James uma caixinha de madeira com detalhes em prata. Entregou a caixinha a Lily para que ela a segurasse, sacudiu a varinha uma segunda vez e da ponta dela saiu um suave vapor branco-perolado.

'Que é isso…?' sussurrou Lily, piscando várias vezes. James apenas sorriu para ela e começou a girar a varinha.

O vapor passou, aos poucos, a formar uma esfera, e logo o que estava na frente deles era muito parecido com uma bola de cristal. O rapaz deixou a esfera se estabilizar por um instante, e depois murmurou 'luna'. A esfera ficou metade escura.

'Lua minguante,' disse Lily, encantada, vendo que a luazinha de James estava na mesma fase da lua verdadeira, lá no alto. Virou-se para o namorado, com um sorrisinho. 'Era brincadeira, sabe? Eu não esperava mesmo que você me desse a lua de presente.'

'Era um teste, então?' disse ele, os olhos cintilando.

'Claro que era.'

'E eu passei?'

'Digamos que você merece um 'excede expectativas',' disse ela, fechando a caixa com cuidado.

'Ora, fui melhor do que eu pensava.'

'Melhor do que eu pensava, também.'

'Mereço um prêmio?'

'O que tem em mente?'

'Nem te conto.'

'Vamos parar com a sem-vergonhice aí embaixo, vocês dois!' gritou a voz retumbante do Sr. Evans, acompanhada da cara redonda, do bigode ruivo e do braço que mais parecia um tronco de árvore, tudo isso vindo da janela. O braço-árvore fazia gestos ameaçadores. James deu um pulo no banquinho do jardim.

'N-não sei do que está falando, Sr. Douglas!' gritou ele, de volta, ajeitando os óculos que haviam saído do lugar com o susto. 'Estávamos tendo uma conversa inocente—'

'Não foi inocência o que eu vi daqui!'

'—Garanto que não precisa se preocupar com a Lily, eu estou com ela!'

'É isso que me preocupa, moleque!'

'Está tudo bem, papai,' disse Lily, morrendo de rir, acenando para ele. 'Que horas são? Quase dez horas! O James só estava se despedindo de mim, não é, Jamie?'

'Hã, claro, era isso mesmo.'

O Sr. Evans lançou-lhe um olhar desconfiado.

'Então vá de uma vez, rapaz, o que está esperando?'

'Ah! Sim, já estou indo. Até outro dia, Sr. Douglas!'

'Sr. Evans pra você, menino.'

'Sim! Sr. Evans! Claro.'

'Tchau, Jamie,' disse Lily, achando a coisa toda muito engraçada.

'Tchau,' disse ele, curvando-se para dar-lhe um beijo de despedida, mas o Sr. Evans pigarreou de forma alarmante e o pobre rapaz desistiu. 'Te vejo amanhã?' sussurrou ele, conformado.

'Claro,' ela sorriu, segurando a caixinha com sua pseudo-lua contra o peito. 'Até amanhã. Te amo.'

'Eu também me amo.'

'James! Não é isso que você tem que responder.'

'Eu sei… também te amo.'

'Vai logo, rapaz! Passa fora!'

'Sim, Sr. Evans, boa noite!'

'Já vai tarde!'

'Papai!'

'Que foi? Está tarde, não é?'

'É, já passou da hora do senhor parar com isso…'

'Ora! Tenho que proteger a honra da minha filha—'

'Boa noite, papai.'