O Lado Escuro do Amor
Disclaimer: Esta obra é totalmente ficcional, sem fins lucrativos. Os direitos da obra Supernatural são todos de Eric Kripke. Se Jared Padalecki e Jensen Ackles são ou não amantes, namorados, gays, bissexuais ou heterossexuais, não é a questão aqui, pois se trata de um texto ficcional sem fins lucrativos.
Gêneros: Lemon, Universo Alternativo, Romance, Drama.
Avisos: Nudez, Homossexualidade, Linguagem Imprópria, Sexo.
Sinopse: Jensen não consegue controlar seu ciúme quando se envolve com Padalecki. E o que começou como um inofensivo sentimento de posse acaba se tornando uma perigosa doença.
Dedicatória: Essa fic é presente de aniversário para a minha linda Ana Ackles. Você foi minha primeira leitora (e continua até hoje acompanhando e surtando com minhas loucuras XD) que se tornou uma amiga especial. Espero que curta seu presente antecipado amore! Te adoro!
Gostaria de deixar claro que essa história será toda narrada pelo Jensen, mas claro que terá vários JARED's POV. Espero que curtam.
Capítulo Um
Meu nome é Jensen Ackles, tenho 34 anos e sou um bem sucedido empresário na área da construção naval. Me considero um homem bonito. Sou loiro, com 1,85 de altura, corpo malhado, meus olhos são verdes, minha pele é branca com sardas. Já ouvi muito que elas são a perdição de qualquer um. Mas eu sei que o que mais chama atenção em mim é a minha boca. Ela é carnuda e extremamente sexy. Sim, não sou nem um pouco modesto em relação a minha bela aparência e tenho plena consciência dela.
Além disso, sou inteligente, rico, troco de carro sempre que tenho vontade, viajo duas vezes por ano e moro numa casa confortável em uma área nobre de Vancouver, Canadá.
Sempre achei que eu era feliz, que minha vida estava completa, e que nada nem ninguém abalaria meu mundo perfeito, mas eu estava enganado.
Eu sempre consegui tudo o que eu quis na vida. Realizei meus sonhos, conheci muitos lugares ao redor do mundo e aprendi a ganhar dinheiro. Tive todos os homens e até mulheres que desejei na minha cama. Ninguém nunca resistiu ao meu charme. Até que ele apareceu na minha vida, roubando minha paz e minha sanidade.
Seu nome é Jared Padalecki. Ele é moreno, com um belo par de olhos azuis esverdeados. Ele é um pouco mais alto do que eu, talvez uns oito ou dez centímetros e seu corpo é estupidamente lindo.
Nós nos conhecemos por acaso, em uma noite em que eu saí para jantar com um amigo. Amigo com benefícios é claro. Nossa relação é bem simples. Eu o convido para jantar, sempre em restaurantes caros, lógico, em seguida o levo ao meu apartamento, onde degustamos um excelente vinho da minha adega e depois nós vamos para cama.
Estarei mentindo se disser que ele não me satisfaz sexualmente. Misha sempre faz de tudo para me agradar. Eu sei que ele gosta de mim e que no fundo, tem esperança que um dia eu me apaixone por ele. Isso me irrita um pouco, mas voltemos a noite em que conheci Padalecki.
Levei Misha ao restaurante que mais aprecio em Vancouver, e assim que nos sentamos a mesa, percebi que o pianista que sempre tocava não estava lá. Quem o substituía era um irresistível moreno com longos e perfeitos dedos, que pareciam acariciar as teclas. Seu cabelo, que chegava quase aos ombros, estava um pouco caído sobre seu rosto, enquanto ele se concentrava nas notas.
- Você o conhece? – Misha perguntou reparando que eu não tirava os olhos dele.
- Quem? – Eu disfarcei.
- O pianista.
- Não. "Ainda não." Pensei sorrindo fracamente. Não tinha a menor dúvida de que o conheceria em breve.
Em determinada hora, Misha se levantou dizendo que ia ao banheiro e imediatamente chamei o Maitre, a fim de saber mais sobre o homem que tocava belíssimas melodias.
Consegui saber somente seu nome. Jared. Jared Padalecki.
Não quis ser deselegante com meu acompanhante e abordar o moreno nesse dia, afinal de contas não sou um canalha. Deixei o restaurante sabendo que voltaria logo, e de fato voltei. No dia seguinte e é claro, fui sozinho.
Sentei-me em uma mesa mais próxima ao piano, sem conseguir desviar meus olhos dele. Em certo momento, e por poucos segundos, nossos olhares se encontraram. Meu coração pulou imediatamente, e uma sensação esquisita tomou conta de meu estomago. Tentei ignorar esse fato.
O tempo parecia se arrastar e quando percebi que ele faria um pequeno intervalo, pedi para que alguém lhe desse um recado. Estremeci levemente quando ele se virou, me encarando enquanto o garçom falava com ele e minha boca secou completamente quando ele se aproximou e sorriu, sem desgrudar os olhos dos meus.
- Agradeço seu convite senhor, mas não costumo beber enquanto estou trabalhando. – Ele respondeu ao convite para se juntar a mim e tomar uma taça de vinho.
Sua voz era grossa, mas suave. E seu sorriso... Quando ele sorria, duas covinhas se formavam em seu rosto o deixando mais lindo ainda. E olha que pela minha cama, já haviam passado rostos mais do que belos.
- Mas de qualquer maneira eu agradeço. – Ele repetiu e eu me dei conta que o estava encarando por tempo demais.
- Oh, sim... tudo bem Jared. – Eu disse seu primeiro nome sem querer e ele sorriu novamente. Eu senti que estava suando. Eu estava suando? Eu nunca suo.
Ele fez um movimento com a cabeça e se afastou.
"Que merda!" Pensei com raiva. Onde foi parar meu autocontrole inabalável?
E foi aí, nesse exato minuto, que eu descobri que estava fodido. Totalmente fodido. Precisava tê-lo, e resolvi que o conquistaria a qualquer preço.
No dia seguinte, cheguei ao escritório pontualmente, como de costume, e assim que entrei em minha sala, vi em cima da minha mesa, um copo de café duplo. Agradeci mentalmente por ter uma secretária eficiente.
Sentei em minha confortável cadeira e bebi o café devagar, o saboreando e admirando a vista de minha imensa janela. Vancouver é realmente linda no verão.
Imediatamente a palavra linda me fez pensar em Jared de novo. Como se eu não tivesse pensado nele o tempo todo desde a noite anterior.
- Sr. Ackles? – Alona interrompeu meus pensamentos. Provavelmente querendo me passar a agenda do dia.
- Sim Srta. Tal? – Virei minha cadeira em direção a ela.
- Bom dia Sr. Ackles. – Ela disse sem me encarar. – A reunião com os japoneses começa em meia hora, às duas da tarde, o senhor se juntará aos acionistas no 34º andar e o Sr. Collins ligou duas vezes.
- Ele disse o que queria? – Perguntei sem muito interesse.
- Ele disse que estava preocupado, pois não estava conseguindo falar com o senhor no celular.
Ele não estava conseguindo porque eu não estava atendendo. Simples.
- Ok, preciso que me faça um favor. – Eu rabisquei algo em um papel e estendi para ela. – Ligue para esse restaurante e tente descobrir como entrar em contato com o novo pianista. Seu nome é Jared Padalecki. Diga que vai oferecer um jantar e gostaria de contratá-lo para tocar.
- E quando será o jantar? – Ela perguntou após fazer suas anotações.
- Próximo sábado. – Respondi. – É só Alona.
Ela saiu da sala e eu suspirei pesadamente, tentando não pensar no plano que tinha para ficar a sós e conhecer melhor Jared. Precisava me concentrar para fazer a coisa que eu fazia como ninguém. Ganhar dinheiro.
Após o almoço, eu já estava impaciente com a demora de Alona, mas não queria demonstrar ansiedade. Eu nunca fico ansioso assim. Nunca.
- Sr. Ackles? – Ela abre a porta após bater. Ela sabe que tem livre acesso, pois quando eu não quero ser incomodado eu lhe aviso.
- Sim Srta. Alona? – Minha vontade é de gritar, perguntando se ela conseguiu algo, mas me controlo.
- Entrei em contato com o Sr. Padalecki. – Ela começou tranquilamente. – Infelizmente ele toca no restaurante nesse sábado, mas disse que está de folga na sexta. Acho que ele se interessou pelo trabalho extra.
- Excelente! – Não consegui disfarçar meu sorriso.
- Disse que ligaria mais tarde para passar os detalhes caso o senhor pudesse alterar a data. E ele cobra $75 a hora. - Não tinha problema nenhum em mudar o dia do jantar. Muito pelo contrário.
- Ótimo! Ligue de volta e diga para ele estar em meu endereço, às sete horas dessa sexta feira. E que seja pontual.
- Tudo bem... – Ela anotou e se retirou.
Relaxei o corpo na cadeira, e fechei os olhos imaginando Jared tocando meu piano de cauda só pra mim. Sorri excitado sentindo meu membro endurecer. "Droga!" Pensei assustado. "Não posso ficar excitado no trabalho."
Peguei o telefone e liguei para Misha, antes que ele acionasse a polícia e me pego rezando para que sexta feira chegue logo.
J²
Olhei pela décima vez no relógio. Preciso me acalmar. Não quero que Jared perceba meu nervosismo. Eu estou pagando por seus serviços, eu estou no comando. Sorrio e me tranquilizo com esse pensamento.
Estou me servindo com uma dose de uísque, quando Jared é anunciado.
Eu o vejo caminhar lentamente sala adentro, olhando ao seu redor. Ele está magnífico, com uma calça social cinza e uma blusa preta. As mangas estão dobradas e ela está solta para fora da calça. Seus cabelos ainda estão um pouco molhados e meio bagunçados. Está lindo. Ele carrega uma pasta e quando me vê, sorri. Simplesmente perfeito.
- Sr. Ackles? – Ele pergunta e percebo frustrado que ele está na dúvida de onde me conhece.
- Sim, Sr. Padalecki. Muito prazer. – Eu estendo minha mão e quando toco a sua, um choque percorre todo o meu corpo. Me pergunto se ele também sentiu.
- A que horas começa o jantar?
Fico tentado a responder "Na hora que você quiser, querido...", mas me controlo.
- Às oito horas. – Ele balança a cabeça e sorri novamente. Sinto vontade de lhe oferecer um drink, mas lembro que ele não bebe enquanto trabalha. Talvez depois do jantar. – Venha ver o piano.
Ele se aproxima de mim e posso sentir seu perfume. É inebriante.
- Aqui está ele! – Eu digo assim que entramos na sala de música.
- Uau! UmSteinway Grand Model D… Nossa! – Seus olhos brilham e sua alegria é quase infantil. – Posso? – Ele pergunta apontando para o banco que está a frente do piano.
- Claro! – Eu respondo e me aproximo.
Ele apoia a pasta em seu colo, e tira algumas partituras, as apoiando no suporte. Seus dedos tocam gentilmente as teclas e logo a música preenche o ambiente.
-The Sacrifice? – Eu pergunto e ele sorri. Nossa, ele é muito bom.
- O senhor gostaria que eu tocasse algo específico essa noite? Quer escolher o repertório? – Ele para de tocar e se vira para mim.
- Na verdade eu gostaria que você escolhesse.
- Tudo bem... – Ele se volta para o piano.
- Gostaria de beber algo antes de começar? Um uísque ou... – Eu não me controlo e pergunto.
- Água, por favor. – Ele me olha e sorri.
Eu faço um movimento com a cabeça para a empregada que está esperando e volto a olhá-lo.
– A que horas os convidados irão chegar? – Ele começa a folhear mais partituras. – Posso começar com algo como...
- Na verdade eles já estão aqui. – Eu o interrompo e sorrio de canto.
- Eles estão em outra sala? Conseguirão me ouvir? – Ele pergunta num tom preocupado.
- Na verdade Jared, você é o único convidado desse jantar. – Eu digo e sinto medo em minha voz. Definitivamente não estou me reconhecendo.
- Como?
- Eu não sei se você se lembra de mim, mas eu lhe convidei para sentar comigo no restaurante em que você trabalha na quarta feira... – Fiz uma pausa rápida para estudar seu rosto. – Você disse que não bebia quando estava trabalhando, então resolvi te contratar para que tocasse para mim e depois gostaria que jantasse comigo.
- Eu me lembro do senhor agora... - Jared estava sério.
- Por favor, não me chame de senhor, provavelmente temos a mesma idade. – Eu digo sorridente e me dirijo a outra sala, preciso de mais uma dose.
- Senhor Ackles, não estou entendendo o que está acontecendo aqui. – Ele me segue. - A sua secretária me contratou para tocar em um jantar!
- Sim Jared. Você irá tocar e o jantar será servido. – Explico. – A única diferença é que você é o meu convidado.
Ele balança a cabeça sorrindo fracamente. Observo ele entrar na sala de música e pegar suas partituras, as colocando de volta dentro da pasta.
- O que está fazendo? – Eu pergunto. Minha voz saiu mais alta do que eu gostaria.
- Estou indo embora, conheço o seu tipo e a resposta é não. – Ele disse e pude sentir raiva em sua voz.
- Não pode ir embora e como assim conhece o meu tipo? – Pergunto indignado.
- Senhor Ackles, eu vivo disso, eu sobrevivo da música, não sei se o senhor percebeu isso... – Ele começou a andar em direção a porta de entrada.
- E você acha que eu te chamei, ou melhor dizendo, te contratei para o que, senão tocar?
Ele parou e se virou, com o sorriso irônico mais lindo que eu já vi.
- E depois que eu tocar? – Ele começou. – Depois que jantarmos? O que vai ser? Vai me convidar para conhecer seu quarto?
- Olha Jared, você me interpretou mal, eu quero sim jantar com você, mas... – Eu estava me explicando?
- Boa noite senhor Ackles! – Ele começou a andar novamente.
- Deixa pelo menos eu lhe pagar Jared! – Minha voz sai desesperada. "Merda!"
Ele parou bem próximo a porta e me olhou friamente.
- Se queria me convidar para jantar não precisava armar esse circo, nem me enganar. – Eu engulo seco com seu tom. – Não sei se eu iria aceitar, mas quem sabe? – Suas palavras me atingem como uma flecha.
Ele abre a porta e vai embora.
Eu fico um tempo parado no meio da minha sala, tentando entender o que houve.
"Se queria me convidar para sair não precisava armar esse circo, nem me enganar. Não sei se eu iria aceitar, mas quem sabe?"
Encho novamente meu copo, e me sento no sofá, tentando entender em que ponto eu comecei a perder o controle da situação.
J²
Acordo com o toque insistente do meu celular e demoro um pouco a lembrar que é sábado.
Busco o aparelho em cima da mesinha e atendo sem ver quem é, me arrependendo no segundo seguinte ao escutar a voz de Misha.
- Bom dia! – Ele está com um bom humor insuportavelmente irritante e tento me lembrar se marcamos algo.
- Porque diabos está me ligando a essa hora no sábado Misha?
- São onze horas da manhã Jensen! Estava dormindo?
Eu não respondo e me ajeito na cama. Sinto uma pontada na minha cabeça, me fazendo lembrar as doses extras de uísque que bebi depois que Jared foi embora.
- Está de ressaca? – Eu me pergunto quando foi que dei permissão para ele se intrometer na minha vida. Preciso dar um basta nisso, mas não agora. Não enquanto minha cabeça estiver doendo.
- Preciso desligar. – Digo secamente e desligo o aparelho.
Me levanto e entro no banheiro, as lembranças da noite da anterior martelando em minha mente.
"E depois que eu tocar? Depois que jantarmos? O que vai ser? Vai me convidar para conhecer seu quarto?"
- Você não iria se arrepender... – Eu digo baixinho. Minha frustração crescendo dentro de mim.
Ligo o chuveiro e deixo a água morna descer pelas minhas costas, me relaxando, enquanto penso em uma maneira de me reaproximar dele. "Droga! Porque simplesmente não esqueço esse cara?"
Saio do banho e ele e seu maldito sorriso ainda estão lá. Me atormentando e me tirando de meu eixo. Preciso resolver logo essa situação.
Passei o dia ansioso e incomodado. Não estou acostumado a esses sentimentos então fiquei extremamente mau humorado, o que fez com que eu ficasse com raiva. Já é noite quando percebo o motivo de tudo isso. No fundo acho que já sabia, mas não queria aceitar.
Não estou acostumado a receber não como resposta. Eu sempre consigo o que eu quero. Sempre!
"Estou indo embora, conheço o seu tipo e a resposta é não."
Ando até meu quarto e escolho uma roupa a colocando em cima da cama. Calça jeans, uma blusa preta gola V e paletó cinza. Sei que ficarei irresistível e essa é a intenção. Tomo um banho e me visto, percebendo que quando saio de casa meu humor já mudou completamente.
Após dispensar o segurança, entro em meu carro e sigo até o restaurante, sabendo que Jared estará lá. Escolho um cd calmo para tocar, pois sinto minhas mãos começando a suar. Nossa como eu odeio isso!
Respiro fundo e cantarolo, mas à medida que estou me aproximando do local onde ele trabalha, sinto meu nervosismo crescer e é difícil acreditar nisso, mas eu estou tremendo! Eu não sinto isso desde que... Eu nunca senti isso! Sorrio nervosamente. O que esse cara tem afinal?
Entro no restaurante, meus olhos o buscando com urgência. Quando o encontro minha respiração falha. O desgraçado está mais bonito do que na noite anterior.
Escolho uma mesa afastada do piano e peço uma bebida. Não tenho fome. Meus olhos acompanham todos os movimentos dele.
Algumas horas mais tarde, ele finalmente se levanta. Sinto meu corpo rígido quando percebo que ele vem na minha direção e quando me vê, arregala os olhos. Tenta passar direto por mim, mas eu seguro sua mão o forçando a parar.
- Posso te pagar uma bebida? – Eu pergunto olhando para cima. Meus olhos denunciando o que tento esconder.
Ele suspira e me olha, esboçando um sorriso.
- O senhor não vai desistir não é?
Continua...
Capítulo Dois
- Chad, esse é o Jensen... – Jared nos apresenta. Meu olhar é frio, e quando o cumprimento, o aperto sai mais forte que o normal. Ele não percebe porque com certeza está bêbado.
Sua outra mão continua tocando o corpo de Jared e eu sinto vontade de esganá-lo ali mesmo. Definitivamente, não fui com a cara desse sujeito.
