Ao meu amável leitor,
Sinceramente? Não me perguntem de onde surgiu a idéia dessa fic, devo dizer apenas que ela me veio à cabeça quando eu tava lendo uma fic – cujo ship não era Severo/Lily, detalhe... XD. - e quando terminei de ler a fic resolvi ver se conseguia escrever alguma coisa sobre essa idéia... Então vejamos o que acontece!
Beijos e boa leitura!
Mary Lupin.
Mea culpa
O
cenário era o mesmo de sempre, o horário era o mesmo de
sempre. Uma garota de dezesseis anos, cabelos vermelhos, olhos
verdes. Ela estava sentada em um balanço, movendo-o devagar,
para passar o tempo. O sol estava escondido pelas nuvens. Parecia que
ia chover. Poderia chover, poderia nevar, poderia cair um raio perto
dela, mas de lá ela não sairia enquanto ele não
chegasse. Tirou a mão esquerda da corrente do balanço e
posicionou o pulso perto dos olhos, olhando ao relógio. É,
ele não estava atrasado.
Ela que havia chegado cedo
demais.
Suspirou. O tempo ia passando, e ela passou a mover cada
vez mais o balanço, deixando os cabelos vermelhos esvoaçarem.
Cada vez mais, o impulso era maior e ela se lembrou da primeira vez
que ele falou com ela, e da revelação que ele tinha
feito à ela.
Todo o tempo que eles passaram juntos passou
por sua mente, até o dia em que ele a chamou de sangue-ruim.
Fechou os olhos e balançou a cabeça, colocando os pés
no chão, para que o balanço parasse. Ela não
poderia lembrar-se disso agora, não era para ter raiva. Aquele
encontro era exatamente para isso.
— Lílian...? —
e finalmente, chegara. Sua voz estava levemente fraca, como se
tivesse medo da garota. Ele perguntaram o óbvio, evidente que
era ela. Mas mesmo assim, a garota virou-se para ele e afirmou com a
cabeça, sem poder esconder um leve sorriso dos lábios.
— Olá. — disse ele, colocando as mãos no bolso e
olhando para o lado, provavelmente sem coragem de olhar para
ela.
Eles não se falavam há muito tempo. Lílian
pousou a mão nas pernas e mexeu o balanço de leve,
fazendo com que as correntes rangessem.
— Olá. — disse
Lílian, tentando ser simpática e poder finalmente falar
com ele tudo o que queria. — Você não quer se
sentar...
— Não, obrigado, estou bem aqui. —
interrompeu-a. — Você me chamou...
— Chamei. — disse
ela, parando de balançar. Levantou-se e chegou perto dele, de
um modo que obrigou-o a encará-la. Os olhos da garota estavam
enigmático. Não poderia dizer se ela estava triste,
chateada, brava, feliz ou satisfeita de tê-lo perto de si. —
Chamei, para pedir desculpas.
Assustado, ele olhou para ela e
arregalou os olhos, como se não entendesse. Houve um grande
silêncio – ele, não sabia o que responder e ela
esperava uma resposta. Um vento passou por eles, esvoaçando o
cabelo vermelho dela, cobrindo uma parte de seu rosto, mas ela não
se moveu.
— Mas sou eu quem devo lhe pedir desculpas. — disse
ele, tirando o cabelo do rosto dela, delicadamente. Seus dedos
estavam trêmulos e a respiração pesada. — Eu
não deveria ter lhe chamado de sangue-ruim. Você não
é como os outros, você é diferente.
Lílian
olhou para ele e negou com a cabeça.
—
Você não mudou, não é? Continua com a
mesma idéia de sangue-puro. Eu não te entendo, Severo,
eu não consigo te entender. Por que, então, você
me contou que eu era uma bruxa? Simplesmente não deixar com
que eu descobrisse sozinha, pela carta de Hogwarts? Por que fingiu
ser meu amigo?
— Eu não fingi...
— Fingiu, pois se
fosse meu amigo de verdade não teria me chamado de
sangue-ruim! Porque você sabe que isso é uma
ofensa para mim! Mas se quer saber, eu não ligo. Não
faz diferença alguma.
Severo fechou os olhos, preocupado.
O que não fazia diferença? Apertou as pálpebras
com os dedos e negou com a cabeça. A amizade não fazia
diferença? Como se percebesse a dúvida dele, Lílian
segurou as mãos dele e tirou-as do rosto.
— Não
faz diferença o fato de eu ter nascido de uma família
de trouxas. É isso o que eu quis dizer, entendeu? Eu não
queria dizer que o que a gente passou foi indiferente para mim, não
foi. Eu só não consigo entender porque você disse
aquilo para mim, na frente de tanta gente. Na frente do Tiago.
Ele
arregalou os olhos. Ela nunca havia chamado aquele detestável
garoto pelo primeiro nome. Era apenas "Potter", sempre "Potter".
Normalmente, com um adjetivo antes do nome. "O detestável
Potter", "O idiota do Potter". Mas nunca, nunca "Tiago".
—
Sei que não deveria ter lhe dito aquilo, foi por isso que eu
lhe pedi desculpas no mesmo dia, não é verdade? Eu
pedi, mas você não aceitou... Não me deixou
falar.
— Por isso que eu pedi para que você viesse aqui,
porque eu devo desculpas a você. Eu gosto muito de você,
Sev. De verdade. Sua amizade para mim é muito importante, mas
você... Não me deixa ser sua amiga. Você tem
aquele seus amigos e... O que eles fazem, eu não concordo!
Você sabe disso, portanto, vejo que nossa amizade não
pode prosseguir!
Como se o mundo desabasse em sua cabeça,
Severo abaixou a cabeça e nada disse. Lílian soltou as
mãos dele e o abraçou.
— Eu adoro você,
Sev. Adoro mesmo. Mas você me impede de ser sua amiga.
Desculpa!
Então era isso. Era esse o pedido de
desculpas. As desculpas não eram por ela não o ter
ouvido naquele dia, por ela não querer saber o que ele tinha a
dizer. Era por eles não poderem mais ser amigos. Então,
ela o havia chamado para dizer que era o fim. Lílian continuou
a repetir aquela mesma palavra, ainda abraçando-o. Quando se
soltaram, ele segurou o rosto dela com as duas mãos e beijou-a
delicadamente, e ela, por mais que não quisesse, correspondeu
com carinho.
"É uma pena que a forma que eu gosto de
você é imensamente maior do que a que você gosta
de mim. Amo você, Lily, amo tanto que seria capaz de matar para
conseguir ficar com você. Porém sei que, se eu matasse
alguém, seja quem fosse, você não me perdoaria e
não ficaria comigo. Mea culpa, mea culpa... Fiz
tudo errado. Tudo. Mea culpa."
Fim
N/A:
Bem, espero que tenham gostado.
Eu particulamente adorei a
idéia, que inicialmente era uma coisa mas saiu outra
completamente diferente – o nome não era nem "Mea
culpa"... Enfim.
Por favor, só não esqueçam
das reviews! (Autora com olhinhos brilhantes e pedintes)
Beijos e
até a próxima!
Mary Lupin.
