Oiii :)
Estou aqui postando minha terceira fic. A história é de minha autoria, mas os personagens são de Stephanie Meyer, nossa querida autora da saga Twilight.
Hmmm... Vamos à fiz e depois me comunico com vcs lá no fim, pode ser?
Beijinhos e boa leitura, divirtam-se.
Capítulo: Fim?
Trilha sonora:Wherever you Will go – The Calling
"O fim do amor é ainda mais triste do que o nosso fim.
Meu amor está cansado, surrado, ele quer me deixar para renascer depois, lindo e puro, em outro canto, mas eu não quero outro canto, eu quero insistir no nosso canto." (Tati Bernardi)
Uma coisa eu aprendi... Quando um homem quer realmente conversar sobre a relação, isso quer dizer que algo vai realmente errado. Só agora eu percebia isso - tarde demais - depois de Jake me chamar para conversarmos na sala de minha casa.
E lá estávamos nós. Eu pressentia que as coisas não estavam bem quando ele evitava olhar diretamente em meus olhos.
- Isabella, a gente precisa dar um tempo. – Ela falou olhando para um ponto fixo do carpete. Isabella? Chamar pelo nome inteiro não era boa coisa mesmo. Isso sempre me enviava um alerta vermelho.
- O que? – Eu ri, descrente com o que acabara de ouvir daquela voz levemente rouca. – Para quê dar um tempo? Eu não preciso de um tempo.
- Sabe, o tempo passa, nós vamos percebendo que há coisas que ainda queremos viver...
- Mas eu quero viver tudo ao seu lado.
- Não. Bells...
- Você está terminando comigo? – Meu mundo parecia desmoronar à minha frente enquanto Jacob dizia aquelas palavras que colocavam fim ao nosso relacionamento. Para mim, "dar um tempo" é sinal de término de namoro.
- Isabella... Entenda, eu tenho outros propósitos e...
- E eu não estou nestes propósitos? – Meus olhos ardiam tanto pela raiva quanto pela vontade de chorar.
- Você é jovem demais.
Jovem demais? Eu tinha dezessete anos, mas sabia muito bem o queria da minha vida.
- Por que minha idade lhe incomoda agora? Me diga, é só porque eu não quis dormir com você, não é? – Eu gritei.
- Não é você Bells, sou eu. – Jacob murmurou.
- Não vem com essa história! Eu sei que você não me quer por isso.
Ele respirou fundo.
- Ah, quer saber? Já estou farto disso tudo! – Ele se levantou do sofá. – Você é apenas uma menina e eu quero mulheres. Não quero ficar sempre na primeira base! Beijinhos, abraçinhos e só...
Minha boca se escancarou.
- Foi você quem pediu Isabella! – Ele me acusou.
- Você é um idiota! – Gritei entre o choro.
- E você é uma pirralha.
- Sai da minha casa Jacob! – Gritei mais alto a plenos pulmões.
- Com todo o prazer. – Ele me deu as costas e, antes de sair da minha casa batendo a porta, olhou por cima do ombro. – Quando crescer me procura. – Arremessei uma almofada, mas Jacob fechou a porta antes que fosse atingido.
Idiota! Terminou comigo só porque me recusei a dormir com ele. Cretino!
Subi as escadas tropeçando a cada dois degraus, já que meus olhos ficavam embaçados pelas lágrimas. Naquele momento eu desejei ficar pequena, mas tão pequena, que ninguém mais me notasse na face da terra.
Como ele era capaz de fazer isso comigo? Por que agora ele não podia mais esperar para darmos o segundo passo no nosso relacionamento? Só porque eu não estava preparada para aquilo?
Chorei tudo o que tinha para chorar naquela noite. Pelo menos era isso que eu achava.
Meu pai, Charlie, chegou do serviço e teve que pedir uma pizza já que eu não tive ânimo para fazer o jantar.
Pensei seriamente em não ir à escola no dia seguinte.
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- Bells... Você tem que jogar a bola para frente. – Meu pai entrou no quarto e me forçava a levantar da cama.
- Eu não quero pai. – Puxei a coberta até em cima da cabeça.
- Anda Isabella! – Ele falou em tom mais sério e puxou a coberta para baixo. – Jacob não é o último garoto do mundo.
- Mas eu não quero outro! – Murmurei birrenta.
- Pára de drama Bells. – Charlie respirou fundo.
- Por favor, pai? Estou pedindo. Só hoje.
Ele revirou os olhos.
- Está bem. Está bem. – Levantou as mãos no ar se rendendo. Murmurou algo como "que falta você faz Renée" e saiu para trabalhar.
Ele tinha razão. Para mim, ter uma mãe fazia bastante falta...
...
Na hora em que deveria ser o intervalo na Forks High School minha amiga Alice ligou.
- Bells, posso saber por que a senhorita não veio à escola? – Exigiu saber assim que atendi ao telefone.
Suspirei pesadamente tentando o engolir o bolo que se formou na minha garganta.
- Alli... É o Jacob. Ele terminou comigo. – Falei, desistindo de me controlar, já chorando de novo.
- Oh my Gosh. – Ela quase gritou. – E como você está amiga?
- Péssima! – Claro que eu estava péssima!
- Eu vou à sua casa depois da aula, se você quiser.
- Hmmm... Obrigada. Mas eu podia ir até sua casa? Não quero ficar aqui. – Tudo aqui me fazia lembrar dele. Desde as fotos às coisas que ele tinha me presenteado.
- Tudo bem. Apareça lá na hora em que a aula acabar.
- Tudo bem. Obrigada Alice.
- Pode contar comigo para tudo!
...
Na hora combinada eu fui para a casa de Alice.
A casa de sua família era imensa e branca, bem isolada do centro da cidade de Forks. Estacionei minha picape barulhenta no jardim de frente da mansão. Alice logo veio abrir a porta com os braços abertos para me receber. Corri e chorei em seu ombro. – E eu que pensei que já havia chorado tudo o que tinha para chorar...
- Shh... Shh... – Ela afagou minhas costas e me puxou para dentro da casa. – Vai ficar tudo bem Bells.
- Não Alice. Você não sabe o que ele me disse. – Falei enquanto nos sentávamos no sofá.
- E o que ele disse?
- Foi horrível. Disse que eu era uma pirralha. E que estava em busca de mulheres mais maduras. Que não queria ficar só na primeira base. – Eu chorei. Alice colocou uma almofada em seu colo onde deitei minha cabeça.
- Ele falou isso assim?
- Sim! E isso tudo porque eu não estava pronta para aquilo! – A boca de Alice formou uma linha fina.
- Eu sinto muito Bells. – Ela afagou meu cabelo. – Jacob é um idiota!
- Ele é! – Confirmei.
Passei mais de uma hora chorando em seu colo. Mais uma vez desejei ser tão pequena quanto 'O pequeno polegar'.
- Tantos corações partidos... – Ela murmurou.
- O dele não foi partido. Apenas o meu. – Murmurei de volta.
- Não, não. Não falo do Jacob.
Eu levantei a cabeça e sentei ao lado de Alice.
- De quem está falando então?
- Edward.
Edward era o irmão de Alice. Ela tinha dois irmãos: Emmett, com dezenove anos, da turma de Jacob. E Edward, com dezoito. Edward era um garoto legal. Nós conversávamos bastante quando nos encontrávamos. Eu digo 'quando' porque na maioria das vezes que eu vinha aqui ele estava fora ou trancado em seu quarto. Na escola raramente nos víamos, e, quando isso eventualmente occorria, trocávamos um 'oi' rápido e talvez alguns sorrisos e só.
- O que aconteceu? – Perguntei.
- Tanya terminou com ele noite passada. – Alice suspirou.
- Por que ela fez isso? – Edward era de longe o cara mais legal que eu conhecia.
- Ela disse que ele é maduro demais. Veja só! – Alice bufou. – Ela estava pronta para dar um passo à frente na relação, mas ele achou que era meio cedo. Ela, claro, foi totalmente contra à posição dele, alegando que quatro meses era suficiente, que já se conheciam completamente para ir em frente.
Eu arqueei as sobrancelhas. Tanya era da mesma idade que nós. Mas sempre ficava com os meninos das turmas à cima da nossa. E o motivo a maior parte das pessoas sabia!
- Aquela oferecida! – Alice sibilou.
- Sim. – Suspirei.
Alice e eu ficamos discutindo a relação deles, o que me fez esquecer meus próprios problemas. O que de certa forma foi bom!
- Edward praticamente bancava o bobo da corte enquanto aquela lá se exibia para os amiguinhos sanguessugas dela. Ele fazia todas as vontades dela. Gastou uma fortuna em um anel com diamantes lapidados da Antuérpia.
Eu não sabia onde ficava a Antuérpia. Mas imaginava que era algum lugar da Europa.
- Não acho que ela tenha terminado o namoro apenas porque ele é maduro demais, como ela disse. Há algo mais. Mas... – Alice deu de ombros.
Fiquei com pena de Edward. Realmente não merecia o que Tanya fez.
Esme, mãe de Alice, veio nos chamar para almoçar.
- Que bom lhe ver Bella. – Esme me abraçou. Ela gostava muito de mim, assim como eu dela.
- Digo o mesmo Esme.
- Mas por que você parece tão tristinha, minha querida? – Me olhou com ar maternal.
- Corações partidos. – Alice falou.
- Ah, querida. Eu sinto muito. – Esme me abraçou novamente, de forma mais reconfortante. – Saiba que você merece alguém melhor.
- Obrigada. – Jacob era o melhor que eu poderia ter...
Nos sentamos à mesa na sala de jantar.
- Mãe, cadê o Edward? – Alice perguntou.
- Ele não quis descer. – Esme suspirou olhando, através janela ampla de vidro da sala, a floresta ao longe que beirava o jardim minuciosamente podado e cuidado de sua residência.
- Essa Tanya e esse Jacob são uns filhos da p -
- Alice! – Esme a repreendeu antes que a filha completasse a frase.
- Me perdoe mãe, mas é isso mesmo que eles são. – Ela cruzou os braços com raiva. – Qualquer um que magoa as pessoas que eu gosto são assim.
Olhei para meu prato. Eu sabia que Jacob merecia minha raiva, mas se ele pedisse desculpas e estivesse disposto a voltar nosso namoro eu voltaria sem hesitar.
...
Depois de comermos Alice me chamou para subirmos até seu quarto. Mesmo já o tendo visitado um milhão de vezes eu ainda me surpreendia com o tamanho e a graciosidade dele. Era tão... Alice! Exibia tudo o que um quarto feminino devia ser. Tinha uma cama de casal imensa só para ela, um banheiro com uma hidromassagem e closet tão grande quanto o quarto.
- Sabe Alice... Se o Jacob me pedisse perdão e pedisse para voltar, eu voltaria. – Comentei.
- O que? – Ela gritou, arregalando seus olhos azuis, totalmente incrédula. – Você está brincando!
Abaixei minha cabeça.
- Você sabe que eu o amo. – Sussurrei.
- Sabe que ele não merece isso. – Ela falou ainda alto.
Eu dei de ombros.
- Eu só queria ele de volta. – Suspirei pesadamente.
- Então você devia fazer ele rastejar aos seus pés. – Falou mais baixo. Olhei para ela.
- Hmm... Como assim?
- Você deveria fazer ele ficar caidinho por você. Mostrar o que ele perdeu.
- Tá. E como eu faria isso?
- Não sei... Você teria que mostrar para ele de alguma forma.
- Ok. Mas de que forma Alice querida?
- Deixe eu pensar.
Ela se esforçou por um instante. Enquanto isso ouvimos uma batida leve na porta.
- Entre. – Alice convidou ainda perdida em pensamentos.
Quem entrou foi Edward. Ele estava com a expressão cansada.
- Oi Bells. – Me cumprimentou e sentou na cama.
- Oi Edward. Como você está? – Perguntei, embora estivesse mais que evidente o estado dele.
- Péssimo. – Ele sorriu fracamente. – Eu soube o que aconteceu com você... Sinto muito.
Levantei os ombros e suspirei. Eu estava com um travesseiro de Alice em meu colo, então Edward aproveitou isso e deitou a cabeça nele. Eu nunca o vira tão para baixo. Parecia arrasado, assim como eu. Um menino vulnerável e carente.
Alice acordou de seu transe e seus olhos lampejaram de Edward para mim, e de mim para Edward.
- Hey! Tive uma ideia brilhante. – Ela quicou na cama.
- Do que você está falando Alice? – Edward perguntou sem nada entender.
- Você quer a Tanya de volta, certo maninho? – Perguntou para o irmão. – E você quer o Jacob de volta, certo Bells? – Me perguntou.
Edward me olhou por um instante e voltou a olhar para Alice.
- O que você está tramando Alice? – Edward sentou na cama mais interessado no assunto agora.
- Vocês dois têm que dar uma lição em seus respectivos pares e mostrar a eles o que perderam.
- E... – Eu a incentivei a falar, sem captar a ideia dela.
- Qual o melhor jeito para isso se não provocar o ciúme? – Ela pulou da cama e começou a andar de um lado para outro. Edward e eu a olhávamos andar pelo quarto.
- Vocês dois poderiam unir forças. É perfeito! – Ela bateu palminhas.
- Como assim? – Edward perguntou por mim.
- Vocês devem mostrar para eles tudo o que perderam, certo? – Ela maquinou o plano. – Jacob disse que Isabella é imatura. A Tanya disse que Edward é maduro demais... Vocês podem ensinar um ao outro o que lhe falta, estabelecendo aí um equilíbrio, e ter seus pares de volta.
Edward e eu nos entreolhamos.
- E para isso nós temos que...
- Fingir ser namorado e namorada.
Eu engoli em seco.
- Você pirou Alice? – Edward murmurou com uma voz sem emoção nenhuma.
- Ainda não. Mas vocês não vão conseguir nada se ficarem os dois se lamentando pelos cantos ao invés de agirem juntos para recuperar seus pares. – Ela cruzou os braços e bateu o pé nervosamente no carpete.
Fingir ser namorada de Edward para obter Jacob de volta...? Isso soava meio estranho.
- Pensem bem: feito isso eles ficarão com ciúmes e cairão aos seus pés pedindo para voltar. Além do que isso vai trazer benefícios para ambas as partes. – Alice sentou novamente na cama. Edward pensou por um momento. Eu também estava pensativa. Aquilo podia até funcionar, se olharmos por este ângulo...
- Até que parece um bom plano. – Edward falou primeiro e depois olhou para mim. – O que você acha?
- Hmmm... Pode dar certo. – Ponderei.
- Perfeito! – Alice vibrou.
- E como você quer que executemos o seu plano, gênio? – Edward perguntou à irmã.
- Simples. Temos a facilidade de que os dois estudam na mesma escola que vocês. Então, tudo o que têm de fazer, é demonstrar publicamente o relacionamento.
- E isso inclui... – Gesticulei para que Alice concluísse.
- Vocês têm que fazer o que não faziam antes e deixar de fazer o que os irritavam.
Eu pensei por um momento.
- O Jacob odiava as minhas roupas. – Comentei. – Ele acha que eu ando feito uma menininha.
Alice Fez um bico.
- Então você vai ter que mudar isso. – Ela deu uma rápida olhada em minha roupa. Eu estava com uma camiseta florida de mangas compridas e um macacão jeans folgado. – Tem que agir mais feito uma mulher. Ter mais atitude.
Atitude! Era exatamente isso que faltava em mim. Eu não tinha coragem de simplesmente chegar até Jacob e beijá-lo na frente de todo mundo. Na verdade, nunca fiz isso.
- Não se preocupe. Eu vou lhe ajudar nisso. – Ela sorriu para mim.
- Se queixava de que eu ficava tímida quando ele me abraçava e me beijava na frente dos outros. – Alice assentiu enquanto eu falava.
– E você Edward? – Perguntou para ele.
Ele arregalou um pouco os olhos.
- Eu não sei bem...
- Suas roupas? O que ela acha? – Alice sugeriu.
Edward olhou para baixo. Ele usava uma blusa de mangas compridas. Os botões fechados até a gola. Parecia arrumado para uma reunião, eu diria. Seu cabelo estava meio jogado para trás, fixado com gel.
- Acho que ela não gosta muito. – Sorriu timidamente.
- Podemos mudar isso também. – Alice sorriu. – Mais alguma coisa?
- Hmmm... – Ele pensou. – Eu sempre achei que demonstrações públicas de afeto fossem exageradas. Tanya se queixava disso. Dar um beijo na mão dela nunca foi o suficiente. – Suspirou.
- Aí está! – Ela gritou. Edward e eu pulamos de susto. – Vocês dois têm que aprender a ser mais expressivos. Ter mais atitude é o que falta. Tipo aquela coisa de que "todo mundo tem que saber que estamos juntos". Dois adolescentes normais, cheios de hormônios e bem apaixonados. Então vamos fazer assim...
...
Alice ficou mais de duas horas nos ditando o que fazer e não fazer. Edward já tinha deitado a cabeça em meu colo novamente. Agora eu mexia distraidamente em seu cabelo.
- Então deixa eu ver se entendi. – Falei quando ela concluiu o raciocínio. – Nós temos que primeiro nos aproximar devagar. Ir mudando aos poucos, para não parecermos desesperados à procura de consolo?
- Isso. Você aprende rápido! – Ela me parabenizou. – Dar a entender que vocês já se conheciam bem antes deste rompimento.
- E quando vem a mudança de visual? – Edward perguntou.
- Podemos fazer isso amanhã à tarde. Vamos à Port Angeles e compramos um guarda-roupa novinho em folha para os dois.
- Ok. – Edward se sentou novamente.
O cabelo dele ficou bagunçado porque eu tinha mexido. Mas estava bem legal.
- Edward... – Alice olhou a mesma coisa que eu. – Pára tudo!
- O que foi? – Ele perguntou sem entender.
- Deixa eu mexer no seu cabelo? – Ela pediu.
- Ah, não Alice. Você não sabe o trabalho que dá para fazer ele ficar baixo assim. Meu cabelo vive sua própria vida e é difícil controlá-lo.
- Sério? – Perguntou. – Eu nunca vi seu cabelo bagunçado. Vem comigo. – Ela pegou a mão dele e o levou para o banheiro.
Eu fiquei no quarto esperando para ver o que ela ia fazer com ele. Passou mais ou menos meia hora e Alice saiu do banheiro saltitando alegremente.
- Vem logo Edward. – Ela sentou ao meu lado.
- Você acabou com o meu cabelo! Parece até que acabei de acordar. – Ele se queixou ainda dentro do banheiro.
- Pode dar adeus aos seus potes de gel, meu querido. Este vai ser o seu visual agora: 'acabei de acordar e não penteei o cabelo'. Sai desse banheiro Edward.
Ele grunhiu e fez o que ela mandou.
Wow. Como um cabelo pode mudar tanto uma pessoa?
Não estava ruim. Não, não. Nada ruim. Estava bagunçado, isso era fato. Mas com ar bem sexy. Agora dava para perceber que o cabelo dele não era escuro. Na verdade era claro. Claro em tom de mel. Algumas mechas eram mais claras, num louro médio.
- O que acha Bells? – Alice me perguntou.
Abri minha boca sem conseguir pronunciar uma palavra sequer. Onde estava a minha voz numa hora destas? Alice riu satisfeita. Edward sorriu de lado. Eu nunca o tinha visto sorrir assim.
- Sua vez Bells. – Alice pulou da cama.
- Minha vez? Vez de que?
- De soltar este cabelo. – Ela revirou os olhos e me puxou para o banheiro.
- O que você vai fazer? – Perguntei quando ela soltou a minha trança.
- Vou cortar este cabelo. Dar algum movimento. Deixar sexy.
Ela pegou a tesoura e começou a picotar meu cabelo. A cada 'plic' da tesoura minhas pálpebras se apertavam. Era quase uma dor física imaginar meu lindo cabelinho sendo mutilado pelas mãos ágeis de Alice Cullen. Pareceu que tínhamos ficado ali por uma hora inteira.
- Pronto. – Ela anunciou o fim da tortura.
- Alice, eu espero profundamente que você não tenha me deixado careca. Não estou a fim de matar minha única e melhor amiga.
Ela revirou os olhos e girou a cadeira para me colocar diante do espelho.
Olhei, meio nervosa. Será que restara muito do meu cabelo?
Não me reconheci quando olhei o reflexo.
- Uau. – Foi o que eu disse. O corte deu um movimento ao meu cabelo. Ele estava mais ondulado e repicado. Não perdi muito no comprimento, ainda batia no meio de minhas costas. Realmente mais sexy.
- Gostou? – Alice apareceu ao meu lado no espelho.
- Muito. – Eu sorri para ela, que retribuiu. Passei a mão no cabelo sentindo-o mais leve e sedoso sob o toque.
- Agora vamos ver se ele aprova. – Ela pegou minha mão e me puxou de volta ao quarto.
Edward me olhou surpreso. Eu senti meu rosto esquentar.
- Ficou muito bom. – Elogiou.
- Perfeito. Então amanhã eu vou com vocês comprar as roupas. – Alice quicou. Claro! Ela não perdia uma oportunidade de fazer compras.
...
Já era tarde quando fui para casa. Eu me sentia realmente animada para colocar o plano em prática na missão de reconquistar o meu Jacob.
Preparei o jantar com entusiasmo. Charlie chegou do trabalho, descarregou a arma, tirou o distintivo e as botas. Quando entrou na cozinha se surpreendeu.
- Hmmm... Seu cabelo está diferente. – Ele sentou-se à mesa enquanto se servia da macarronada que fiz.
- Cortei desde a última vez que te vi. – Falei de bom humor.
- Hum. – Ele estreitou os olhos. – Espero que não esteja aprontando menina.
Eu arregalei os olhos fingindo ultraje.
- Eu estou dando a volta por cima, pai. Só isso. – Garanti-lhe.
- Ok. – Ele deu de ombros.
Amanhã seria um novo dia. Um dia de muitas mudanças...
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No dia seguinte eu coloquei uma jaqueta de moletom e uma calça jeans. Realmente estas roupas eram largas e meio infantis. Eu tinha mesmo que mudar se quisesse ser e parecer mais adulta.
Fui para a escola com um frio na barriga. Ansiedade talvez fosse a palavra exata para descrever o que eu sentia.
Quando cheguei ao estacionamento e saí de minha picape vi Edward e Alice chegando no Volvo prata dele. Eles saíram do carro e Alice veio saltitante para perto de onde eu estava.
- Tinkerbell. – Ela cantarolou bem humorada.
- Bom dia Alice. – Cumprimentei-a.
Edward sorriu para mim. O cabelo bagunçado como ontem.
- Bom dia. – Ele me cumprimentou.
- Bom dia.
Alice pigarreou duas vezes.
Eu e Edward a olhamos.
- Só isso? – Perguntou com uma careta de desaprovação.
- Como assim? – Edward questionou.
Alice respirou fundo.
- Vou deixar vocês dois sozinhos. – Ela acenou e saiu.
Cruzei meus braços e Edward colocou as mãos no bolso de seu casaco.
- Então... – Ele falou.
- Então... O que fazemos? – Perguntei.
- Eu não sei. – Ele confessou. Nós dois rimos.
Quando passei os olhos pelo estacionamento, vi Jacob chegar com seu Rabbit vermelho.
- Jacob está chegando. – Falei para Edward.
- O que eu faço? – Ele perguntou meio nervoso.
- Hmmm... Me abraça. – Sussurrei. Edward piscou duas vezes confuso e então eu andei para mais perto dele e abracei sua cintura.
Ele hesitou um pouco e então me abraçou meio desajeitado.
Jacob saiu de seu carro e não olhou em nossa direção. Suspirei frustrada e me afastei de Edward.
- Sinto muito. – Ele murmurou.
Eu balancei a cabeça. Andamos lado a lado e em silêncio pelo campus.
...
Na hora do intervalo encontrei Alice e Edward na cantina.
- Bells sente-se aqui. – Alice me indicou a cadeira ao lado de Edward.
Ele sorriu e eu retribuí. Seus olhos desviaram para algum lugar atrás de mim.
Olhei na mesma direção. Tanya, e todo o seu esplendor, entrou na cantina rindo com suas amigas. Ela era uma falsa loira, corpuda e alta. Parecia mais uma Barbie modelo.
Eu olhei novamente para Edward. Parecia arrasado em ver como Tanya aparentava ter superado tudo tão bem. Aproximei minha cadeira da dele e encostei meu braço no seu. Ele despertou do 'transe' e me deu um sorriso tímido.
Tanya também não pareceu nos notar.
- Parece que não está surtindo efeito o seu plano, Alice. – Eu sussurrei para ela. Alice olhou para Tanya, que ainda mal nos olhava. A loira estava sentada numa mesa próxima.
- Edward! – Ela sussurrou. – Passe o braço em torno da Bells.
Ele, meio desajeitado, colocou o braço em torno dos meus ombros.
Alice, inesperadamente, deu uma gargalhada alta. Eu e Edward pulamos de susto.
- Isso é tão fofo. – Ela falou alto demais. Depois deu uma olhada, pelo canto do olho, para a mesa ao lado.
Edward e eu fizemos o mesmo. Tanya, finalmente, olhava para nós. Tão rápido olhou e logo desviou os olhos. Mas isso bastou para deixar Edward mais feliz.
- Obrigado. – Ele falou para Alice e depois tirou o braço de meus ombros.
- De nada. Mas vocês vão ter que fazer isso sozinhos da próxima vez. – Ela fez aquela mesma careta.
...
Depois da aula passamos na minha casa para deixar a picape e depois fomos para Port Angeles no carro de Edward. Como Alice dissera que nós compraríamos as roupas mais modernas e atraentes da cidade eu sabia que isso requeria uma boa quantia em dinheiro. Peguei minhas economias que guardava para situações de emergência. Bom... Isso era uma emergência! Comemos em um restaurante e nos lançamos às compras.
Ficamos a tarde toda indo de uma loja à outra sem pausas. O pior de tudo foi eles não terem me deixado pagar nada. Aquilo era um absurdo. Eu não gastei um centavo de minhas economias. Por mais que eu protestasse, eram dois contra uma.
Alice me ajudara com as minhas roupas e nas de Edward, mas eu não o vira nas dele e nem ele me vira nas minhas já que a baixinha nos mantivera ocupados provando nossas próprias roupas o tempo todo. Aquela menina era the flash...
Voltamos para casa exaustos.
- Vem comigo Bella. – Alice me puxou pela mão antes que eu pudesse sentar no sofá para descansar.
- Me deixa descansar Alice. – Pedi.
- Vai descansar enquanto te ensino a se maquiar.
Eu me sentia uma boneca de trapos sendo carregada de cá para lá como Alice estava fazendo. Mas não abri mais a boca para reclamar. Apenas me deixei ser levada.
Mais uma hora com ela me ensinando truques de maquiagem. Foi exaustivo. Pensei que minha mente entraria em colapso com tanta informação sendo armazenada nela. Geralmente nós só guardávamos aquilo que mais nos importava. Mas o que eu podia fazer quando tudo que ela dizia era importante e eu pretendia nunca esquecer?
- Agora sim... Você está pronta para ser fatal. – Ela piscou para mim. – Coloque estas roupas e desça lá para a sala. Vamos treinar você e Edward juntos.
Ela me entregou uma bata azul decotava em um 'v' meio exagerado e uma calça jeans skinny. Um scarpin preto com 10 cm de salto.
Me deixou no quarto sozinha. Eu fui para o closet e me vesti.
- Céus. Olha estas roupas! – Murmurei olhando no espelho o meu corpo.
Era tudo muito colado para o meu gosto, mas se aquilo faria Jacob babar por mim então eu usaria até uma mini saia e top!
Desci como Alice me mandara.
Ela estava lá com um Edward totalmente diferente do que eu conhecia.
Ele nunca fora feio. Na verdade era muito bonito. Só que agora sua beleza foi valorizada e acentuada. Ele vestia roupas mais juvenis. Uma blusa azul escura de mangas que marcavam os músculos - do tórax e dos braços - que antes eu não sabia que ele tinha. Calça jeans escura e tênis para completar. Seu cabelo estava bagunçado. Os olhos eu podia jurar que aparentavam ser mais verdes.
Assim como eu o examinava, ele me olhava detalhadamente. Corei quando sorriu torto para mim.
- Vem aqui Bells. – Alice me chamou. Caminhei com cuidado, para não tropeçar com o salto, e parei perto deles. – Hmmm...
Ela se afastou de nós e sentou no sofá, como uma expectadora.
- Vamos lá, se abracem.
- O que? – Edward perguntou com uma sobrancelha arqueada.
- Edward, você deveria fazer mais isso.
- Isso o que? – Ele estava confuso assim como eu.
- Isso de levantar a sobrancelha. Fica sexy. – Ela riu. Edward revirou os olhos. – Vamos lá. Se abracem para eu ver.
Ficamos meio sem jeito e repetimos o abraço que demos hoje de manhã.
- O que... É isso? – Alice apontou para nós.
- Um abraço. – Eu falei, a frase saindo mais como uma pergunta.
- Não parece um abraço de namorados. Parece um abraço de pai e filha. – Alice levantou e veio em nossa direção. – Edward, suas mãos que devem ficar na cintura dela. – Ela tirou minhas mãos da cintura dele e depois colocou uma mão dele em minhas costas e a outra em minha cintura. – Para quê toda essa distância entre vocês? Está com medo de ele te morder Bells?
Alice revirou os olhos e me empurrou de leve para mais perto de Edward. Eu senti meu rosto esquentar.
- As suas mãos devem ficar aqui. – Ela pegou minhas mãos e as colocou no pescoço de Edward. – Hmmm... Bem melhor. – Alice colocou a mão sob o queixo. – Não precisam ficar como estátuas de mármore. É só abraçar.
Edward passou os braços em torno de minha cintura e me abraçou forte. Eu retribuí enlaçando meus braços em seu pescoço. Mesmo com o salto ele ainda mais alto que eu.
- Isso! Não foi tão difícil, foi? – Alice aplaudiu. – Agora vamos para como devem se comportar quando estão perto um do outro.
Isso foi confuso.
- Quando estiverem andando, devem procurar dar as mãos. Isso é uma demonstração de carinho e atenção. – Ela alertou. – Agora finjam que estamos na cantina. Sentem-se no sofá.
Fizemos o que ela mandou. Eu me senti como uma retardada. Estava aprendendo como 'namorar'. Eu realmente era uma pirralha aprendendo o B-A-BÁ.
- Edward passe o braço em torno da Bella, mas faça melhor do que aqui e do que hoje de manhã.
Edward respirou fundo e passou o braço em meus ombros, mas agora de forma mais natural.
- Isso aí! Estou gostando... – Alice sorriu aprovando.
E aí? O que acham do primeiro capítulo?
Não sou novata por aqui. Como já disse lá em cima, esta é minha terceira fic...
Não sei se vou fazer um padrão de postagem, isso tudo depende do retorno de vcs. Já estou com a fic praticamente pronta, então... Sejam bons comigo e eu serei ainda melhor para vcs em relação às postagens. hihih
Façam uma crítica construtiva nos reviews!
BeijO ;*
