Disclaimer: Não me pertencem.
Falha
Por Lally Y K
Era uma vez uma garota tola, que acreditava em sonhos e contos de fada. Não lhe disseram que na magia, podia entrar nos sonhos. E que pó de fada não trazia finais felizes. Mas mesmo assim, ela acreditava.
Era uma vez um garoto esperto, que acreditava em vida sem morte. Não lhe disseram que o limite entre as duas é um pouco de sangue e essência. E que apesar de tentar transpô-la tantas vezes, ela sempre voltava. Mas mesmo assim, ele acreditava.
Essa garota cresceu e seus sonhos se modificaram com o tempo. Teve um dia que acreditou que nunca mais viveria em sua utopia. E desta sensação virou uma obsessão. Tudo começou ali.
Esse garoto cresceu e seus planos tornaram-se ambições muito complexas. Teve um dia que acreditou que nunca conseguiria. E esta determinação virou uma obsessão. Tudo começou ali.
Neste conto de fadas, é a história de uma garota e de um garoto que tiveram seus sonhos quebrados.
Tudo por conta das páginas de um diário velho.
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"Como se sente, Ginevra?"
"Saia daqui."
"Ora, você quem me convidou," ele sorriu com o ar de malícia e seriedade que lhe compunha os olhos negros. Tocou-lhe o rosto sardento, que virou de encontro ao seu toque.
"Como se sente, Ginevra?"
"Quero que você vá embora."
"Ora, você quem me convidou?"
"Vai ficar repetindo como um tolo?"
"Não, Ginevra," ele novamente sorriu e desta vez a encarou nos olhos. "Apenas para que se lembre porque estou aqui."
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"Estou com frio."
Ele deu de ombros e abriu um relógio dourado. Junto com as poucas coisas que tinha do orfanato, lá estava o relógio de Tom Riddle Sr. Seu desprezível pai. Esperava que ele tivesse morrido de novo apenas para ver de algum lugar do inferno o seu filho superar a morte.
Que o diabo te carregue, moleque, ele disse uma vez. E agora era a ele quem abraçava.
"Tom, porque está fazendo isso comigo?"
"Porque você é uma menina muito má."
"Você não é bonzinho, também."
"Mas eu não sou hipócrita, você é."
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Ela rasgou uma folha e no escuro não pôde perceber se doía ou não.
Desenhou um garoto e uma garota de mãos dadas. Cortou o dedo, porque a garota era ruiva. Riscou com força no garoto, porque seus cabelos eram negros.
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"Por que está aqui de novo?"
"Porque sente minha falta," ele sorriu e tocou-lhe os cabelos ruivos. Estava mais pálido, mais magro, mais doente.
"Eles vão te matar."
"A morte não existe, Ginevra. Achei que tivesse entendido isso quando tinha onze anos."
"Tenho dezesseis, Tom. E sei que sonhos e contos de fada não existem.
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"Acabou, Ginny." Os cabelos suados de Harry encostavam no seu ombro e podia sentí-lo respirar com dificuldade.
"Eu sei, Harry. Eu sei."
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Tom, onde você está? Onde você foi?
A garotinha segurava o desenho. Cabelos de ferrugem, cabelos negros e olhos vazios.
Estou dentro de você, Ginevra.
E por isso a morte não existe. Vou viver para sempre.
Fim
N/A: A você, caro leitor, cabe o papel de julgar se esse fanfic é digno ou não de um review.
