Uma deusa me convida para um chá
Para um semideus adolescente, minha vida estava sendo relativamente calma. Uns monstros aqui e ali, uma namorada e uma generosa pilha de deveres de casa.
Depois de derrotar Cronos, uma nova Grande Profecia foi revelada e não vou mentir, me pego pensando nela o tempo todo.
"Sete meios-sangues responderão ao chamado.
Em tempestade ou fogo, o mundo terá acabado.
Um juramento a manter com um alento final,
E os inimigos com armas às Portas da Morte, afinal".
-Eu já te disse Percy, aposto que é para outra geração de heróis. -Annabeth falou.
-E se não for? E se realmente for para nós?- disse Groover.
-As chances de duas Grandes Profecias se realizarem na mesma década e 1 em dois milhões!-Disse Annabeth quando foi interrompida por um telefone.
Triiim, triiim, triim!
-Alô?-falou Groover no seu celular- Não, não, já estou a caminho. Não deixe as naídes chegarem perto do fogo! Desculpa pessoal, teve um incêndio num parque e as naídes estão ficando preocupadas, tenho que ir.
Assim que ele fechou a porta, puxei Annabeth para perto de mim e a beijei, e é claro que ela retribuiu, só que assim que o beijo foi passando dos "limites", um clarão encheu a sala de meu pequeno apartamento e Atena, com um olhar repreendedor e furioso apareceu diante de nós.
- Sintam-se honrados, vocês estão sendo convidados a tomar um chá em meu palácio.
Dito isso, Annabeth e eu aparecemos em uma sala nobre, com bolos, doces e quitutes e uma deusa muito mais calma a nossa frente.
-Desculpem-me crianças, se as assustei, mas agora que já estão com quase 17 anos, acho que é melhor termos, ãnh..., uma conversa.
Fiquei vermelho de vergonha e vi pelo canto do olho que Annabeth também. Acho que nós dois sabíamos aonde aquela conversa ia dar.
-Quando um homem e uma mulher se apaixonam, eles demonstram isso de muitas maneiras... -Começou a deusa antes de ser interrompida por sua filha.
-Mãe! Por favor, a senhora esta me matando de vergonha!
-Annabeth! Respeite-me! Se estou falando isso é porque é importante!-Gritou a deusa, que fez com que caísse alguns quadros, uma estatua, e um abajur a centímetros do meu rosto. Retomando a conversa, ela continuou- Onde eu estava mesmo? Ah sim! Eles demonstram isso de varias maneiras e embora eu ache que você- apontou para Annabeth- mereça algo melhor do que ele - com certo nojo em sua voz, apontou para mim- vocês se amam e isso eu consigo ver.
Levei aquilo como um elogio, mas não fiquei menos nervoso e nem menos espantado com o esplendor da sala. Enquanto a deusa falava, comecei a notar aonde eu estava, e cara, era lindo, eu podia sentir a magia daquele lugar. As paredes de pedras expostas eram cheias de quadros representando as maiores invenções da historia, alguns desenhos de paisagens e uns dois quadros do Albert Einstein com a língua para fora. Havia também algumas maquinas lá, como uma roca, uma prensa de jornal e um computador, tinha também um Einstein de pelúcia em tamanho original no canto da sala. O chão de madeira rústica estava repleto de tapetes e peles de animais, a sala não tinha portas, mas acho que não se precisa de portas se com um mero pensamento você pode aparecer em qualquer lugar que deseje.
Em uma ocasião normal, eu teria ficado boquiaberto com a sala, mas com certeza aquela não era uma situação normal.
-... então é melhor vocês irem com calma e terem certeza do que estão fazendo. Entendido crianças?
Ambos concordamos, embora parecesse que Annabeth prestou tanta atenção quanto eu. E, do nada, aparecemos no acampamento meio-sangue.
